sábado, 31 de julho de 2010

MAGIC MOMENTS 114

DVD 21 - Dedicatórias Verdadeiramente Dedicadas
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Para ti, Paulo.
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sexta-feira, 30 de julho de 2010

MURMÚRIOS DE LISBOA XCVIII

The Traveller
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"Journey's end in lovers' meeting
Every wise man's son doth know."
William Shakespeare - Carpe Diem
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She looks out the window and wonders what it is about the passing of the landscape on a motorway that makes one more reflective than usual.
Great, deep thoughts arise, always. At least for her.
How the world calls to her. Not just a portion of it, but the entire world. Not the people, but the landscapes, the spaces, the geography. And she never cared much for geography at school, go figure ...
How she doesn't know what she is meant to be, meant to do, but that she feels she's getting closer to her mission in this world.
There is a mission, she knows that. Is there? She feels so. Could be totally wrong ...
She thinks of her grandmother, The Traveller. Antofagasta (Chile), Paris, Monte Carlo, South of France, Estoril, Windsor, San Francisco, Palma de Mallorca, and back to England, where she finally lay resting for eternity, in a vase of flowers burried in the earth of one of those beautiful anglo-saxonic cemeteries, that resemble gardens instead of places of death.
The Traveller.
She is as her grandmother was. She knows that. Always wanting to leave, always some unspeakable, silent calling from the depths of her soul, from the depths of the land, to her.
But she does not know how or when she's supposed to go. What she is supposed to do. Where she is supposed to be.
To the heights of Machu Picchu, through the great road that crosses America from one coast to the other, until the depths of the antipodes in New Zeland, that's where she wants to be, everywhere.
She remembers him, also. He is constantly with her, as her heart, because he lives in her heart, always. A part of her, as the skin, as the organs, as the limbs.
She wishes she never met him. But it's a bitter-sweet thing. She doesn't really wish that.
What for?
To know that the impossible exists? That which we all crave for?
To know that it exists and then to have it taken away is so much worse than to not know it exists.
She wishes she had never known what it feels to be complete.
Skin of her skin, he is, now, for ever.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Where The Streets Have No Name

Bor II
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Macro Nota Euro
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Decidiu pensar mais um pouco. No avô. Desde que começara a vasculhar as coisas do avô que tudo lhe parecia estranho, deslocado. Descobrira muitas coisas estranhas mas, por qualquer motivo, a sua vida em comparação com a do bisavô descrito nos papéis do seu filho, é que lhe começara a parecer estranha.
No tempo do bisavô o mundo era das pessoas. Estranho. Eram as pessoas e não as Mães que mandavam. Havia países, muitos. E guerras entre os países. Como tribos. Guerreavam-se constantemente e alcançavam o poder e depois voltavam a guerrear-se, sobretudo por causa duma coisa chamada dinheiro. Ele tinha encontrado um exemplar do dinheiro no caixote do avô. Uns papéis às cores e umas coisas de metal redondas, todas com um determinado número. O dinheiro era numerado, não havia nomes. Quer dizer, havia, mas só os nomes das pessoas que apareciam nos papéis coloridos e que eram pessoas importantes dessa época. Presidentes, por exemplo. Um presidente era como uma Mãe-Chefe. Só que humano. Havia muito mais homens chefes do que mulheres, no tempo do bisavô. Bem, não se podia dizer que as Mães eram mulheres porque não tinham sexo. Discutir o sexo das Mães, seria um pouco como discutir o sexo dos anjos. Mas pelo menos eram tratadas como femininas. O dinheiro servia para obter tudo no tempo do bisavô. Até alimentos. Não havia rações. Ia-se a uma coisa chamada supermercado e comprava-se o que se queria.
Aparentemente, no tempo do bisavô podia-se muitas coisas. O céu era azul. Azul! Havia uma série de condições atmosféricas como chuva, sol, vento e neve. Havia inclusivé estações do ano. Na Primavera as flores nasciam. No Verão ia-se à praia tomar banhos de mar. No Outono caíam as folhas das árvores e no Inverno havia neve e frio. Tudo se passava ao ar livre. Viajava-se de uns países para outros de comboio, avião, carro. Ar, terra, mar. Tudo separado, compartimentado. Até as pessoas. Havia os pobres que viviam em barracas ou favelas. Os da classe média que trabalhavam em muitas coisas diferentes e tinham apartamentos. Havia médicos, políticos, agricultores, vendedores. Havia os ricos que tinham até ilhas inteiras no meio do oceano.
Com efeito, parecia-lhe tudo imensamente estranho. Mas ao mesmo tempo havia uma coisa que lhe parecia ainda mais estranha – as pessoas pareciam viver livremente, como queriam. Escolhiam o que queriam ser. Escolhiam para onde queriam ir. Havia até pessoas que escolhiam não ser nada, como algumas que decidiam ir para mosteiros ou simplesmente morrer. Suicídios. Fora uma coisa que lhe fizera muita confusão. Uma pessoa podia decidir acabar com a sua vida. Era um pouco difícil, tinha que ser feito às escondidas, mas de
qualquer modo era possível, e a prova disso era que havia milhares de suicídios.
Depois havia substâncias. Álcool, drogas. Que alteravam as pessoas. E que também provocavam a morte de muitos milhares. Mas eram de venda livre.
Parou. Olhou para a enciclopédia que começara a ler há uns meses atrás. Encontrara-a por acaso, juntamente com o caixote do avô, num compartimento do apartamento que a Mãe-Inspectora aparentemente não conhecia.

