sábado, 31 de janeiro de 2009

PALAVRAS ESTÚPIDAS 46

Tudo
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"Isso tudo????!!!"
Esta frase é recorrente na minha vida. Exclamada por outros. A nível pessoal e profissional.
"Escreveste isso tudo???!!!"
Pois. Sim, escrevo muito. Sim, já escrevi muito, desde os oito anos de idade. Sim, tenho ainda muito mais para escrever, até aos 80, por aí, mais ano menos ano. Tenho 36.
Escrevo muito. Mas, para mim, esse "muito" é relativo. Para outra pessoa, uma página inteira A4 pode ser muito, para mim é peanuts. Para outra pessoa, escrever 4 folhas A4 pode levar um dia inteiro, para mim às vezes bastam 10 minutos para as encher. Para outra pessoa, escrever o dia inteiro e ficar cheia de cãibras nas mãos pode ser um suplício, para mim é uma alegria tremenda. Para outra pessoa ter ideias para escrever num blog todos os dias do ano pode ser uma tarefa impensável, para mim é quase automático e não perco mais que meia hora por semana com isso. Para outra pessoa o facto de eu ter escrito 4 livros inteiros pode ser motivo de espanto. Para mim é muito pouco, comparado com os quilómetros de escrita de alguns autores. Ou, por outra, custaram sim, muito, a escrever, mas são trabalho necessário para todos os outros que ainda quero escrever e que darão muito mais trabalho.
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Não sei porque escrevo. Uma das minhas primeiras memórias de criança é uma página pautada e a minha mão direita a desenhar cuidadosamente as primeiras letras aprendidas. O movimento do indicador e do polegar a segurar o lápis e a conduzir a mão lentamente através da folha. Desenhar letras. A escrita começou assim, para mim. E permanece. Ainda gosto disso. Ainda gosto de desenhar letras, muitas, numa folha de papel. A diferença está em que agora escrevo muito mais depressa do que quando era criança e às vezes nem preciso de estar a olhar para a folha para o fazer. Esse movimento físico é-me tão essencial como respirar. Nunca perdi muito tempo a perceber por que escrevo. Como nunca perdi muito tempo a perceber por que respiro. Escrever é como respirar. Escrevo tudo. Escrevo sobre tudo. Quero escrever sobre tudo. Tudo é motivo de escrita. Não penso nisso. Escrevo. Penso, isso sim, em como escrever a próxima frase melhor que a anterior, sempre. E escrevo. Escrevo. Inspiro. Escrevo. Expiro. Escrevo.
ºdfºçfl
Sei porque gosto de contar histórias. Há motivos psicológicos e psicanalíticos e freudianos. Já os analisei todos. Sei muito bem porque gosto de criar personagens. Uma parte disso está relacionada com uma das características da minha personalidade - gosto de controlar as coisas. E, por isso, quando escrevo uma história, sou Deus nessa história. Mas, apenas até um certo ponto. E uma das coisas que descobri na tarefa de construir uma história, foi o maravilhoso mundo estranho dos personagens. Ser conduzido por um personagem é infinitamente melhor que ser Deus.
fºçfl
Escrevo.
Escrevo muito.
Sim.
Para quê?
Pouco me importa o para quê.
Para viver.
É tudo.
Ponto final.
Parágrafo.
Segue ...

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

A FANTÁSTICA FAUNA DE ANDRÓMEDA

Rumpelstiltskin
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Rumpelstiltskin é um personagem de conto de fadas originário da Alemanha, recolhido pelos Irmãos Grimm. A história de Rumpelstiltskin reza o seguinte: Para se fazer mais importante do que na realidade era, um moleiro mentiu ao rei e disse-lhe que a sua filha era capaz de tecer ouro a partir de palha. O rei chamou a rapariga, encerrou-a numa torre com palha e uma máquina de fiar e exigiu que ela produzisse ouro durante três dias, caso contrário seria executada. A pobre rapariga ficou desesperada e tinha perdido já qualquer esperança de salvação, quando um anão surgiu no quarto e teceu ouro a partir da palha, em troca do seu colar. Na noite seguinte Rumpelstiltskin pediu-lhe o anel. Na terceira noite, nada mais tendo para lhe oferecer, Rumpelstiltskin pediu-lhe o seu primeiro filho. A rapariga anuiu.
O rei ficou tão impressionado com a rapariga que permitiu o seu casamento com o príncipe, mas quando o primeiro filho nasceu, Rumpelstiltskin regressou para levá-lo como prometido. "Agora dá-me o que prometeste." A rapariga, agora rainha, assustada, ofereceu-lhe toda a riqueza que tinha, se pudesse manter a criança. O anão recusou mas finalmente concordou em esquecer a promessa, caso a rainha conseguisse adivinhar o seu nome daí a três dias. Na primeira tentativa, a rainha falhou. Mas na segunda noite, o seu mensageiro ouviu o anão a saltitar em redor de uma fogueira e a cantar.
"To-day do I bake, to-morrow I brew,
The day after that the queen's child comes in;
And oh! I am glad that nobody knew
That the name I am called is Rumpelstiltskin!"
Quando o anão regressou, a rainha adivinhou o seu nome e pôde manter o seu filho. Existem várias versões para o final da história, mas o mais conhecido é aquele em que Rumpelstiltskin, louco de raiva, bate com o pé no chão com tanta força que se enfia nele até à cintura e então, num arremesso de fúria incontrolável, pega no seu pé esquerdo e se parte a si próprio em duas metades. Noutras versões, a profundidade da cova é tão grande que o anão se afunda nela para nunca mais ser visto.
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Short-Story: Aladino esfregou a lamparina, mas em vez do génio esperado, apareceu um anão. Disse a Aladino que trocava três desejos por três tesouros que Aladino lhe pudesse oferecer. Aladino deu-lhe os brincos de pérolas que trazia pendurados nas orelhas e pediu riqueza eterna. Rumpelstiltskin fez surgir uma arca cheia de jóias e disse-lhe que a arca estaria constantemente cheia, não importava quantas vezes Aladino a esvaziasse. Depois Aladino ofereceu-lhe a adaga cravejada de pedras preciosas, que trazia à cintura, e pediu protecção contra todos os que lhe quisessem mal e todas as doenças que o pudessem vir a afligir. Rumpelstiltskin deu-lhe um pequeno frasco com um líquido verde fumegante e disse-lhe para beber uma gota do frasco todas as manhãs antes de sair de casa. Finalmente, Aladino lamentou não ter mais nada para oferecer. Rumpelstiltskin disse: "Tens, sim. A lamparina mágica. Quero-a." Aladino franziu o sobrolho e retorquiu: "Mas assim nunca mais poderei trazer-te de volta quando precisar. Ela é o bem mais precioso que tenho." Rumpelstiltskin respondeu: "Tens riqueza e saúde. Que mais podes precisar? Além do mais, falta um desejo. Escolhe-o bem, pois é o último." Aladino pensou uns momentos e entregou-lhe a lamparina. "Quero a lamparina mágica de Rumpelstiltskin." Furioso, o anão não teve outro remédio senão devolver-lhe a lamparina mágica. Antes de desaparecer numa nuvem de fumo encarnado, ainda gritou: "Não sei para que queres tu desejos. Tens o bem mais precioso que qualquer homem pode possuir - inteligência! Se a usares bem, poderás ter tudo o que desejares e não precisarás de lamparinas mágicas!"

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

NOTORIOUS NUMBERS

1111
O Número do Quarteto

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Formado em 1967, foi composto por António Moniz Pereira, Mário Rui Terra, Mike Sargent, Michelle Moniet Silveira, José Cid e Tozé Brito.

