sexta-feira, 7 de setembro de 2007
FIM ?
MURMÚRIOS DE LISBOA XLIV
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And so you played a game with me. You rapped my present and then you helped the other sales woman to search for the poet’s book on the internet and all the time you were being very professional about it and not even looking at me. And the fat girl likes you, and you know she does. She kept flirting with you, right in front of me. And everything was so very Heathcliffish of you, wasn’t it?
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
PSICANÁLISE XXXVII
A minha alma é neste momento um Frodo, apunhalado sem misericórdia não por um mas por vários Nazguls. Os Nazguls são todos os meus fantasmas interiores e exteriores. Alguns foram criados por mim, outros existem já há muito, muito tempo, outros ainda apareceram do nada para me atormentar.
Dentro de mim, no mais fundo de mim mesma persiste ainda uma Arwen teimosa, corajosa e crente na regeneração desta alma.
Quando partir, no próximo Sábado, para "Rivendell", para o meu paraíso, que fica no fim do mundo, a minha fuga será semelhante a esta. O meu cavalo serão rodas que me levarão a atravessar a ponte sobre o Rio Tejo e quando estiver do outro lado olharei para trás e verei todos os Nazgul alinhados na margem de Lisboa, as suas silhuetas negras e assustadoras, sem rosto, sem piedade.
Um deles dirá "Give us your soul. Give us your sanity.”
E então a Arwen que existe em mim murmurará, com convicção e desafio no olhar “If you want it, come and claim it!”, empunhando a espada impregnada de toda a força que ainda lhe resta.
E os Nazgul saberão que nada será possível sem que haja uma luta sem tréguas.
E as ondas do mar que já rugem dentro de mim arrastarão os Nazgul de dentro da minha cabeça e farão com que fiquem adormecidos e menos ameaçadores.
Sei muito bem que esperarão por mim, quando regressar. Não vão desaparecer. Um ou dois morrerão noutras batalhas, um ou dois permanecerão exactamente no mesmo sítio e saudar-me-ão assim que entrar em Lisboa, outros estarão ainda mais fortes e outros mais fracos, quase moribundos.
A minha alma será fortalecida e encontrará, espero, a paz de espírito necessária para os enfrentar de novo e a outros que virão, eu sei.
klsçlsk
“Still round the corner there may wait
A new road or a secret gate,
And though I oft have passed them by,
A day will come at last when I
Shall take the hidden paths that run
West of the Moon, East of the Sun.”
J.R.R Tolkien (The Lord of The Rings)
terça-feira, 4 de setembro de 2007
OS LIVROS DE ANDRÓMEDA - PARTE I
António Lobo Antunes
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
MURMÚRIOS DE LISBOA XLIII
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The first time I saw you, I didn’t really see you. You asked me for light, at a coffee shop near your bookstore. I wasn’t alone. That’s about the only thing I know for sure about you – that you smoke.
I didn’t even look at you. I mean, I looked, but I didn’t really see you. And then I recognized you at the bookstore. And after that I decided you were The Paul Auster Book. I didn’t really decide. You decided for me.
I also think I have seen you before that first time. Your face looks so familiar. I have tried in my mind to remember where, but I just can’t figure it. Maybe it was at another bookstore …
I just don’t know if you like Paul Auster. But I can picture you with “Lulu on the Bridge” in your large hands with a coffee at your side and a cigarette plucked between your fingers.
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Do you wonder about me aswell? Do I cross your mind, every now and again? Have you wished me to come into your bookstore again? What if this was a movie with a strange ending and I came up to you and asked you “Would you like to be a character in my book?” What would you answer me? What would your blue eyes tell me? Would they pierce me as they did in Chapter I? Would you shudder like I think you did in Chapter II?
I could, you know. I could try surprising the Paul Auster Book with the blue dark cynical eyes …
domingo, 2 de setembro de 2007
PALAVRAS EMPRESTADAS 22
12 - Estrela Do Ma... |
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Numa noite em que o céu tinha um brilho mais forte
E em que o sono parecia disposto a não vir
Fui estender-me na praia sozinho ao relento
E ali longe do tempo acabei por dormir
Acordei com o toque suave de um beijo
E uma cara sardenta encheu-me o olhar
Ainda meio a sonhar perguntei-lhe quem era
Ela riu-se e disse baixinho: estrela do mar
Sou a estrela do mar
Só a ele obedeço, só ele me conhece
Só ele sabe quem sou no princípio e no fim
Só a ele sou fiel e é ele quem me protege
Quando alguém quer à força
Ser dono de mim
Não sei se era maior o desejo ou o espanto
Mas sei que por instantes deixei de pensar
Uma chama invisível incendiou-me o peito
Qualquer coisa impossível fez-me acreditar
Em silêncio trocámos segredos e abraços
Inscrevemos no espaço um novo alfabeto
Já passaram mil anos sobre o nosso encontro
Mas mil anos são pouco ou nada para a estrela do mar
Jorge Palma (Estrela do Mar)
sábado, 1 de setembro de 2007
MURMÚRIOS DE LISBOA XLII
Culturgest - Tecto Exterior Lateral
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Tu aparecerás sempre sentado exactamente desse modo, como estás sentado no banco do autocarro, à minha frente.
Quase te perdia, velho Chocolate. Quase ... E sabes porquê? Porque ia entretida a observar um Hip Hop Boy da mesma cor que tu, mas que podia ser teu neto. É curioso …
Quando ele saiu, fui apanhada de surpresa muito suavemente. Olhei-te e quase te abandonava. Quase ... Porque quando repousei de novo o olhar em ti, o mundo inteiro ficou subitamente mais nobre, mais digno, mais belo, concentrado em ti.
lkçlfkfçl
No pulso esquerdo trazias um relógio daqueles com correia de metal prateada. Não sei como, mas sei que a tua história será em torno desse relógio. Talvez tenha sido o símbolo da tua liberdade, que usas no pulso orgulhosamente, como outros acenam canudos de doutoramento.
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Sim, sabes que não foste talvez corajoso como outros, ou aventureiro. Mas só conhecias e desejavas uma coisa. Poderes sentar-te ao final do dia naquela cadeira, descansado e em paz, com as tuas crianças saltitando à tua volta, a tua mulher a cantar na cadeira de baloiço ao teu lado e o sol a pôr-se lá ao fundo, por trás das longas e verdes folhas do milheiral que andaste a debulhar durante o dia.
flkçlkçlkf
Os teus olhos não me conseguem ver. Mas não é porque estejas perdido nos teus pensamentos num egocentrismo fechado, como tantos outros. Não me vêem porque és daquelas raras pessoas sem consciência de si próprias, nem por um único segundo das suas vidas.
Esses olhos intensos e atentos, cheios de vida plena, vêem o fim aproximar-se com a serenidade de um leão majestoso. E pressentem, sem saberem explicar, porque nunca leram nenhum livro a não ser algumas passagens da Bíblia, o que te espera.
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Velho Chocolate, essas asas mereceste-as como muito poucos.