quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como as
VIAGENS





A mudança do hábito. A descoberta de coisas desconhecidas. Os rostos e os sítios e as pedras novas. O conhecimento. A comunicação. O divertimento. O que fascina nas viagens será, talvez, sobretudo a mudança de rotina e a descoberta. Sentimo-nos exploradores e aventureiros em mundo novos para nós. Sentimos que acompanhamos o movimento de rotação do planeta de que partimos à descoberta, em vez de permanecermos estacionários, como certos satélites.
Haverá poucas pessoas que não se sintam fascinadas pelo acto de viajar. A mera deslocação de um qualquer ponto A para um qualquer outro ponto B parece estar geneticamente impressa nos nossos cromossomas.
Para uma criança é uma aventura atravessar a rua. Depois será uma aventura atravessar a cidade sozinha. E, finalmente, uma aventura abandonar o seu país para conhecer outras realidades.
As viagens alargam-nos os horizontes, literal e metaforicamente. Permitem-nos colocar as coisas em perspectiva e encarar com outros olhos o que temos em casa. Permitem-nos perceber que somos apenas uma ínfima parte de um mundo vasto, variado, muito diferente, onde os estilos de vida e as opções são como formigas deslocando-se  freneticamente em todas as direcções.
Há quem prefira apenas partir. Há quem anseie por regressar.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como o
TEMPO


Fascina porque não é palpável e concreto e, no entanto, por todo o lado se encontram os sinais da sua passagem, a começar pelo nosso próprio corpo.
Fascina porque passa incontrolavelmente, sem que possamos fazer nada para o parar, atrasar ou adiantar.
Muito se tem especulado sobre viagens no tempo, mas continuam a ser apenas possíveis nas histórias de ficção científica e nos manuais de cientistas arrojados que reflectem sobre conceitos tão complexos para o comum dos mortais como wormholes, universos alternativos e a teoria das supercordas.
O tempo passa, enquanto fazemos o mais pequeno dos movimentos. E passa cada vez mais depressa, à medida que vamos envelhecendo. O tempo faz esquecer as coisas mais importantes. O tempo cura as dores mais duras. Porque o tempo é o destruidor do hábito e o hábito é a característica mais premente do ser humano.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como as
TEMPESTADES
 
 
 
 
Continuam a assustar-nos, mesmo já sabendo como se formam e de onde provêm e que ao invés de representarem a ira dos deuses, não passam de reacções químicas dos elementos que compõem esta nossa atmosfera.
Mas, apesar disso, continuam a fascinar-nos, sobretudo porque são perigosas, intensas, ruidosas e belas, sejam molhadas, marítimas ou secas. Talvez o que mais fascine nas tempestades seja a falta de controlo e a total impotência a que ficamos reduzidos diante elas. As tempestades, mais do que qualquer outro fenómeno meteorológico ou espacial, recordam-nos frequentemente que somos pequenos e que, apesar de toda a tecnologia que fomos capazes de inventar, permanecemos completamente à mercê dos elementos. A minha avó dizia que eram as bruxas a pentear-se. E quando as bruxas se penteiam, é melhor escondermo-nos.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como as
SEITAS


Porque são secretas, obviamente, fascinam. Porque são redutos intransponíveis para alguns. As seitas são apenas para os escolhidos, que têm de possuir ou de respeitar determinadas características para poderem ser aceites no seio destes "clubinhos do Bolinha". Em vez de "Menina não entra", a tabuleta dirá antes "Nem todos os meninos e meninas entram".
As seitas a que costumamos associar a palavra são aquelas, ironicamente, em que não nos interessa muito entrar. Assustam-nos, fazemos pouco delas, acusamo-las de se aproveitarem dos seus crédulos membros para ganharem dinheiro, fama e proveito. A da cientologia é um exemplo inteligente de como criar uma seita nestes termos recolhendo para as suas fileiras, não os pobres, mas os muito ricos e famosos. Dinheiro não faltará nos bolsos dos cientologistas que se aproveitam da burrice dos muitos ricos e famosos, sim, porque ao contrário do que se poderá pensar, dinheiro e fama não é sinónimo de inteligência, antes pelo contrário, na grande maioria dos casos.
Mas existem outras seitas, a que normalmente não associamos a definição e que funcionam basicamente nos mesmos termos, sendo que a única diferença é que a sua moeda de troca não é o papel de valor mas os privilégios e influências que proporcionam aos seus membros. A Maçonaria é um exemplo, assim como a própria Igreja Católica, que começou por ser uma pequena seita escondida em cavernas e acabou numa grande seita sediada no Vaticano, com ramificações por todo o planeta. Não deixam de ser seitas. Os seus membros são escolhidos a dedo, normalmente pessoas com influência económica, política, social, que gerem os destinos das massas escondidos nos seus redutos secretos carregados de cerimónias simbólicas, objectos sagrados e regras rígidas de conduta.
E, sobretudo, a regra de ouro de qualquer seita, que deve ter sido aprendida numa outra de origem italiana, a Máfia - omertá - o código do silêncio é mais eficaz do que mil muros de arame farpado.
O fruto proibido é sempre muitíssimo apetecido. O ser humano é curioso por natureza. Até descobrir o que se esconde realmente por trás desses muros, não descansa. E o fascínio permanecerá eternamente.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os
SONHOS