O nome foi inspirado no número de telefone onde decorriam os ensaios.
O primeiro EP do grupo foi A Lenda de El-Rei D. Sebastião, o primeiro disco português a tocar no programa "Em Órbita" do Rádio Clube Português.
O grupo teve bastantes problemas com a Censura, por causa de canções que tinham uma forte carga política e contestatária.
Apesar de continuar ainda mais alguns anos, oficialmente o Quarteto acabou em 1975, com a saída de José Cid.
Para sempre ficam, no entanto, músicas como a que se segue, inesquecíveis e parte da memória da minha geração, pelo menos:
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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

SUGESTÃO DA SEMANA

Pronto! Tenho a anunciar que existe um sério rival de Russell Crowe para ocupar o lugar de homem mais sexy da Galáxia Andrómeda.
O homem que me fez gostar do parolo do James Bond, chama-se Daniel Craig, tem uns olhos azuis que trespassam como punhais, um "focinho" de rafeiro irresistível e ainda! não só fala inglês com sotaque russo na perfeição como também!!!! fala russo impecavelmente.
Por isso, minhas senhoras e meus senhores, a sugestão desta semana vai para "Os Resistentes", uma americanada tragável baseada na história verídica de três irmãos russos que salvaram centenas de pessoas das ignóbeis e malévolas mãos desses schwein nazis!
Agora a sério. O filme vê-se bem, as interpretações são razoáveis e só pelo facto de ter sido uma história verídica vale a pena a ida ao cinema. É o filme ideal para ir ver com a cara metade. Elas vão adorar os três irmãos (há para todos os gostos, loiro, moreno ou mais tenrinho para as mais pitas), a sua bravura e a sua nobreza de carácter. Eles vão adorar as armas, a guerra, a fraternidade, a acção.
E esta Andrómeda saiu muito feliz da sala, os ouvidos retinindo alegremente com o som dessa língua maravilhosa. Aqui fica o trailer.
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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

MURMÚRIOS DE AVALON I

O Actor Que Se Achava Um Inútil
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O Actor interpretava uma parede. Por isso, quando entrou não o viu. O Actor era bom. Era o melhor. Apesar dele próprio nunca poder admitir isso, nem em público, nem sequer em privado, mesmo que interiormente o soubesse melhor que ninguém. E, apesar de dizer umas baboseiras de quando em vez, das poucas vezes que concedia entrevistas, como quando afirmou que tinha a profissão mais inútil do mundo. Podia até ser que tivesse razão. Afinal de contas, a profissão de actor não alimenta ninguém, na maioria dos casos nem sequer o próprio.
O Escritor conhecia bem aquele Actor. Por isso, ficou deveras nervoso, quando viu que o outro tinha reparado em si. De mais a mais, ele era conhecido por ser insuportável para pessoas insignificantes como ele, porque era uma estrela, e as estrelas não têm paciência para pulgas.
Mas o Actor moveu-se lentamente até chegar à beira do palco, naquele seu modo muito característico, e quedou-se a observá-lo, sem pestanejar sequer. Estava vestido de preto dos pés ao pescoço, o Escritor imaginou que para disfarçar a sua gordura lendária.
Proferiu as únicas palavras que há muito pensara sobre ele e fantasiara um dia poder oferecer-lhe:
"Tu és, foste e serás durante muito tempo o maior actor que o mundo conheceu."
O seu coração bateu mais forte e sentiu-se transpirar subitamente. Também se sentiu ridículo. Quantas vezes teria ele ouvido aquelas palavras banais durante toda a sua vida de actor?
Não lhe respondeu. Sentou-se no rebordo do palco e continuou a observá-lo. Ao fim de alguns minutos, o Escritor percebeu o que se estava a passar. Era a sua forma de agradecimento, talvez, por aquelas palavras, ou talvez ele estivesse apenas a fazer precisamente aquilo para que nascera e a única coisa que sabia - representar. Apercebeu-se que o Actor estava agora a representá-lo a si. Era como se estivesse a olhar para um espelho vivo.
"Procuro uma palavra.", disse.
"Procuro uma palavra", repetiu o Actor exactamente com a mesma entoação.
"Por acaso não se encontrou com ela?"
"Por acaso não se encontrou com ela?"
E depois apercebeu-se que o Actor não poderia nunca ter encontrado a sua palavra porque ele apenas trabalhava com as palavras dos outros, ou as ideias dos outros. O Actor apenas poderia encontrar as palavras que o Escritor já tinha encontrado, ou as palavras correspondentes às ideias que o Escritor já teria pensado. Porque não inventava palavras, repetia-as. Mesmo admitindo que este Actor era de todos o que mais improvisava, mesmo assim, ele repetia as palavras de outros, todos os outros, pois qualquer outro era a sua fonte de inspiração, o seu alimento, o seu lume.
O Escritor despediu-se do Actor com uma vénia profunda. O Actor imitou-o e depois sorriu imperceptivelmente antes de se virar de novo para a parede e se confundir com ela, até não ser mais possível perceber onde começava a parede e acabava o homem.
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inspirado em e dedicado a Marlon Brando

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

PALAVRAS EMPRESTADAS 49


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"Sometimes we will announce what we did, sometimes we will not announce what we did. We don't always have to announce it."
Ariel Sharon, enquanto Primeiro-Ministro de Israel
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"A minha alma está cansada da minha vida."
Job, Livro de Job
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"Cascata
A criança sabe que a boneca não é real, e trata-a como real, até chorá-la e se desgostar quando se parte. A arte da criança é a de irrealizar. Bendita essa idade errada da vida, quando se nega a vida por não haver sexo, quando se nega a realidade por brincar, tomando por reais as coisas que o não são!
Que eu seja volvido criança e o fique sempre, sem que importem os valores que os homens dão às coisas nem as relações que os homens estabelecem entre elas. Eu, quando era pequeno, punha muitas vezes os soldados de chumbo de pernas para o ar ... E há argumento algum, com jeito lógico para convencer, que me prove que os soldados reais não devem andar de cabeça para baixo?
A criança não dá mais valor ao ouro do que ao vidro. E na verdade, o ouro vale mais? A criança acha obscuramente absurdos as paixões, as raivas, os receios que vê esculpidos em gestos adultos. E não são na verdade absurdos e vãos todos os nossos receios, e todos os nossos ódios, e todos os nossos amores?
Ó divina e absurda intuição infantil! Visão verdadeira das coisas, que nós vestimos de convenções no mais nu vê-las, que nós embrumamos de ideias nossas no mais directo olhá-las!
Será Deus uma criança muito grande? O universo inteiro não parece uma brincadeira, uma partida de criança travessa? Tão irreal ...
Lancei-vos, rindo, esta ideia ao ar, e vede como ao vê-la distante de mim de repente vejo o que de horrorosa ela é (Quem sabe se ela não contém a verdade?) E ela cai e quebra-se-me aos pés, em pó de horror e estilhaços de mistério ...
Acordo para saber que existo ...
Um grande tédio incerto gorgoleja erradamente fresco ao ouvido, pelas cascatas, cortiçada abaixo, lá no fundo estúpido do jardim."
Bernardo Soares (Fernando Pessoa) - Livro do Desassossego
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"Todos temos por onde sermos desprezíveis. Cada um de nós traz consigo um crime feito ou o crime que a alma lhe pede para fazer."
Bernardo Soares (Fernando Pessoa) - Livro do Desassossego
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"You shoot me in a dream, you gotta wake up and apologize."
Mr. White (Harvey Keitel) - Reservoir Dogs