A Mãe-Inspectora aparecia uma vez por mês para revistar os apartamentos de alto a baixo. Era uma rotina, desde que nascera. Mas nos últimos meses questionara-se sobre a razão pela qual teria de existir uma Mãe-Inspectora, como se toda a gente fosse uma criança. Tinha quarenta e quatro anos. Com a sua idade o bisavô tinha já constituído família, tinha tido quatro filhos. Ele ainda não fora sequer introduzido no Programa de Descendência. Aguardava a autorização para o treino há anos.
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Cofiou a barba e levantou-se. Tinha mesmo que comer. Pegou no ovo que repousava dentro duma caixa metálica compartimentada em seis. No seu mundo a única coisa que era compartimentada era a comida. De resto tudo era comum. Até os apartamentos. Dividira-o até há um ano com o Grug. Só que o Grug desaparecera há um ano atrás, subitamente, da noite para o dia. Depois vieram substituir-lhe o PacMaster. Foi uma chatice porque teve de refazer do zero a base de dados toda do inventário das rações que estavam a seu cargo. No tempo do bisavô, as pessoas deixavam cartas quando se suicidavam. No seu tempo, pura e simplesmente desapareciam. Ele suspeitara que o Grug tina andado a fazer coisas que não devia com o PacMaster. Mas não havia maneira de saber. Ainda tentou enviar um Pedido de Informação para a Central da Cúpula, mas nada. Ilac, o seu vizinho do 08210050, que tinha um conhecido a trabalhar na Colónia de Alimentação da Europa, segredou-lhe apenas uma vez: “Deve ter ido servir de combustível.”

quarta-feira, 28 de julho de 2010

OS FILMES DE ANDRÓMEDA

Idade da Inocência (A)
The Age of Innocence
Realização: Martin Scorsese (EUA)
Ano: 1993
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"Newland: You gave me my first glimpse of a real life. Then you asked me to go on with the false one. No one can endure that.
Ellen: I'm enduring it."
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Recordo:
... uma história de amor impossível, numa época cheia de costumes escruciantemente ridículos ...
... três actores em estado de graça - Michele Pfeiffer, Daniel Day Lewis e Winona Ryder (onde anda ela que nunca mais a vi?) ...
... Scorsese a ser capaz de me comover apenas com o simples movimento da sua câmara ...
... aquela cena fabulosa, em que com um único plano que viaja por todas as divisões de uma casa, Scorsese nos dá um retrato duma época - só os génios conseguem isto (lembro-me daquele parágrafo memorável em "Orlando" de Virginia Wolf ...) ...
... depois de ver o filme, li o livro, que é fabuloso, e percebi que o génio de Scorsese tinha sido absolutamente fiel ao génio de Edith Wharton ...
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terça-feira, 27 de julho de 2010

Macro Secrets 45

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I've come a long way since the playground

segunda-feira, 26 de julho de 2010

MORMORIOS DI ROMA III

A Ponte dos Anjos
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Em tempos idos, passagem de peregrinos para S. Pedro, ainda hoje é a forma mais bonita de atravessar o rio Tibre, de Roma para o Vaticano.
A Ponte Sant'Angelo.
Diz-se que um anjo apareceu no telhado do Castelo para anunciar o fim da peste, no século VII. Desde aí, o castelo passou a chamar-se do Anjo, e assim a Ponte também.
Foi aqui que, durante séculos, eram expostos os corpos dos executados.
Dez anjos guardam a ponte, cada um segurando um objecto da Paixão.
É, sem dúvida, o meu local eleito em Roma, apaixonada que sou por homens com asas.
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Anjo com a Coluna
"Tronus meus in columna" (O meu trono está sobre uma Coluna)

De acordo com a tradição, os prisioneiros romanos eram chicoteados enquanto estavam presos a um pilar baixo ou coluna.
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Anjo com o Chicote - Flagelação
"In flagella paratus sum" (Estou pronto para a flagelação)

De acordo com Marcos 15:15, o governador romano Poncius Pilatos ordenou que Jesus fosse chicoteado antes de ser crucificado.
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Anjo com a Coroa de Espinhos
"In aerumna mea dum configitur spina" (A Coroa está presa em mim)

De acordo com Marcos 15:17, os soldados romanos coroaram Jesus com uma coroa de espinhos, antes de o crucificarem.
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Anjo com o Sudário
"Respice faciem Christi tui" (Contempla o rosto do teu Cristo)

De acordo com a tradição, uma mulher chamada Veronica limpou o rosto de Jesus com um pano, enquanto ele trasportava a cruz; a sua imagem ficou gravada no pano.
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Anjo com as Vestes e os Dados
"Super vestimentum meum miserunt sortem" (Pelas minhas vestes, eles jogaram aos dados)
De acordo com Marcos 15:24, os soldados romanos levaram as vestes de Jesus e jogaram aos dados pela sua posse.
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Anjo com o Prego
"Aspicient ad me quem confixerunt" (Eles me contemplaram, os que me pregaram)
De acordo com as palavras de Tomás em João 20:25, Jesus foi pregado a uma cruz.
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Anjo com a Cruz
"Cuius principatus super humerum eius" (O domínio repousa nos seus ombros)

Este verso relaciona as profecias de Isaías com Jesus.
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Anjo com a Inscrição "INRI"
"Regnavit a ligno deus" (Deus reinou desde a árvore)

A inscrição é uma abreviatura da frase em latim "Jesus o Nazareno, Rei dos Judeus." De acordo com os Evangelhos, esta sigla foi afixada na cruz de Jesus.
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Anjo com o Pano (com vinagre)
"Potaverunt me aceto" (Deram-me vinagre a beber)

Os Evangelhos de Mateus e Marcos contam que mesmo antes de Jesus ter morrido, um dos soldados que o crucificou colocou uma esponja molhada em vinagre num pau e lhe molhou os lábios.
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Anjo com a Lança
"Vulnerasti cor meum" (Destruiste o meu coração)

De acordo com o Evangelho de João, depois de Jesus ter morrido, um dos soldados furou o seu corpo de lado para se certificar de que estava mesmo morto.

