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sexta-feira, 12 de abril de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Woody
Allen


 The Master of Humor

Marcos: Começou a sua carreira como comediante nos anos 50, escrevendo para televisão e publicando livros. Nos anos 60 iniciou um stand-up act, enfatizando longos monólogos em vez das tradicionais piadas curtas. Como cómico, desenvolveu o alter-ego de um judeu intelectual tímido, inseguro e nervoso, que ele insiste ser bastante diferente da sua própria personalidade real. Ainda na década de 60 começou a escrever e realizar os seus próprios filmes, que inicialmente se caracterizavam pela comédia pura, e só mais tarde começaram a revelar as suas influências do cinema europeu durante os anos 70. Em 2004 ficou em 4º lugar na lista dos 100 maiores comediantes de sempre. Uma das suas imagens de marca é a presença como personagem nos seus próprios filmes, alega Allen que porque na maioria das vezes era muito mais fácil ser ele próprio a representar do que ter que estar a explicar a um actor o que pretendia. Os críticos têm-no descrito como um "tesouro do cinema". É também músico de jazz, tocando regularmente em Manhattan o seu clarinete.

O que gosto: Obviamente do humor, que é do mais inteligente que é possível desejar. As suas piadas sobre o judaísmo e o cristianismo são do melhor que há. De Nova Iorque, que é sempre filmada com muito, muito, muito, muito amor. De Woody também como actor, imperdível. As suas tiradas filosóficas sobre a vida são insuperáveis. Woody como stand-up comedian é do melhor que há. Woody em drama, sem humor, é pungente, mas foi raro. Gosto da música que ele escolhe para os seus filmes, sempre a swingada dos anos 20, 30, 40. Que ele seja tão prolífico, porque assim há imensas coisas para ver. É a única pessoa a quem alguma vez pedi um autógrafo - precisamente no Michael's Pub em Manhattan, onde durante anos tocou todas as segundas-feiras. A sua letra é exactamente como ele - redonda, divertida e nervosa.

O que não gosto: Os últimos filmes têm perdido bastante sal e pimenta. Deve ser da idade. É pena. Devia talvez deixar-se de comédias e fazer mais tragédias, porque as poucas que fez foram soberbas.

Os Filmes de Referência: What's New, Pussycat?; Bananas; Everything you always wanted to know about sex; Annie Hall; Interiors; Manhattan; Stardust Memories; Broadway Danny Rose; The Purple Rose of Cairo; Hannah and her sisters; Radio Days; September; Another Woman; New York Stories; Crimes and Misdemeanors; Alice; Shadows and Fog; Husbands and Wives; Bullets Over Broadway; Mighty Aphrodite; Match Point; Vicky Cristina Barcelona; Midnight in Paris

Os meus Preferidos: Annie Hall; Interiors; Manhattan; Broadway Danny Rose; Hannah and her sisters; Radio Days; September; Another Woman; New York Stories; Crimes and Misdemeanors; Alice; Shadows and Fog; Husbands and Wives; Mighty Aphrodite; Match Point; Vicky Cristina Barcelona

Alguns planos do mestre:





"I don't want to achieve immortality
through my work. I want to achieve it through not dying."

= FIM =

quinta-feira, 11 de abril de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Wim
Wenders


 The German Friend

Marcos: Uma das mais importantes figuras a emergir do chamado "Novo Cinema Alemão", na década de 70, Wenders ficou conhecido por dirigir filmes de "auteur" com personalidade muito marcada e uma atmosfera muito própria. Trabalhou também com a fotografia, onde os seus temas preferidos são paisagens desoladas, memória, tempo e movimento. Aliás, o movimento é um dos seus temas preferidos no cinema, tendo chamado à sua produtora "Road Movies" e sendo um dos mais itinerantes realizadores do mundo - já filmou sobre a Alemanha, os EUA, o Japão, Portugal, Cuba, Itália, Rússia e Austrália. As suas imagens de marca são ps planos longos, protagonistas taciturnos e alienados e narrativas com um final aberto a várias interpretações. É também um apaixonado pela cinematografia, os espaços e a mitologia americanos.

O que gosto: Gosto dos ambientes. Da poesia. Da melancolia. Da estranheza. Comecei a gostar de ouvir a fria e bruta língua alemã com os filmes de Wenders. É o realizador do mais belo filme de sempre - As Asas do Desejo. Gosto da sua fixação com a América, porque nos dá uma visão diferente do habitual daquele país tão rico e tão multifacetado - uma visão estrangeira, mais fresca.

O que não gosto: Que ele pareça ter perdido o gás na última década.

