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segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

VIAGENS XII

RIO DE JANEIRO



“Minha alma canta vejo o Rio de Janeiro
estou morrendo de saudade
Rio, teu mar, praias sem fim, Rio, você foi feito pra mim
Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara
este samba é só porque Rio, eu gosto de você”
António Carlos Jobim (“Samba do Avião”)

Rio, quando eu te vi
Você era para mim
Apenas um postal
Nada de fenomenal

Rio, eu mal sabia
Que os meus olhos se abririam
Diante de tanta maravilha

A moldura da floresta verde exuberante
E a cidade cá em baixo infernal
Depois a orla do mar deslumbrante
Não há outra assim igual

O sorriso fácil do teu povo
A ternura doce do seu olhar
As palavras num discurso novo
O ritmo do sambinha sempre a dançar

Rio, eu mal sabia
Que os meus olhos se abririam
Diante de tanta maravilha


E o Cristo abrindo as mãos
Olha por todos sem excepção
Com seu semblante sereno
Perto dele tudo é ameno

As favelas trepam e desenham
Castelos de escombros no ar
Escadarias infernais que desdenham
O espaço, a paz, a moral

Rio, eu mal sabia
Que os meus olhos se abririam
Diante de tanta maravilha


Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça...

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segunda-feira, 27 de novembro de 2006

VIAGENS XI

EGIPTO
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“Egypt! from whose all dateless tombs arose
Forgotten Pharaohs from their long repose,
And shook within their pyramids to hear
A new Cambyses thundering in their ear;
While the dark shades of forty ages stood
Like startled giants by Nile's famous flood.”

Lord Byron

Segui o curso do ancestral rio
desde as paredes de chocolate sujo
da infernal e ruidosa Cairo
até às areias douradas
da beleza esmagadora do deserto
e às águas vermelhas
do mar transbordante de vida e cambiantes

e depois lá estão elas
eternas
as pirâmides
desenhando uma geometria misteriosa
ao pôr-do-sol
sussurraram-me segredos de milénios
perdidos na poeira do deserto
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desci ao ventre da terra no vale dos reis
e contemplei uma das maravilhas do mundo
as cores preservadas da corrupção dos elementos
a par com o cheiro pestilento das entranhas tumulares
céus azuis estrelados de dourado
discursos escritos a pincel por centenas de escravos
corredores e corredores de suspiros maravilhosos

espreitei uma múmia no museu
preservada, enrugada e encolhida, pelos óleos secretos
e as esplendorosas jóias do jovem rei Tutankamon
tão jovem …
tão magnificamente jovem e eterno
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mergulhei no Mar Vermelho
e apanhei corais proibidos
oferecidos à sucapa pelo velho marinheiro
com um sorriso
fiz uma tatuagem de hena no braço
o meu nome em árabe
e nas ruas chamavam-me
e diziam-me deles, és egípcia
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o nariz partido da Esfinge contemplou-me
enquanto um soldado aponta a sua kalashnikov
despreocupadamente pendurada no ombro
e o taxista estende o seu tapete para rezar na rua
e os olhos dos homens devoram as minhas pernas nuas
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a areia do deserto reflectida nas águas do Nilo
cria paisagens alienígenas
e o silêncio do recorte das montanhas
no horizonte do deserto

não esquecerei jamais
as cores dos hieróglifos no ventre da terra
a poesia do tapete estendido no meio da rua
para a oração diária

"Al Salam Aleikum"
Que a paz esteja contigo
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sexta-feira, 24 de novembro de 2006

VIAGENS X

ROMA
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"Como e' bella ce' la luna brille e' strette
strette como e' tutta bella a passeggiare
Sotto il cielo di Roma"
Dean Martin (On An Evening in Roma)

Em Roma todos somos santos e pagãos,
deuses e pecadores,
virtuosos e prevaricadores, como se não existisse amanhã
ou a única coisa que realmente importe
seja apenas um prato suculento de deliciosa pasta al dente ...