domingo, 25 de julho de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 103

AVISO: Este blog vai descer ao nível mais baixo alguma vez alcançado. Pede-se o favor às mentes demasiado susceptíveis, que fechem os olhos e voltem amanhã.
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"Deita-me açúcar em cima." - Def Leppard
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Gosto duma boa rockalhada. Não tenho culpa. Deve ser da bifa que há em mim. Gosto de mexer o rabo. Literal e metaforicamente. Gosto de vibrar. Gosto de dançar. Gosto de músicas que me fazem mexer os músculos todos do corpo e da cara.
Gosto de vozes masculinas fortes, poderosas, de macho. Gosto do Bruce Springsteen. Gosto do Billy Idol. Gosto dos Whitesnake, dos Def Leppard e dos Van Halen.
Gosto de ritmo e de canções sem um pingo de poesia, com letras parvas, letras cuja função é única e exclusivamente acender a rata (pronto, este blog desceu oficialmente ao mais baixo nível jamais alcançado; mais baixo que isto era impossível - estou arruinada - mas daqui para a frente é sempre a subir, garanto).
Gosto de músicos vestidos de cabedal em cima do palco, a fazerem malabarismos com o suporte do microfone, a correrem dum lado para o outro meio despidos, a suarem as estopinhas e a berrarem a plenos pulmões, com gestos másculos de "olha para este material, vem cá provar-me". Gajos que dão tusa só de abrirem a boca (afinal sempre era possível descer ainda mais baixo, mas prometo que a partir daqui é que é sempre a subir).
Gosto de solos de guitarra de ferir os tímpanos e de ritmos de bateria primitivos e que acordam os mortos nas campas (se vissem como eu fico quando ouço os primeiros acordes do Pour Some Sugar on Me, até se assustavam). Se o Eddie Van Halen alguma vez me aparecesse à frente, eu mijava-me de comoção (isto não é bem descer de nível, é mais entrar pela latrina adentro mesmo). Um acorde naquela guitarra extraordinaire dele e transformo-me numa gata com o cio (PRONTO! AGORA É QUE FOI! O MAIS BAIXO QUE ERA POSSÍVEL!!!).
Uma palavra cantada do Joe Elliot e é melhor prenderem-me com algemas. Um zurro do Billy Idol gritado com aquela beiçola para fora? SAIAM DA FRENTE!!! É MEU!!!
Porquê? Não faço a mais pequena ideia. Deve ser hereditário. A minha mãe tem 65 anos e ainda vibra como uma menina com uma boa popalhada (ela é mais pop).
É que não há nada na vida que me entusiasme tanto. A sério. Não tou a brincar.
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P.S. E acho que quem não gosta duma boa rockalhada deve ser chato como o caraças ...
E para que não restem dúvidas, tomem lá mais uma!
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sábado, 24 de julho de 2010

MAGIC MOMENTS 113

DVD 20 - Dedicatórias Verdadeiramente Dedicadas
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A todos os voluntários deste mundo. Invejo o tamanho dos vossos corações.
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sexta-feira, 23 de julho de 2010

PALAVRAS EMPRESTADAS 68


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"- Achas que os mortos se interessam pelas nossas vidas?

- Acho que sim. Acho que perdoam os nossos pecados. Até acho que é fácil para eles."
Einar e Mitch em "Uma Vida Inacabada" - Lasse Hallström
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"Death was the understanding of the immediate present: that there is finally nothing else."
Anne Rice - The Queen of the Damned - The Vampire Chronicles
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"It cannot be seen, cannot be felt,
Cannot be heard, cannot be smelt.
It lies behind stars and under hills,
And empty holes it fills.
It comes first and follows after,
Ends life, kills laughter."
Adivinha de Gollum - The Hobbit - J.R.R. Tolkien

quinta-feira, 22 de julho de 2010

MURMÚRIOS DE LISBOA XCVII

Cerejas
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O pombo atravessa o rio, sobrevoa alguns instantes o castelo e as velhas casas caindo em cascata e depois desce suavemente, poisando numa varanda adornada de malmequeres amarelos e brancos.
Amanhece em mim. Olho e olho-me. E nesse puro instante de limpidez páro. Respiro, mas não dou conta que respiro. Suspendo-me e o tempo suspende-se comigo.
Está calor. Um desses raros dias (já não tão raros, da maneira que o mundo anda ...) em que os termómetros de Lisboa rebentam para os 40º e a cidade parece pingar arfante, até o sol se dignar o derradeiro mergulho nas águas do Tejo.
Sem tirar os olhos da lenta agonia que se desenrola lá fora e que mancha o céu de rastos rosa e o rio de brilhantes cintilantes, penso:
As conversas são como as cerejas e as cerejas são lisboetas, que vão vivendo presos aos pares em carnudo convívio, numa eterna meia-estação.
Lisboa é talhada a tijolo e suja, e lá ao longe no mar de prata os cargueiros nascem parados para sempre num postal.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Where The Streets Have No Name