domingo, 25 de janeiro de 2009

EM BUSCA DE PALAVRAS 56

Conselhos de Um Sniper
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Se Maomé não pode ir até à montanha, a montanha poderá vir até Maomé. Neste caso concreto, se a Marta não pode ir até ao sniper, o sniper vem até à Marta.
Eu explico melhor.
Se depois de cerca de 600 páginas de pesquisa (ainda não totalmente lidas), + 10 livros sobre armas, investigação em locais de crime e polícias + cerca de 40 filmes (and rolling ...) + cerca de 20 documentários sobre snipers de toda a espécie, feitio e formato, se depois de tudo isto a Marta ainda não se conseguiu decidir sobre qual a melhor espingarda para o seu sniper, então nada melhor do que perguntar a um sniper real o que escolheria, face a certas e determinadas circunstâncias.
E perguntam vocês: mas como é que a Marta encontrou um sniper verdadeiro disposto a partilhar consigo os segredos da profissão? É simples. Na era da internet, uma Marta e um sniper podem trocar e-mails de forma rápida e eficaz. Vai daí, passo a citar o currículum vitae do dito cujo:
* Formado na US Army Sniper School de Fort Benning
* Curso de SWAT conduzido pelo FBI
* Sniper profissional da US Army National Guard, onde foi líder de equipa
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Desesperada, enviei um e-mail a M. com a seguinte questão deveras urgente:
Preciso de saber que raio de espingarda é que um sniper criminoso utilizaria no meio da cidade, sendo que o meu sniper percebe tudo sobre armas, é completamente maluco por elas, conhece-as todas e quer uma arma que possa desmontar, mas que mantenha a precisão de disparo.
Claro que eu já sabia que M. me responderia que um sniper prefere sempre uma arma inteira, porque as que se desmontam perdem a precisão, mas também não tinha muita fé em que ele respondesse a uma maluca qualquer que manda um mail a dizer que quer arranjar uma espingarda para um sniper criminoso ...
O facto é que M. respondeu (é por isso que gosto dos americanos ...). Pediu-me pormenores sobre o meu personagem, background, se esteve ou não no exército, de que nacionalidade é, porque isso, disse-me ele, tem influência na escolha de espingarda que um sniper faz.
Muito bem, pensei. Now we're talking real business. Lá lhe enviei um retrato o mais detalhado possível do meu sniper, sendo que ainda não decidi uma série de pormenores mas já tenho algumas ideias delineadas.
M. aconselhou-me duas espingardas de que eu nunca tinha ouvido falar, com a devida ressalva que, com efeito, um sniper prefere sempre uma arma inteira, não desmontável. E cito: "Snipers typically do not like rifles that "break down" meaning detachable barrels, etc, because the accuracy is typically not as good." O facto de nunca ter ouvido falar nelas é um óptimo sinal. Se ele me tivesse indicado alguma das que eu já conheço, que são as mais comuns, ficaria de pé atrás. Mas não. Este sniper percebe realmente do assunto.
Como é óbvio, não vou revelar aqui quais foram as armas que M. me aconselhou. Fica no segredo dos deuses, da Marta, do sniper M. e de um certo sniper imaginário. Deixo apenas o cano duma das ditas cujas lá em cima ;) Ainda não sei se vou seguir o conselho de M. Quem tem a última palavra é sempre o personagem. E, portanto, terei de lha colocar à consideração e ver o que ele decide. É que ele é muuuuuuuuuuito picuinhas com estas coisas, percebem? Mas, posso adiantar que a sua primeira reacção a uma delas foi muito boa. Houve inclusivé um baque de coração, daqueles de amor à primeira vista, nunca negligenciáveis. Porquê? Ora, porque é elegante e bonita ... mas ainda faltam outros testes essenciais ...

sábado, 24 de janeiro de 2009

MURMÚRIOS DE LISBOA LXXVII

O Canibal
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Borboleta - Jardim Botânico
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Discover Howard Shore!
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"First principles, Clarice. Simplicity. Read Marcus Aurelius. Of each particular thing ask: what is it in itself? What is its nature?"
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Tenho um segredo. Sei onde está um dos 10 Most Wanted Fugitives procurados pelo FBI. Em Lisboa. Vi-o ontem. Entrou no autocarro e saiu na estação de comboio. Vinha vestido com umas calças de ganga azul céu e um kispo com duas riscas grossas, uma encarnada, outra azul. Trazia um boné de pala preto enfiado na cabeça, que lhe tapava parcialmente o rosto. O seu cabelo está todo branco, mas a sua expressão continua idêntica. Já fez a cirurgia à mão e, portanto, tem novamente 5 dedos completos.

Mas a mim não me enganou. Os mesmos olhos azuis claros que se abrem como lagos de águas gélidas para um abismo incompreensível, sem fim. A mesma linguagem corporal lenta mas ligeira, como um réptil que se move com a preguiça do sol e logo dispara um gesto inesperado e mais rápido que a cautela possa adivinhar. O mesmo estranho voltear do pescoço para os lados, como se nos estivesse sempre a avaliar o potencial nutritivo numa dieta exigente.
Se dúvidas houvesse, foram totalmente varridas quando demorou o olhar num restaurante por onde o autocarro passava. Observou os convivas, refastelados nas mesas com os seus manjares fumegantes a despertarem os sentidos. Fixou os lagos gélidos em alguns dos que disfrutavam do último repasto do dia. E deixou-os permanecer aí mais uns momentos do que o estritamente necessário.
Observava também com interesse as ruas por onde o autocarro ia passando. Decorava itinerários, memorizava pontos-chave, decidia rotas, presumo. Ou simplesmente escolhia presas?
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No dia seguinte o inesperado aconteceu. Alguém se sentou ao meu lado. Distraída com a música, apenas senti o seu cheiro intenso e reparei na presença de um corpo enorme, entroncado. Só me apercebi que era ele quando se levantou, se dirigiu à porta e saiu novamente na estação de comboios. No dia anterior, porque estava afastada, não tinha tido a noção de que era tão grande. Saiu ligeiro, apesar dos cabelos brancos. Antes de sair o seu olhar azul gélido passou pelo meu e um arrepio percorreu-me a espinha.Terá escolhido a sua próxima vítima?
Cuidado, preciso ter muito cuidado. Anda um Canibal à solta em Lisboa. O seu nome? Dr. Hannibal Lecter, M.D.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A FANTÁSTICA FAUNA DE ANDRÓMEDA

