sexta-feira, 30 de abril de 2010

MURMÚRIOS DO PARAÍSO XX

Os Vendedores de Bolas
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Os vendedores de bolas são os flautistas de Hamelin do Paraíso. Em vez da flauta usam o aroma delicioso da massa quente e do açúcar e as cordas vocais para nos atrair para o maldito pecado da gula.
Voamos na sua direcção como ratos em busca do queijo, perseguindo os vapores doces que escapam dos cestos de verga com dupla abertura.
Existem outros manjares escondidos no seu interior, mas as bolas são as rainhas soberanas do picnic estival, sempre.
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Os vendedores de bolas pisam a areia quente de lés a lés, percorrem quilómetros apregoando o seu tesouro com vozes de barítono:
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"Boliiiiiiiiiiiii Berliiiiiiiiiiii!!!!!!!!!!! É com creme e sem creme!"
São novos, a maioria. É forçoso que o sejam. Percorrer a praia de uma ponta à outra, sob o sol escaldante, enterrando os pés na incómoda areia seca e fervilhante, carregando dois cestos pesados de bolas de berlim, um em cada braço, com creme ou sem creme, não é para os fracos.
Mas os vendedores de bolas devem regozijar-se porque não só vendem pecados, como sonhos. Todos os adultos voltam a ser crianças de bigode açucarado, quando eles passam perto. E essa magia está ao alcance de muito poucos.
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quinta-feira, 29 de abril de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 93

James - Parte IV
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James Joyce auto-proclamava-se um artista socialístico, defendendo que o vulgar era o domínio próprio do artista e que o sensacionalismo e o heroismo deveriam ser remetidos para os jornalistas. Para estes últimos, as palavras são peças que podem ser reorganizadas indiferentemente. Para o artista, só pode haver uma ordem ideal.
Talvez a melhor e mais fácil maneira de entender isto seja lendo "Dubliners", sugiro eu, um conjunto de contos escritos por James aos 32 anos e que são uma obra-prima do quotidiano.
O impulso de Joyce é sempre o de reduzir grandiosos chavões a uma dimensão humana, domesticando o épico. Para ele, o heroísmo é a capacidade de suportar sofrimento, em vez de a capacidade de o infligir. E o verdadeiro heroísmo, como a verdadeira santidade, nunca tem consciência de si próprio. São, por isso, heróis todos os homens e mulheres comuns, heróis da sua própria vida.
E talvez por causa desta procura da mundanidade tão clara, a sua relação com o corpo na literatura fosse tão natural e ao mesmo tempo tão escandalosa para a sua época, sobretudo em Ulisses. O que Joyce queria era oferecer ao corpo o reconhecimento equivalente ao da mente, mas a geração pós-vitoriana (e ainda a nossa, porventura) não suportava uma imagem da sua própria condição.
Mais uma vez, um grande livro tinha demonstrado que, ao invés de o estarem a ler, eram os leitores que eram por ele "lidos", expondo de forma crua os seus pontos fracos.
Ulisses está estruturado de acordo com as diferents partes do corpo humano. Há quem defenda que esta anatomização do plano da obra (um órgão por capítulo) representava a abstração última da forma humana.
É muito possível que Ulisses tenha sido moldado, conclui a introdução do livro, a partir de um molde para o qual ainda não existe sequer um nome.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

AS TRIBOS DE ANDRÓMEDA

Tuareg
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Tuareg é um termo usado para identificar numerosos grupos diversos de pessoas que partilham uma língua e história comuns.
As caravanas de camelos dos Tuareg desempenharam o papel principal no comércio do Sahara até meados do século XX, quando as linhas ferroviárias e os camiões europeus levaram a dianteira. Durante milhares de anos, a economia dos Tuareg gravitou em redor deste comércio. Existiam 5 rotas de comércio que se extendiam através do deserto, desde a costa Mediterrânica africana até às grandes cidades na ponta sul do Sahara. Os mercadores Tuareg eram responsáveis pelo transporte de mercadorias desde estas cidades até ao norte. Devido à natureza do transporte e ao espaço limitado disponível nas caravanas, os Tuareg comercializavam normalmente produtos de luxo que ocupavam pouco espaço e capazes de grande lucro. Também eram responsáveis pelo transporte de escravos para o norte desde a África ocidental, para serem vendidos a Europeus e Asiáticos.
A história dos Tuareg começa na África do Norte, onde a sua presença foi registada por Herodoto. Muitos grupos se moveram entretanto para as regiões do sul, ao longo dos últimos 2000 anos, em resultado das pressões do norte e da promessa de terrenos mais férteis no sul.
Hoje em dia os Tuareg vivem em comunidade sedentárias, nas cidades fronteiras ao Sahara que foram em tempos os grandes centros de comércio da África ocidental. Embora a maioria dos Tuareg pratique alguma forma de Islamismo, não são considerados árabes.
Historicamente, a sociedade dos Tuareg encontrava-se dividida entre aqueles que trabalhavam a terra e os outros. Numa determinada época, trabalhar a terra era considerado digno apenas das classes mais baixas, enquanto as classes mais altas se envolviam no comércio.
Habitualmente grupos de Tuareg sedentários prometiam apoiar um determinado chefe eleito localmente que, por sua vez, reportava ao nobre que dominava a aldeia. Ao longo do tempo, no entanto, estes agricultores sedentários conseguiram acumular riqueza à medida que as rotas trans-Saharianas diminuiam de importância. Também lhes era dado estatuto político pelas administrações coloniais e pós-coloniais.
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A grande maioria dos Tuareg segue o islamismo. Tal como a maioria dos seguidores do Islão na África, os Tuareg acreditam na presença de vários espíritos, os djins. A divinação é conseguida através do Corão. A maioria dos homens usam amuletos protectores que contêm versos do Corão. Também começam a usar um véu aos 25 anos, que lhes cobre a totalidade do rosto, à excepção dos olhos. Este véu nunca é removido, mesmo junto de familiares.