Bor I

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Macro Palma da Mão
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Olhou para a tabuleta que designava o código da rua e logo a seguir para o céu. Nesse instante, ocorreram-lhe dois pensamentos:
1º Esquecia-se sempre que agora as ruas não tinham nomes. E que isso era estranho porque ele sempre vivera naquele mundo em que as ruas não tinham nomes. Lembrava-se de ler nos escritos do seu avô que no tempo do avô dele só havia uma cidade em que as ruas eram numeradas - no Continente Americano, no então país Estados Unidos da América, na cidade de Nova Iorque. Lembrava-se de ter achado isso muito engraçado, quase cómico, as ruas terem nomes, como as pessoas. Apesar de que agora as pessoas também não tinham nomes, pelo menos oficialmente, mas entre elas continuavam a tratar-se por nomes próprios.
Para as Mães, não havia Luises, Bertas, Gregs ou Lindas. Só havia códigos. Nem sequer eram números, mas códigos.
2º Que o céu parecia cada vez mais estranho a cada dia que passava. Estava cada vez menos cinzento e cada vez mais com cor de caca castanho-amarelada. O efeito de estufa.
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Cofiou a barba com o indicador e o polegar e depois ajeitou pela milionésima vez naquele dia os óculos no nariz. Continuou a caminhar lentamente pelo túnel envidraçado. Dispensava a passadeira rolante, onde os poucos transeuntes se passeavam àquela hora da madrugada. Uma Mãe-Observadora estacou no ar, zumbindo mesmo à sua frente. A voz feminina que emitiu, era dócil e agradável:
"Código, por favor."
Uma série de ruídos electrónicos acompanharam as suas palavras - blink, bzzz, crip, pritl.
Estendeu o braço e apoiou a mão na pequena plataforma que ela vomitara para fora. Várias luzinhas de múltiplas cores piscaram à volta da mão e depois ouviu-se de novo a voz dócil e agradável:
"Destino?"
"08210040", era o código do seu apartamento.
"Continue, por favor.", blink, bzzz, crip, pritl.
Passou por cima dele a zumbir suavemente. Quando a viu desaparecer na curva do túnel, desviou a vista de novo para cima. Cor de caca castanho-amarelada. Definitivamente. Foi a pensar nisto até casa, sempre no mesmo passo lento e pensativo. Quando chegou, dirigiu-se de imediato à varanda e recebeu a brisa suave e quente nas faces. Nem se lembrou de pôr protector solar. Queria apenas sentir aquilo na pele, sem cremes. Depois voltou para dentro. Sentou-se na única cadeira de metal. Era a que estava sempre junto do computador. Não lhe apetecia fazer comida, mas estava esfomeado. Olhou com cobiça para um pacote de bolachas de milho que se encontrava em cima de uma mesa. Mas não podia. Aquilo pertencia ao raio do stock e já por duas vezes naquele mês tinha roubado (roubado! não sabia o que se passava consigo!) um pacote de batatas congeladas e um frasco de mel e tivera que aldrabar o inventário. Se queria comer, tinha mesmo de levantar-se e ir fritar o ovo da ração da semana no raio da frigideira. E já não tinha leite em pó, o que significava que teria de estrelá-lo, em vez de o mexer, porque se o fizesse mexido sem leite, aquilo saía uma gosma intragável. Só que já sabia o que ia acontecer se o estrelasse - pegava-se todo ao raio da frigideira. Decidiu ficar mais um pouco sentado à frente do PacMaster, a ver se lhe passava a fome.

terça-feira, 20 de julho de 2010

OS FILMES DE ANDRÓMEDA

Há Lodo no Cais
On the Waterfront
Realização: Elia Kazan (EUA)
Ano: 1954
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"Terry: You don't understand. I coulda had class. I coulda been a contender. I coulda been somebody, instead of a bum, which is what I am, let's face it. It was you, Charley."
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Recordo:
... o preto-e-branco cru e poético ...
... a banda-sonora intensa e perturbadora ...
... um enredo rico e complexo, pleno de tensão, paixão e drama ...
... uma das interpretações mais geniais de Brando, o doce e perdido Terry Malloy ...
... um casting de secundários absolutamente brilhantes - Eva Marie-Saint, Karl Malden, Rod Steiger ...
... a primeira vez que Brando me tirou o fôlego e o tapete debaixo dos pés ...
... aquela cena no telhado com os pombos ...
... aquela que é considerada pela maioria dos experts como a cena mais bem representada por um actor em toda a história do cinema - a cena do carro entre Terry e o irmão ...
... se tivesse que explicar a um extra-terrestre o que é o Cinema, mostrava-lhe este filme ...
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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fetiche #29

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.
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"A day without sunshine is like, you know, night." - Steve Martin
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[Steve Martin]
1. Nome de cómico norte-americano brilhante > 2. Actor, escritor, pintor, show-man > 3. O seu sentido de comédia é um assombro de génio, sempre > 4. A prova mais do que provada que para ser um cómico de excelência, não basta dizer umas baboseiras, é preciso cultura e inteligência > 5. O digníssimo sucessor de Peter Sellers, salvo as devidas distâncias (Sellers foi o maior génio da comédia) > 6. Este homem faz-me rir até às lágrimas
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domingo, 18 de julho de 2010

Macro Secrets 44

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Make your own destiny.
It's so much more fun!

sábado, 17 de julho de 2010

MORMORIOS DI ROMA II

Chinco Minuti
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Quer ir do Coliseu ao Panteão?
São chinco minuti!
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Do Panteão à Fonte di Trevi?
São chinco minuti!
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Da Fonte ao Castelo de Sant' Angelo?
Chinco minuti!
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Do Castelo ao Vaticano?
Chinco minuti!
É caso para perguntar, será que atravessar Roma inteira é possível em ...
Chinco minuti! Sim!
Os espanhóis costumam dizer que "É já ali!"
Para os romanos, chinco minuti parecem ser o pão nosso de cada dia.
Roma e Pavia não se fizeram num dia.
Fizeram-se em Chinco minuti!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 102

Smeagol, o Gato de Biblioteca - Lição nº 3
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"When you notice a cat in profound meditation,
The reason, I tell you, is always the same:
His mind is engaged in a rept contemplation
Of the thought, of the thought, of the thought of his name:
His ineffable effable
Effanineffable
Deep and inscrutable singular Name."
T.S. Eliot - Old Possum's Book of Practical Cats
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T.S. Eliot tem, portanto, uma explicação bem mais prática para os supostos "fantasmas" que os gatos parecem fixar.
Quando vir o seu gato em profunda meditação, a razão é sempre a mesma: a sua mente está ocupada na contemplação do seu nome secreto.
Smeagol, qual é o teu nome secreto?

quinta-feira, 15 de julho de 2010

MAGIC MOMENTS 112

DVD 19 - Dedicatórias Verdadeiramente Dedicadas
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Aos Chimpanzés, porque deveriam ter um estatuto diferente dos outros animais - ainda não são humanos mas também já não são completamente animais. E, sobretudo, não deveria haver um único chimpanzé dentro de uma jaula, em nenhuma parte do mundo.
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quarta-feira, 14 de julho de 2010