Sonhar. É complicado. E tão simples, ao mesmo tempo. Basta adormecer e entrar na fase de REM. Hell! nem é preciso adormecer, basta sonhar acordado.
Porque sonhamos? Porque temos cérebro. Porque temos noção de tempo. Porque entendemos o que é o passado, o presente e o futuro. Porque desejamos. Porque ficamos tristes ou felizes. Porque temos memória. Porque cobiçamos. Porque planeamos. Porque sentimos saudades. Porque invejamos. Porque somos humanos.
Os sonhos contêm tudo o que somos e que nos distingue de todos os outros seres da criação. Os sonhos podem ser deslumbrantes ou aberrantes. Os sonhos podem fazer-nos muito bem ou muito mal. É muito, para coisas tão irreais.
Alguns factos sobre sonhos:
* Within 5 minutes of waking half of your dream is forgotten. Within 10, 90% is gone.
People who became blind after birth can see images in their dreams. People who are born blind do not see any images, but have dreams equally vivid involving their other senses of sound, smell, touch and emotion.
Every human being dreams (except in cases of extreme psychological disorder). If you think you are not dreaming – you just forget your dreams.
Our mind is not inventing faces – in our dreams we see real faces of real people that we have seen during our life but may not know or remember. We have all seen hundreds of thousands of faces throughout our lives, so we have an endless supply of characters for our brain to utilize during our dreams.
A full 12% of sighted people dream exclusively in black and white. The remaining number dream in full color. Studies from 1915 through to the 1950s maintained that the majority of dreams were in black and white, but these results began to change in the 1960s. Today only 4.4% of the dreams of under-25 year-olds are in black and white. Recent research has suggested that those changing results may be linked to the switch from black-and-white film and TV to color media.
If you dream about some particular subject it is not often that the dream is about that. Dreams speak in a deeply symbolic language. Whatever symbol your dream picks on it is most unlikely to be a symbol for itself.
The most common emotion experienced in dreams is anxiety. Negative emotions are more common than positive ones.
On average you can dream anywhere from one or two hours every night.
Studies have been done on many different animals, and they all show the same brain waves during dreaming sleep as humans. Watch a dog sleeping sometime. The paws move like they are running and they make yipping sounds as if they are chasing something in a dream.
Rapid eye movement (REM) sleep is a normal stage of sleep characterized by rapid movements of the eyes. REM sleep in adult humans typically occupies 20-25% of total sleep, about 90-120 minutes of a night’s sleep.
During REM sleep the body is paralyzed by a mechanism in the brain in order to prevent the movements which occur in the dream from causing the physical body to move. However, it is possible for this mechanism to be triggered before, during, or after normal sleep while the brain awakens.
Our mind interprets the external stimuli that our senses are bombarded with when we are asleep and make them a part of our dreams. This means that sometimes in our dreams we hear a sound from reality and incorporate it in a way. For example you may be dreaming that you are in a concert while your brother is playing a guitar during your sleep.
Men tend to dream more about other men. Around 70% of the characters in a man’s dream are other men. On the other hand, a woman’s dream contains almost an equal number of men and women. Aside from that, men generally have more aggressive emotions in their dreams than the female lot.
Results of several surveys across large population sets indicate that between 18% and 38% of people have experienced at least one precognitive dream and 70% have experienced déjà vu. The percentage of persons that believe precognitive dreaming is possible is even higher – ranging from 63% to 98%.
This fact is repeated all over the Internet, but I’m a bit suspicious whether it’s really true as I haven’t found any scientific evidence to support it.
You can not only have s e x as pleasurable as in your real life while dreaming, but also experience an o r g a s m as strong as a real one without any wet results. The sensations felt while lucid dreaming (touch, pleasure and etc..) can be as pleasurable and strong (or I believe even stronger) as the sensations experienced in the real world.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os
SAPATOS



