domingo, 31 de dezembro de 2006

MURMÚRIOS DE LISBOA X

Retrosaria 2007



Retrosaria na Praça dos Restauradores
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Benvindo à retrosaria 2007!
Ela está quase a abrir
Faltam poucas horas
E a fila é interminável

Cores, muitas cores
Sonhos e sabores
E também tapetes de surpresas

Acrescentamos franjas a 2006
Restauramos vidas
Esticamos promessas

Espreite, não se faça de rogado
Veja a maravilhosa panóplia
Que reservámos para si
Uma variedade infinita de possibilidades
Todas com o cheiro da novidade

Prepare-se para se deslumbrar
E não se esqueça de entrar
Com o pé direito, bem visto

Guarde 2006
Numa caixinha no seu coração
Não se esqueça dele
E entre em 2007 sem pestanejar
Com um sorriso no olhar :)


sábado, 30 de dezembro de 2006

OS ACTORES DE ANDRÓMEDA - PARTE I


James Mason

"How do I wish to be remembered, if at all?
I think perhaps just as a fairly desirable sort of character actor."

Como julgo que disse João Bénard da Costa numa das suas
saudosas crónicas para o Indy, James Mason é a Voz do Cinema.

Para quem a ouviu, a voz de James Mason é,
de facto, inesquecível e fica gravada para sempre
no nosso ouvido e quando a escutamos de novo
o rosto abre-se num sorriso, os olhos fecham-se
e mergulhamos com ele na magia do grande écran.

Grave e suave ao mesmo tempo, impregnada de uma
imensa poesia e de uma intensa verdade,
qualquer insignificância proferida por James Mason
assumia sempre uma intensidade e uma veracidade incalculáveis
e arrisco dizer que poderíamos fechar os olhos
durante um filme inteiro e permanecer igualmente interessados,
apenas embalados pela magnífica complexidade
e corpo da sua voz de veludo que, como um bom vinho,
nos aquece a alma e nos eleva o espírito.

Mas não foi apenas a sua voz que permaneceu,
ou estaria a ser extramente injusta para com um dos melhores
actores que a Inglaterra ofereceu ao mundo.
Para citar apenas alguns dos seus mais memoráveis papéis,
ele foi o magnífico Brutus em Júlio César de Mankiewicz
(ao lado do soberbo Marco António de Brando),
o louco professor Ed Avery em Do Outro Lado do Espelho,
o espião Ulysses em O Caso Cícero
(e a cena em que descobrimos a dupla identidade do espião
por trás do mordomo é magistral)
e o deslumbrado Humbert em Lolita de Stanley Kubrik.

Citando Bill Fairchild: "Num mundo barulhento ele falava suavemente,
e no entanto a sua voz será recordada
por milhões de pessoas que nunca o conheceram.”

Eu sou uma delas.

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

MURMÚRIOS DE LISBOA IX

As Asas da Saudade
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Aeroporto de Lisboa - Chegadas

Há anjos a andar por aí. Às dezenas. Hoje encontrei um. Saiu na paragem do aeroporto. Tinha o cabelo branco e um olhar cansado e arrastava-se num sobretudo cinzento grande, apesar de não ter mais de 50 anos.

Vinha a ouvir música nos auriculares, mas eu sei que enquanto esteve sentado ao meu lado, esteve a escutar atentamente os meus pensamentos.

Eu divagava sobre?... festas de fim de ano … textos que tenho de escrever … como Lisboa tresandava a esgoto por causa da capa imensa de nuvens que sobre ela se estendeu o dia todo … as compras que tinha de fazer hoje à tarde … e mais uma dezena de coisas secretas todas baralhadas e amontoadas, que só ele ficou a saber.

Deixou-me. Mas não era o meu anjo da guarda. Era o anjo de outra pessoa qualquer. Deixou-me com uma sensação estranha. De saudade.

Saiu apressado. Provavelmente o seu vôo estava atrasado. Sei que as asas dele são pequenas e escuras, quase negras. Era um anjo que já passou por muita coisa, percebem? É deste tipo de anjos que mais gosto, ou não tivesse eu tendência para a trágico-comédia.

Gosto de almas perdidas, esventradas, sofridas porque são as mais belas. São as que dão valor aos pequenos e estúpidos momentos de felicidade que nos passam ao lado. Como este anjo que passou por mim, hoje.

quinta-feira, 28 de dezembro de 2006

OS ACTORES DE ANDRÓMEDA - PARTE I


Ingrid Bergman

“I was the shyest human ever invented,
but I had a lion inside me that wouldn't shut up!”

Dela é a deixa mais famosa do cinema –
“Play it, Sam. Play ‘As Time Goes By’
(a frase repetida até à exaustão “Play it again, Sam”
nunca existiu, curiosamente).

Havia algo em Ingrid Bergman. Inexplicável.
Ela não é totalmente pura, nem totalmente devassa.
Por trás dum rosto angelical, dormia uma fera debochada?
Ou serão apenas aqueles olhos nadando em promessas misteriosas?
O seu rosto sereno era absolutamente enganador,
porque Ingrid Bergman era uma actriz capaz dos registos
mais variados e inusitados, provavelmente graças à sua raíz europeia.