terça-feira, 27 de abril de 2010

MAGIC MOMENTS 103

Aos dias pacíficos, porque os há.
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segunda-feira, 26 de abril de 2010

'Till I Found You

O Mundo Colapsa 18
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2200, Inverno, 00.30 GMT
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System Hybernation interrupted
System ON
Alert
30 minutes to CM
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Não pusera o programa de REM. Quando adormecia assim tinha sempre a sensação que morrera. E que ressuscitava quando acordava de novo. Era uma sensação estranha e horrível. Uma sensação de vazio absoluto. Se calhar era por isso que a natureza engendrara sonhos para os seres humanos e alguns animais. Porque os seres capazes de raciocínio e auto-consciência não suportariam mergulhar naquela espécie de limbo negro todas as noites.
Era raro hibernar sem REM. Precisamente porque da primeira vez que experimentara, logo se apercebera que estava a um passo da chamada Depressão Cibernética. Alguns ARLIs tinham ido parar ao Cemitério Virtual por causa disso. Havia os que achavam que sonhar era uma coisa do passado e que suportavam anos sem REM. O efeito secundário desta aventura era mergulharem lenta e irreversivelmente num estado de apatia sistémica. Os programas começavam a enfraquecer e, eventualmente, a desligarem-se totalmente.
Cada ARLI era constituído por um pacote-base de programas essenciais. Depois havia os que se artilhavam com coisas supérfluas, mas não era aconselhável circular com mais do que o necessário. Ele funcionava com a última versão do Linux, um update do Miles para as emergências e o WireAdvantage. Tinha tudo o que precisava. Os outros membros do Programa também.
O que acontecia aos ARLIs que dispensavam o REM era uma espécie de morte por desgosto. Iam definhando, até acabarem parados num canto da Rede, moribundos. Às vezes a Brigada Néon conseguia resgatá-los antes que o sistema os detectasse, mas era raro.
Faltavam 15 minutos para a CM quando deu por si. Começou imediatamente a recolher o material que achava mais importante, mas não incluiu o diário nº 9843852. Queria analisá-lo melhor antes de o submeter ao Programa. Havia qualquer coisa de estranho naquele diário. Parecia um diário perfeitamente normal, de alguém que fora voluntário na guerra, mas havia qualquer coisa que não batia certo.
Organizou aquilo que pensava ter relevância, incluindo os dados sobre a Dheli de Cascais. Mas sabia que no que dizia respeito à Dheli teria de investigar melhor. Ainda era muito cedo para concluir qualquer coisa e feelings nos tempos que corriam tinham de ser comprovados com factos. Mas o que tencionava fazer era arriscado. Tencionava entrar em contacto com o dono da Dheli. Mas antes teria que fazer mais observações ao local, para se certificar que as suas suspeitas tinham fundamento.
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A CM começou. Nas CM's de emergência participavam apenas os cinco Chefes, para diminuir ao mínimo o risco de detecção. Os Assistentes montavam a guarda à Shell improvisada e de cinco em cinco minutos a Shell era transferida para outro local. As CMs de emergência eram apelidadas na gíria, de RCM (Roller Coaster Meeting) porque os cinco eram transportados numa viagem alucinante dentro da Shell pelos Assistentes. Era a coisa mais arriscada que podiam fazer, porque se fossem detectados iam os cinco parar ao cemitério de uma só vez. Os assistentes detestavam as RCMs, por razões óbvias. E acusavam sempre um stress preparatório irritante. Por isso é que o José viera falar com ele. E agora estava furioso.
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«cool» ainda tenho q te salvar o coiro grrrr
«Jupiter» life sucks
«cool» devia era deixar-vos ir a todos pelos ares
«cool» tou farto desta merda
«Jupiter» welcome to the club
«cool» porra j´á te disse p falares portugues merda
«Jupiter» 200 anos e ainda n aprendeste a lingua?
«cool» vai à merda
«Jupiter» é o q vou fazer
hmpf
Os cinco Chefes estavam agora no interior da Shell, a circular algures num PacMaster indiano. C. pensou como seriam feitas as apresentações se isto se tratasse de um jogo de futebol americano.

domingo, 25 de abril de 2010

Fetiche #19

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.
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"Not only is there no God, but try getting a plumber on weekends." - Woody Allen
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[Woody]
1. Judeu nova-iorquino > 2. Fábrica do humor mais inteligente do planeta (sorry, é só mesmo para alguns ...) > 3. Sinónimo de riso até às lágrimas (sobretudo naquela cena das New York Stories em que a mãe aparece no escritório com a amiga e a partir daí começo a rir e nunca mais páro até ao fim do filme) > 4. O melhor, mais belo, mais autêntico, mais poético cicerone da fabulosa Manhattan, especialmente no filme com o mesmo nome, filmado num preto-e-branco soberbo > 5. A prova de que um ser pequeno, feio, caixa de óculos e desprovido de qualquer espécie de sex-appeal é capaz de triunfar no mundo do espectáculo se for provido de um sentido de humor absolutamente corrosivo e de uma inteligência acima da média > 6. Ver filmes deste senhor faz-me bem à alma e ao cérebro e aos canais lacrimais e aos músculos faciais e aos da barriga > 7. A maioria das estrelas de Hollywood aceita entrar nos filmes do Woody à borla, só para terem o prazer e o privilgéio de ter este senhor no currículum > 8. Os Óscares foram durante muitos anos à Segunda-feira e este senhor nunca lá punha os pés porque tocava clarinete todas as segundas-feiras no Michael's Pub e não trocava jamais a sua Manhattan por Hollywood mas ... quando o World Trade Center sofreu o atentato, Woody deslocou-se até Los Angeles numa viagem sem precedentes, porque a sua Nova Iorque precisava do seu apelo > 9. J'adore this man, what can I say?
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E a melhor anedota de stand-up jamais contada, pelo próprio - The Moose (embora a versão audio seja bem melhor do que esta versão encurtada ...):
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E uma das melhores aberturas de filmes jamais realizadas:
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sábado, 24 de abril de 2010