MURMÚRIOS DE LISBOA XCVI

Kurosawa Never Went
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De panamá azul na cabeça, com um carreiro de cinco formigas correndo atarefadamente atrás dele, Kurosawa palmilhava o miradouro do Jardim do Torel, dando indicações.
O cameraman e o sonoplasta filmaram durante uns momentos a vista magnífica de Lisboa, enquanto o realizador se quedava na rectaguarda, sobre uma elevação do terreno, para melhor apreciar o cenário e as suas potencialidades.
De microfone gigante empunhado sobre a câmara de filmar, o sonoplasta captava os sons típicos de Lisboa, enquanto a câmara fixava o casario a descer em cascata até à fita brilhante de rio lá ao fundo.
Depois trotaram todos em fila indiana, seguindo em azáfama o pequeno e sereno Mestre nipónico, em direcção a outro miradouro. A fila fechava com a assistente japonesa, petit, segurando uma sombrinha negra que a protegia do sol.
Confirma-se, portanto, que Kurosawa continua a fazer filmes. Outra coisa não seria de esperar. E que outro sítio poderia ele ter escolhido lá de cima, com a vista abrangente que possui a partir do Olimpo dos Deuses?
Lisboa, claro!

terça-feira, 13 de julho de 2010

'Till I Found You

O Mundo Colapsa 27
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Establishing Ident
Status: On-Line
Identity: Code Red
Translation: Jupiter
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Send DCC Chat
Chat Established
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«Jupiter» Greetings
«Krueg» Greetings, C. First of all let me just say that I do not support you leaving the Program. You might think I do, but that is not so. You are an extremely valuable member and it would not be intelligent at all to say otherwise. We need every brain with us.
«Jupiter» Sure …
«Krueg» On the other hand, I don’t understand why you can’t at least consider me the benefit of doubt, when you know as well as I do that the information I gathered is extremely valuable and coherent.
«Jupiter» I disagree. Even if I considered it valid, which I don’t, the suicidal plan you’ve come up with is completely insane.
«Krueg» It’s the only way to get results. We can’t know for sure unless we attack. We all knew that this day would come eventually. I think you’re suffering from what every guerrilla warrior eventually comes to suffer.
«Jupiter» Really? Enlighten me.
«Krueg» The denial syndrome. Usually they’ve been fighting for so long for a certain cause that they simply end up fighting just for the sake of it. What happens is, they don’t want to find a solution because the solution would mean the end of the fight and fighting has become their sole purpose for living.
«Jupiter» You’re forgetting a minor detail, there. We’re not alive. We’re living inside machines. We are not human anymore.
«Krueg» You know exactly what I mean. And we are alive. You might not consider this a form of life, but I do. And a lot of others do too. I’m not dead. I am my mind. And my mind is very much alive.
«Jupiter» Look. I didn’t come here to discuss philosophy with you. What exactly do you want?
«Krueg» I want you to stay. That’s it. I need your help. We all do. Especially J. You’re destroying him with your tantrums.
«Jupiter» How very fatherly of you to be so concerned about J’s health. Especially when you’re the one who’s going to kill him.
«Krueg» Ok. I tried. You obviously seem all worked up on maintaining a childish course of action. I presume you’re going to keep investigating the Dheli material?
«Jupiter» That’s none of your business, is it? Or do you want to be accused of conspiracy with a rebel?
«Krueg» I just wanted to warn you. That course of action is extremely dangerous. If you’re out, I don’t care. I mean, I do, but I can’t do anything about it. What I can and will do is prevent you from doing anything that might destroy the Program.
«Jupiter» Oh really? And what exactly do you intend to do?
«Krueg» You’re alone, C. If you leave the Program, I will do whatever is in my power to see that you don’t get any help at all from any ARLI.
«Jupiter» I see. I understand.
«Krueg» Think well before you do something you might regret for the rest of your … whatever it is that you call it now.
«Jupiter» For the rest of my artificial life.
«Krueg» Greetings.
«Jupiter» Greetings.
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DCC Chat Off.
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Muito bem. Percebeu imediatamente porque é que o Human tinha querido que ele falasse com o Krueg. E talvez tivesse sido também, uma derradeira tentative de o demover. Porque talvez o Human tivesse pensado que, se visse preto no branco a solidão em que iria mergulhar, isso o fizesse pensar duas vezes.
Mas o Human também já o devia conhecer suficientemente bem para saber que quando tomava uma decisão, não havia retorno. Podia demorar séculos (literalmente) mas quando a tomava era irreversível. E subitamente percebeu com uma clareza enorme, que já tinha perdido demasiado tempo com tudo aquilo.
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Enviou uma mensagem ao Human:
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«MemoServ» I’ll see you when I see you. It was a pleasure working with you, my friend.
fkjklf
Depois estabeleceu contacto com o Jorge:
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Establishing Ident
Status: On-Line
Identity: Code Red
Translation: Jupiter
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Send DCC Chat
Chat Established
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Mas o Jorge não respondeu. Aparentemente estava em processo de negação. Só lhe restava deixar uma mensagem.
fçºlfºç
«MemoServ» Escusado será dizer que não vou esperar pela CM para ser expulso oficialmente por um miúdo. Mesmo que esse miúdo seja a pessoa com quem tive a maior honra de ter trabalhado. Serás sempre o mentor disto tudo, esteja eu onde estiver. Toma cuidado, Jorge. Hasta la vista.
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Chegara o momento. Embora nunca tivesse havido nenhum abandono voluntário do Programa, sabia exactamente quais eram os procedimentos, porque fora ele quem os estabelecera juntamente com o Jorge, no início, há 200 anos atrás.
Qualquer ARLI que decida voluntariamente ou que seja obrigado a abandonar o Programa por decisão unânime dos 5 Chefes e respectivos Assistentes, terá de respeitar as seguintes regras:
Regra Nº1: Interrupção imediata de quaisquer contactos com outros ARLIs, sob pena de destruição sumária
Regra Nº 2: Destruição voluntária de qualquer informação em memória sobre o Programa, que possa ser útil ao inimigo
Regra Nº 3: Jamais esse ARLI poderá reintegrar o Programa, mesmo que a sua reintegração seja benéfica para o mesmo
lfkçlf
No mercy. Era ditatorial, mas as regras tinham sido estabelecidas desse modo precisamente porque do outro lado não havia qualquer tipo de misericórdia. Lidavam com máquinas, não com seres humanos. E, infelizmente, essas máquinas nunca tinham ouvido falar nas Leis da Robótica*.
çlfklçf
Como fazia parte do Governo Sombra, também tinha que entregar todos os códigos de que dispunha para participar nas CMs.
Ligou o Automatic e iniciou a operação de upload de todo o material. Claro que guardou um backup de tudo. Não era parvo. Toda a gente sabia que ele não era parvo. E toda a gente sabia que não era por ali que o Programa seria destruído. O problema era outro – a Dheli. Mas também toda a gente sabia perfeitamente que o facto de ter realizado investigações à Dheli à revelia do Programa, lhe permitia obviamente guardar essa informação para si. Houve outra coisa que também não entregou – o diário do sujeito 9843852. Era seu.
E, finalmente, o vazio. A partir daquele momento estava entregue a si próprio. Ficou alguns momentos parado, algures num PacMaster em Itália. Promoveriam o José a Chefe da Europa? O mais certo era um deles, provavelmente o Jorge ou o Krueg acumular dois continents sob a sua chefia. Pensou como seria a primeira CM sem a sua presença. E lembrou-se … Muitas vezes quem abandona sente-se muito pior do que quem é abandonado, ao contrário do que se possa pensar. O abandonado não toma qualquer decisão. Tem pura e simplesmente que aceitar e viver com isso. A vida continua … mesmo quando por momentos parece que vai acabar. Mas para quem parte, a vida é uma consequência totalmente nova. E tem que se viver com ela para o resto dos nossos dias, sabendo que não é possível voltar atrás.
A vida continuaria para os 4 Chefes e os seus 5 Assistentes. Continuaria para os restantes ARLIs. Teriam que se adaptar à nova situação. Haveria um momento inicial de confusão, talvez. De dúvidas e incertezas. O Programa seria levemente abalado, certamente. Jorge teria de emitir um comunicado a todos os ARLIs, garantindo que nada afectaria o Programa. Provavelmente o Krueg fá-lo-ia passar uma imagem um pouco mais distorcida da realidade. Inventariam que ele flipara? Ou que se passara para o outro lado? Talvez tivesse que ter cuidado. Sim, talvez a forma do Krueg garantir que ninguém o ajudasse, fosse fabricar, sem o conhecimento de Jorge, uma história de que ele, Carlos, é que era o agente duplo. Teria que contar com todas as possibilidades. E, sobretudo, tinha que se pôr em acção o quanto antes.
kklsl
Nota: As Leis da Robótica foram estabelecidas pelo escritor de ficção científica Isaac Asimov em 1954, na colectânea de contos “Eu, Robot”: 1 – Um robot não pode ferir um ser humano ou, por omissão, permitir que um ser humano sofra algum mal. 2 – Um robot deve obedecer às ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, excepto quando as ordens contrariam a primeira lei. 3 – Um robot deve proteger a sua própria existência, desde que tal protecção não entre em conflito com a primeira e a segunda leis.
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= FIM DA PRIMEIRA PARTE =