Os Filmes de Referência: Alice in the Cities; The American Friend; Paris, Texas; As Asas do Desejo; Until the End of the World; Faraway, So Close!; Lisbon Story; Buena Vista Social Club; The Million Dollar Hotel

Os meus Preferidos: The American Friend; Paris, Texas; As Asas do Desejo; Until he End of the World; Faraway, So Close!; Lisbon Story; Buena Vista Social Club; The Million Dollar Hotel

Alguns planos do mestre:




"Film is a very, very powerful medium.

It can either confirm the idea that things 

are wonderful the way they are, or it can 

reinforce the conception

that things can be changed."

terça-feira, 9 de abril de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Von Trier
Lars


 The Director of Women

Marcos: Lars está associado ao movimento intitulado Dogme 95 - movimento cinematográfico avant-garde iniciado na Dinamarca em 1995, que preconizava a criação de filmes tendo por base valores tradicionais como o enredo, a represerntação dos actores e o tema, excluindo a utilização de tecnologias elaboradas de efeitos especiais. Contorversos, os seus filmes tendem a dividir a critica através dos dois extremos do espectro. Uma das suas imagens de marca é ser ele próprio a pegar na câmara de filmar para capturar os seus actores, sem fazer pausas entre takes, o que pode tornar-se desgastante para certos actores, como foi o caso de Björk em "Dancer in the Dark".

O que gosto: Gosto da experimentação absoluta que ele faz nos seus filmes. Gosto da paixão que ele tem pela força das mulheres.

O que não gosto: Lars gosta de fazer sofrer as mulheres nos seus filmes! Muito! Demasiado!

Os Filmes de Referência: Medea, Europa, Breaking the Waves, The Idiots, Dancer in the Dark, Dogville, Melancholia

Os meus Preferidos: Breaking the Waves, Dancer in the Dark, Dogville, Melancholia

Alguns planos do mestre:




"More than anything, there are more images 

in evil. Evil is based far more on the visual, 

whereas good has no good images at all."

segunda-feira, 8 de abril de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Tim
Burton



 The King of Weirdness

Marcos: É famoso pela sua abordagem de estilo negro, gótico, macabro e peculiar ao género do horror e da fantasia. Com efeito, na história recente do cinema, poucos são os que conseguiram criar algo que afecte de forma tão profunda toda a indústria cinematográfica. O seu estilo enfatiza o lado negro da condição humana, através de humor negro. Uma das ideias recorrentes nos seus filmes é a de que o lado negro não é mau ou desprovido de uma beleza muito própria.

O que gosto: Gosto de toda a loucura, claro. Burton é uma brisa de ar fresco num meio que se pauta quase sempre pelas mesmas coordenadas. As coordenadas de Burton são únicas, originais e inimitáveis. Gosto de Johnny Depp, claro, um dos melhores actores da sua geração, perfeito para os filmes de Burton. Gosto da poesia que ele consegue desencantar da cena mais macabra que se possa imaginar. Eduardo Mãos de Tesoura é genial. Os seus livros de histórias são deliciosos - nas palavras e nos desenhos.

O que não gosto: Já chateia tanta morbidez. Sugestão: ele podia experimentar outras coisas fora daquele género, só para ver o que dava.

Os Filmes de Referência: Beatlejuice, Eduardo Mãos de Tesoura, The Nightmare Before Xmas, Batman, Charlie and the Chocolate Factory, Ed Wood, A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça, A Noiva Cadáver, Sweeney Todd

Os meus Preferidos: Eduardo Mãos de Tesoura, Batman (só o primeiro), Charlie and the Chocolate Factory, A Noiva Cadáver

Alguns planos do mestre:




"Visions are worth fighting for.

Why spend your life making

someone else's dreams?"

domingo, 7 de abril de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Terrence
Malick



 The Poet of Images

Marcos: O trabalho de Malick pode ser caracterizado como reavaliações radicais dos conceitos cinematográficos correntes, tais como a imagem, o som, as personagens e a narrativa. Os seus filmes são intensamente visuais, apresentam um imaginário muito rico constituído por imagens da natureza de grande beleza e evitam qualquer espécie de explicação, no sentido de que não tentam reduzir qualquer fenómeno (por exemplo, o comprtamento de uma personagem) a causas variadas (psiocológicas ou sociológicas), favorecendo em vez disso expressões de carácter. Ou pelo menos é assim que parece. A explicação para isto pode residir no facto de Malick ter estudado filosofia e de os trabalhos de Heidegger e Wittgenstein terem constituído uma grande influência nos seus filmes. Também a pintura realista e não abstracta de pintores modernos como Hopper e Wyeth e os filmes mudos, bem como a cinematografia de Murnau parecem exercer influências sobre a sua obra. Na base do facto de Malick parecer não se importar em dar razões para os comportamentos que narra, parece estar esta ideia fundamental - que tentar determinar as causas das acções humanas ilude o facto de o mundo e os seus valores serem por vezes insuficientes para lidar com certas possibilidades humanas. Uma outra característica de Malick é a evocação de vários tipos de mitos nos seus trabalhos.