Como ela dizia:
“Fui de santa a prostituta e outra vez santa, tudo numa vida só.”
O romance escandaloso que protagonizou
com o realizador italiano Roberto Rossellini foi o responsável
por ser praticamente expulsa dos EUA,
apelidada de adúltera e banida do sistema.
Ambos eram casados quando se apaixonaram loucamente.

Dessa união resultaram 3 filhos, um rapaz e duas gémeas –
uma das quais seguiu os passos da mãe, tornando-se numa
das mais belas e interessantes actrizes actuais – Isabella Rossellini.

E a América haveria de perdoar-lhe as transgressões
e acolhê-la de novo nos braços, com uma standing ovation
na cerimónia dos Oscars.

Morreu após uma luta terrível com um cancro,
sem nunca deixar de beber ou fumar.
Porque acima de tudo, Ingrid amava a vida e amava viver,
fossem quais fossem as consequências.
LKFLDKFÇLKDLKFKD

quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

MURMÚRIOS DE LISBOA VIII

Um Autocarro Chamado Esperança
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Interior de Autocarro da Carris, algures em Lisboa
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Hoje é Natal. Que Natal ... Detesto o Natal ... As pessoas esperam que estejamos felizes. Não estou. As pessoas são simpáticas porque têm de ser. Não gosto disso.

O meu momento favorito é no autocarro, a caminho de casa. Aí posso suspirar de alívio. Acabou-se. Mais um. Até para o ano. Mas a dor permanece. Arrasta-se.

O Natal aterroriza-me porque me recorda o quão sózinho estou. Não há telefonemas. Um dia vazio, sempre com a esperança que todos os amigos perdidos, todas as pessoas que deitei fora possam, por um qualquer inesperado milagre, lembrar-se de mim e telefonar. Mas o telefone permanece silencioso. E a vida continua ser uma treta.

No autocarro posso fingir que é só mais um dia. Ninguém me conhece. Ninguém finge ser amável. Ninguém se importa. E a vida continua a ser uma treta, mas ninguém imagina.

E eu observo as pessoas que passam na rua. E ponho-me a pensar. Penso se algumas delas são exactamente como eu. Solitárias e tristes e aterrorizadas pelo Natal porque ninguém vai telefonar e lembrar-se subitamente que afinal ainda gostam de nós, depois de toda a merda que aconteceu.

Imagino se alguns daqueles rostos estranhos estão a ter Natais solitários como eu. Se são como eu, actores exímios, fingindo estarem bem, fingindo que o mundo os ama, enganando todos os outros, escondendo-se debaixo de camadas e camadas de máscaras.

Porque ninguém pode adivinhar. Que somos as pessoas mais sózinhas em todo o planeta. Hoje.

terça-feira, 26 de dezembro de 2006

OS ACTORES DE ANDRÓMEDA - PARTE I


Humphrey Bogart

“The only thing that you owe the public is a good performance.”

Duro. Cínico. Feio. Improvável.

Como é que Bogart se tornou na maior estrela de Cinema de todos os tempos?
Foi sempre um mistério, até para ele, que se considerava um mau actor.

O que acontece é que Bogart possuía algo impossível de
aprender, copiar, inventar ou sequer trabalhar – carisma.
Aquela qualidade misteriosa, aquele “it” que algumas pessoas têm
e que as torna ímanes de atracção inexplicáveis.

Talvez porque Bogart representasse para cada um de nós
aquela parte mais mesquinha e escura, um lado cínico, frio e desencantado
que todos temos, mas que não mostramos facilmente.
Bogart era a faceta desconfiada e dura que existe em todos nós.

Bogart foi o herói do filme noir por excelência.
A personificação do detective misterioso, sempre de pé atrás,
sempre com um olhar esquivo e um sorriso amarelo,
que se apaixona pela mulher fatal, mas que permanece com a honra intacta
até ao final do filme, para desespero dos nossos corações.

E, no entanto, foi esta estrela improvável a escolhida
para interpretar o galã mais famoso de todos os tempos –
Rick em Casablanca, provavelmente o filme que ocupa o primeiro lugar
no maior número de listas de “Filmes da minha vida”.

Na vida real, Bogart amou uma e uma mulher apenas,
a deslumbrante Lauren Bacall, por quem se apaixonou enquanto filmavam
“Ter Ou Não Ter“ e ela lhe dizia com o ar mais sensual do mundo
“You know how to wistle, don’t you? Just put your lips together and blow …”

E quando a câmara olha para ele, Humphrey Bogart,
a estrela feia e cínica torna-se miraculosamente num dos homens
simultaneamente mais atraentes e marcantes do nosso imaginário.
LKJFLKJGLKJFDGLKJF
Here's looking at you, Boggie!
LKJFLKJGLKJFDGLKJF

sábado, 23 de dezembro de 2006

HAPPY XMAS




A Happy Xmas and a Happy New Year to everyone!