Ah Roma ... la bela Roma ... la santíssima Roma ...
de artérias a abarrotar de gente bonita e elegante
que fala em gestos largos e sorridentes

Em Roma, sê romano
aprecia a vida, de preferência abusando em tudo
nas compras, na comida, nos passeios, nos sorrisos,
nos gestos e nas palavras

Sucumbamos ao dolce fare niente
molhamos as pontas dos dedos
nas mil e uma fontes que brotam
por toda a cidade
e sonhemos ser

gladiadores, afrodites
papas por um dia
bacos luxuriosos exibindo
coloridos cachos de uva ao pescoço

Em Roma la vita é veramente bella ...

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terça-feira, 21 de novembro de 2006

VIAGENS IX

PRAGA

"Praga nunca te abandona ... esta querida mãezinha tem garras afiadas."

Franz Kafka

Praga no Outono cobre-se de poeira dourada
Como um mágico conto de fadas
Praga no Inverno é escura e fria
Chove miudinho e a neve arrepia

Praga tem vielas antigas
E tristes e soturnas raparigas
Há também a Praga dos carteiristas
Que surpreendem os incautos turistas

Em Praga ouvem-se músicos virtuosos
E dançam-se pantomimas sedosas
Lá morou um escritor perturbado
Pelo mundo terrivelmente admirado

Praga é a cidade das maravilhosas marionetas
Dos desajeitados fantoches e das graciosas bonecas
Em cada esquina vivem surpreendentes teatrinhos
Onde aprendemos a mexer todos os cordelinhos

Nas pontes do rio que lá passa
Artistas pintam e tocam sem pressa
E as terríveis memórias da grande guerra
Jazem amontoadas e adormecidas debaixo da terra

Em Praga ouvi tantas histórias silenciosas
Sussurradas nas esquinas ventosas
Debaixo das pedras ancestrais
No fundo dos olhos dos jograis

De Praga trouxe 3 confidentes
Uma princesa envergonhada e indolente
Um palhaço colorido e tresloucado
E um misterioso mago enfeitiçado

Um dia, é certo, a Praga voltarei
No Outono ou na Primavera, não sei
Quando as folhas douradas começarem a cair
Ou as flores perfumadas desatarem a abrir


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quarta-feira, 15 de novembro de 2006

VIAGENS VIII

VIENA
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"If I speak of Vienna it must be in the past tense,
as a man speaks of a woman he has loved and who is dead."
Erich von Stroheim
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Tudo começa num quarto de hotel parado no tempo,
de paredes austeras e vazias
que transportam para um mundo em guerra,
feito de gestos mecânicos, cinzentos e temerosos

Desdobra-se por uma escadaria de bordeaux aveludado
que desce até à rua fria e branca de neve

Ouvem-se passos, é apenas mais um vienense que passa,
cabisbaixo, duro e metido consigo

É Natal e o Natal em Viena
sai directamente de um postal para os olhos.
Em Viena descobrimos que existem feiras de rua
de decorações e prendas
tal e qual como nos livros de histórias infantis,
onde se pode beber vinho quente
enquanto se descobrem bolas de Natal
de todos os feitios, tamanhos e cores

As princesas em Viena
são as verdadeiras princesas dos contos de fadas,
que vivem em palácios deslumbrantes,
com jardins verdes decorados
com animais e monstros fantásticos
talhados em arbustos primorosamente aparados,
lagos de água verde onde flutuam nenúfares
e cafés onde se comem
as melhores sobremesas de chocolate do mundo

Em Viena Mozart está, felizmente, por todo o lado,
vivo, brilhante, único, a encher-nos os ouvidos,
a modelar-nos os gestos e a alma,
a aquecer-nos e encher-nos o coração

Em Viena há cisnes a nadar em água gelada,
intensamente brancos e mal dispostos,
belos e intocáveis, como o gelo

De Viena trouxe uma valsa que não dancei
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segunda-feira, 13 de novembro de 2006

VIAGENS VII

LONDRES
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"Will you let me romanticize,
The beauty in our London Skies,
You know the sunlight always shines,
Behind the clouds of London Skies."
Jamie Cullum (London Skies)

Chove, em Londres
Neste preciso segundo
Chove e eu tenho saudades desse tempo
Do tempo líquido e do tempo do coração de Londres