Desde que a Cinderela perdeu o seu, que vivemos fascinados (ou deverei dizer fascinadas?) por esses objectos de vestuário? ... arte? ... lúdicos? ...
O que é um sapato, nos dias que correm?
Parece ter deixado de servir o seu principal e primordial propósito - proteger os nossos apêndices locomotivos - e passar a ser a expressão de um universo inteiro contido na base dos nossos dias.
Os estilistas de sapatos não são homens, para as mulheres, mas deuses, capazes de conceber milagres prodigiosos em ínfimos centímetros quadrados de tecido e outros materiais.
Talvez porque é mais fácil dirigir as atenções todas para uma pequena superfície artisticamente decorada, o sapato passou a ser a expressão máxima do estrato social e da classe e da capacidade económica de alguém. A minha mãe sempre me ensinou que os sapatos devem estar impecáveis e de que estes devem sempre combinar com a mala. Duas lições que me fartei de desrespeitar.
A verdade é que quando queremos avaliar alguém de imediato, a primeira coisa que fazemos é olhar para os sapatos e as mãos. As extremidades parecem ter uma importância grande na grelha de avaliações humana, já que os chapéus também costumam ser motivo de atracções intensas e de estatuto.
Mas o sapato, ah, o sapato, preenche as nossas medidas sempre, mesmo que não sejamos ou queiramos ser nenhumas cinderelas. Até eu, que não ligo nenhuma a essas coisas, olhando ali para cima para aqueles mimos do Manolo Blahnik, me apetece ser sapateira, caramba!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como o
RISO
 
 
 
É aquilo que distingue o ser humano de todas as outras espécies animais. A capacidade de sorrir, rir, gargalhar, ter ataques de riso que nos fazem chorar.
Escondido no riso encontra-se uma infinidade de pormenores que dizem muito das capacidades da espécie humana.
A capacidade de interpretar sinais, a capacidade de ironizar, isto é, de ver para lá do que é óbvio e de ler nas entrelinhas, a capacidade de compreender o que se esonde por trás do sólido.
Rir é sinal de inteligência, de bondade, de criatividade. Rir faz bem à saúde porque nos permite relativizar, o que é sempre importante nas mais diversas situações. Rir evita demasiado dramatismo, que nos rouba energias e fôlego. Rir descontrai e cria laços. Rir é contagioso e é das melhores coisas da vida quando alguém nos faz rir até chorarmos e nos agarrarmos à barriga com dores musculares a pedirmos, por favor, que páre!
Rir é, misteriosamente, o maior sinal da superioridade de uma espécie relativamente a outra e isso deveria fazer-nos pensar porque persistimos em perder grande parte da nossa vida a ... chorar.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os
QUEBRA-CABEÇAS

 
 
Os chineses ocupam o topo da tabela. Caixas enigmáticas, com aberturas secretas, que exigem de nós, sobretudo, paciência. Os quebra-cabeças, sejam físicos ou mentais, continuam a fascinar-nos porque nos permitem, numa era em que sabemos muita coisa, perder tempo e ocupar os neurónios com problemas difíceis e que constituem desafios às nossas capacidades mentais.
Os quebra-cabeças fazem com que nos sintamos, nem que seja apenas por alguns momentos, Einsteins de trazer por casa, exploradores vitoriosos de continentes ainda virgens, mesmo que sejam apenas uma grelha de sudoku.
Os quebra-cabeças forçam-nos a pôr o cérebro a trabalhar e o cérebro também precisa de exercício, ou torna-se preguiçoso.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como a
POESIA