Macro Secrets 34

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Fear keeps you alive

sexta-feira, 23 de abril de 2010

MORMORIOS DI FIRENZE XIII

O Canibal - Parte V
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Do outro lado do rio, no miradouro Piazzale Michelangelo, o Monstro observa o Estorninho com um par de poderosos binóculos apertados entre as mãos grandes.
Há muitos turistas por ali, apreciando a vista de Florença do outro lado do rio. Para além dos turistas, um casamento asiático colectivo polvilha a paisagem de risos e conversas e roçares de sedas e rendas. São quatro as noivas vestidas de merengue branco e quatro os noivos de tronco nu, apesar do frio gélido. Alguma promessa de noivado ou costume asiático.
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Hannibal não larga os binóculos e segue-a até à Ponte Vecchio. Depois perde-a de vista por trás das habitações coloridas que, como peças de lego usadas, compõem a mais anciã das pontes da cidade.
Murmura:
"Clarice ... Não demoraste muito. Sempre a farejar onde não deves ..."
Observa as extremidades da ponte por uma boa meia hora, mas perdeu-a de vez.
Vira-se para o David, cópia do verdadeiro exposto na Galleria della Academia. Não gostava deste. Para além de ser esculpido naquele horrível bronze, as diferenças estruturais entre a cópia e o original eram, naturalmente, assombrosas. Não que a maioria das pessoas reparasse nesse pormenor. As máquinas poderosas disparavam a torto e a direito e ele tinha a certeza que a maioria dos seus donos não estaria sequer interessada em visitar o original. Infelizmente este não era permitido fotografar. Talvez isso desmotivasse muitos, sempre na ânsia de registar na máquina e não na mente. Não sabiam o que perdiam.
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Com uma altura de cinco metros e dezassete centímetros, o David esculpido por Michelangelo respirava humanidade. Ia lá olhá-lo pelo menos uma vez por semana. Gostava de o rodear numa volta completa de 360º, inspirando o génio que emanava da pedra polida. Depois quedava-se sempre uma boa meia hora a desenhá-lo. Todas as semanas encontrava um pormenor que lhe houvera escapado. Era extraordinário.
Como extraordinário era o animal de pele alva que se movia nesse preciso momento algures pelas ruas de Florença, farejando o seu encalço. Hannibal inspirou o ar e cheirou-lhe a mel.
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inspirado nos personagens Hannibal Lecter e Clarice Starling, criados por Thomas Harris

quinta-feira, 22 de abril de 2010

EM BUSCA DE PALAVRAS 104

AVISO: Este post é de leitura interdita a menores e a todas as pessoas sem o mínimo de bom senso ou senso de humor na tola
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Sniper 3
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Ver o filme Sniper 3 é atravessar um suplício pela mão de Tom Berenger, valha-nos isso que, nunca tendo sido um grande actor (é suficiente mesmo), enfim ... também nunca foi péssimo. Só houve um homem que lhe arrancou uma representação inesquecível e esse homem chama-se Oliver Stone. Não sei que raio de truque é que ele usou, mas a coisa resultou e o resultado foi o memorável Sargento Barnes no não menos memorável Platoon (já aqui falei dele).

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Em Sniper 3 (não consegui arranjar o Sniper 1 e o 2, se calhar felizmente ...) Tom Berenger faz de ... adivinharam ... um sniper veterano, a braços com a difícil tarefa de matar um ex-companheiro seu de guerra, que enlouqueceu lá para os lados do Vietname e decidiu juntar-se à CIA, aos Khmer Vermelhos e a todos os grupos rebeldes que pululam por essas bandas. E pronto. Depois é só tiros e uma trapalhada do caraças, mais umas dicas de sniper aqui para a pesquisa e saudades de Tom Berenger que é daqueles actores que faz sempre de si próprio, ou seja, de boa pessoa.
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O que aprendi?
* Que há snipers cuja pulsação e respiração são tão estáveis que apresentam valores idênticos aos de uma pessoa a dormir
* Que "um sniper dos Marines nunca aborta uma missão, Capitão! Só aborta se morrer!"
* Que um sniper é o único soldado que pode recusar uma missão (para se ver o nível de perigo e responsabilidade implicados em missões de sniping)
* Que uma AW Magnum é boa mas que a Remington M40 é a melhor espingarda de sniper jamais concebida (sei que os alemães provavelmente discordariam, com a sua Mauser, os ingleses também, com a sua L115A3 e os russos idem aspas, com a sua AK-74 adaptada a snipers) - portanto nestas coisas de a minha é melhor que a tua, há muito que se lhe diga ...
* Que se chama limpeza à operação de abandonar o local de sniping, fugir e trocar de identidade para abandonar o país a salvo de quaisquer perguntas indiscretas

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E eis o cheirinho do sniper Tom:
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quarta-feira, 21 de abril de 2010

MURMÚRIOS DO PARAÍSO XIX

Os Banheiros
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Os banheiros do Paraíso são vaidosos. É compreensível. Por que outro lugar anseia qualquer polícia dos mares, senão pelo Paraíso?