O que gosto: As cadeias de pensamentos (tal e qual as que as personagens do seu filme A Thin Red Line vão desfiando) que os seus filmes induzem no espectador. Ver Malick é prepararmo-nos para pensar, reflectir e sermos desafiados a usar o nosso cérebro de formas complexas. Malick não é fácil, nem é divertido, nem é para qualquer tarde cinéfila. Mas para isso já existem tantos outros ... Gosto da beleza absoluta e poética das suas imagens da natureza que interrompem frequentemente a narrativa, como se ele nos estivesse a dizer algo do género: "olhem, enquanto este drama se passa, o mundo continua a existir impávido e sereno", ou então "olhem como aquilo que se está a passar não passa de uma extensão de algo mais antigo, mais profundo e mais duradouro do que os meros ilusórios, passageiros problemas humanos". Se eu fosse cineasta, queria ser algo do género deste senhor, embora saiba que nunca teria as capacidades para tal.

O que não gosto: Não existem, com efeito, explicações. O trabalho de Malick é aberto a todas e quaisquer interpretações, não porque ele não as tenha ou não esteja interessado em tâ-las (como acontece com Lynch, por exemplo), mas porque não se importa que nós tenhamos explicações diferentes ou porque não quer tornar as suas tão claras que isso deturpe ou influencie ou anule as nossas. E isso torna-se, a maioria das vezes, algo frustrante para quem gosta de princípios, meios e fins claros.

Os Filmes de Referência: Badlands, The Thin Red Line, The New World, The Tree of Life

Os meus Preferidos: The Thin Red Line, The New World, The Tree of Life

Alguns planos do mestre:



"My attitude is always let it keep rolling."

sábado, 6 de abril de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Sofia
Coppola


 The Breath of Freshness

Marcos: O seu gosto pessoal por moda, fotografia e arte em geral tem-se traduzido nos seus filmes, que ostentam um estilo visual cuidado. A beleza é, com efeito, um dos elementos recorrentes na sua obra: a sensualidade torna-se uma componente muito importante do processo de visualização e Sofia força propositadamente os espectadores a sentirem e não apenas a assistirem passivamente ao seu trabalho. A gama de cores pastel, os movimentos de câmara lânguidos e as bandas sonoras compostas por canções modernas (mesmo quando o tema é a França de Maria Antonieta) tornaram-se elementos reconhecíveis e integrais do seu estilo. Aliás, uma das críticas mais acérrimas ao seu trabalho tem sido precisamente a dúvida sobre se por detrás de toda essa preocupação pelos aspectos estilísticos das imagens, existe alguma profundidade de conteúdo nas histórias que estão a ser contadas, sobretudo no caso do filme "Marie Antoinette". As temáticas mais recorrentes da sua obra são  as situações limite, ritos de passagem e grupos marginais na sociedade. Frequentemente ela foca personagens que estão em transição, entre uma coisa e outra e indecisas sobre que decisão tomar.

O que gosto: Gosto da visão contemporânea que ela tem sobre os temas que filma, mesmo quando é sobre a França do século XVIII. Gosto das suas bandas sonoras. Gosto da coragem estilística em misturar música moderna com a corte de França de há dois séculos atrás. Gosto de que todas as suas personagens parecem sempre andar perdidas num qualquer limbo de indecisão, tal e qual nós andamos aqui nesta nossa vida real. Gosto de que não hajam os happy endings hollywoodescos. Sofia é mais europeia do que americana.

O que não gosto: Não gosto mesmo nada de não saber o que raio é que a personagem interpretada por Bill Murray segreda ao ouvido da personagem intepretada por Scarlett Johanssen no final de Lost in Translation. Quero saber!!!!!!!!!!!!!!

Os Filmes de Referência: The Virgin Suicides, Lost in Translation, Marie Antoinette, Somewhere

Os meus Preferidos: The Virgin Suicides, Lost in Translation, Marie Antoinette, Somewhere

Alguns planos da aprendiza de mestre:



"It seems that the greatest difficulty is to

find the end. Don't try to find it,

it's there already."

sexta-feira, 5 de abril de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Ridley
Scott


 The Creator of Worlds

Marcos: Ridley Scott é conhecido pelo seu estilo visual altamente concentrado e preciso, que tem influenciado inúmeros outros realizadores. Ridley é um criador de mundos detalhados, coerentes e ricos, sejam eles o futuro de Blade Runner, o passado de Gladiador ou o presente de Black Hawk Down. Com efeito, Ridley nunca se fixa num único período ou género e tem viajado por todas as épocas e por todos os géneros cinematográficos, desde a ficção científica, ao horror, passando pelo épico histórico e o thriller policial. Um elemento recorrente em todas as suas experiências tem sido sem dúvida os ambientes urbanos profusamente pormenorizados, desde a Roma antiga aos arranha-céus futuristas.