 
Mais até do que a literatura, a poesia fascina tanto os leigos como os entendidos nas artes da escrita. Talvez porque, em teoria, seja necessária uma maior precisão no uso das palavras do que na prosa. A métrica e o ritmo são por vezes quase matemáticos e aproximam-se nos maiores poetas da ciência dos bastidores das grandes obras musicais do passado.
Ser poeta é ... ouvir o nosso instinto e deixar as palavras correrem ao ritmo de ondulações secretas. Aprendi a gostar de e a fazer poesia já por volta dos 30. Aquilo que me irritava passou a fascinar-me quando percebi por infindáveis tentativas e erros e frustrações que a poesia obedece a regras totalmente diferentes da prosa e que é preciso esperar, o que não significa que não tenha de se aprender a fazê-la. Na escrita existe muito pouca coisa que seja por inspiração, ao contrário do que a maioria possa pensar. Aprende-se, pratica-se e tenta-se exaustivamente, até a ser espontâneo.
Aquilo que continua a fascinar será talvez a linguagem que a poesia permite, muito diferente da prosa. Dizemos coisas, de determinadas formas, e descobrimos que chegamos talvez mais próximo do coração, da essência e do primitivo dessas coisas desta forma.
Talvez tenha a ver com o ritmo ... Talvez tenha a ver com a cadência ondulante que nos transporta para os primórdios da nossa existência minúscula, microscópica e aquática, dançando e flutuando ao sabor das marés primitivas da sopa primordial onde começámos. Afinal, até as mais simples sopas, ainda mais as de palavras, têm sempre uma receita.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os
PERFUMES


Os perfumes servem uma função muito básica e prática - põem-nos a cheirar melhor. Mas existe muito mais contido no interior de um frasco de perfume do que apenas um determinado odor.
Será talvez culpa da publicidade, que aproveita muito bem o facto de um simples frasquinho de perfume poder esconder todas as ansiedades, desejos e segredos de uma pessoa.
Mais até do que o líquido que contém, o frasco que o contém permite-nos encapsular um universo inteiro no interior de um pequeno mundo fascinante.
Agarramo-nos por isso ap perfume como se de um talismã se tratasse e há quem demore anos até descobrir o "seu" perfume. Quando isso acontece é como se tivéssemos encontrado uma parte da nossa essência mais profunda e tão cedo não a abandonaremos.
Jean-Baptiste procurava o perfume perfeito. Matava mulheres para o encontrar. E nós, devorando avidamente as páginas do romance de Suskind, até ... até conseguíamos compreender a obssessão do rapaz ...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como a

ÓPERA



Deverá ser porque, ao invés de falar, os sentimentos, as emoções e os pensamentos são transmitidos a cantar, mas a cantar de uma forma transbordante. A ópera não é um musical hollywoodiano, em que caminhamos pela estrada dos tijolos amarelos aos pulinhos, a ópera é alguém a sangrar as suas vísceras para cima do palco.
A ópera emociona precisamente porque o tipo de som que os cantores de ópera produzem com as suas vozes nos toca bem no íntimo, no mais profundo da nossa essência biológica.
Quando a voz pertence, por exemplo, a alguém do calibre de uma Maria Callas, é como se fossemos puxados por ela para um vórtice de emoções nada pacífico. Já não estamos apenas a ouvir, estamos a sofrer com aquela voz, a sentir o que ela sente. A ópera não é para ser ouvida, é para ser sentida.
Certamente que haverá inúmeras explicações científicas sobre o motivo pelo qual a ópera emociona o ser humano de forma diferente do que todas as outras formas musicais, do mesmo modo que sabemos que as sinfonias dos grandes compositores clássicos ou os adlibs dos grandes músicos de jazz tocam neurónios no nosso cérebro que não são habitualmente estimulados por outros géneros musicais. Mas isso interessa? A ópera exige um mergulho e, por vezes, quando dele regressamos não vimos exactamente como esperávamos. Levamos uma "tareia de emoções".

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como a

NOITE



Talvez porque deixa de haver luz e à noite "todos os gatos são pardos". Talvez porque passa a existir lua, mais serena e misteriosa. Talvez porque a escuridão, aliada a uma série de complementos (álcool, descontracção, música, sedução, sexo, etc) seja um carnaval diário onde mergulhamos constantemente para fugir à luz ávida do dia. Talvez porque a calma da noite, sem trânsito, sem ruídos, sem algazarras, convide à meditação, contemplação e sonho.
À noite tudo parece possível. Até os nossos desejos mais secretos e estranhos. À noite todas as possibilidades futuras nos parecem lógicas. À noite, quando acordamos a meio de um sonho, todos os disparates nos parecem invenções dignas de um verdadeiro Einstein. À noite, todos os nossos pesadelos mais complexos parecem realidades bem concretizáveis.
A noite é onde vivem os monstros, os fantasmas, os mortos-vivos, as feiticeiras, os magos, os lobos, os gatos, os mochos. Todos os seres mais fascinantes e nada pacatos. A noite é a altura do dia em que os grandes predadores preferem caçar. A noite é a altura do dia em que o Homem prefere fazer amor, mas também matar.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

PALAVRAS EMPRESTADAS 84





Ernest Hemingway

"There's nothing to writing, Gelhorn. All you do is sit down at your typewriter and bleed"

"Let me tell you something else about writers. The best ones are all liars."