segunda-feira, 12 de julho de 2010

OS FILMES DE ANDRÓMEDA

Guerra das Estrelas (Saga Completa)
Star Wars
Realização: George Lucas (EUA) (para todos os efeitos, o guru, criador do enredo e do conceito, mesmo que não tenha realizado todos os filmes)
Ano: 1977
lfºçdl

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"Obi-Wan Kenobi: Use the Force, Luke.”
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Recordo:
... uma ida ao cinema memorável, quando tinha 5 anos, que ficaria gravada para sempre na minha memória ...
... um som irresistível, até hoje, tzzzzzzzzzz ... tzzzzzzzzzzzz ...
... uma saga entusiasmante, repleta de personagens míticos ...
... uma voz terrível, uma silhueta negra, uma tragédia grega ...
... efeitos especiais que ainda hoje se mantêm actuais ...
... a velocidade incrível daquelas perseguições de naves, na longínqua década de 70 ...
... Yoda, Yoda, Yoda ...
... The Force, you can't resist that Force, that Force is the coolest concept in the entire universe ...
... In a Galaxy far, far away tchan!! tchan!! tchan!! tchan!! tchan!! ...
... Avé George Lucas, Avé!
klfçdlk

domingo, 11 de julho de 2010

Fetiche #28

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.
fºçdº~fç
"Um penalty é uma forma cobarde de marcar." - Pele
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[Penalties]
1. Forma cobarde de marcar, segundo Pelé > 2. Epá, Pele, filho, não quero saber, adoro penalties! > 3. Não os de beber, os outros, os do futebol > 4. O terror de qualquer jogador de futebol, em qualquer parte do mundo > 5. Adoro a emoção, a tragédia, a expectativa, o horror ... algures num relvado internacional > 6. Eu sou o horror de qualquer fã de futebol, mas não percebem que eu estou-me nas tintas para o jogo em si, eu gosto é da emoção, da tragédia, da expectativa, do horror ... > 7. Excepto, claro! quando joga Portugal > 8. Eu já mencionei que adoro a emoção, a tragédia, a expectativa, o horror ... do penalty? > 9. Por mim todos os jogos acabavam sempre assim - eliminavam-se as análises estúpidas sobre os jogos, "jogámos mal porque bla bla bla" e se calhar a emoção, a tragédia, a expectativa, o horror, fariam os meninos mimados trabalhar mais ... > 10. É só uma sugestão ...
kfldkfl

klslçks
E só para recordar ... Ai que saudades ...
ldkçld

sábado, 10 de julho de 2010

Macro Secrets 43

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I won't change the way I am to accommodate the world