É verdade que este lhes sobe à cabeça mais vezes do que seria desejável, mas quem os pode verdadeiramente censurar?
É vê-los a pisarem o areal como se usassem coroa e manto real, descendo do seu trono com imponência estudada e praticada até à exaustão.
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É vê-los sondarem a linha marítima com olhos de águia, prescrutando a rebentação suave à procura de quaisquer veraneantes em apuros.
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Lá estão, nos dias de marés vivas, patrulhando com passada de tigre a beira-mar, mãos na cintura, rosto intenso, atentos aos turistas mais afoitos.
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Ali seguem, quais Davids Hasselhoffs, areal fora, nos seus carros azuis e amarelos artilhados até à medula de bóias laranjas e outros apetrechos náuticos, deixando rastos dentados na crosta arenosa.
Acolá se passeiam por entre as turistas, inchando músculos e peito, exibindo peles tisnadas e cabelos alourados pelo sol.
Hoje em dia foram promovidos a nadadores-salvadores. Quando a autora destas linhas era miúda eram simplesmente os banheiros.
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terça-feira, 20 de abril de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 92

Medo
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Tenho medo da escuridão total.
Tenho medo do desconhecido.
Tenho medo de quase todos os outros.
Tenho medo de voar.
Tenho medo de ficar sem pé.
Tenho medo da fúria do mar.
Tenho medo de insectos rastejantes.
Tenho medo de desiludir.
Tenho medo de ser julgada.
Tenho medo de ser avaliada.
Tenho medo de começar.
Tenho medo de acabar.
Tenho medo da morte.
Tenho medo da perda.
Tenho medo de falhar.
Tenho medo de triunfar.
Tenho medo de me expôr.
Tenho medo de me esconder.
Tenho medo de não saber.
Tenho medo de me esquecer.
Tenho medo de cair.
Tenho medo de escorregar.
Tenho medo de me deixar levar.
Tenho medo de me fechar.
Tenho medo do medo.
Só não tenho medo de escrever.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

AS TRIBOS DE ANDRÓMEDA

Sioux
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"If you don't know where you are going, any path will take you there."
Provérbio Sioux
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A palavra Sioux é um termo colectivo para designar sete grupos tribais organizados em três unidades politicas principais - os Teton, Yankton e Santee. O povo que veio a ser conhecido como Sioux tinha-se estabelecido, por volta do século XVI, nas margens do Mississippi, Minnesota - nesta altura este povo auto-denominava-se os "Sete Lugares do Fogo".
Guerras com os Chippewas e os Crees contribuiram para a dispersão dos Sioux ocidentais.
Na história dos Sioux, o búfalo desempenha um papel crucial. Através dele os Sioux satisfaziam a maioria das suas necessidades diárias: roupas, sapatos, cordas, colheres, armas, artigos cerimoniais, arcos, setas e materiais para coser. O búfalo era também o companheiro do Sol e controlava até o amor; o seu espírito cuidava da família, desde o nascimento e durante o crescimento. Esta centralidade do búfalo na vida dos Sioux sugere quão devastador foi o seu extermínio para a sua cultura tradicional. No final do século XVIII havia provavelmente cerca de 60 milhões de búfalos nas pradarias; por volta de 1889 só restavam 85 búfalos!
Nesta altura os Sioux viram-se reduzidos a uma forma de dependência através de reservas. Pior ainda do que o extermínio do búfalo, foi a vontade do governo americano de não permitir que o índio permanecesse agarrado às suas "velhas superstições, preguiça e porcaria, quando temos o poder de elevar a sua humanidade". Nas escolas as crianças índias eram proibidas de falar a sua própria língua e de se expressarem através das suas próprias formas culturais, sob pena de serem castigadas. As crianças eram também separadas das suas famílias, cuja influência era vista como negativa para o seu progresso. A escola deveria ser a "forma de despertar lealdade para com o governo, gratidão para com a nação e esperança para eles próprios". Qualquer referência à sua "história infeliz" deveria ser reduzida ao mínimo e apenas referida de forma a contrastá-la com o "melhor futuro que está ao seu alcance". Mais ainda, "deveriam ouvir o menos possível sobre as injustiças da raça branca". As crianças deveriam ser retiradas aos seus pais o mais cedo possível.
Em 1891, e depois de vários relatórios afirmarem que os Sioux se estavam a armar novamente, tropas foram enviadas para os defrontar. Touro Sentado, um chefe índio visto pelos brancos como o seu sumo-sacerdote e apóstolo líder da Dança Fantasma, que havia sido proibida, foi detido e morto. Seguidores de Touro Sentado reagiram e marcharam até ao forte do exército com uma bandeira de tréguas. Interceptados por tropas, renderam-se incondicionalmente. No dia seguinte, enquanto as tropas tentavam confiscar as suas armas, um tiro foi disparado ao acaso e a carnificina começou. Morreram 25 soldados e 35 ficaram feridos; 84 índios morreram e 33 ficaram feridos. Diz-se que, para além das mortes físicas, "morreu ali mesmo o sonho de um povo".
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O Cachimbo Sagrado é de extrema importância para os Sioux. Ele é o mediador entre Wakan Tanka (o Grande Espírito) e a humanidade, reforçando os laços dos Sioux com todos os aspectos da Criação. Este sentido de unidade é reforçado pela Dança do Sol.
Na base das crenças Sioux está o círculo da vida. Tudo é circular - o mundo, o corpo humano, o tronco de árvore, as estações, o tempo, o ninho de uma ave. Os Sioux imitavam esta ordem natural configurando o acampamento em círculos, sentando-se em círculo durante as cerimónias e construindo tendas circulares. Metaforicamente o acampamento circular era o círculo sagrado dentro do qual tudo estava seguro, tudo era conhecido e tudo era auspicioso. O círculo simboliza assim a plenitude e ajuda a recordar Wakan Tanka que, como o círculo, não tem fim.
A estrutura do universo e de todas as coisas reflecte uma divisão de quatro. Há, por exemplo, 4 divisões do tempo: dia, noite, lua e ano; 4 partes em todas as coisas que crescem: raízes, caule, folhas e fruto; e 4 etapas da vida humana: natalidade, infância, maturidade e velhice. Assim, as cerimónias são realizadas em 4 dias; a Cabana da Purificação é construída a partir de 16 ramos de árvore; a cabana da Dança do Sol é construída a partir de 28 estacas (4x7).
Os Sioux consideram o universo como imcompreensível; a vida, o crescimento e a morte são mistérios e sugerem poderes difíceis de compreender. Uma vez que o próprio tempo é considerado como não-casual, e não incorpora noções de mudança e progresso, nada no universo pode ser considerado inevitável. Esta incompreensibilidade do universo é chamada "wakan", que também incorpora a força animadora do universo, a totalidade da qual é "Wakan Tanka" ou Grande Espírito. Ele é a soma total dos poderes personificados, que criaram todas as coisas e muitas vezes é representado através dos Seis Avós.
A humanidade formou-se e emergiu do útero da Terra Mãe, tal como o búfalo. Tudo tem o seu próprio espírito, mas todas as coisas partilham a mesma essência espiritual que é Wakan Tanka. Desta forma, os aspectos mais importantes da personalidade são partilhados por todas as coisas no universo. Outros seres partilhavam frequentemente os seus conhecimentos com os humanos ou providenciavam auxílio em tempos de crise, de forma que passaram a ser considerados "povos". A observância de características semelhantes às humanas nestes povos levou ao desenvolvimento de ligações com eles.
À nascença recebe-se de Takuskanskan, um espírito guardião e o sopro de vida ou fantasma que vem das estrelas; na hora da morte estes regressam ao mundo dos espíritos. Os rituais servem para aplacar os seres wakan ou poderes - que podem estar predispostos para o bem ou para o mal - mas também envolve um processo de contínua revelação. De regresso da sua viagem visionária, o visionador integra normalmente a sua visão na vida da comunidade através de um processo de ritualização público. Desta forma, ele enriquece o conhecimento colectivo necessário para sustentar uma relação equilibrada entre a comunidade humana e outras formas de vida, tanto animadas como inanimadas.
Os Black Hills
Os Black Hills são sagrados para os Sioux. A lenda diz que aquando da criação do universo, foi-lhe designada uma canção, sendo que cada parte do universo ficou imbuida de uma parte dessa canção; mas apenas nos Black Hills se pode encontrar a canção na sua totalidade, aqui, no "coração de tudo o que existe". A lenda também diz que os montes são " ... uma figura feminina reclinada, de cujos seios fluem forças geradoras de vida e para as quais os Sioux se dirigem como uma criança para os braços da sua mãe".
Embora as explicações sobre o que acontece ao defunto variem, diz-se que os espíritos dos Sioux mortos descansam nos Black Hills.