"The last thing a writer should be asked to do is talk."

"You never really know what you're fighting for, until you loose."

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

PALAVRAS EMPRESTADAS 83



From "The Silence of the Lambs" - Thomas Harris

"In her life she had seen some of the hideously offhand ways in which the world breaks things."

"I'm not sure you get wiser as you get older, Starling, but you do learn to dodge a certain amount of hell." - Jack Crawford

"Nothing makes us more vulnerable than loneliness, except greed."

"Almost every place has a moment of the day, and angle and intensity of light, in which it looks its best. When you're stuck someplace, you learn that time and you look forward to it."

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como as

MULHERES


As mulheres sempre fascinaram os homens, por todas as razões possíveis e imagináveis. Que são complicadas e complexas. Que nunca são o que parecem. Que falam muito. Que pensam demasiado. Que desabafam ainda mais. Que querem e não querem. Que há sempre uma inifinidade de nuances, quase nunca óbvias, prontas a atacar quando menos se espera.
As mulheres, talvez por parirem o mundo, têm de ser complicadas. Afinal, sem elas, não existiria mundo.
As mulheres são, assim, as deusas que os homens procuram desde sempre para explicar uma inifinidade de mistérios. E é complicado lidar com deusas. Que são de humores. Que são escorregadias. Que são dissimuladas. Que são exisgentes. Que são muito mais fortes do que aparentam. Que são belas. Que são perigosas.
Mas se não fossem tudo isso, que piada é que tinham?  

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os

LABIRINTOS

 
Há para todos os gostos, a começar no mais famoso e histórico, o Labirinto de Creta, onde Ícaro se perdeu, e a terminar nos labirintos modernos do pintor Escher, que desafiam a nossa noção de perspectiva e orientação.
Dédalo, exilado por ter assassinado o seu sobrinho Talo, refugiou-se em Tebas, junto do rei Minos. Quando a mulher deste se envolveu com um touro divino, Dédalo construiu um labirinto, onde encerrou o monstro que resultou desses amores. Tempos depois, o minotauro foi morto por Teseu e Dédalo foi preso, juntamente com o filho, Ícaro, no labirinto. Para escapar, construíu asas artificiais a partir da cera do mel de abelhas e penas de gaivota, mas alertou o filho para que não voasse muito perto do sol, pois o astro derreteria a cera das asas, e nem muito perto do mar, pois esse poderia deixar as asas mais pesadas. No entanto Ícaro não ouviu os conselhos do pai e~, tomado pelo desejo de voar próximo do sol, acabou por cair no mar Egeu, enquanto o seu pai, aos prantos, voava para a costa.

Há labirintos de todas as formas e feitios, reais, imaginários, no papel ou a adornar jardins de monarcas que imaginamos em jogos ociosos de apanhada.
Queremos resolvê-los, encontrar a saída e, sobretudo, não nos perdermos no seu interior. Os labirintos suscitam no ser humano invariavelmente o pesadelo ridículo de ficar preso eternamente num limbo perdido no tempo, esquecido dos homens e da história. E se não encontrarmos a saída? Terão de destruir o labirinto? Mas isso seria um crime ... 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os

KILTS

 
 

Há algo de fascinante num homem com saias. Um homem a sério com saias, isto é.
Imaginamos o que se possa esconder por baixo desse tecido. Que pecados, que surpresas.
A publicidade, especialmente dos whiskeys, tem aproveitado bem esta tradição escocesa para vender a água dos deuses a jorros.
A razão para os kilts? Perde-se no tempo das memórias das Scotish Highlands do século XVI e começou por ser uma capa de corpo inteiro. Mas no que concerne a este tópico, não parece haver necessidade para grandes explicações.
 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os

Jogos

 