O que gosto: O perfeccionismo dos seus ambientes misturado com os dramas psicológicos imperfeitos dos seus enredos e das suas personagens. Ridley é exímio a fazer-nos mergulhar de cabeça nos mundos que cria, puxando-nos literalmente do lado de cá do écran para o interior dos seus universos. O Alien que dirigiu é um text book magnífico sobre como se pode fazer um filme de culto assustador quando o orçamento é baixo. Adoro a diversidade de géneros que ele explora. E, claro, adoro-o por ter criado um showcase brilhante para Russel Crowe em O Gladiador. Gosto do facto de Ridley se manter na fronteira entre o comercial e o auteur, sem resvalar demasiado para o comercial.

O que não gosto: Por vezes acaba mesmo por resvalar para o comercial, como em Gladiador, Robin Hood ou G. I. Jane, por exemplo.

Os Filmes de Referência: Alien, Blade Runner, Thelma & Louise, 1492, Gladiator, Hannibal, Black Hawck Down, American Gangster, Robin Hood, Prometheus

Os meus Preferidos: Alien, Blade Runner, Someone to Watch over me, Black Rain, Thelma & Louise, G.I. Jane, Gladiator, Hannibal, Black Hawck Down, American Gangster

Alguns planos do mestre:



"Do what you haven't done is the key,

I think."

quinta-feira, 4 de abril de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Quentin
Tarantino



The Coolest Director in the World

Marcos: Os seus filmes têm-se caracterizado por enredos não lineares, sátira e uma estética da violência que frequentemente resulta numa espécie de neo noir. Tem sido apelidado de realizador DJ, pela mistura de géneros e pela utilização de música antiga, misturando estes elementos para criar um novo. Ávido consumidor de cinema, Quentin trabalhou numa loja de aluguer de videos e é daí que provém o se conhecimento enciclopédico sobre Cinema, que ele utiliza profusamente em todas as obras que cria. Reservoir Dogs e Pulp Fiction têm sido considerados dois dos melhores filmes de todos os tempos. O seu sucesso crítico e comercial é uma excepção no meio cinematográfico e foi já considerado o realizador mais influente da sua geração.

O que gosto: A lata, o facto de ser completamente avariado do sistema. O facto de ele ter arriscado fazer as coisas exactamente à sua maneira e ter grangeado os melhores elogios tanto por parte da crítica como do público, que o adora. O sentido de humor ácido e negro. A paródia à violência. A forma como ele consegue tornar as mulheres credíveis em personagens extremamente violentas e em meios que estamos habituados a associar apenas ao masculino, nunca lhes retirando a sensualidade ou a feminilidade. As histórias divertidas e cool. Quentin consegue transformar o enredo mais aborrecido numa coisa tão cool, que até mete impressão. A música dos seus filmes é sempre fabulosa (as coisas que ele descobre) e funciona como mais uma personagem. O facto de ser uma enciclopédia cinematográfica ambulante e quase todos os seus filmes terem inúmeras influências e homenagens a outros filmes ou a outros géneros ou a outros mestres - é giríssimo irmos detectando isso enquanto vemos os seus filmes.

O que não gosto: Por vezes há demasiado sangue, a jorrar por demasiados orifícios e em ângulos demasiado absurdos, but ... that's Quentin, what are you gonna do?

Os Filmes de Referência: Reservoir Dogs, Pulp Fiction, Jackie Brown, Kill Bill, Inglorious Basterds, Django Unchained

Os meus Preferidos: Pulp Fiction, Jackie Brown, Kill Bill, Django Unchained

Alguns planos do mestre:



"When people ask me if

I went to film  school

I tell them, 'no, I went to films.'

quarta-feira, 3 de abril de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Polanski
Roman


The European American

Marcos: Sobrevivente do Holocausto na Polónia, Polanski iniciou a sua carreira de sucesso com Rosemary's Baby, um filme de terror que se tornou marco para subsequentes filmes do género. É conhecido pelo seu impecável estilo visual, o seu uso inovador de som, os seus movimentos de câmara lentos, os seus argumentos primorosos e, sobretudo, pela sua exploração complexa da psicologia humana que resulta em thrillers psicológicos negros na maioria dos seus trabalhos. Polanski coloca os aspectos mais negros da humanidade em locais simples e vulgares, o que aumenta a humanidade e a mestria dos seus filmes. Os Irmãos Coen, Wes Anderson, David Fincher, Darren Aronofsky e Abel Ferrara contam-no entre as suas grandes influências.