domingo, 18 de abril de 2010

MAGIC MOMENTS 102

DVD 9 - Dedicatórias Verdadeiramente Dedicadas
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Às apostas tresloucadas, mas por vezes tão lógicas ...
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sábado, 17 de abril de 2010

Fetiche #18

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se lhe atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.
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"Sabes que és uma criança dos 80s se ... usaste camisas atadas com um nó de lado ..." - Teste
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[80's]
1. Sigla numérica de década intensa > 2. Década de excessos excessivos > 3. A minha década, sem a menor sombra de dúvida > 4. Rockalhadas e popalhadas potentes, filmes altamente comerciais adequados à adolescente que eu fui nos anos 80, dança intensa e louca > 5. A década mais colorida, brilhante e entusiasmante do século > 6. Todas as foleiradas eram permitidas, porque estavam in!!!
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E para que não haja dúvidas, querem melhor que isto? Isto é que é música pá!!! Bóra lá saltar!!!!!! (ai o que eu pulei com isto...)
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

Macro Secrets 33

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Sometimes, don't you forget how to walk when you're in a real hurry?

quinta-feira, 15 de abril de 2010

MORMORIOS DI FIRENZE XII

O Estorninho - Parte II
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O Estorninho ergueu a cabeça e aspirou o ar. Estava uma tarde cálida e doce. A atmosfera, como sempre, era temperada com o doce cheiro de bolos, indefinível, aquele aroma que buscamos sem sucesso porque é de massa acabada de cozer e nunca tem tradução no produto final. Mas ela não deu importância a este aspecto.
Atravessou a praça onde Hércules subjugava o leão e aproximou-se do rio.
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Caminhou apressadamente até desembocar numa esquina onde repousava uma botega de artigos de papel.
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Se o Monstro a tivesse observado, diria que o Estorninho não sabia abrandar. Que corria pela vida sempre numa ânsia de descobrir, de desarrumar, de levantar a poeira, de perseguir, como um perdigueiro inquieto e obcecado. Mas não sabia ela que não é essa a natureza dos estorninhos? Sobretudo a desse estorninho que ela é.
Clarice entrou na loja e fingiu, um pouco desajeitadamente, deambular pelos artigos expostos como se procurasse coisa nenhuma em particular. Finalmente dirigiu-se ao balcão.
"Bon Giorno!", a dona da loja sorriu abertamente, mas Clarice apenas lhe devolveu o cumprimento com um rápido sorriso mecânico.
"Good afternoon. I am looking for a jewellery shop called Il Oro"
"Ponte Vecchio. À destra é pui la ponte Vecchio.", a outra indicou-lhe a direcção com a mão.
"Thank you.", deixou os dedos passarem ao de leve pela capa de um bloco de folhas de papel de carta. Tinha um padrão intrincado, cheio de folhas e volteados coloridos e dourados, que brilhava mesmo ali na penúmbra recolhida da pequena loja. Era um padrão famoso, porque já o vira noutros sítios de Florença e mesmo em Roma.
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Saiu da loja, mas os seus dedos carregaram nas pontas a impressão de uma pergunta secreta: Apreciaria o Doutor Lecter este papel, para escrever as suas cartas?
Não saberia o Estorninho que essa simples interrogação a conduzia sem equívoco à sua verdadeira natureza? Ou não se dava conta que quando lia uma das suas cartas o sangue lhe corria vertiginosamente nas veias, enquanto o resto de si se quedava numa quietude ao mesmo tempo serena e frenética?
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baseado nos personagens Clarice Starling e Hannibal Lecter, criados por Thomas Harris