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

PRESENTE DE NATAL


Este presente foi feito com letras
e vem dentro duma caixa de palavras,
embrulhada com vírgulas
e enfeitada de reticências:

Ama … Apaixona-te … Abraça …
Bastante … Bem …
Com …
Desejo … Determinação … Dilúvio …
Encanto …
Fragilidade … Força …
Goza … Garante …
Honra …
Inspira … Idealiza … Imagina … Inventa …
Joga …
Leva … Liberta …
Mil Mistérios …
No …
Olhar …,
Porque …
Quando …
Rires … Recordares … Realizares …
Sentirás … Saberás … Sonharás …
Totalmente … Tranquilamente
Uma …
Vida … Verdade …


Para um 2º leitor, que é também um grande ouvinte :)

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

MURMÚRIOS DE LISBOA VII

Perdidos e Achados


Rua Augusta, na Véspera de Natal

No meio do corropio das últimas horas, onde estás tu?

Em que saco te meti eu, no meio dos embrulhos de todos os outros quases, ses, tem que seres, aindas, mases, não me posso esqueceres ...

Quanto tempo te dediquei eu a pensar e repensar, a sorrir com a expectativa da surpresa, a compor e descompor e voltar a compor, a escolher, a duvidar, a dormir sobre o assunto e a gritar Eureka!

Perdi-te no meio dos sacos todos, dos papéis de embrulho, das fitas, dos confetis, dos cartões.

Perdi-te nos milhentos passos que dei, nas sombras que pisei, nos suspiros que cruzei, nas esquinas que revirei à procura de outros.

Na véspera de Natal vou-te encontrar, eu sei, no fundo de uma caixa, de um saco, de um pacote, encolhido, tímido, com frio e sozinho. O presente especial, o mais importante, aquele a quem eu queria dedicar todas as horas que gastei com os outros ...

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

OS ACTORES DE ANDRÓMEDA - PARTE I


Greta Garbo

“If only those who dream about Hollywood
knew how difficult it all is.”

Provavelmente mais do que o talento, a voz,
o olhar, o glamour, o que permanece sempre
de Greta Garbo é o seu rosto.

A câmara ama poucos, mas quando ama é um amor derradeiro,
exclusivo, intenso e eterno.
O rosto de Greta Garbo parece ter sido criado pelo deus do celulóide.
Dele se pode dizer que era absolutamente perfeito.
Ela não precisava de falar,
não precisava sequer de respirar para nos atrair.

Greta Garbo foi a deusa maior do Cinema.
Mais do que uma mera estrela, ela pairava no grande écran
como uma diva imperturbável num Olimpo demasiado inatingível.
Personificou como mais nenhum actor
a era gloriosa dos grandes estúdios, dos omnipotentes produtores
que faziam e desfaziam mitos num piscar de olhos
e quando os actores eram seres etéreos
que reinavam num mundo mudo e suspenso.

Foi com grande expectativa e receio que o mundo
aguardou pela revelação do bombástico slogan “Garbo talks!”
Mas a sua voz sensual e grave não desiludiu ninguém.
A Esfinge passara o teste do sonoro.

Lembro-me pouco dos filmes.
O que permaneceu desde sempre na minha memória
de criança
fascinada pelo Cinema, foi o seu rosto.
O inesquecível rosto de Greta Garbo.

terça-feira, 19 de dezembro de 2006

MURMÚRIOS DE LISBOA VI

United Colors of Lisbon


Elevador antigo preservado pela Loja Benetton na R. Garret


No meio de Lisboa
Bem no meio, escondida
Existe uma caixinha
Preservada no tempo

Uma caixinha
De sobe e desce
Com bancos e espelhos
Com portas de correr

A caixinha está escondida
Escondida por trás de cabides
De roupas coloridas
De tecidos de todos os sabores

Mas quem tem a sorte
De a poder espreitar
Regressa sempre lá
Para se voltar a maravilhar

Para voltar a sonhar
Com outros tempos, outras gentes
Com senhoras e porteiros
Vestidos a rigor

Uma pista ?
A caixinha está bem perto
Dos dois maiores poetas
Que Portugal deu ao mundo

Adivinham onde está ?


segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

OS ACTORES DE ANDRÓMEDA - PARTE I


Fred Astaire

“I have no desire to prove anything by dancing.
I have never used it as an outlet
or a means of expressing myself.
I just dance. I just put my feet in the air
and move them around.”

Fred Astaire não dançava.
Ele flutuava, voava, como uma belíssima e flexível
serpentina mágica, dotada de vida.
No seu sangue não corriam glóbulos, mas notas de música.

Para além da classe e do estilo únicos,
Fred Astaire possuía um sentido de ritmo extraordinário.
O que lhe permitia produzir sapateado por cima da música,
sem que parecesse um aditivo mas algo
que era intrínseco ao que se estava a ouvir.