Quetzalcoatl
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Nos mitos da América Central, o Quetzalcoatl é a Grande Serpente Emplumada das tradições do Toltecas e Aztecas. Ele é o deus do vento que representa o espírito liberto da matéria. É um regenerador e shaman, um deus da fertilidade e aquele que traz as artes e a civilização. Toma a forma de uma serpente emplumada com as penas coloridas da ave quetzal, em vez de escamas. É frequentemente visto na companhia de beija-flores, pois representam a nahua (a alma desencorporada).
Entende-se que Quetzalcoatl percorre o mundo inteiro como um vento, presidindo os assuntos espirituais. Ele é o filho de Mixcoatl, a Serpente das Nuvens; os seus irmãos são Camaxtli a encarnada, Tezcatlipoca o deus negro da noite e Huitzilopochtli. Os quatro irmãos guardavam as 4 direcções. O símbolo de Quetzalcoatl era a estrala da mnhã, Vénus, que era um dos seus 4 templos. Os outros eram a lua, o templo da medicina e o templo de Xipe Totec, cuja entrada era apenas permitida aos que possuíam ascendência pura Toltec. Na sua encarnação humana Quetzalcoatl usava um chapéu cónico encarnado, como uma concha do mar, símbolo do seu poder como divindade do vento, uma máscara de vento, uma camisa emplumada e um arco e lança.
Quetzalcoatl desceu à terra por uma escada de corda que se assemelhava a um chicote, embora ele não desejasse nenhum sacrifício. Dois outros deuses acompanharam-no para o assistirem na ordenação da civilização. Durante a primeira era do sol, Quetzalcoatl abateu o senhor Tezcatlipoca, transformando-o num jaguar que comeu os gigantes que estavam a apoderar-se da Terra, antes de o atirar ao mar, uma acção que é repetida sempre que a constelação Ursa Maior desce na direcção do mar. Na segunda era do sol, o deus do vento Tlaloc atacou Quetzalcoatl, criando um grande furacão, mas na quarta era do sol, foram criados 4 homens para assistirem Tezcatlipoca e Quetzalcoatl, que se tornaram então os senhores dos céus. O acto de lançar o seu filho Nanautzin, que fora concebido pela deusa Chalchiuhtlicue, ao fogo, causou a quinta era do sol. Tlaloc fez o mesmo com o seu filho, que se transformou na lua. Durante esta era Quetzalcoatl tornou-se uma águia atravessando o céu durante o dia e emergindo no submundo como um ocelote.
Nas lendas Quetzalcoatl era um homem de pele branca, o que fez com que os Aztecas julgassem que o invasor espanhol Cortez era uma incarnação desse deus.
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Short-Story: E na décima era do sol, Quetzalcoatl ergueu-se de novo nos céus e voou com as asas do condor. Atravessou os ventos e as tempestades e viajou para lá das primeiras estrelas e rodeou os astros com o seu vôo que tudo abraça. Mergulhou no sol e morreu com ele.
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Quimera
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A Quimera ("cobra" em grego) era um monstro que expelia fogo, com os poderes de 3 animais - a cabeça e a parte da frente de leão, o corpo de cabra e a parte de trás de dragão. Há quem diga que, além da cabeça de leão, tinha nas costas a cabeça de uma cabra e que a cauda terminava numa cabeça de serpente.
Esta criatura era uma das grotescas filhas da cobra-mulher Equidna e de Tífon, o espírito dos furacões. A partir da sua gruta, no reino de Lícia, na Ásia Menor, devastou a região até que o rei encarregou o herói Belerofonte da tarefa de matar o monstro. Sem saber como cumprir esta assustadora proeza, o herói consultou um vidente que lhe disse que a vitória seria sua se cavalgasse o cavalo alado Pégaso. Subjugado pela oferta divina do freio mágico de ouro que Atena tinha dado a Belerofonte e que ele usou para domar Pégaso, o cavalo transportou Belerofonte pelos céus até ao antro de Quimera. O monstro expeliu fogo quando o cavalo alado desceu sobre ele e Belerofonte enfiou uma lança com ponta de chumbo entre as suas mandíbulas abertas. Derretendo-se com o calor, o metal espalhou-se pelo corpo do monstro, matando-o imediatamente.
Há quem pense que a Quimera é um vulcão com o mesmo nome, com leões a viverem no seu cume ardente, cabras pastando nas suas verdes encostas e serpentes rastejando na sua base rochosa.
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Short-Story: Inspirei o ar circundante. Cheirava-me às entranhas de Quimera, a Besta que vive nas profundezas da montanha. Quimera estava prestes a acordar. Por baixo dos meus pés a terra roncava suave mas persistentemente. As serpentes saíam das suas tocas e enroscavam-se em redor das minhas pernas. As minhas palavras suaves evitavam que me mordessem os calcanhares. Em breve rastejariam encosta abaixo, seguindo o mesmo trajecto que as cabras já haviam tomado. Ouviam-se já os rugidos na montanha. Mas eu sentei-me no chão e aguardei pela explosão do monstro. Não tinha mais para onde ir.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

NOTORIOUS NUMBERS

66
O Número do Asfalto
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John Steinbeck, no seu romance "As Vinhas da Ira", chamou-lhe The Mother Road, prestando homenagem à estrada que foi durante muitos anos considerada a Estrada Principal da América. Era natural - este romance conta os anos da Grande Depressão, altura em que a estrada foi uma rota privilegiada pelos milhares de imigrantes que rumavam ao Oeste em busca de melhor sorte.
Começava em Chicago, atravessava os estados de Illinois, Missouri, Kansas, Oklahoma, Texas, Novo México, Arizona e Califórnia, e terminava em Los Angeles percorrendo 3.940 km.
Construída em 1926, pavimentada em 1938 (antes disso o seu piso era gravilha e terra batida) e desactivada em 1985, a Route 66 constituiu uma via de comunicação importantíssima, pois o seu traçado e o seu perfil muito plano tornavam-na ideal para servir as rotas de transportes de mercadorias e pessoas através dos EUA. Foi também o berço dos restaurantes de fast-food, tendo o primeiro McDonald's surgido em San Bernardino, um dos pontos de passagem da estrada.
Hoje em dia tem o estatuto de "Histórica" e é um verdadeiro mito da cultura americana, tendo inclusivamente sido cantada por inúmeros músicos, sendo a versão mais famosa certamente a de Nat King Cole. Está intimamente associada a diversos ícones da cultura popular americana, tais como os camiões transcontinentais, o corvette, as choppers, etc.
O número 66 foi escolhido por se achar que seria fácil de memorizar e agradável ao ouvido.
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quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

MAGIC MOMENTS 58

Gosto da América por muitas razões, mais do que aquelas que me fazem por vezes não gostar da América. E por isso gosto da América. E por isso me irrita quem é anti-americano só porque sim, pela simples razão de que me parecem burros, uma vez que se mais não existisse, haveria pelo menos uma razão para gostarmos todos da América - a sua cultura é tão rica e tão variada que seria um desperdício passar por esta vida sem dela conhecer um pouco.
Gosto da América por muitas razões. Entre muitas outras, porque a América sabe, gosta e não tem vergonha de sonhar e eu gosto de sonhos; porque o profissionalismo americano é imbatível e merece a minha admiração; porque a América gosta e sabe fazer espectáculo e eu gosto de um bom espectáculo; porque foi lá que nasceu o maior actor que este mundo conheceu - o incomparável, gigante, Marlon Brando. E por isso gosto da América.
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Espero vir a ter mais uma razão para gostar da América. Veremos como se porta o senhor que se segue.
Entretanto, deixo aqui dois momentos especialíssimos proporcionados pela América e pelos Americanos, em honra do tal senhor que se vai seguir nos tempos próximos.
O concerto "We Are One", em honra de Barack Obama, começou com aquele que eu considero a Voz da América por muitas razões (um dia talvez fale delas) ...

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... e teve 4 convidados especiais vindos de terras longínquas, os únicos não-americanos a cantarem nessa tarde, precisamente porque há 25 anos escreveram uma canção em honra de um senhor muito especial, um senhor que falou neste mesmo local sobre um sonho que tinha, um sonho que se concretizou.
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E estas foram as últimas palavras desse senhor, antes de ser assassinado. Palavras tão proféticas, que hoje nos arrepiam.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

SUGESTÃO DA SEMANA

Cansado do dia-a-dia? Farto da rotina? Então faça como o Inspector Clouseau e contrate um Kato para o atacar inesperadamente sempre que chega a casa. Ficará assim com as suas capacidades de combate e vigilância sempre em forma e é uma boa maneira de desopilar. Quando não o estiver a atacar, Kato é um mordomo obediente que lhe preparará o jantar e limpará o pó à casa. Claro que o jantar e a casa podem sempre correr o risco de ficar completamente destruídos, mas não faz mal, Kato arrumará tudo no fim.
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Se esta sugestão não foi do seu agrado, então relembre simplesmente Peter Sellers, ria que nem um estúpido e fique pelo menos com os músculos faciais e da barriga em forma.
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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