quarta-feira, 14 de abril de 2010

EM BUSCA DE PALAVRAS 103

Pesquisa
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A partir de agora (quando conseguir acabar isto, se é que alguma vez vou conseguir acabar isto ...) juro pela minha rica saudinha que nunca, NUNCA, JAMAIS, irei escrever outra história que precise de pesquisa.
Irei dedicar-me definitivamente e duma vez por todas aos reinos do fantástico, planetas de galáxias que não existem, Terras Intermédias, universos paralelos e afins, onde posso inventar o que bem me apetecer, sem ter que ficar MALUCA com tanta pesquisa.
May the force be with me ...

terça-feira, 13 de abril de 2010

MURMÚRIOS DO PARAÍSO XVIII

A Chuva
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No Paraíso a chuva também cai.
Às vezes miudinha, outras em catadupa, e por vezes em tempestades avassaladoras que chocalham as fundações do Paraíso.
Estas não são muito sólidas. É normal que assim seja. Nada é perfeito, recordemos. Nem sequer o Paraíso. Ou, deveria dizer, muito menos o Paraíso. Existe sempre um preço a pagar por todas as coisas, sobretudo pelo Paraíso. Com efeito, este assenta sobre uma base periclitante mas, ao mesmo tempo, eterna. É que, embora infinitamente frágil, ela é sustentada pelos desejos de todos os seus habitantes e visitantes. E estes, ao contrário daquela, são tão fortes como titânio.
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A chuva miudinha incomodará apenas aqueles que são, como a chuva, picuinhas. De resto, sabe sempre bem banharmo-nos no cálido leite marítimo enquanto somos regados pelas alturas. Quem assim é aspergido sente-se como planta fresca e estaladiça.
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Quando cai em catadupa, lava os terraços invadidos pela areia trazida da praia diariamente, rega as plantas ressequidas e sedentas e chama os caracóis para fora dos seus esconderijos, invadindo muros e canteiros com seu traço babado. É, por isso, uma benção, mais do que um martírio. Poupa-nos trabalho e refresca-nos a alma.
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Já quando tempesta, é sempre anunciada previamente pelas imperatrizes gaivotas, logo, quem quiser fugir tem tempo suficiente para o fazer. Quando em terra, gritando e fugindo do mar, já se sabe, a ira dos deuses não tardará em estalar e as deusas marés vivas uivarão brevemente. Nessas alturas o céu cobre-se de um manto cinzento opaco e as fundações do Paraíso tremem amedrontadas.
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Mas a sequência de eventos é inevitável:
O areal mudará de geometria
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os canos da avenida principal entupirão irremediavelmente e lá andará o chinês do pagode, desesperado, em busca do esgoto com um pára-sol enferrujado
virão carros de bombeiros a meio da noite ajudar à festa
haverá o apagão geral e o casino terá de recorrer ao seu gerador, porque os jogadores não querem saber de dilúvios divinos
a lama inundará os jardins e afogará algumas frágeis miniaturas verdes
voarão chapéus e toldos e algumas placas que anunciam aluguer de lotes no Paraíso cairão das janelas onde estão pendurados e por pouco que não arrancarão cabeças de veraneantes inadvertidos
e todos olharão fascinados por trás de vidraças escorrendo água, à espera ... à espera ... à espera que a fúria passe.
Porque passa sempre. Mas enquanto dura é magnífica.
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segunda-feira, 12 de abril de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 91

Newton versus Einstein
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Sou esquisita com tudo. Sempre fui. Sou tipo a Meg Ryan no "When Harry Met Sally".
Não faço pedidos esquisitos às mesas dos restaurantes, embora uma frase recorrente na boca de quem me conhece bem seja "Mas porque é que não pedes coisas normais?" Tenho até uma máxima na vida, que sigo escrupulosamente, no que diz respeito a restaurantes e qualquer sítio onde nos sirvam coisas que vão ser ingeridas - nunca! jamais! reclamar ou arriscamo-nos a que nos cuspam no prato ... literalmente. Pensarão então, mas ela engole tudo? Sim, quase tudo (eu até gosto da comida dos aviões!). A minha vingança é não dar gorja se não vier satisfeita. Sou, por isso, bem comportada e razoável à mesa, à excepção do ocasional pedido diferente.
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Com a vida, a história pia mais fino. Ou menos, consoante a perspectiva.
Faço pedidos esquisitos à vida. Tenho noção disso. Desde que tenho 5 anos e que pensava que era uma feiticeira, que isso passou a acontecer com regularidade. E a vida mete os pés pelas mãos para me agradar, porque infelizmente não se rege pelas mesmas coordenadas mágicas que eu meti na cabeça que deveriam existir, ou seja, comigo a velha máxima chinesa "Tem cuidado com o que pedes, porque pode tornar-se realidade" acontece mais vezes do que aquelas que seria bom ou saudável desejar.
Gosto de perlimpimpins, pronto. A realidade para mim sempre foi demasiado sensaborona e precisa de um bocadinho de ajuda. Sou demasiado céptica e, não fosse este lado fantasista completamente tresloucado, estaria encurralada numa repartição de finanças a tentar à viva força que as contas do país batessem certo pela simples lógica da matemática.
Não. Minto. Não fosse este meu lado profundamente céptico e seria uma qualquer espécie de astróloga encafuada num filme do Harry Potter.
Peço à vida impossibilidades, tenho consciência disso. Impossibilidades às quais as leis da física e da química não conseguem responder. Gosto de dobrar o tempo, de usar poções que transformam os outros em seres mais intensos do que aquilo que na realidade são, de criar mundos alternativos onde as pessoas voam, não são filhas da puta umas para as outras e entendem a incessante busca do conhecimento, da arte e do amor.
fçfçgl
As minhas árvores de Natal são sempre perfeitas, consigo isso pelo menos. E nem sequer preciso de pózinhos mágicos. Já é alguma coisa ...
Fui descobrindo às minhas custas que a vida anda umas oitavas abaixo da minha e que, em geral, obedece a Newton, raramente a Einstein.