Existem para todos os gostos. Jogos com peças, palpáveis. Jogos físicos, que desafiam o nosso espírito competitivo. Jogos mentais, perigosos na maioria das vezes.
Tudo o que fazemos na vida segue invariavelmente determinadas regras próprias e é, no choque entre as minhas e as tuas regras, que poderemos jogar um jogo interessante.
Os jogos despertam a nossa curiosidade, o nosso sentido lúdico, a nossa vontade de vencer. Gostamos de tentar entender as regras e de sermos surpreendidos por infinitas possibilidades estratégicas.
Se tiveres sorte ao jogo, terás azar no amor e vice-versa, é o que se costuma dizer. Como se avisando-nos que não se pode ter sorte em tudo e que o jogo do amor poderá ser talvez dos mais complicados que o ser humano terá enfrentar.
Há jogos políticos, lúdicos, sociais, sexuais, infantis. Há jogos de palavras, de peças movimentadas num tabuleiro, de cedências, compromissos e negociações. Quando se dança joga-se, quando se faz guerra também se joga. Nos casamentos há jogos, entre pais e filhos há jogos, entre amigos há jogos, entre guerreiros, inimigos, nações.
A vida não é um palco, como afirma Shakespeare, mas um jogo em que podemos ser as peças que desejarmos. Sobretudo, o que importa, é controlarmos, pelo menos, o nosso jogo e tentarmos não ser meros peões sem rumo, movidos pelas mãos invisíveis de outros. Pelo menos o nosso, já que o dos outros é muito mais complicado. Que o diga o melhor jogador da Casa dos Segredos que saiu "à cabeçada". O póker não o ajudou muito. 

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os

Inadaptados


Não conformados. A si próprios, ou às normas. Aos outros. Estranhos. Desviados. Os inadaptados costumam fazer torcer o nariz, mais do que fascinar, a não ser que venham embrulhados no glamour de uma história fictícia cinéfila ou literária. Aí sim, toda a gente os compreende e até desejaria no espaço que dura o filme ou no tempo que o livro leva a ler, talvez ser como eles. Passado esse momento de fraqueza, a malta regressa à sua habitual manada e não pensa mais no assunto ou, se pensa, será para voltar a torcer o nariz quando por eles passa.
Os inadaptados não são os rebeldes. São mais fracos do que aqueles. São os que, apesar de não se conformarem com a norma, nada fazem para a mudar, mas também não conseguem nada fazer para se adaptarem a ela. Vivem num limbo permanente, tentando conformar-se e sem conseguirem. Ao contrário dos rebeldes, os inadaptados sofrem silenciosamente. Onde os rebeldes gritam e lutam e explodem para foram, atraindo adeptos para as suas fileiras, os inadaptados penam em silêncio, para dentro, implodindo para dentro, como as estrelas moribundas, que colapsam em buracos negros.

Em 1961 o escritor Arthur Miller escreveu o argumento de "The Misfits", para a mulher Marylin Monroe interpretar na tela, na companhia de Clark Gable, duas estrelas fulgurantes, uma completamente inadaptada ao seu papel de mulher fatal produzida para o consumo das massas, o outro bem adaptado ao seu estatuto de grande estrela da época dourada de Hollywood. Conta ainda com Montgomery Clift, talvez o mais  ultrajantemente inadaptado dos seres humanos. A história, filmada por John Huston, divaga sobre o crepúsculo do Oeste e dos seus últimos cowboys, com a metáfora dos cavalos selvagens que são mortos para servirem de alimento. O próprio filme foi completamente "misfit", o público não lhe achou grande piada. Hoje é um clássico do cinema, não só por juntar três estrelas absolutamente diferentes umas das outras, como também porque seria o derradeiro filme de Monroe e Gable no cinema e o antepenúltimo de Clift.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os

 
Homens
 
 
 
A ambos, homens e mulheres.
No departamento dos homens-machos, os homens continuam a fascinar-nos, às mulheres, como mais nada consegue. Os homens-machos, entenda-se. Porque há para aí muitas variantes que não nos interessam aqui para o caso: bichas, gays, meninos e totós não são para aqui chamados.
Sobre os homens a sério, as mulheres interrogam-se desde os tempos bíblicos: porque são assim? tão diferentes de nós e ao mesmo tempo tão complementares de nós? Porque fazem as coisas de maneira distinta de nós, resolvem os assuntos de maneira distinta, se relacionam de maneira distinta? E haverá possibilidade de compromisso sem que um e outro cedam muito da sua verdadeira identidade? Nos dias que correm será talvez mais difícil esse compromisso do que no tempo das guerras com armaduras, pois que nessa altura tudo estava mais simples e mais compartimentado. Hoje em dia o homem não percebe se ela quer que ele lhe continue a abrir a porta, mas ao mesmo tempo a considere ao mesmo nível que um dos seus "buddies" e ela não percebe se ele continua a ser o macho que a atrai, apesar de ter mais cremes do que ela na casa-de-banho ...