Tic Tac Tic Tac
Ben marca o compasso
Sereno e pontual
Conta as horas turbulentas do mundo

Tic Tac Tic Tac
Ben diz:
“Hey, I’m here, don’t forget
I will always be here
Even when you disappear
I will stay, you can bet”

Tic Tac Tic Tac
Passam as modas frenéticas
Os excêntricos dandys
As loucas de mini-saias
As fendas e as falhas dos designs

Mas Ben fica
E eu também vou ficando
E voltando, de vez em quando
Como o eterno nevoeiro

Chove em Londres
E eu adoro chuva
Sim, eu sei que sou, como tu
Um poço de saudáveis contradições

Here’s to you, dear London **

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sábado, 11 de novembro de 2006

VIAGENS VI

BANGUECOQUE
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Dai yahng sia yahng
“Para obter algo, é preciso sacrificar algo”
Provérbio tailandês

O rio serpenteia durante quilómetros e quilómetros de campos de arroz verdes,
pintalgados aqui e ali por gigantescas flores de palha,
presas à água por corpos magros e cansados.
E subitamente avistamos a Cidade de Anjos, onde dormem os budas
A terra parece ter engolido o que outrora eram as águas do rio,
mas todos os anos Chao Phraya reclama parte da cidade de volta,
porque Krung Thep se afunda cada vez mais,
sinuosamente invadida pelos seus canais tortuosos, silenciosos e sorrateiros

A cidade dos anjos é negra como a noite e os abismos
E nela habitam anjos caídos que se movem por entre vapores de lascívia e gasolina
Anjos vendedores de quinquilharias extraordinárias
Anjos que gritam e apostam e trocam bahts numa algazarra alucinante
Anjos que espreitam à porta de antros escondidos na penumbra,
enquanto outros anjos dançam bailados frenéticos

A capital dos mil torreões reluzentes vive dividida
entre templos adornados de ouro maciço e jóias preciosas
e altas torres modernas de escritórios,
viadutos que levantam vôo por entre prédios de apartamentos
e o rio de águas castanhas opacas que serpenteia por entre o bulício,
a poluição e os seus oito milhões de almas trepidantes,
reclamando gota a gota o espaço que lhe foi roubado
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quarta-feira, 8 de novembro de 2006

VIAGENS V

VENEZA
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“It is the city of mirrors, the city of mirages,
at once solid and liquid, at once air and stone.”

Erica Jong

Conto as horas serenas.
Das húmidas manhãs que banham suavemente os canais verdes com estranhos despertares.
Das cálidas tardes que pintam os velhos palácios com cores deliciosas.
Das noites aveludadas desdobrando-se em doces marulhares e longos suspiros.

Conto as horas serenas.
De uma cidade que não é cidade e que pode, por isso, ser todas as cidades numa só, como dizia Marco Polo.
De habitantes que não são meros cidadãos, mas príncipes e duques e cavaleiros desenhados em histórias de encantar.
De casas e lojas e restaurantes, que são afinal palácios e cofres de tesouros e paraísos de delícias.

Conto as horas serenas.
Entre o sonho e o despertar.
Entre um piscar de olhos e o que se lhe segue.
As horas contidas dentro dum círculo concêntrico desenhado por uma pena de pombo que toca a água.
De um suspiro de princesa.
Do bater do coração de uma máscara, quando desviamos o olhar.

Conto as horas serenas da Sereníssima, a Cidade Verde.
A Cidade dos impossíveis contidos nos possíveis, ou dos possíveis contidos nos impossíveis.
Onde tudo pode ser qualquer coisa e qualquer coisa tudo.
Porque nunca há a certeza de a cidade ser a que se reflecte nas águas, ou de o reflexo ser a verdadeira cidade e a outra uma fantasia.