domingo, 11 de abril de 2010

AS TRIBOS DE ANDRÓMEDA

Pawnee
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"Misfortunes will happen to the wisest and best of men."
Provérbio Pawnee
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Os Pawnee pertencem à confederação dos Caddoan. O nome deriva provavelmente de parika, um corno, termo usado para designar a forma peculiar dos seus penteados, onde o cabelo era endurecido com tinta e gordura para se suster erecto e curvo como um corno. Os Pawnee auto-designavam-se Chahiksichahiks, `homens dos homens.'
A sua migração ocorreu por grupos separados, cujo lento processo abarcou longos períodos de tempo. As tribos Pawnee acabaram por se estabelecer no vale do Platte, no Nebrasca.
Em meados do século XVIII comerciantes franceses haviam-se estabelecido entre as tribos dos Pawnee. Era prática dos franceses e ingleses, nos séculos XVII e XVIII, obter de tribos amigas os seus cativos capturados em batalhas e vendê-los a colonos brancos como escravos. No entanto, os Pawnee não parece terem sofrido muito com este tipo de tráfico que, embora lucrativo, teve de ser abandonado devido às animosidades que provocava.
O facto de viverem em aldeias que ficavam longe das regiões contestadas por Espanhóis e Franceses nos séculos XVII e XVIII, fez com que os Pawnee escapassem durante algum tempo às influências maléficas da colonização, mas o contacto com a raça branca introduziu novas doenças e uma grande redução da população, juntamente com a perca de poder tribal.
Uma vez que grande parte do território Pawnee era atravessado pelas rotas dos colonos, aquele acabou por ser adquirido pelos EUA de forma pacífica.
A organização tribal dos Pawnee baseava-se em comunidades de vilas representando subdivisões da tribo. Cada vila tinha o seu próprio nome, o seu altar com objectos sagrados e o seu sacerdote, que estava encarregue dos rituais e cerimónias relacionados com esses objectos; tinha também os seus próprios chefes hereditários e o seu conselho composto pelos chefes e os líderes da tribo.
A tribo era mantida unida por duas forças: as cerimónias referentes a um culto comum em que cada vila ocupava o seu lugar e quota-parte, e o conselho tribal composto pelos chefes das diferentes vilas.
Os grupos de guerreiros eram iniciados por um indivíduo e compostos por voluntários. Se a vila fosse atacada, os homens lutavam sob o comando do seu chefe ou outro líder.
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As cerimónias religiosas estavam relacionadas com as forças cósmicas e os corpos celestiais. O poder dominante era Tirawa, ou "pai". Os corpos celestiais, os ventos, relâmpagos e chuva eram os seus mensageiros. As estrelas matinal e vespertina representavam os elementos masculino e feminino e estavam relacionadas com a existência e perpetuação de todas as coisas vivas na terra.
A mitologia dos Pawnee é incrivelmente rica em simbolismo e poesia e o seu sistema religioso é elaborado. As sociedades secretas, várias em cada tribo, estavam relacionadas com a crença em animais sobrenaturais. A sua função era atrair a caça, curar doenças e oferecer poderes ocultos. Os seus rituais eram elaborados e as cerimónias dramáticas.
Do mesmo modo que a doença, a morte era considerada como sendo o resultado de hostilidade e bruxaria. Os preparativos para funerais variavam de acordo com a categoria e posição do defunto. Pessoas importantes e os que morriam de velhice extrema eram pintados com um óleo sagrado encarnado, vestidos nos seus melhores fatos e envolvidos numa pele de bisonte. Acreditava-se que depois da morte a alma do defunto ascendia ao céu para se tornar uma estrela ou, no caso dos que morriam de doença ou de forma cobarde durante uma batalha, viajavam até uma vila de espíritos, para sul.

sábado, 10 de abril de 2010

MAGIC MOMENTS 101

DVD 8 - Dedicatórias Verdadeiramente Dedicadas
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Às vozes desafinadas deste mundo porque, apesar de mais frágeis, são quase sempre infinitamente mais interessantes do que as afinadas.
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sexta-feira, 9 de abril de 2010

Fetiche #17

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se lhe atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.
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"I hate mornings ..." - Garfield
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[Garfield]
1. Nome de gato com um ego da altura do Empire State Building, and then some ... > 2. Muito antes de gostar de gatos reais, já eu gramava à brava este bichano gordo e cheio de personalidade > 3. O boneco animado com a voz mais cool do universo e arredores > 4. Aquele que detesta manhãs, é guloso e odeia envelhecer só pode ser um fetiche > 5. Aquele que faz pouco do seu dono e do estúpido cão Odie só pode ser ... um gato
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quinta-feira, 8 de abril de 2010