O que gosto: O incómodo sentimento de estranheza que perpassa sempre pelos seus filmes. Em Frantic esse sentimento é elevado até ao seu máximo expoente, num thriller de mistério absolutamente soberbo. A maturidade que os seus argumentos mostram é insuperável - tomara muitos outros grandes cineastas poderem dizer o mesmo. Polanski é um homem, obrigado a sê-lo desde muito cedo, um homem cheio de sofrimento, dor, desgosto, desejos e necessidades e isso passa para todos os seus filmes de uma forma muito madura, adulta e pungente.

O que não gosto: Tenho pena que a sua vida tenha sido uma tragédia atrás da outra: a sobrevivência ao Holocausto (a mãe morreu numa câmara de gás), o assassínio da namorada grávida às mãos de Charles Manson, o escândalo do presumível abuso sexual de uma menor que o levou ao exílio forçado. Mas afinal é tudo isso que confere à sua visão do mundo uma tão grande riqueza, substância e profundidade, que se traduz para os dramas que dirige.

Os Filmes de Referência: Rosemary's Baby, Chinatown, Tess, Pirates, Frantic, The Ninth Gate, The Pianist, Oliver Twist

Os meus Preferidos: Rosemary's Baby, Chinatown, Frantic, Bitter Moon, The Pianist

Alguns planos do mestre:



"I never made a film which

fully satisfied me."

terça-feira, 2 de abril de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Orson
Welles


The Multitalented Genius

Marcos: Actor, realizador, escritor e produtor, Welles trabalhou nos três meios principais de entretenimento com regularidade - teatro, rádio e cinema. É precisamente relembrado pelo seu trabalho inovador nos três meios, sobretudo em "César", uma adaptação teatral inovadora da peça "Júlio César" de Shakespeare; naquela que se tornou provavelmente a mais famosa transmissão radiofónica de todos os tempos - A Guerra dos Mundos, baseada na obra de H. G. Wells; e, claro, aquele que é consistentemente considerado por inúmeros rankings como um dos, senão o melhor filme de sempre - Citizen Kane. O seu estilo cinematográfico distintivo caracterizou-se por formatos narrativos não lineares e cheios de camadas sobrepostas, utilização inovadora de luz como o efeito "chiaroscuro" da pintura renascentista (epitomizado em obras de Leonardo Da Vinci, por exemplo), ângulos de câmara pouco comuns, técnicas de som tomadas de empréstimo da rádio, planos de focagem profunda (ou seja, em que todas as partes do campo são focadas ao mesmo tempo) e takes longos. Tem sido elogiado como uma intensa força criativa, um pouco à semelhança do homem da Renascença, e como o "auteur" definitivo. Welles era também senhor de uma voz poderosa, um aclamado actor e um mágico de sucesso.

O que gosto: Precisamente o facto de ele ser uma espécie de Leonardo Da Vinci dos tempos modernos e do Cinema. Aos 23 anos já tinha conseguido fazer o que quase toda a gente não consegue numa vida inteira. Ver um filme de Welles enquadrado na época em que foi dirigido é maravilharmo-nos com a quantidade, qualidade e coragem de muitas escolhas técnicas que ele fazia. Adoro a sua voz e adoro o facto de ter assustado um país inteiro com ela. Adoro uma das suas máximas, a de que se toda a gente concordar connosco, então é porque algo está muito errado.

O que não gosto: Faltam-me ver filmes ... Não gosto que ele tenha uma data de projectos inacabados, um pouco à semelhança de Da Vinci.

Os Filmes de Referência: The Magnificent Ambersons, Citizen Kane, Othello, Touch of Evil, The Lady from Shanghai

Os meus Preferidos: Citizen Kane, The Lady from Shanghai

Alguns planos do mestre:



"A good artist should be isolated.

If he isn't isolated, something is wrong."

segunda-feira, 1 de abril de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Night
Shyamalan



The Absolute End Twister

Marcos: São mais as críticas do que propriamente os elogios a este americano com descendência indiana, cuja imagem de marca são os twists que confere sempre aos seus enredos. Tudo começou com O Sexto Sentido, mas aparentemente Shyamalan nunca mais conseguiu repetir o brilhantismo da coisa nos subsequentes filmes em que tem reutilizado a fórmula. É por isso criticado por ser um "cavalo de um só truque", na gíria anglo-saxónica. Shyamalan defende-se alegando que, ao invés de todos os seus filmes serem cheios de truques no enredo ou do género do suspense, eles são isso sim espirituais e com uma perspectiva emocional. Embora os seus filmes contenham sempre características do sobrenatural ou outra espécie de fenómenos semelhantes, geralmente não são considerados dentro da categoria do horror pois são filmes que podem ser vistos por toda a família e focando-se no enredo e nas relações entre as personagens, ao invés de se deterem exclusivamente no conteúdo explícito. Isto tem levado a algumas comparações com Hitchcock, paralelo que encontra auxiliares no facto dos seus enredos serem sempre retorcidos e de Shyamalan gostar, à semelhança do mestre do suspense, de fazer cameos nos seus próprios filmes.