Já no departamento do Homem-espécie, os homens continuam a fascinar os homens e as mulheres desde sempre. Quem somos, para onde vamos, o que queremos, porque fazemos as coisas que fazemos, etc, etc, etc. Alguém saberá responder verdadeiramente a todas estas questões com suficientes dados? A resposta é não. De todo. O homem continuará sempre a surpreender-se, a si próprio e aos outros. E aí talvez resida aquilo que nos tornará sempre espécimens bué interessantes na fauna galáctica ainda a desbravar.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os

 
Génios
 
 
Como aos gémeos, invejamo-los e por vezes temos piedade deles.
Ser génio não é fácil. Nem pacífico.
Questionamo-nos como será ver as coisas de maneira diferente do comum dos mortais, mais rapidamente, com mais conexões, com maior sensibilidade. Como será atingir conceitos num ápice, sem ser preciso ruminar muito sobre eles. Ou memorizar centenas de conteúdos diversos sem um grande esforço. Ou chegar onde nunca ninguém chegou no interior da nossa mente.
E questionamo-nos também como será não sermos capazes de explicar aos outros o que sabemos ou como o sabemos. A frustração que deve ser não ter ninguém com quem partilhar ou debater esses pensamentos. E a felicidade que será quando finalmente encontramos alguém que é como nós, que pensa tão rápido como nós e que nos entende.
Não é à toa que a grande maioria dos génios tem problemas graves no departamento da empatia com os outros ou que não consegue muitos pontos no seu Queficiente Emocional. Mas talvez quando mergulhamos brevemente nos seus mundos e tentamos aflorar uma ínfima parte das suas capacidades, entendamos que deve ser muito complicado confraternizar com o resto da manada, que lhes deve parecer um pouco como os australopitecus ao homo sapiens ...
Jodie Foster, menina-prodígio ela própria, contou primorosamente a história do pequeno génio Fred Tate em "Little Man Tate".

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os

 
Gémeos
 
 
 
Neste mundo povoado por biliões de pessoas que conseguem ser todas diferentes, aquilo que nos continua a fascinar (se o facto anterior não fosse já de si fascinante) são as semelhanças. Duas pessoas iguais. Fisicamente e psicologicamente, embora (outro facto fascinante) neste segundo departamento as coisas não sejam assim tão taxativas.
Duas pessoas que se olham uma na outra como num espelho, para o seu próprio reflexo vivo. Duas pessoas cuja ligação é tão forte que pensam e sentem as mesmas coisas ao mesmo tempo. Será o ideal com que todos sonhamos.
Mas os gémeos, para além de nos fascinarem, também nos suscitam piedade. Que infelicidade vir assim ao mundo, com alguém igualzinho a nós, que nos rouba a nossa individualidade. Os gémeos nunca poderão dizer que são únicos, que como eles não existe mais ninguém, ou "aproveita que eu não duro sempre". Lá estará o seu irmão para o desmentir.
Os gémeos sempre fascinaram os artistas - fotógrafos, pintores, escritores, cineastas.
A obra que me vem à memória imediatamente, é "Os Meteoros" de Michel Tournier, romance estranho e desconcertante sobre a relação visceral entre dois gémeos. E também "Dead Ringers", de David Cronenberg, com Jeremy Irons no papel dos dois gémeos ginecologistas que realizam estranhas experiências em mulheres. 
 

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como o

 
Futuro
 
 
 

Dá-nos cabo da cabeça. Procuramo-lo no que quer que façamos, esquecendo a maioria das vezes de viver o presente, que cedo será passado.
O futuro é desconhecido, misterioso, improgramável. Por vezes tentamos programá-lo e sai-nos tudo gorado. Talvez porque, quando fazemos os nossos planos, nos esquecemos constantemente de que não estamos sós, de que não somos simples e de que existem uma infinidade de imponderáveis que pura e simplesmente escapam ao nosso controlo.
Por vezes procuramos quem apregoa adivinhá-lo, na esperança de ganhar umas luzes sobre o assunto. Esquecemo-nos que ao querer assim sabê-lo, estamos já a influenciá-lo com a nossa vontade de que tudo obedeça ao plano que nos foi revelado. E é com isso que os adivinhos, os astrólogos e outros demais espécimens jogam.
Talvez o que mais nos fascine no futuro seja precisamente o facto de tudo poder nele caber, tudo o que a nossa imaginação puder engendrar. O futuro é sempre possível, desde que ainda não tenha acontecido.
 