PALAVRAS ESTÚPIDAS 45

K sozhaleniyu, ya poka ne govoryu po russki*
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Se há língua que me põe completamente maluca é o russo.
Não sei porquê ... já tentei analisar isto do ponto de vista racional - serão aqueles sons "ch" sussurrados, aqueles "ts" e "rs" seguidos de forma tão contundente, aqueles "ns" seguidos de "is" tão doces? será que porque sempre que ouço russo é da boca de homens possantes e grandes, umas autênticas bestas, invariavelmente agentes do ex-KGB, militares ou primeiros-ministros da Rússia que não estão para brincadeiras? será porque os russos têm sempre aquele ar de quem não brinca em serviço em circunstância alguma? Talvez ...
O que sei é que quando ouço russo, fico doida! cheia de calores! com arrepios a treparem-me pela espinha acima. O mesmo se passa quando um russo fala inglês ou português com aquele sotaque. Epá! eu chego a ficar escondida em esquinas onde há obras a decorrerem, só para ouvir aqueles trabalhadores ucranianos a falarem.
E quando o Putin aparece a falar na TV? Pára tudo! Eu quero lá saber que o homem esteja a dizer que vai invadir a Tchéchénia (reparem bem no som maravilhoso desta palavra - Tché-tché-nia ... e em russo pronuncia-se Tché-che-nia) pela milésima vez e que vá provocar um massacre, quero lá saber que o homem seja um filho da mãe! Mas é um filho da mãe russo! que fala russo! Também não percebo nada do que o homem está p'ráli a dizer, portanto é-me igual ao litro! É que até podia estar a dizer "Mártovski, filha, vuoute piersieguir tôda a vieda e vuoute métier uma grâniada na buouca" Quero lá saber! Desde que continue a falar assim, é que pode vir com as granadas todas que lhe apetecer!
E a maneira como eles dizem Putin? maravilhoso som! é que eles não dizem Vladimir Putin, eles dizem Vlâdimier Puôta :) Isto é absolutamente extraordinário!
E até digo mais, se o Putin alguma vez me falasse ao ouvido assim, eu oferecia-me para invadir a Tché-che-nia sozinha! É que nem pensava duas vezes. Aliás, pensar? a língua russa não foi feita para pensar, foi feita para ... para ... para ... opá para outras coisas, percebem? E os caracteres que aqueles gajos me inventaram, pá? Sexys como o caraças. Aquelas linhas rectas e aquelas letras ao contrário, que não lembram ao diabo. Esta língua não é uma língua, caraças! Esta língua é um pecado, o 8º.
ldkfçld
E agora, se me dão licença, enquanto o senhor aí em baixo fala, eu vou ali acalmar-me e já venho porque senão o écran vai ficar cheio de baba ...
dfkjdf
djfkldf
P. S. Um brinde com vôdka à Mãe Rússia, aos seus filhos russos e a todas as palavras, sinais de pontuação e regras gramaticais russas! Za Zdorovie! Za Zdorovie! Za Zdorovie! Hicup! Trááááás!!!! (isto foi o som do meu shot de vôdka a ser lançado para trás das costas com emoção, entusiasmo e paixão)
dlfkçldkf
* Tradução do título deste post: "Infelizmente, ainda não sei falar russo"

domingo, 18 de janeiro de 2009

EM BUSCA DE PALAVRAS 55

Histórias à Prova de Bala
fklkf
Ao contrário do trajecto de uma bala, o dos personagens e do enredo não tem de ser obrigatoriamente linear. Pelo contrário, pode realizar curvas apertadas ou largas, ziguezaguear, recuar e avançar no tempo, sem que nos preocupemos com velocidades do vento, geografia do terreno, curvatura do planeta, distâncias ou potência das munições.
Existem, no entanto, certas lições preciosas que as histórias podem aprender com as balas - a energia de boca de cano deve ser considerável se queremos que o leitor seja atingido pela história desde o início e não a consiga largar, o enredo pode variar no tipo de terminação que exibe, consoante o efeito que se pretende provocar no leitor a dada altura daquele, um autor pode disparar vários tipos de enredos contra o leitor no decurso de uma história, surpreendendo-o quando ele menos espera e provando que um escriba não transporta apenas um tipo de munições de palavras consigo.
As lições podem ser intermináveis, se se souber onde procurar e o que procurar.
É essa a maravilhosa versatilidade das histórias. E, neste caso concreto, das balas.
De resto, as leis da física determinam que uma bala percorrerá sempre uma trajectória em linha recta, a não ser que embata num obstáculo e faça ricochete para outro lado.
djdkj
Por isso, e caso algum dia se veja perseguido por um atirador furtivo (da maneira como o mundo está, nunca se sabe ...), queira por favor tomar nota das seguintes dicas para evitar ser atingido por uma bala:
* Não fique parado a olhar para a sua vida a passar-lhe à frente dos olhos - corra que nem um doido, porque assim dificulta a pontaria ao sniper
* Sim, mas corra em ziguezague, e não em linha recta, senão vai dar à mesma ... para o sniper a diferença será que o pontinho na mira, ou seja você, estará apenas a afastar-se sempre na mesma linha da mira!
* Dobre a primeira esquina que encontrar porque apesar das espingardas de sniping estarem cada vez mais high-tech, ainda não conseguem fazer com que a bala mude de direcção a meio caminho - e não volte para trás para espreitar!
* Proteja-se por trás de materiais à prova de bala, como muros de pedra, árvores, betão, etc; não se proteja atrás de vidro, colchões de plumas, portas de madeira ou outras pessoas (sim, a sua cobardia pode sair-lhe cara, visto que uma bala é capaz de trespassar 2 corpos tenrinhos como o seu)
* Não finja que está morto - há snipers persistentes, aplicadinhos, com a mania da perfeição e com uma porrada de munições para desperdiçar e depois ... não se esqueça que ele tem uma mira e que consegue ver até a sua respiração ...
lkçldk
E se duvida da pontaria de um bom sniper, veja isto:
dçklfdç

sábado, 17 de janeiro de 2009

A FANTÁSTICA FAUNA DE ANDRÓMEDA

Pan
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Na mitologia grega, o deus Pan é o filho de Hermes e da ninfa Driope. Diz-se que o seu nome significa "Tudo" mas a raíz é a mesma encontrada nas palavras "pasto" e o Latim "panis" (pão). É essencialmente um guardião de rebanhos. Da cintura para cima tem a aparência de um homem com chifres na cabeça, mas a parte inferior do corpo é a de um bode peludo.
Viveu essencialmente em Arcadia onde guardava rebanhos, colmeias e manadas e tomava parte nas orgias dos Oreades. Seduziu várias ninfas, incluindo Eco e Eufémia e conhecia todas as Maenades de Dionísio. O viajante desprevenido pode ser tomado de pânico na presença de Pan, mas isto apenas acontece àqueles que abandonaram o seu instinto animal e se venderam à civilização.
Apesar da sua natureza selvagem, Pan era um patrono das artes, ensinando a Apolo a arte da profecia e a Hermes a arte de tocar flauta. De acordo com uma história contada por Plutarco no seu "Sobre o Silêncio dos Oráculos", um marinheiro chamado Tamus dirigia-se a Itália quando ouviu uma voz divina chamá-lo: "Quando chegares a casa, proclama a todos que o grande deus Pan está morto." Quando desembarcou e partilhou este estranho episódio, houve lamentos da população pela perda de um tão bondoso deus. Esta história, no entanto, pode dever-se a uma interpretação errada das lamentações que ocorreram ao longo da costa este do Mediterrâneo pela morte anual do deus Tammuz, amante de Ishtar/Inanna, por quem o lamento Thamus Pan-megas Tethence ("o grande Tammuz está morto") era entoado anualmente.
Não devemos acreditar tão facilmente que Pan está morto, embora nos devamos lembrar que, a não ser que cuidemos dos lugares selvagens, em breve ele não terá mais onde viver.
skjsl
Short-Story: O Deus Pan reflectiu e apontou os seus pensamentos. Não usava nem tinta, nem palavras, mas instinto. E os seus pensamentos ficaram gravados onde sempre pertenceram - no murmúrio suave da pulsante vida ininterrupta de todos os seres verdes. E as folhas e os caules e as pétalas e as gotas do orvalho e da chuva e dos riachos e a resina e o húmus entoam um sussurro em uníssono, entoam as palavras do grande Deus Pã: "Não tenhas medo de ser aquilo que és. Assim seja."
ºdçkl
çdkj
Pégaso
çlçº