Como acontece com todos os génios, qualquer leigo
pode apreciar Fred Astaire sem perceber nada de dança
porque “What you see is what you get.”
Ou seja, Fred sente-se, não se racionaliza.

E o que se sente é um homem que dá tudo por tudo.
Sammy Davies Jr. dizia que não importava se gostavam dele ou não.
O importante era que, mesmo não apreciando o seu estilo,
o público percebesse que ele tinha feito o seu melhor,
que tinha dado 200%.
O mesmo se pode aplicar a Fred Astaire.

Para além disto, a capacidade de nos fazer acreditar que tudo
o que fazia era fácil, quando na verdade era fruto
de incansáveis ensaios, da insatisfação e do perfeccionismo
inerentes às qualidades de um artista e atleta fora de série.

Ver Fred Astaire dançar é um prazer e um privilégio imensos.
Uma experiência que ninguém deve perder na vida.
Ele foi um dos maiores bailarinos de todos os tempos.

Fred, serás sempre o meu Primo Ballerino!

Já pensaste, Fred
Que, se calhar
Nunca chegaste
Sequer a poisar?
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domingo, 17 de dezembro de 2006

MURMÚRIOS DE LISBOA V

À Volta Da Meia-Noite
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Iluminação nocturna junto à Rotunda do Relógio
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Para ler ao som de 'Round Midnight de Miles Davies.
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O coração de um detective está longe de se emocionar facilmente.
Mas quando recebi aquele telefonema naquela noite fria de Janeiro, o arrepio familiar que costuma percorrer a minha espinha quando sei que há caso interessante por trás duma voz do outro lado do telefone, foi assustador.
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A voz dela era rouca, sensual e assustada. Disse-me para ir ter com ela a um bar porque a sua vida estava em perigo. E desligou.
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O que é que um rapaz como eu faz numa situação destas? Numa cidade em que muito pouco ou nada acontece, agarra-se o primeiro caso que nos vem parar às mãos, mesmo que pareça suspeito. Peguei no chapéu, acendi um cigarro, verifiquei a minha Colt e parti para enfrentar a noite enevoada.
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O bar era degradante. Escuro como breu, impestado de fumo de tabaco e o cheiro enjoativo de álcool barato. Sentei-me ao balcão e pedi um whiskey. Alguém me tocou no ombro. Virei-me.
As pernas dela iam daqui até Saigão. O vestido vermelho podia não estar lá. Sorriu-me e pegou no meu copo com mãos rematadas por vermelho sangue.
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E depois tudo se passou demasiado depressa, até para mim. O som do tiro foi inconfundível. Agarrei-a. As minhas mãos ficaram manchadas de vermelho, mas não foi do verniz. A última coisa que ela disse foi o meu nome.

sábado, 16 de dezembro de 2006

OS ACTORES DE ANDRÓMEDA - PARTE I


Elizabeth Taylor

“Everything makes me nervous - except making films.”

Elizabeth Taylor nasceu para ser estrela de cinema,
quer tivesse talento ou não.
A sua beleza estonteante e uma característica única –
uns incríveis e impossíveis olhos violeta –
teriam sido suficientes para que a câmara
nutrisse por ela um amor incondicional.

Felizmente para nós, Elizabeth também sabia representar
e foi ficando cada vez melhor com o passar dos anos,
apesar de nunca ter tido uma única aula.
Como ela própria disse, aprendeu tudo o que sabe
observando e contracenando com os melhores profissionais
com que se foi cruzando ao longo do seu percurso.

E que professores ela teve! Paul Newman, James Dean
Montgomery Clift, Richard Burton,
Rock Hudson, Marlon Brando
são só alguns dos mais talentosos colegas
com quem teve o privilégio de partilhar takes.

Vimo-la crescer diante das câmaras, da menina inocente
que brincava com Lassie, à magnífica assanhada e rejeitada
Gata em Telhado de Zinco Quente, ao portentoso desempenho
ao lado do grande amor da sua vida, Richard Burton,
em Quem Tem Medo de Virginia Woolf.
lkjglkfjgljflkjg
Elizabeth viveu a sua vida diante do mundo inteiro, sem pudor.
A ficção e a realidade não se distinguiam nela
e foi protagonista de histórias tão apaixonantes e trágicas
como as das heroínas que representava.

Sempre pertenceu ao público e, apesar
de todos os erros e transgressões,
o público continua a amá-la incondicionalmente.
Ela é uma das últimas lendas vivas de Hollywood.

Talvez porque, da pele imaculada da juventude
às rugas carregadas da velhice,
os magníficos olhos violeta de Elizabeth
nunca deixaram de brilhar para nós.
JFKDJGKLJD

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

MURMÚRIOS DE LISBOA IV

Torre de Sonhos


Torre de Belém
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Estou sempre prestes a partir.
Sou pequena e bonita.
Encaixo bem no rio que me abriga.
Sou a porta de entrada e a porta de partida
desta cidade principesca.
Fui feita quando ela dominava o mundo
e os seus navegadores eram os senhores dos mares.