O que gosto: Gostei muito do Sexto Sentido e tenho gostado menos da repetição da fórmula. Que atire a primeira pedra quem conseguiu perceber que a personagem de Bruce Willis estava morta antes daquela aliança cair no chão.

O que não gosto: Acho que de facto, ou ele arranja outra coisa nova para fazer com os seus enredos, ou começa a chatear um bocado sempre o twist, sobretudo porque nos últimos filmes não tem sido muito feliz - por exemplo, no muito pobre The Village (estava-se mesmo a ver, caramba!, só um estúpido é que não via, que os monstros eram uma cover story para manter as pessoas afastadas do mundo real! duhhhh!).

Os Filmes de Referência: Sixth Sense, Unbreakable, Signs, The Village, Lady in the Water, The Happening

Os meus Preferidos: Sixth Sense, Unbreakable, Signs

Alguns planos do aprendiz (não sei se algum dia chegará a mestre, tenho sérias dúvidas):




"I like to write in a shroud of secrecy

because I have to keep finding

ways to scare myself."

domingo, 31 de março de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Mendes
Sam


The Beauty Stylish

Marcos: Realizador e encenador, Sam Mendes reparte o seu trabalho igualmente pelas duas artes. Acima de tudo, os filmes de Mendes são filmes de ideias, onde prevalece constantemente uma - a família e as relações entre os seus membros. Outra das suas características é a beleza conceptual das imagens, independentemente do tópico abordado ou do enredo.

O que gosto: O humor que ele consegue sacar do meio da mais profunda tragédia, é desconcertante e muito, muito british, indeed. Os filmes de Mendes são estilisticamente perfeitos e imperfeitos do ponto de vista do conteúdo, no sentido de que têm prazer em desconstruir o aparente mundo perfeito de onde partem, e é esse paroxismo que me atrai. 

O que não gosto: Acho que ainda tem muito que aprender, mas está no bom caminho.

Os Filmes de Referência: American Beauty, Road to Perdition, Jarhead, Revolutionary Road, Skyfall

Os meus Preferidos: American Beauty, Road to Perdition, Revolutionary Road, Jarhead

Alguns planos do mestre:




"I wanted to keep exploring...

I'm not about to choose a series of movies in 

which I can use the same bag of tricks and 

style that I used in the first film."

sexta-feira, 29 de março de 2013

OS CIENASTAS DE ANDRÓMEDA

Martin
Scorsese


The Perfect Framer

Marcos: Para além do excelente realizador que é, Scorsese é também um historiador de Cinema, o que lhe permite ter um conhecimento absoluto da arte que pratica, algo que se revela em todos os seus filmes. Os seus temas preferidos são a identidade italo-americana, os conceitos de culpa e redenção do Catolicismo Romano, o machismo, o crime moderno e a violência. Como Hitchcoch, costuma fazer cameos nos seus próprios filmes.

O que gosto: O seu amor pelo Cinema e os seus conhecimentos enciclopédicos. Scorsese é exímio com a câmara e com aquilo que inclui ou não num plano, conseguindo comover-me apenas através dos seus movimentos de câmara. Os seus enquadramentos são magistrais. Aquilo que ele consegue dizer e expressar com um único plano é único. A sua capacidade de penetrar o espectador de forma intensa, profunda e irreversível. É um dos realizadores da cidade que mais amo neste planeta - Nova Iorque.

O que não gosto: Não gosto mesmo nada de Goodfellas. Não gosto da sua paixão por Leonardo DiCaprio, que se tornou o seu actor fétiche depois de De Niro. DiCaprio é um excelente actor, mas aquela carinha de puto estraga a autenticidade de muitos personagens.