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segunda-feira, 6 de novembro de 2006

VIAGENS IV

PARIS
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"Pour te dire je t'aime
Aussi loin que tu sois
Une part de moi-même
Reste accrochée à toi
Et l'autre solitaire
Recherche de partout
L'aveuglante lumière
De Paris au mois d'août"
Charles Aznavour


Tentei escrever sobre Paris
Tentei usar palavras caras
Encostei a pena ao nariz
Mas as luzes foram raras

Admito que falhei
Tive que me dar por vencida
Nem uma gota de verve saiu
E estou completamente esvaída

Guardei apenas momentos
Pequenos e intensos fragmentos
Que como flashes de memória
Me contam uma doce história

Era uma vez uma cidade
Envolta em suave neblina
Nela se erguia uma torre alta,
Elegante e feminina

Por lá um belo rio serpenteava
E uma míriade de pontes o polvilhavam
Do topo de magníficas catedrais
Terríveis gárgulas espreitavam

O arco triunfal, a avenida descomunal
Deslumbrantes e vastos jardins
Quartier Latin, Montmartre, Pigalle
Desdobrando-se por escadarias sem fim

Foi em Paris que encontrei
Um sorriso enigmático
Foi em Paris que me deslumbrei
Com um minúsculo pensador surumbático

E pensei para comigo
Que aquela cidade nunca antes vista
Desenhada capaz era de ter sido
Por um mestre impressionista

E concluí com um sorriso
Que na verdade podia até ser
Que Paris existisse apenas
Num postal comprado ao entardecer




sábado, 4 de novembro de 2006

VIAGENS III

ESPANHA
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“(…)
España de la otra guitarra,

la desgarrada, no la humilde, la nuestra,
España de los patios,
España de la piedra piadosa
de catedrales y santuarios,
España de la hombría de bien
y de la caudalosa amistad,
España del inútil coraje (…)”
Jorge Luis Borges


Em Espanha
Há rosas presas nas bocas
Sombreros descaídos nas testas
Leques que se agitam com fúria
Castanholas a estalar ao sol

Em Espanha
Os amarelos são torrados de calor
Os encarnados vibram nas praças
Os negros cosem com elegância as silhuetas
Os fúchias saem à rua sem vergonha

Em Espanha
Pinta-se com rigor
Canta-se com paixão
Dança-se com violência
Toureia-se com convicção

Em Espanha
Sou uma flor
Pousada no feltro dum chapéu
Sou uma folha de papel flutuando
Numa planície em ardor
Em Espanha
Procuro moinhos
Quixotes e Sanchos Panças
Para ser a Dulcineia
Que um cavaleiro protege com a sua lança

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quinta-feira, 2 de novembro de 2006

VIAGENS II

GRÉCIA - ATENAS



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“Ancient of days! August Athena!
Where, Where are thy men of might? thy grand in soul?
Gone – glimmering through the dream of things that were;
First in the race that led to glory’s goal,
They won, and pass’d away – Is this the whole?”
Lord Byron

A catedral da humanidade acorda todos os dias
à sombra de colunas que contam histórias silenciosas,
da idade da civilização …

Não tem horizonte,
estende-se a perder de vista
num mar de espuma branca feita de cal …

E respira com dificuldade,
envolta numa atmosfera vaporosa
feita dos fumos transparentes do progresso …

Mas continua suspensa no ar,
numa outra dimensão,
num Olimpo intemporal
habitado por deusas de narizes angulosos
e deuses de olhos meigos ...

Por todo o lado,
é salpicada de pedras gigantes,
como pedregulhos em terra de ciclopes …

E no mar da catedral da humanidade
a cor é de vinho,
cheia de cambiantes ricos,
encorpados e impossíveis …
e é lá que vivem pescadores
de bonés de corda negros
que ainda acreditam
em sereias azuis e verdes e prateadas …
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terça-feira, 31 de outubro de 2006

VIAGENS I

AMÉRICA
















“Oh my love, it's a long way we've come
From the freckled hills, to the steel and glass canyons”
U2 (The Hands That Built America)


América
Em ti se erguem gigantes de aço e desfiladeiros de celulóide
Por ti correm sonhos derretidos no asfalto de desertos sem horizonte
Soas ao galope trepidante dos índios nas pradarias onde o sol se põe
E cheiras ao tabaco mascado pelos derradeiros cowboys de semblante duro
América
Ainda és a terra dos livres e a casa dos bravos
Ainda danças na estrada de tijolos amarelos
Ainda cantas o azul da alma dos escravos e dos magos do swing
Ainda e sempre, larger than life
América