Hoje não passo de uma pequena pérola antiga,
algumas vezes murcha, outras vezes nem tanto.
Os seus habitantes esquecem-se de mim facilmente.
Entendo-os.

Também eu, se tivesse nascido nos tempos que correm,
duvidaria de tantas façanhas,
como um neto duvida de algumas das histórias
que o avô desfia recostado na sua velha poltrona.

É difícil sentir o cheiro do mar aberto,
quando se conheceu apenas o mofo da decadência.
Mas estive, estou e espero estar sempre aqui.
Sou o retrato do passado, do presente e do futuro
desta cidade cor-de-rosa de reflexos feitos de saudade.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

OS ACTORES DE ANDRÓMEDA - PARTE I


James Dean

“If a man can bridge the gap between life and death,
if he can live on after he's dead,
then maybe he was a great man.”

Com três filmes apenas se escreve uma lenda.

As razões deste mistério? São também três:
Um talento inato, um rosto magnético
e uma aura de inadaptado que nos desfere
um golpe no estômago
de cada vez que ele aparece no écran.

O rosto de James Dean
não pertence a nenhuma época em particular.
É, por isso, universal e intemporal,
continua sempre presente, com a mesma força.
Ele representou a juventude, qualquer juventude,
inadaptada, revoltada, perdida mas determinada.

Os três personagens que representou no Cinema –
um jovem lutando contra um pai demasiado severo,
um jovem que procura a razão da sua existência
numa mãe ausente e gélida e um jovem vaqueiro
que encontra subitamente a riqueza do petróleo
no seu pequeno pedaço de terra – são todos expressão
duma vontade férrea da procura dum sentido qualquer
para uma vida que está apenas a começar.

Todos os seus três personagens
são também o próprio James Dean –
autênticas forças da natureza e todos
clamando simplesmente, “deixem-me ser como sou”.

Julgo que se voltasse do reino dos deuses para onde foi,
sorriria doce e ironicamente,
encolheria os ombros charmosamente
e chamaria doidos a todos os que o veneram até hoje.
Ele era a estrela mais relutante que é possível ser.
E, talvez por isso mesmo, se tenha tornado
na estrela mais brilhante do firmamento.

A sua vida terminou quando estava prestes a começar,
mas todos os momentos que tornou seus no celulóide
são de uma intensidade brutal,
a que é impossível ficar indiferente.
Se não tivesse morrido tão jovem teria sido,
muito provavelmente, o único grande rival de Marlon Brando.

Sorry, James, but we will love you forever …
LDKFÇLKDÇFLK

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

MURMÚRIOS DE LISBOA III

O Coração de Uma Cidade


Marco do correio junto à Estação de Metro do Chiado

Se eu te embrulhasse
E enviasse
Para longe
Para alguém
Que precisa de notícias
Quaisquer notícias?
Serias uma caixa de pandora
Ou uma máquina dum tempo
de esperança?
Guardas beijos e lágrimas
Abraços e saudades
Notícias, perguntas
Sonhos, pedidos
Sei porque és encarnado
Não é como seria de supor
Para que sejas bem notado
Foi porque dentro de ti
Palpita um coração enorme
O coração de uma cidade

segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

OS ACTORES DE ANDRÓMEDA - PARTE I


Cyd Charisse

"When you've danced with Cyd Charisse, you stay danced with."
Fred Astaire

Marlene Dietrich pode ter sido a dona
das pernas mais belas do Cinema,
mas as de Cyd Charisse foram
sem dúvida as mais electrizantes.

Bailarina extraordinária,
as pernas de Cyd não acabavam,
esticavam-se até ao infinito
em movimentos que percorreram toda a paleta da dança –
sedução, paixão, ritmo e poesia.

Foi sem dúvida uma dos três grandes bailarinos
que o cinema americano ofereceu ao mundo
(os outros dois foram Fred Astaire e Gene Kelly).

E quando se dança assim, que importa o resto?

Lembro-me que foi no dia
em que a vi dançar pela primeira vez (tinha uns 10 anos)
que decidi que também queria fazer aquilo,
para poder ter umas pernas iguais às de Cyd.

Nunca lhe cheguei aos calcanhares, obviamente,
mas graças a ela descobri aquela que chamo
a droga mais maravilhosa e saudável do mundo – a dança.

Thanks, Cyd!
çfºçdlfºçldºçf

domingo, 10 de dezembro de 2006

PSICANÁLISE IV


Pessimismo, Realismo ou Optimismo ?