çdkdçdlk
Quando o deus grego Poseidon se deitou com Medusa, Atena transformou-a num terrível monstro cujo olhar podia petrificar quem a observasse. Só Perseus conseguiu derrotá-la e, quando a decapitou, as sementes da sua união com Poseidon foram libertadas do seu corpo, transformando-se no guerreiro Crisaor e no cavalo alado Pégaso.
Pégaso tornou-se um favorito das Musas do Monte Helicon e criou o poço sagrado, Hipocrene, calcando o solo com os seus cascos. Tornou-se ainda ajudante do herói Belerofonte, que o procurou e domou lançando um freio de ouro em redor do seu pescoço, um presente da deusa Atena. Voando no dorso do cavalo, Belerofonte destruiu a Quimera.
Mais tarde, e depois de muito elogiado pelo seu feito, Belerofonte tornou-se demasiado arrogante e julgou-se um deus. Voou até ao Monte Olimpo, morada dos deuses, mas Zeus enviou um moscardo para picar Pégaso debaixo da cauda, o que fez com que o cavalo baixasse a traseira e deixasse cair Belerofonte. Este caiu na direcção da terra e aterrou num arbusto espinhoso, vagueando pelo mundo cego, defeituoso e amaldiçoado pela sua presunção, até morrer.
Pégaso permaneceu no Olimpo como o chefe dos raios e trovões de Zeus.
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Short-Story: O ser resfolegou e relinchou silenciosamente diante de si. O seu relinchar não era como o dos outros cocheiros do vento. Nem o seu trotar. Nem a sua crina. Nem o seu porte. E, no entanto, era em tudo semelhante aos outros. Mas todos os outros empalideciam perto daquele. Havia algo de portentoso sem qualquer altivez, de feroz sem intimidação, de liberdade sem revolta, de garbo sem nobreza. E Atena explicou-lhe que aquele era Pégaso, o Senhor do Vento. E Belerofonte entendeu, quando Pégaso fez descer suavemente a cabeça e as asas se lhe abriram no dorso, imensas como mantos de espuma, azuis como as vestes do céu, ondulantes como auroras boreais, incandescentes como rebanhos de estrelas, leves como os ventos de Eolo, belas como as madrugadas no Olimpo. E Belerofonte baixou instintivamente a sua cabeça e murmurou, quase como se em oração: "Eu te saúdo, ó incomparável Senhor dos Senhores do Vento."

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

NOTORIOUS NUMBERS

8 1/2
O Número Absurdo
LFDKÇL


ÇLFKDLÇF
Não é fácil entender Fellini. No entanto, e falando por experiência própria, vi 2 ou 3 filmes dele ainda muito jovem e o que aconteceu foi que, embora a minha parte intelectual não tivesse entendido muitas coisas, a criança que eu era ficava fascinada com tudo aquilo, sem saber exactamente porquê. Em adulta percebi que se deixar a parte emocional ou "infantil" com rédea solta, é a melhor maneira de absorver Fellini e o seu universo estranho, encantado, burlesco e absurdo, afinal, o universo infantil que todos habitamos no princípio da vida. É essa a magia de Fellini.
lkçldk
8 1/2 conta a história de um realizador que acabou de ter um êxito tremendo com o seu último filme, mas que não faz ideia do que vai fazer a seguir para igualar o seu sucesso. É, no fundo, a história do momento que o próprio Fellini passava naquela altura, tendo acabado de realizar La Dolce Vita. Enquanto Guido, interpretado por Mastroianni, se debate com o seu bloqueio, uma série de flashbacks, sonhos e fantasias misturam-se na sua memória, sem se ter a certeza do que é realidade ou ficção. 8 1/2 é uma alegoria fabulosa ao próprio cinema e a quem dele faz a sua vida. O British Film Institute classificou-o como o 3º melhor filme de todos os tempos.
ldkçld
Porquê o título 8 1/2? Porque Fellini tinha realizado até à data 6 longas metragens, 2 curtas metragens e uma colaboração com outro realizador, que contava como a metade de 8 1/2.
çflºçdf


quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

MAGIC MOMENTS 57

Esta senhora não é uma senhora, é uma Deusa.
Esta voz não é uma voz, é A Voz.
Esta Andrómeda anda há um ano a tentar arranjar adjectivos que a descrevam, mas desistiu. Qualquer coisa se torna redundante ou pobre, em comparação. Dizer que a venero é pouco. Dizer que ela é a vocalista da melhor banda de rock que este planeta jamais conheceu, é pouquíssimo. Dizer que a voz dela é sobrenatural, out of this planet, inimitável, improvável and just plain simple fucking amazing, é ser forreta nas palavras. Dizer que as letras que ela escreveu são espantosas, é La Palisse.
lfkgfçlg
Ladies and gentlemen, I give you Stevie Nicks and Fleetwood Mac (at which point you should bow and stay bowed while listening).
lkgfçdklg
kfjfkl
E como estou generosa, ora tomem lá mais do mesmo, desta vez com uma das outras vozes da banda (o facto de terem 3 vocalistas é um dos segredos da sua fascinante gama de registos) - Christy McVie.
fdgff

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

SUGESTÃO DA SEMANA


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Quer saber como ficaria se vivesse em Springfield e fosse um/a Simpson?
Então vá até http://simpsonizeme.com/ e divirta-se!
Eu fiquei assim :)
dklfç