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como o


Fundo do Mar
 
 

Tal e qual o espaço, ou mais até do que o próprio espaço, o fundo do mar permanece um reduto intransponível, com extensas zonas profundas por desbravar. 70% do oceano é completamente desconhecido dos biólogos.
Por onde deambulam os grandes tubarões brancos quando migram?
Que estilo de vida levam as misteriosas lulas gigantes?
Como comunicam realmente baleias, golfinhos, orcas?
Que seres habitam as profundezas onde o ser humano não é capaz de mergulhar?
O que se esconde nas grutas marinhas mais recônditas?
Não sabemos.
Por vezes alguém faz uma descoberta excitante, um estranho ser é adicionado à tabela, mas isso continua a representar uma percentagem ínfima do que existe.
O fundo do mar continuará a fascinar-nos enquanto o ser humano habitar o planeta e constitui ele próprio um outro planeta inteiro.
Aqui é possível perceber o extraordinário mundo que nos escapa completamente:
http://www.ouramazingplanet.com/1993-ocean-deep-mysteries-exploration.html

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os
 

ESPIÕES

Serão sempre fascinantes, porque não fazemos a mínima ideia de como possa ser a vida de um verdadeiro espião. Não os do cinema, demasiado celulóifizados. Os espiões, aprendi eu num documentário sobre os verdadeiros, não podem ser tão bonitos como o 007, precisamente porque têm de passar despercebidos. Ao invés, por isso, de serem tão sofisticados como Mr. James Bond, são antes os seres humanos mais comuns e normais possível. No aspecto, isto é.
Porque no resto, a sua vida é tudo menos comum. E é precisamente aí que reside o fascínio. Sonhamos com aventuras em que, sendo espiões, detemos nas nossas mãos os destinos de nações inteiras, hell! do mundo inteiro, se formos ver. Sonhamos com gadgets minúsculos que nos permitiriam ouvir conversas secretas, decifrar códigos impenetráveis, perseguir criminosos wanted dead or alive, ou sermos nós próprios os criminosos ao serviço de Sua Majestade ou de Mr. President.
Mas as vidas dos espiões, dos verdadeiros espiões, estarão talvez demasiado manchadas com as coisas mais abjectas que nascem e crescem nos corações dos homens. Ser alguém que não se é, deve ser duro, digo eu.
 

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como o


ESPAÇO

 


Paira sobre nós e é como um imenso, vasto mar infinito. Houve já muitos que lhe conseguiram descobrir inúmeros segredos, mas apesar disso ainda restam muitas incertezas por decifrar.
O Espaço é pululado por corpos celestes cheios de vidas estranhas, complexas, perenes e brilhantes.
Talvez ajude ao fascínio o facto de sabermos que de lá viemos, como pó de estrelas.
Muitos gostariam de por lá navegar. O sonho de quase todos os meninos, sejam ou não americanos ou russos, é ser astronauta.
Queremos, portanto, sair. Ir. Parece ser essa a palavra de ordem do ser humano, em termos latos. Desbravar. Para o infinito e mais além, como proclama Buzz Lightyear em Toy Story.
O espaço atrai-nos, com os seus imensos e intensos campos gravitacionais. Gostaríamos de saber o que aconteceu no princípio de tudo, o que vai acontecer no fim, o que existia antes do princípio e se existem mais coisas do que aquelas que os nossos olhos, os correspondentes telescópios poderosos dos astrónomos e a nossa imaginação conseguem vislumbrar.
Mas talvez o espaço seja o local mais emblemático para provar que muitas vezes não precisamos de saber tudo, ou que se pudéssemos saber tudo talvez não quiséssemos, ou ainda que talvez nos arrependessemos de ter querido saber tudo e gostássemos de regressar a um tempo em que ainda não sabíamos tudo.
Felizmente, vivemos esse tempo. Não sabemos tudo. A resposta está sempre à distância de alguns milhares de anos-luz, por trás da curva de um buraco negro, no brilho ofuscante de uma estrela moribunda. Einstein disse: "A imaginação é mais importante que o conhecimento."