Pergunto-me muitas vezes qual destas abordagens à vida será a mais saudável?
Sobretudo quando somos lúcidos e instruídos, sem falsos deuses a toldarem-nos o horizonte.
fkjgçlfgçfkg
Inúmeros estudos afirmam que as pessoas crentes têm mais sucesso na gestão do seu sofrimento do que os não crentes, mesmo quando é necessário lutar contra, por exemplo, doenças muito graves. O bem-estar e a esperança que os crentes encontram no conforto das suas crenças ajuda-os a superarem mais facilmente as agruras da vida.
fkjgçlfgçfkg
Mas eu pergunto-me, não será isto uma forma de esconder a cabeça na areia, como a avestruz, ou de caminhar com duas palas nos olhos como os burros?
fkjgçlfgçfkg
Porque, quer sejamos Mozarts, Einsteins ou Saramagos, ou apenas simples copywriters, agricultores, vagabundos, iremos todos alimentar margaridas no fim, independentemente do génio, sucesso, riqueza, talento, amor, bem-estar ou falta destes atributos todos que tenhamos.
fkjgçlfgçfkg
Encontro-me, por isso, num verdadeiro impasse e sei que este é daqueles cujo resultado temo verdadeiramente. É duro, muito duro, ter uma mente profundamente científica, que nos leva a duvidar de tudo, a questionar tudo e a chegar a conclusões que, para continuarmos a ser coerentes com as nossas convicções, temos que aceitar, por muito que isso nos custe.
fkjgçlfgçfkg
A vida não passa de uma sucessão caótica de acontecimentos, ocasionais uns, frequentes outros, rotineiros muitos, raros alguns. Se não procurássemos dar-lhes sentido seríamos com certeza meras máquinas físicas. Essa é a realidade. E isto é ser realista.
fkjgçlfgçfkg
Ao procurarmos dar-lhes sentido, tentamos ser optimistas.
fkjgçlfgçfkg
E ao constatarmos que nem com o sentido que tentamos dar-lhes, a vida se torna fluida e agradável, porque embatemos constantemente nas vontades dos outros, seremos pessimistas.
fkjgçlfgçfkg
Olhos desconfiados, bem abertos, ou fechados? Qual delas é a mais eficaz? Ou será possível uma combinação das três, doseada de forma diferente consoante a situação que temos em mãos?
fkjgçlfgçfkg
Continuo num impasse ...

sábado, 9 de dezembro de 2006

OS ACTORES DE ANDRÓMEDA - PARTE I


Marlon Brando

“To grasp the full significance of life is the actor's duty,
to interpret it is his problem, and to express it his dedication.”

Marlon Brando foi, é e continuará a ser
o maior actor que o mundo conheceu.

Quando irrompeu literalmente pela tela protagonizando
o inesquecível bruto e ordinário Stanley Kowalski
n’O Eléctrico Chamado Desejo de Tennessee Williams
ao lado da consagradíssima Vivien Leigh,
o Cinema nunca mais voltaria a ser o mesmo.

Brando não representava, Brando vivia os personagens
que lhe cabiam e para nós, seus espectadores abismados,
os personagens eram pessoas reais,
intrinsecamente ricas e profundamente humanas.

Como o descreveu magistralmente Eli Wallach,
seu colega do Método,
Brando balançava constantemente na corda bamba,
realizando um prodigioso exercício de equilíbrio
que nos deixava suspensos do seu próximo movimento,
com o coração na boca, à espera da queda abismal.
Porque o muito bom está sempre muito próximo do péssimo.
Mas Brando jamais caía,
apesar dos incríveis riscos que abraçava.

A sua carreira é de uma versatilidade esmagadora,
de uma coragem sem precedentes,
que nenhum actor consagrado imitou.
Da multiplicidade de personagens que viveram
no seu corpo e na sua alma, Brando tratou-os sempre
com a mesma dignidade e respeito,
do bruto e insuportável Stanley,
ao terno e perdido Terry de Há Lodo no Cais,
o omnipotente Don Corleone d’O Padrinho,
o atormentado Paul d’O Último Tango em Paris,
o misterioso Coronel Kurtz de Apocalipse Now,
e tantos outros, até ao derradeiro Max,
gentil e educado marchant de Sem Saída
(onde dá uma lição de representação
a Robert De Niro em 5 minutos de génio).

O seu talento era de tal forma monstruoso
que arranhava o improvável – somos agarrados por ele
como se estivéssemos a espreitar um reality show
e ficamos a vê-lo, a respirá-lo sem pensarmos
por que o fazemos, porque a realidade
da sua magistral representação nos transporta
inconscientemente para fora da ficção.
E ao mesmo tempo, quando paramos para pensar
como é que ele consegue fazer o que faz,
deparamos com um mistério incompreensível.

É este mistério que separa os simplesmente extraordinários
dos génios. Com os segundos sentimo-nos tocados
de formas que jamais supuséramos ser possível,
mas não temos a mínima noção de como isso aconteceu.
Resta-nos apenas aplaudir, o melhor agradecimento
que se pode oferecer a quem nos proporciona
de forma tão generosa momentos únicos e inesquecíveis.

No dia 1 de Julho de 2004 o mundo ficou infinitamente
mais pobre com a morte do seu Maior Actor,
o genial Marlon Brando.