sexta-feira, 9 de julho de 2010

MORMORIOS DI ROMA I

Caos
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Em Roma, sê Romano, diz-se. Assim fizemos.
Julgais o trânsito caótico em Lisboa? Pois que não conheceis o da Cidade Eterna. É um eterno caos, cíclico e redundante.
Atravessar a rua? Uma odisseia homérica. Ou se espera chinco minuti preciosos, ou se arrisca a vida.
lfdºçlf
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Em Roma, sê Romano, dizem. Pois que seja.
Atravessamos. Crendo que, tão próximo do São Pedro, nada de mal nos poderá ocorrer.
dfklçldf

dfldºçf
Aí vamos nós.
E, de súbito, eis que mergulhamos directamente num filme da época dourada da Cinnecitá. Não de Fellini.
O táxi passa a rasar, o motorista berra impropérios italianos (não faço a mínima do que fomos apelidados ... e acho que não quero saber ...), assume o típico punho fechado, de dedos entrecostados a abanar violentamente para trás e para a frente e quase que salta pela janela fora, enquanto o carro guina vertiginosamente para o outro lado.
Corremos destemidamente e desatamos a rir do outro lado da rua. É impossível não rir.
Mas é que estamos atrasados, porca miséria!
Há tanta coisa para ver. A cidade das cúpulas espera por nós.
lfklfd

flçfl
Arrivederci!

quinta-feira, 8 de julho de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 101

James - Parte V
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Em Ulisses Joyce insinua que a maioria das pessoas, por baixo das superficialidades da personalidade, são tipos e não indivíduos, ou seja, somos todos iguais, mais ou menos, uns aos outros e variamos pouco entre nós. Numa cultura de massas, as poucas ideias ou sentimentos únicos de uma pessoa são facilmente deformados para se transformarem em clichés convencionais - de outra forma, todos nós seríamos artistas!
Joyce leva a sua afirmação ainda mais longe, sugerindo que nem mesmo os nossos monólogos interiores são verdadeiramente nossos.
Esta afirmação, embora representasse uma ideia nada agradável, não fazia mais senão repetir o que Jung já tinha demonstrado, acrescentando um facto importante - que o "mesmo" podia de alguma forma tornar-se no "novo".
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O romance foi desde sempre um artefacto, uma farsa para representar a realidade, mas agora, com Joyce, passa a ser uma farsa assumida - e o autor quer mostrar os pregos do mecanismo, em vez de "usar arte para esconder arte", como se fazia no passado. Ao desmistificar o mecanismo de construção do próprio romance que se propôs escrever, justapondo tantos estilos diferentes de escrita (um estilo diferente por cada capítulo do livro), Joyce pretende demonstrar o quanto é deixado por dizer por todos eles, mostrando a limitação de todos.
Tem sido argumentado que dentro deste conjunto de modos, não existe nenhum estilo propriamente joyceano. Tradicionalmente, "estilo" é suposto representar a forma única de um escritor ver o mundo, mas isto nunca impediu o julgamento de um estilo "bom" ou "mau". Joyce foi um dos primeiros artistas modernos a apreciar que o estilo era menos a marca da personalidade de um escritor e mais o reflexo da prática linguística aprovada num dado período histórico. O que parecia um estilo pessoal, frequentemente não era mais do que a descoberta de uma nova convenção, como quando Hemingway descobriu que era mais eficaz descrever acções em linguagem telegráfica, em vez das circumlocuções intermináveis victorianas.
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Joyce previu que a palavra escrita estava condenada ao declínio, numa era de comunicações electrónicas. O facto de as palavras terem de ser escritas aborrecia Joyce, que se angustiava com tudo o que se perdia na transição do éter para o papel. E isto é absolutamente surpreendente, num artista que tinha poderes expressivos extraordinários, e apesar da habilidade com que realizava o seu génio! Se ele estava descontente, o que seria dos outros, a léguas de distância de si próprio?
Ulisses é, pois, um livro que pede que se façam sérias considerações à possibilidade de que qualquer pessoa poderia tê-lo escrito. Se as nossas palavras raramente são mesmo nossas, sugere Joyce, então também os enredos não são nossos, podendo ser pedidos emprestados a Homero, como é o caso de Ulisses. Ele afirmava muitas vezes que a melhor parte do seu material havia sido pedido emprestado aos cidadãos de Dublin e orgulhava-se perversamente de partilhar com Shakespeare o facto de nunca ter criado um único enredo original.
Anulando-se uns aos outros, os diferentes estilos de Ulisses recordavam ao leitor que mesmo a melhor literatura não passa de uma imitação parodiada da verdadeira experiência da vida.
O que torna Joyce um escritor radical é a sua vontade de questionar, não apenas os poderes expressivos da linguagem, mas também a própria instituição da literatura - a sofisticação máxima.
Ao levantar dúvidas acerca do meio literário, Joyce está a questionar o mesmo meio através do qual essas dúvidas são expressadas.
Joyce atingiu o ponto terminal do modernismo - quando uma cultura, tendo florescido, se auto-anula radicalmente.
d,jfdk
retirado da introdução de "Ulisses"

quarta-feira, 7 de julho de 2010

MAGIC MOMENTS 111

DVD 18 - Dedicatórias Verdadeiramente Dedicadas
dfldç~lf
À Argentina. Porque, convenhamos, foi uma humilhação ...
kfdlçkf