Os Filmes de Referência: Mean Streets, Raging Bull, Taxi Driver, New York, New York, The King of Comedy, Alice doesn't live here anymore, After Hours, The Color of Money, The Last Temptation of Christ, Goodfellas, Cape Fear, Casino, Cundun, The Age of Innocence, Gangs of New York, The Departed, Hugo

Os meus Preferidos: Raging Bull, Taxi Driver, The King of Comedy, Alice doesn't live here anymore, After Hours, The color of Money, New York Stories, The Age of Innocence, Gangs of New York, The Departed, Shine a Light

Alguns planos do mestre:





"Cinema is a matter of what's in the frame 

and what's out."

quinta-feira, 28 de março de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Lean
David


The Epic Master

Marcos: Os grandes épicos são a sua imagem de marca, tendo sido considerado o 9º melhor realizador de sempre pelo British Film Institute em 2002 e 4 dos seus filmes estão entre os 11 primeiros da lista dos 100 melhores filmes da mesma instituição. Os seus filmes costumam ser admirados pelo facto de exporem de forma detalhada e aprofundada as capacidades artísticas de um realizador. Realizadores como Spielberg, Scorsese, George Lucas ou mesmo Kubrik referem-no como uma enorme influência.

O que gosto: Lean é o mestre dos grandes espaços, das grandes paisagens, dos ambientes históricos que servem de pano de fundo às suas personagens. A cor nos seus filmes é utilizada de forma sublime, tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista da relação que estabelece entre os diversos pontos do enredo. A Filha de Ryan é quase um manual enciclopédico de como a cor pode ser usada em cinema para conferir simbolismo ao enredo. A poesia das emoções que transbordam sempre das personagens para o cenário ou vice-versa. Nos filmes de Lean a paisagem não é só paisagem, é mais uma personagem crucial.

O que não gosto: Nada. Nem sequer existem os costumeiros "happy endings" enjoativos.

Os Filmes de Referência: Great Expectations, Oliver Twist, The Bridge on the River Kwai, Lawrence of Arabia, Doctor Zhivago, Ryan's Daughter, A Passage to India

Os meus Preferidos: The Bridge on the River Kwai, Lawrence of Arabia, Ryan's Daughter

Alguns planos do mestre:



"I think people remember pictures, not 

dialogue. That's why I like pictures."

quarta-feira, 27 de março de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Lynch
David



The Fabulous Mind Player

Marcos: Conhecido pelos seus filmes surrealistas, Lynch desenvolveu um estilo cinematográfico muito próprio, denominado "Linchiano",~caracterizado pelo seu imaginário onírico e o design musical meticuloso. Os elementos surreais, por vezes violentos, são conhecidos por "perturbarem, ofenderem ou mistificarem" o público. Foi descrito como o mais importante cineasta da sua era e o renascentista da cinematografia americana moderna. Ao mesmo tempo o seu sucesso comercial classifica-o como o primeiro surrealista popular. Os seus filmes estão tão carregados de temas recorrentes, motivos, personagens recorrentes, imagens, composições e técnicas, que podem ser vistos como autênticos puzzles de ideias: imaginário onírico, realismo mágico, máquinas industriais, violência social escondida, deformidade, fogo, luzes, palcos onde uma cantora solitária se apresenta, o imaginário da cultura ameircana dos anos 50. Outra das suas características é o uso de personagens femininas com personalidades múltiplas ou fracturadas. Lynch afirmou, sobre o uso dos sonhos: "Waking dreams are the ones that are important, the ones that come when I'm quietly sitting in a chair, letting my mind wander. When you sleep, you don't control your dream. I like to dive into a dream world that I've made or discovered; a world I choose… [You can't really get others to experience it, but] right there is the power of cinema."

O que gosto: O surrealismo brutal. A comicidade. O horror. A brutalidade estilizada. O desespero. A beleza. O glamour. A inteligência impressionante. O entrelaçar de horror e de maravilhoso, por vezes na mesma cena, pessoa, objecto. Os labirínticos jogos mentais a que nos obriga, e que nos deixam estenuados, a abanar a cabeça, a pensar "mas como é que este filho da mãe construiu este enredo?". A sua própria personalidade é deliciosa. O seu aspecto físico, o seu cabelo, a sua forma de falar, a sua forma de vestir, e a maneira compulsiva como fuma não dão a bota com a perdigota e é isso que o torna único - Lynch parece um cavalheiro, mas depois é capaz de proferir a maior barbaridade enquanto descreve alguma coisa. A forma tão clara como se entende a América quando se vê um filme dele - que aquilo é uma mistela de gente completamente distinta, que se mantém "colada" à mesma bandeira não imaginamos como (eu sei como, mas não foi o Lynch quem me mostrou isso). Não há um único filme de Lynch que seja razoável ou apenas bom. São todos para cima de Muito Bom.

O que não gosto: Que nunca haja uma explicação. Gosto de explicações. Mas, talvez se houvesse explicação, Lynch perdesse toda a piada. Ao contrário de Kubrik, por exemplo, Lynch é complexo mas pode ser visto em qualquer dia. Se Kubrik é o Dostoievski do Cinema, então Lynch será o Joyce do Cinema, no sentido de que apesar de podermos não entender tudo à primeira, nem à segunda, nem à centésima, nem à milésima, a viagem, mesmo assim, continua sempre a dar prazer, mesmo se for feita todos os dias.