ksçlkçs
E aqui estou eu em Springfield ;)
dçdkj

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

PALAVRAS ESTÚPIDAS 44

O Síndrome do Pessoa
ldkfçlf

lkçldkkçdl
António Lobo Antunes (ALA): "Eu não gosto nada do Fernando Pessoa, acho-o um chato. Acho-o um chato, é um gajo que, como dizia a Maria Velho da Costa noutro dia... Aliás o Fernando Pessoa é um heterónimo do João Gaspar Simões, na minha opinião."
Inês Pedrosa (IP): "Era isso o que dizia a Maria Velho da Costa?"
ALA: "Não, isso digo eu."
IP: "E o que é que ela dizia?"
ALA: "Ela dizia que isto é um país de idiotas, em que as pessoas pensam que a tristeza é uma forma de inteligência, quando não é nada, é uma forma de estupidez! Portanto, o Pessoa é um gajo do caraças... Era isto que ela dizia... Olha, essa gosta de mim."
IP: "Mas há uma tristeza constante naquilo que escreve..."
ALA: "Tristeza, ou desespero, ou desesperança, não sei bem... Não quero falar mais disso. É feliz?"
Entrevista de Inês Pedrosa a António Lobo Antunes - Revista Ler -1988
dçfdºçlf
Todo o tuga tem o síndrome de Fernando Pessoa.
Ou seja, todo o tuga acha que é um grande poeta desconhecido e incompreendido, e quem diz poeta, diz canalizador, carpinteiro, médico, taxista, informático ou homem das obras.
Todo o tuga acha que ele, ele é que, ele é que sabe.
Se lêem Pessoa, entenderão o que quero dizer. Fernando Pessoa fartava-se de dizer que era um grandessíssimo génio, mas que o mundo ainda não o tinha descoberto. O problema (para nós, não para ele) é que o Fernando Pessoa ERA de facto um grande génio, o que é verdadeiramente desconcertante, porque aprendemos desde pequeninos a ciência da "falsa modéstia" e passamos a vida a achar que não se deve dizer que se é bom nalguma coisa, quando se tá mais que fartinho de saber que se é, só não vê quem é burro! ou invejoso!
E por isso passamos metade da vida a dizer "ai não, eu faço umas coisinhas, só isso, pára lá com isso que me estás a embaraçar, não exageres" e depois para dentro "claro! até que enfim que alguém tem a coragem de ver que eu sou muita bom, poça! irra!"
ldkçld
Ora, o Fernando Pessoa, que foi educado na África do Sul à inglesa, mas viveu em Portugal, sofre do mal de todos os que, tendo duas "nacionalidades" (sei bem do que falo ...) vivem constantemente divididos entre elas. Ou seja, ele não tinha cá essas tretas das falsas modéstias tão características do tuga, sabia que era bom e passava a vida a dizer que o era, tendo até tido a incrível latosa de dizer que seria imortal. O Pessoa não era parvo! Podia ser doido, tarado, doente mental, esquizofrénico, ter múltipla personalidade, sofrer de maníaco-depressão, encher-se de rapé todo o santo dia e mais as milhentas coisas que dizem dele, mas parvo é que ele não era de certeza absoluta. Só que, como no fundo mais fundo de si mesmo era tuga, lá está, não saía da cepa torta, andava sempre lá a remoer aquilo entredentes, nos seus escritozinhos, curvado dentro do seu sobretudo triste e cinzento, debaixo do seu chapéu enterrado até às orelhas, por trás dos seus óculozinhos de intelectual.lfkfçl
E essa é precisamente a outra característica que também faz parte do Síndrome de Fernando Pessoa. Todo o tuga vive arrumadinho no seu cantinho tristonho e depois faz assim umas coisas às escondidas, umas coisas que ele acha do catano, mas que, lá está, nem se atreve a mostrar ao mundo não vá o mundo achar que ele se passou completamente, e que amandou os parafusos que ainda lhe sobravam na tola todos ao ar. Em vez disso, mostra assim na roda dos amigos e pronto, já é um pau. Só que, no caso do Fernando Pessoa, que era o típico tuga apagado e discreto, a trabalhar lá naquela repartição como escriturário numa ruazinha escondida de Lisboa, triste e sensaborão, que fazia justíssimo jus (passe o pleonasmo) àquela frase maravilhosa daquele escritor que agora não me lembro do nome e que disse o seguinte "Eu sou óptimo a pensar, sou bom a escrever e sou uma nódoa a falar" (revejo-me inteiramente, diga-se), o Pessoa, dizia eu, escrevia "às escondidas" volumes quilométricos de tinta, todos eles, sem excepção, da melhor literatura que este mundo já viu. É essa a diferença entre o Pessoa e o tuga que sofre do Síndrome do Pessoa.
fdkkdçlfk
Serve, portanto, a presente para concluir que, a meu ver, mais do que o raio do coitado do andrógino Sebastião, o tuga vive é com o peso do fantasma do Pessoa em cima dos seus pobres ombros vergados com a típica "peninha de si próprio". Portugal é composto por 10 milhões de génios incompreendidos e desconhecidos, que só serão reconhecidos postumamente e que entretanto vivem vergados pelo peso da sua imensa tristeza, que mais ninguém pode jamais, achamos cada um de nós, almejar compreender em toda a sua amplitude.
kjflkjfd
Talvez seja por isso que o Lobo Antunes não vá muito à bola com o Pessoa, algo que eu nunca compreendi, uma vez que os dois são tipo os meus mestres zen da escrita. Sempre me causou imensa impressão isto. Mas, agora, pensando bem, até consigo talvez entender esta comichão Lobo Antuniana. É que o Lobo Antunes, infelizmente ou não para ele, é tudo menos o tuga típico - era um giraço loiro e escandinaviano quando era novo, tem uns olhos azuis à Paul Newman nada latinos, escreve sobre o tuga como se fosse de uma raça à parte, tem sucesso ainda em vida e diz o que quer e lhe apetece sem problemas existenciais absolutamente nenhuns. Talvez seja por isso que aquela amostra de gente miópe, low profile e esquizofrénica que era o Pessoa, o irrite um tudo nada.
O curioso é que o Pessoa foi educado lá fora mas era o mais tuga que se possa imaginar, enquanto que o Lobo Antunes nunca saiu daqui e é o menos tuga que se possa imaginar. Ele há coisas desconcertantes ...
dçlkd



segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

EM BUSCA DE PALAVRAS 54

À Caaaaaaaaaaaaaaargaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!
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dlkçld
Satélites de espionagem detectaram a presença suspeita de um arsenal de armas nucleares algures nas montanhas do Irão. O Conselho de Segurança das Nações Unidas enviou uma comissão de observadores internacionais para verificarem a veracidade destas alegações, mas o presidente do Irão afirma que se trata de uma mentira. A comunidade internacional exige que o Irão suspenda quaisquer programas de enriquecimento de urânio, sob pena de sanções severas. Não felizes com o resultado diplomático, os EUA enviam secretamente uma equipa de snipers ao terreno.
Missão: Chegar à ponte, atravessá-la, detectar provas da presença de equipamento nuclear e fugir, sem ser detectado, atravessando de novo a fronteira. Atirar apenas quando absolutamente necessário. Causar o mínimo de baixas possível.
Eu sou o sniper desta missão arriscada e tenho comigo o meu spotter.
Não, não emigrei para os EUA, nem me alistei no exército e muito menos tirei um curso de sniping (se bem que, por esta altura do campeonato, até nem me importasse de fazer isso).
Ofereceram-me foi um jogo de sniping no Natal. Parece que voltei a ter 13 anos ... mas não, estou é empenhada em tornar o meu sniper o mais real possível e portanto, vale tudo, até ficar viciada num jogo de computador cujas principais ferramentas são, e passo a citar, uma espingarda SR25, uma pistola Beretta, uma faca de mato, um par de binóculos potentes, um arsenal de granadas e uma caixa de equipamento secreto.
ldçkçlkd
Chegar à ponte é o primeiro checkpoint desta missão. Dá para espreitar pela mira e ver o nosso alvo como se fosse mesmo real. Isto é giro!, penso eu. Armo-me em maluca e vou por ali fora, disparando a torto e a direito, matando tudo quanto é iraniano que me aparece pela frente.
Morro 4 vezes seguidas ... O écran enche-se de sangue que escorre pela minha mira. Não é nojento ... é humilhante ...
Felizmente, isto é um jogo de computador e portanto consigo sempre ressuscitar. À quarta morte deixa de ser assim tão giro e passa a ser desesperante. Páro, respiro fundo e lembro-me de tudo o que aprendi durante este ano sobre sniping. E então, aplicando todas as lições, com paciência, muita calma, rastejando e sendo o mais discreta possível, lá consigo chegar à ponte sem desperdiçar munições - 3 tiros certeiros em 3 iranianos armados em espertos. Fixe. Porreiro. Agora tenho uma missão. Já não se trata de ser giro, já estou cheia de raiva e quero é matar bonecos! Venham eles!
Afinal eles sempre têm razão - o sniping é 90% paciência, observação e, lembro-me das preciosas lições de Carlos Hathcock, provavelmente o melhor sniper americano de todos os tempos, veterano da guerra do vietname, "atenção aos detalhes ..." "atenção aos detalhes ..." "atenção aos detalhes ..." Por isso, continuo a rastejar cautelosamente e a observar as imediações com a mira, para detectar inimigos escondidos nos sítios mais insuspeitos.
çdçdlf
O problema é depois da ponte ... depois de umas 20 tentativas infrutíferas, percebo que o jogo está feito para que eu fique sem munições na minha preciosa espingarda a meio caminho da fronteira, o que significa que tenho de embarcar, desta vez sem escolha, em novo raide suicida por entre as tendas e edifícios inimigos, atirando granadas a tudo o que mexe, correndo que nem uma maluca (bem, ele, o boneco é que corre, não sou eu) e disparando a Beretta à direita e à esquerda. Ao fim de não sei quantas tentativas lá consigo chegar à fronteira. Mas o raio dos iranianos são mais que às mães e eu agora já só tenho granadas ...
çldkfçld
Respiro fundo. Desisto, por enquanto. O problema é que neste jogo desistir significa ter de realizar todos os checkpoints novamente até terminar a missão por completo. AAAAARRRRRGGGGHHHHHHH!!!!!!!!! Depois acalmo, lembro-me novamente das sábias palavras de Carlos "um sniper deve estar sempre a treinar, nunca é demais, para que tudo se torne instintivo" e penso assim - mas ó Marta, ao menos ressuscitas, não é assim tão mau ... e ao menos não tens que andar com 30 quilos de equipamentos às costas, mais os 4 quilos da espingarda, não tens que controlar a respiração nem os batimentos cardíacos, não tens que suar, não tens que esperar horas, às vezes dias seguidos no mesmo sítio sem te mexeres, não tens que ...
... e lembro-me da máxima dos Marine Snipers - "One shot, one kill". So true. And if it's not them, it will be you ...
Ser sniper não é canja, de todo. Mas isso, já eu sei há um ano. De volta ao jogo. De volta aos tiros. Suspiro de resignação. Mas cada vez te entendo melhor, meu sniper imaginário ...