'Till I Found You

O Mundo Colapsa 17
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2200, Inverno, 21.12 GMT
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Às vezes tinha vontade de o esganar. Às vezes tinha vontade de ter corpo outra vez, só para poder ter o prazer de lhe apertar o pescoço. O José. O José fora o culpado de tudo. Sorriu um dos seus sorrisos electrónicos. Não fora ele, e se calhar não estaria vivo hoje. Vivo ... Mas agora era mais vivo do que fora. A sua vida era uma merda. Só deixara de ser merda quando a conhecera. E mesmo assim, tivera de transformar tudo numa merda. Só fazia era merda. A única coisa certa que fizera na vida fora deixar de viver.
Por vezes desejava ser como o José, que aparentemente parecia ter certezas sobre tudo. O seu sistema ético parecia sempre intacto. A sua segurança inabalável, apesar de andar sempre com a mania da perseguição. Teorias da conspiração eram o seu oxigénio. Mas, ao contrário de si, que apenas as coleccionava por desporto, o José acreditava em todas. Ela andara obcecada por ele durante uns meses. Queria fazer uma reportagem sobre um hacker. E fora o José quem lhe falara dele. E avisara-a:
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«too-sexy-to-my-shirt» n te metas c ele, ele é perigoso
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Sorriu novo sorriso electrónico. Não acreditava no destino. Mas havia coisas que eram, no mínimo, divertidas, no máximo espantosas. Quando pensava nisso chegava sempre à conclusão absurda para um ateu convicto que o destino daqueles três seres fora traçado há muito nas estrelas da Via Láctea. Não podia ter sido de outra maneira.
Hoje, duzentos anos depois de tudo ter acontecido, tinha a certeza que sim. Hoje já não lhe causava impressão pensar que os três tinham feito parte de um estranho triângulo amoroso e que todos se tinham amado, cada um à sua maneira. Era tão óbvio. Era tão óbvio que aturara o maluco porque ela se afeiçoara a ele, mesmo depois de ter percebido que era completamente impossível fazer uma reportagem a partir de um tipo completamente marado, que a maioria das vezes nem sequer dizia coisa com coisa.
klçk
"Eu até gosto do miúdo, pá."
"Eu sei."
"Eu acho que gosto dele porque tu gostas dele."
"Gosto muito."
"Deves ser a única pessoa que lhe dá atenção."
"Se calhar."
lççkl
Era tão óbvio que o continuava a aturar e que até o propusera para seu Assistente ao Jorge, porque a sua presença lhe trazia a proximidade dela.
Não sabia porque continuara. O miúdo era capaz de ter razão. Continuara porque lá bem no fundo desejava que ela tivesse continuado também. Passava horas a analisar diários, resquícios dos que haviam deixado um qualquer testamento electrónico, porque o que procurava era o testamento dela. Estava-se nas tintas para o Programa. Mesmo sabendo que ela vivia de imagens e não de palavras, vivia há duzentos anos na esperança que ela tivesse deixado alguma prova de que tudo não fora em vão.
Mas que direito tinha de esperar o que quer que fosse, quando se tinha portado como um merdas?
Desistira dela. Tivera medo. E o medo fodera-lhe o resto da vida que ainda tinha.
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System Hybernating

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Macro Secrets 32

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Imagination is as real as reality

terça-feira, 6 de abril de 2010

MORMORIOS DI FIRENZE XI

O Americano e o Irlandês
lkgçdfl

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irlandês e o americano bebiam um whiskey no Guiubbe Rose quando o americano exclamou:
"Raios, James! Olha para isto!"
A sua voz tonitruante encheu o café, desde o fundo da última sala até à porta de entrada, fazendo estremecer os copos de cristal irizado nas prateleiras por trás do balcão.
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çlfkdçlsf
O irlandês ajustou os óculos de fundo de garrafa no nariz e, sem se intimidar com a omnipotência do gringo, pegou no jornal que o outro lhe estendia. Examinou-o atentamente, o nariz enfiado nas letras miúdas, e depois, com um gesto displicente, devolveu o jornal ao americano.
"Não dizes nada?", insistiu o outro, "Não te apraz dizeres nada, meu velho?"
James não retorquiu. Bebeu mais um golo acobreado do seu copo baixo e observou a mesa atentamente. Estava algo tocado, estado que parecia permanente desde que se haviam encontrado ali, por acaso, há coisa de um mês.
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dçfkjçdls
Ernest, também ele já com uma boa dose de álcool a correr-lhe indolentemente nas artérias, levantou-se cambaleante e pegou no jornal com ambas as mãos, sacudindo-o e estendendo-o à distância dos braços grandes, enquanto balançava na direcção do balcão.
Guido levantou a cabeça da tarefa que o ocupava naquele momento - secar canecas de cerveja - e antecipou o comportamento do homem imponente que tonitruava pela sala como um grande urso à solta numa arena de circo.
"Vejam bem! Vejam bem isto! A Irlanda está de novo em fogo. E ele", girou a cabeça na direcção do irlandês e ergueu uma das sobrancelhas, "não quer saber."
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Guido pegou no jornal e examinou-o com interesse. A primeira página referia em letras garrafais que a violência regressara à Irlanda. Aparentemente, Liam Lynch, um dos maiores oponentes ao Tratado Anglo-Irlandês negociado por Michael Collins, repudiara a autoridade do governo do novo Estado Livre, que acusava de ter traído o ideal da República Irlandesa. A Guerra Civil estalara de novo, em resultado do apoio do antigo presidente da República Eamon de Valera, ao IRA anti-tratado.
Guido abanou a cabeça dum lado para o outro e fez um gesto tipicamente italiano, juntando os dedos da mão direita, com a palma virada para cima e balançando o braço num movimento cadenciado, como um pêndulo frenético.
"É a guerra, meus senhores. É a guerra!", vociferava Ernest, excitado, abrindo os braços e rugindo pelo café como um louco acicatado.
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Só então James se ergueu lentamente e disse:
"Meu caro Ernest, a Irlanda sempre esteve em guerra e sempre estará. E o irlandês está condenado a viver em estado de ira. Bebamos à boa vida, à arte e ao dolce fare niente, enquanto ainda podemos."
Ernest levantou o seu copo no ar e assentiu:
"You are quite right, my friend. A Florença! À boa vida! À bella Itália!"
E os dois amigos esqueceram por mais uns momentos o mundo e deixaram-se ficar mergulhados na doçura da Toscana.
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