terça-feira, 6 de julho de 2010

'Till I Found You

O Mundo Colapsa 26
fkdçklf

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Do José desta vez népias.
ldfçdºf
Ligou-se ao Human.
dfkçdlf
«Jupiter» Greetings o Inventor
«L00p» Greetings o Brain. Or should I say brain less? Are you out of your fucking mind?
«Jupiter» I’m out. Plainly and simply.
«L00p» Oh man. What the fuck are you doing?
«Jupiter» Following my instincts. Crazy, huh?
«L00p» Not crazy. Suicidal. What the hell are you going to do?
«Jupiter» What I’ve always done. Rely on myself. I’ve always worked better alone, anyway.
«L00p» Yeah. That’s as egocentric as you can get.
«Jupiter» I understand why it looks like that. But it’s not. Believe me. Maybe for the first time in my fucking life, it isn’t.
«L00p» You never told me about the Dheli.
«Jupiter» I didn’t want to burn you.
«L00p» I wish I could follow you. But I think I’m more useful here.
«Jupiter» You have to stay. When this starts to blow up in J’s face, he’ll need someone on his side. Devil’s bound to follow Krueg.
«L00p» To his own death. He’s double, hey?
«Jupiter» If I had any doubts, I lost them all today. Couldn’t be more obvious than that. And he knows I know. Be careful with him. He knows you’re not dumb.
«L00p» Keep me enlightened, will you?
«Jupiter» I’ll try. But being out, means just that. You know it better than me.
«L00p» I know. But I also know you can do better than that ;)
«Jupiter» As soon as I can, but I don’t believe in luck.
«L00p» Au revoir.
«Jupiter» A bientôt.
ºlfºçdf
Quando terminou a conversa com o Human tinha um memo do Jorge e outro do Krueg.
dlfkºçdf
«MemoServ» CM em 24 horas. May the force be with you.
dkflçdf
Sorriu. Sorriu mesmo. Não foi um sorriso electrónico. Sentiu que tinha sorrido. Mas foi um sorriso triste.
çldfºçd
«MemoServ» Please contact me before you leave.
dlfçldf
Sabia o que o Krueg queria. Queria saber o que ele sabia. Mas não lhe daria essa satisfação. Não sabia se havia de aceitar a conversa ou não. Decidiu falar com o José antes de tomar essa decisão. Human tinha-lhe enviado outra mensagem.
ldkfldf
«MemoServ» Krueg. Talk to him. Better.
çldkfçld
Ok. Primeiro o José, depois o Krueg. E depois? Depois o vazio …
çkldfçd
Establishing Ident
Status: On-Line
Identity: Code Red
Translation: Jupiter
çldfºçd
Send DCC Chat
Chat Established
ºçklfdçd
«Jupiter» hey
«fucking-shit» hey …
«Jupiter» presumo que já sabes
«fucking-shit» sim …
«Jupiter» eu sei … sou um idiota
«fucking-shit» daaase
«Jupiter» vais ter que ficar
«fucking-shit» claro …
«Jupiter» mas vou precisar de ti
«fucking-shit» claro …
«Jupiter» tou a falar a sério
«fucking-shit» e se eu não tiver para isso?
«Jupiter» não tás … não posso fazer nada …
«fucking-shit» se essa gaja não tivesse morta matavaa outra vez
«Jupiter» isto não tem nada a ver com ela
«fucking-shit» yeah yeah yeah pois … right … whatever …
«Jupiter» assim que puder contacto
«fucking-shit» faz o que quiseres
«Jupiter» farei
«fucking-shit» ouve …
«Jupiter» diz
«fucking-shit» vais-nos lixar a todos
«Jupiter» prefiro essa remota hipótese a que me lixem a mim de certeza
«fucking-shit» o Krueg é infiltrado?
«Jupiter» é … só pode ser …
«fucking-shit» e o que é que se faz?
«Jupiter» segues tudo até onde puderes sem te lixares
«fucking-shit» fácil de dizer …
«Jupiter» assim que vires que podes tar lixado, recuas
«fucking-shit» e sou comido das 2 maneiras
«Jupiter» nope, quando começar a Guerra vai ser o salve-se quem puder de qualquer das maneiras vou tentar antecipar-me. Ainda vou precisar dum tempo para reunir as tropas
«fucking-shit» vais fazer o quê?
«Jupiter» vou-te mantendo informado
«fucking-shit» yeah … right … o tanas não podes … senão o Krueg descobre o que andas a fazer
«Jupiter» eu arranjo maneira não te preocupes
«fucking-shit» ok … hey
«Jupiter» yep
«fucking-shit» não stresses
«Jupiter» não … see ya
«fucking-shit» see ya
çldfºçd
DCC Chat Off
ºçlfºçd
Relutantemente, estabeleceu o contacto com Vincent.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

OS FILMES DE ANDRÓMEDA

Filha de Ryan (A)
Ryan's Daughter
Realização: David Lean (Inglaterra)
Ano: 1970
dkfçld

dlfkldç
"Father Collins: Don't nurse your dreams, Rosy. You can't help having them, but don't nurse them. Because if you nurse your dreams, they tend to come true."
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Recordo:
... aquela praia imensa, na Irlanda ...
... o pachorrento e doce Robert Mitchum ...
... a frágil e sonhadora Sarah Miles ...
... o tonto da aldeia mais verosímil de sempre, que de tonto não tinha nada, interpretado pelo grande John Mills ...
... a forma soberba como Lean nos mostra a paixão de Rosy pelo oficial inglês, através das cores e da intensidade da vida à sua volta ...
... um filme maravilhoso, cheio de actores tremendos, cenários lindos e intensos, uma história de amor e paixão profundos e uma realização magnífica, de que nunca me canso ...
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domingo, 4 de julho de 2010

Fetiche #27

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.
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"I don't have to do the lead. If I dig a part, I'll do it." - Kevin Bacon
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[Kevin]
1. Eterno secundário norte-americano > 2. Kevin começou em Footloose e vai acabar não se sabe onde, mas a viagem é garantidamente sempre a subir > 3. Há um jogo famoso em Hollywood que consiste em relacionar Kevin a qualquer actor, realizador ou filme jamais feito - e consegue-se - ele acha piada > 4. Sempre escolhido ou para secundário ou para mau da fita, Kevin não se importa e nós também não - ele pega nos seus secundários e torna-os como se fossem principais, mais rápido do que o diabo esfrega um olho > 5. Kevin é bom, muitíssimo bom, e eu gosto de tudo o que ele faz
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