domingo, 11 de janeiro de 2009

A FANTÁSTICA FAUNA DE ANDRÓMEDA

Oberon

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Oberon é o Rei das Fadas na literatura medieval. As suas origens são pouco claras, mas parece ter sido primeiro mencionado no romance medieval francês Huon de Bordeaux, onde é chamado Oberon e é descrito como um rei anão e, ou o irmão de Morgan le Fay ou o seu filho, resultado da união daquela com o Imperador Júlio César. De acordo com outro romance italiano, diz-se que ele é o Rei de Avalon e nesta versão, quando o Rei Artur é mortalmente ferido na sua última batalha, é levado até ao reino de Oberon e torna-se seu herdeiro. Outras fontes referem que Oberon é filho de Cefalónia, Rainha da Ilha Escondida e que no seu baptizado as fadas o presentearam com inúmeras oferendas, embora uma fada má o tivesse amaldiçoado com a sua estatura pequena.
Mas é através da literatura que Oberon é mais conhecido. O poeta Edmund Spenser descreve-o como o pai de Gloriana no seu poema The Faerie Queene e Shakespeare imortalizou-o na peça Sonho de Uma Noite de Verão, onde é alto e belo, em vez de anão.
Os viajantes que deambulem pelos caminhos escondidos das florestas do Norte da Europa, podem encontrá-lo pelo caminho. Oberon tentará distraí-los com conversa e fazê-los perderem-se. Se responderem, perder-se-ão para sempre; se permanecerem silenciosos, Oberon fará com que chova e caia granizo e um grande rio negro surgirá no caminho. No entanto, isto não passa de uma ilusão e pode escapar-se-lhe caso o viajante tenha a coragem de atravessar esse rio.
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Short-Story: O viajante estacou subitamente. Diante de si erguia-se um jovem e esbelto mancebo, de semblante agradável e sorridente. Trajava de modo simples e não era muito alto, pelo que o viajante calculou a sua idade pelas vinte primaveras. "Está um belo sol!", afirmou o jovem. O viajante limitou-se a acentir com a cabeça. "Para onde te diriges, ó caminhante, se é que o podes revelar?" O viajante apontou para trás do seu interlocutor com o dedo indicador. O jovem piscou os olhos, continuou a sorrir e insistiu "E tendes com que te agasalhar? Dizem que trovejará esta noite. Os caminhos não são seguros por estas bandas." O viajante mostrou-lhe o embrulho que carregava debaixo do braço e que não era mais do que um manto espesso de pele de urso castanho. O jovem afastou-se, finalmente e, com um sorriso travesso a bailar no olhar, fez uma vénia e disse: "Prossegue então, viajante. Respondeste-me, mas sem proferires qualquer palavra. Se me tivesses ignorado, faria com que o Rio Negro de Avalon engolisse o teu caminho e o teu destino. Se me tivesses respondido com a garganta, não terias melhor sorte e deambularias eternamente na Floresta Cinzenta. Mas mostras cautela e intelecto, onde outros se fizeram prisioneiros da pressa e da emoção. Vai e não mais regresses por estes caminhos. Oberon só admite clemência por uma vez, quando o adversário se mostra à altura."
çlfçdºlf
çlkldldkjkd
Orc
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kdjkdl
Muitos poderão ficar surpreendidos ao saberem que os Orcs não foram inventados por J.R.R. Tolkien, na sua trilogia d'O Senhor dos Anéis. Antes disso já tinham sido mencionados pelo profético poeta William Blake, que os descreveu como servidores do demónio. Porém, têm uma encarnação ainda mais antiga no mundo clássico, onde são discutidos pelo naturalista romano Plínio, o Velho, que refere o Orc como um inimigo natural da baleia, descrevendo-o como uma enorme massa de carne armada de dentes. Uma destas criaturas foi vista em Ostia durante o reinado do Imperador Cláudio, quando se banqueteou com uma carga de peles de animais que caiu de um dos navios do imperador. Mais tarde, os Saxões referem-se aos Orcs como poderosos espíritos da Terra. Surgem novamente no poema épico medieval escrito por Ariosto, "Orlando Furioso", como a Besta, num episódio que conta a história de Perseus e Andrómeda - nele o herói Rogero salva a bela Angelica da morte certa à mercê de um Orc:
flkçklf
Yet with his spear in hand, though not in rest,
The ugly Orke upon the brow he strake,
(I call him Orke, because I know no beast,
Nor fish from whence comparison to take)
His head and teeth were like a boar, the rest
A mass, of which I know not what to make.
fldkçdl
No final, Orlando mata a criatura colocando uma âncora entre as suas mandíbulas, para que estas se abram e ele ataque do interior.
ldkjk
Short-Story: E no entanto, um sobreviveu. Porque de todos era o mais inteligente. E com a sua resistência e a sua lança percorreu os caminhos de Mordor, para lá do Rio do Fogo e não descansou enquanto não encontrou o Anel Escondido de Lemler. Recordou as palavras do seu Amo:
"Quando todos tiverem perecido
E tudo te parecer perdido
Vai e procura
No berço das chamas de Mordor
Lá, onde nenhuma criatura ousará habitar sequer em pensamento
Nem Elfo, nem Anão, nem Hobbit, nem Humano
Vai, Servo Invencível, e procura
O Anel Escondido de Lemler
O Anel que a todos há-de sobreviver
O Anel que a todos fará perecer
O Anel com que Sauron tornará a reviver
O Anel do Eterno Poder
inspirei-me em personagens e lugares d'O Senhor dos Anéis

sábado, 10 de janeiro de 2009

NOTORIOUS NUMBERS

57
O Número do Vazio
dlfklçdf


fkçldkf

É o Boss quem o diz e o Boss é sempre acutilante nas suas afirmações.
57 channels and nothing on. O que traduzido livremente dá algo como "57 canais e nada de jeito".
É verdade. Quantos de nós já se puseram a zapar aborrecidamente pela panóplia de canais, regressando ao início com um suspiro de frustração? Sendo que agora já não são apenas 57, mas muitos mais ...
ldfkçdlk
Lembro-me muitas vezes desta canção, enquanto faço zapping. A solução do Boss? Pegar numa .44 magnum e rebentar com a TV ... E não é como se muitas vezes não desse mesmo vontade de fazer isso ...
dlkfçd

dkjfkldj
I bought a bourgeois house in the Hollywood hills
With a truckload of hundred thousand dollar bills
Man came by to hook up my cable TV
We settled in for the night my baby and me
We switched 'round and 'round 'til half-past dawn
There was fifty-seven channels and nothin' on
Fifty-seven channels and nothin' on
Fifty-seven channels and nothin' on
dlfkçdf
Well now home entertainment was my baby's wish
So I hopped into town for a satellite dish
I tied it to the top of my Japanese car
I came home and I pointed it out into the stars
A message came back from the great beyond
There's fifty-seven channels and nothin' on
Fifty-seven channels and nothin' on
Fifty-seven channels and nothin' on
çdlfçºd
Well we might'a made some friends with some billionaires
We might'a got all nice and friendly if we'd made it upstairs
All I got was a note that said "Bye-bye John
Our love's fifty-seven channels and nothin' on"(Fifty-seven channels and nothin' on)
So I bought a .44 magnum, it was solid steel cast
And in the blessed name of Elvis well I just let it blast
'Til my TV lay in pieces there at my feet
And they busted me for disturbin' the almighty peace
Judge said "What you got in your defense son?"
"Fifty-seven channels and nothin' on"
Fifty-seven channels and nothin' on
Fifty-seven channels and nothin' on
I can see by your eyes friend you're just about gone
Fifty-seven channels and nothin' on
Fifty-seven channels and nothin' on
Fifty-seven channels and nothin' on
Fifty-seven channels and nothin' on
Fifty-seven channels and...