Obrigada, por todos os momentos sublimes.
JGFÇLKJÇLGKÇLFD
-KGKFDG-LKFÇK

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

MURMÚRIOS DE LISBOA II

Degraus Até Ao Rio


Escada em caracol no topo do Elevador de Sta. Justa

“Alguém diz com lentidão:
‘Lisboa, sabes ...’
Eu sei. É uma rapariga
descalça e leve,
um vento súbito e claro
nos cabelos,
algumas rugas finas
a espreitar-lhe os olhos,
a solidão aberta
nos lábios e nos dedos,
descendo degraus
e degraus
e degraus até ao rio.”

Eugénio de Andrade, Lisboa

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

OS ACTORES DE ANDRÓMEDA - PARTE I


Audrey Hepburn

“I never thought I'd land in pictures with a face like mine.”

Elegância foi sempre o segundo nome de Audrey Hepburn.

E delicadeza. E feminilidade. E um allure único que atingiu
o culminar absoluto no filme “Breakfast at Tiffany’s”,
um melodrama bem ao estilo dos anos 50
baseado no irresistível romance escrito por Truman Capote.

A elegância que marcou cada centímetro de filme com que assinou
o seu parágrafo na história do Cinema e cada centímetro de roupa
que vestia e que marcou a moda e gerou um exército de seguidoras,
foi a mesma elegância que pautou também
a sua vida pessoal, discreta e irrepreensível.

Nos últimos anos de vida abraçou com a mesma paixão
causas humanitárias que a tornaram uma das mais queridas
e marcantes embaixadoras da Unicef.

Spielberg vestiu-a de branco e fê-la anjo sereno,
sábio e delicado no filme Always,
que acabaria por tornar-se premonitório –
foi o último filme com que Audrey nos agraciou.

Para sempre ficará o seu pescoço fino de gazela,
a sua leveza irresistível
e a sua voz infinitamente doce, de menina-mulher.

Darling Audrey. You were an absolute must!

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

MURMÚRIOS DE LISBOA I

Calçada Secreta


Calçada na R. Augusta

Sabes por onde vou?
Nem eu sei
Tu permaneces
Neste caos desconcertante
Passei quantas vezes por ti?
Nem tu sabes
Talvez guardes mil segredos
Debaixo de cada pedra
Os índios da pradaria têm o dream catcher
Os lisboetas as pedras da calçada

terça-feira, 5 de dezembro de 2006

AS LETRAS DE ANDRÓMEDA - Z


ZÉNITE
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"Cause when I look to the sky
something tells me you're here with me
And you make everything alright "
Train (When I Look To The Sky)
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Zénite: O ponto superior da esfera celeste, a partir da perspectiva de um observador na superfície da Terra onde se encontra, ou seja, o ponto exactamente acima da sua cabeça, ou a intersecção da vertical superior do lugar com a esfera celeste. Trata-se de um marco referencial de localização de posições de objectos celestes. O zénite, também chamado auge, apogeu ou culminância opõe-se a nadir

Nadir: O ponto inferior da esfera celeste, segundo a perspectiva de um observador na superfície da Terra; a projecção do alinhamento vertical que se encontra sob os pés do observador à esfera celeste superior, localizada do outro lado da planeta.

Equador Celeste: Círculo máximo determinado pela intersecção da esfera celeste com o plano perpendicular ao eixo terrestre. Divide a esfera celeste em hemisfério boreal, ou norte, e hemisfério austral, ou sul.

Equinócio: Um dos dois momentos em que o Sol, na sua órbita aparente (como é observada da Terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste). Mais precisamente é o ponto onde a eclíptica (trajectória aparente do Sol na esfera celeste) cruza o equador celeste. Equinócio provém do latim e significa “noites iguais”.
O Equinócio da Primavera (hemisfério Norte) ocorre nos dias 20 ou 21 de Março, e o de Outono em 22 ou 23 de Setembro. No Hemisfério Sul dá-se o inverso. A data varia devido aos anos bissextos.

Solstício: Momento em que o Sol, durante o seu movimento aparente na esfera celeste, atinge o seu maior afastamento, em latitude, do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em 21 ou 22 de Dezembro e em 21 ou 22 de Junho. A data varia devido aos anos bissextos.
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O infinito azul sobre nós ... não tem fim, nem ponto específico onde acostar o olhar, é volátil, flutua e cria miragens feitas de sonhos, pensamentos e imaginação ... o zénite será talvez a melhor analogia que podemos fazer com o espírito do ser humano ... sem limites, sem fronteiras, sem definições exactas ... onde o impossível está sempre ao alcance de um pouco mais além ...
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segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

VIAGENS XII

RIO DE JANEIRO



“Minha alma canta vejo o Rio de Janeiro
estou morrendo de saudade
Rio, teu mar, praias sem fim, Rio, você foi feito pra mim
Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara
este samba é só porque Rio, eu gosto de você”
António Carlos Jobim (“Samba do Avião”)

Rio, quando eu te vi
Você era para mim
Apenas um postal
Nada de fenomenal

Rio, eu mal sabia
Que os meus olhos se abririam
Diante de tanta maravilha

A moldura da floresta verde exuberante
E a cidade cá em baixo infernal
Depois a orla do mar deslumbrante
Não há outra assim igual

O sorriso fácil do teu povo
A ternura doce do seu olhar
As palavras num discurso novo
O ritmo do sambinha sempre a dançar

Rio, eu mal sabia
Que os meus olhos se abririam
Diante de tanta maravilha


E o Cristo abrindo as mãos
Olha por todos sem excepção
Com seu semblante sereno
Perto dele tudo é ameno

As favelas trepam e desenham
Castelos de escombros no ar
Escadarias infernais que desdenham
O espaço, a paz, a moral

Rio, eu mal sabia
Que os meus olhos se abririam
Diante de tanta maravilha


Olha que coisa mais linda
Mais cheia de graça...