Os Filmes de Referência: The Elephant Man, Dune, Blue Velvet, Wild at Heart, Twin Peaks, Mulholand Drive

Os meus Preferidos: The Elephant Man, Blue Velvet, Wild at Heart, Twin Peaks (série), The Straight Story, Mulholand Drive, Inland Empire

Alguns planos do mestre:




"This whole world is wild at heart
and weird on top."

terça-feira, 26 de março de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Kubrik
Stanley



The Absolute Genius

Marcos: Considerado um dos maiores cineastas de todos os tempos, os seus filmes costumam ser adaptações de livros ou contos e são caracteristicamente obras com uma cinematografia única e deslumbrante, atenção aos mínimos detalhes para a obtenção do mais puro realismo e a utilização de bandas sonoras cuidadas. Cobriu uma série de géneros tão díspares como a guerra, o crime, comédias românticas e negras, o horror, o épico e a ficção científica. Era conhecido por ser um perfeccionista, tanto na encenação como no seu trabalho muito próximo com os actores. O seu amor pela fotografia foi o ponto de partida para a sua carreira cinematográfica e para o cuidado que punha em todos os aspectos da imagem. A maioria dos seus filmes foram marcos inovadores no cinema, como 2001-Odisseia no Espaço (para a ficção científica), Barry Lyndon (na utilização de lentes desenvolvidas para a NASA para filmar luz de velas natural), The Shining (primeira utilização de uma Steadicam para filmar planos de tracking). Muitos dos seus filmes foram controversos na altura da sua distribuição, tendo sido posteriormente considerados obras-primas.

O que gosto: O puro génio absoluto. Todos os seus filmes são marcos de alguma coisa. A beleza e cuidado das imagens, que são como quadros autênticos. A singularidade dos ambientes e das personagens. A gama variada de géneros. Kubrik nunca fez nenhum filme suficiente ou sequer razoável ou mesmo só bom. São todos sempre para cima de Muito Bom.

O que não gosto: A complexidade que impera em todos os seus filmes exige muito do espectador. Kubrik não é para qualquer dia. Ele é uma espécie de Dostoievski do Cinema. Mas, como um verdadeiro mestre, Kubrik mostra-nos sempre aquilo que deveríamos saber - que o mundo não é um sítio nada fácil, simples ou bonito.

Os Filmes de Referência: Lolita, Dr. Strangelove, 2001-Odisseia no Espaço, Laranja Mecânica, The Shining, Full Metal Jacket, Eyes Wide Shut

Os meus Preferidos: Lolita, Dr. Strangelove, 2001, Laranja Mecânica, The Shining, Full Metal Jacket

Alguns planos do mestre:


"If it can be written, or thought,
it can be filmed."

segunda-feira, 25 de março de 2013

OS CINEASTAS DE ANDRÓMEDA

Kitano
Takeshi



The Poet of Violence

Marcos: Realizador, comediante, actor, pintor, argumentista, cantor, editor e poeta, Takeshi é o verdadeiro homem dos sete ofícios. A sua obra idiossincrática já lhe valeu a honra de ser considerado o verdadeiro sucessor de Kurosawa do Cinema moderno japonês. Os seus filmes começaram por retratar sobretudo o sub-mundo dos yakuzas ou a polícia, com uma filosofia niilista, humor, violência e afecto, misturando estes ingredientes de forma paradoxal e controversa. Takeshi é também conhecido por filmar tudo ao primeiro take pois acha que esse será sempre a melhor performance dos seus actores e de ser rapidíssimo a trabalhar.  O mar é também uma imagem de marca, e aparece sempre como o repouso, como o intervalo, como o suspiro entre batalhas, como o respirar calmo e suave no meio de toda a violência da vida.

O que gosto: A secura das suas histórias e dos seus personagens, misturada com uma violência poética que chega a aproximar-se daquilo que posso descrever como uma espécie de poesia cosmopolita, nua e crua e enchuta, errática, brutal e ao mesmo tempo filosófica, como se fosse dolorosamente esculpida a granito e tijolo na vida do dia-a-dia dos seus personagens e das ruas por onde estes deambulam. Gosto do rosto de Takeshi, duro e aparentemente vazio, mas adivinhando-se a esconder maremotos de emoções.

O que não gosto: Por vezes a violência pode ser demasiada.

Os Filmes de Referência: Fireworks, Sonatina, Violent Cop, Brother

Os meus Preferidos: Violent Cop, Brother

Alguns planos do mestre:



"To show violence 
realistically, you need stamina.
It's not easy."