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domingo, 3 de dezembro de 2006

AS LETRAS DE ANDRÓMEDA - Y

Yuri Gagarine



"Não vejo qualquer Deus
aqui em cima”
Yuri Gagarin







O Cosmonauta Yuri: Impressionado pela carreira militar no Exército Vermelho do seu professor de matemática, Gagarin ingressou no "AeroClube" para aprender a voar como hobbie e em 1955 ingressou numa escola de pilotos onde ganhou as suas asas aos comandos de um MIG-15.
Em 1960 o Programa Espacial Soviético levou a cabo uma extensa e exigente selecção de 20 cosmonautas, entre os quais Gagarin se encontrava incluído. A escolha para o primeiro lançamento recaiu sobre ele e Gherman Titov, mas Gagarin ganhou a corrida supostamente devido à sua educação mais modesta, à sua personalidade mais extrovertida e humilde, aparência física e até ao apelido, um nome associado à aristocracia czarista.

O Vôo: A 12 de Abril de 1961 Gagarin tornou-se o primeiro ser humano a viajar no espaço a bordo da nave Vostok 1. De acordo com a imprensa internacional, terá dito "Não vejo qualquer Deus aqui em cima", mas essa afirmação não consta do registo oficial das suas conversas com a Terra durante o vôo espacial. Gagarin realizou uma órbita completa à Terra, antes de regressar, após uma estada de 90 minutos no espaço. Apelidado pelos russos "O Colombo do Cosmos", Gagarin tornou-se uma celebridade mundial instantaneamente, realizando tournées por diversos países, a fim de promover o feito soviético.

O Fim: Gagarin tornou-se treinador principal de Star City (a cidade dos cosmonautas) e qualificou-se também como piloto de combate. Em 27 de Março de 1968, morreu durante um vôo de treino com o seu instrutor, a bordo de um MIG-15, presumivelmente devido à intercepção de um outro avião que, devido às mãs condições atmosféricas, passou a cerca de 10 ou 20 metros do caça de Gagarin a uma velocidade superior à do som, causando a turbulência que levou ao descontrolo total do MIG.

Laika: Antes de Gagarin, apenas um outro ser vivo havia estado em órbita no espaço. A cadela Laika, deixou a Terra a 3 de Novembro de 1957 a bordo do Sputnik II, mas o seu regresso não foi previsto e Laika morreu cerca de 4 dias após o lançamento, por sobre-aquecimento da cápsula.
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sábado, 2 de dezembro de 2006

PSICANÁLISE III


Ao meu herói, Charlie Brown:

O Charlie Brown ocupa-me os pensamentos de vez em quando, mais vezes do que aquelas que se podem contar pelos dedos. Mas pelo menos é o Charlie. O Charlie é seguro. Antes o Charlie Brown que outro gajo qualquer. De vez em quando, o meu próprio andar lembra-me o do Charlie Brown. O andar do falhado. O andar do falhado ternurento.

Na realidade, o Charlie Brown é o meu alter-ego, ou pelo menos eu gosto de o considerar como tal. O Charlie Brown é o meu ideal de homem. Mas não sei muito bem se preferia ter o Charlie Brown como namorado, se como melhor amigo. De facto, se reflectir bem sobre a questão, tenho a certeza que chegarei à conclusão que, pensando bem e avaliando todos os prós e contras, o Charlie Brown, no fundo, no fundo, não passa de um bananóide. E eu quererei um bananóide para namorado? Aaaaaaaah ... Nope, I don't think, sope! Mas também, se formos a ver, o Charlie Brown não me quereria decerto para namorada. A onda dele é mais rapariga do campo, ecologista, peace&love&all that crap, sandálias foleiras, corte de cabelo do século passado e lots of green stuff - vide Peppermint Patty nos seus piores dias. Portanto, bem vistas as coisas, estamos bem tal e qual como estamos - ele na TV e eu aqui deste lado. E se calhar por isso é que gosto dele. Pffff........... Absence makes the heart grow fonder ....

E cá vamos nós, todos os dias, Charlie, de malinha na mão, com alguns pensamentos decentes na cabeça, prontos e determinados a lançar a maldita bola, em cima daquele montinho idiota.

Força CB! É este ano que vamos conseguir! Vais ver se não é ...