segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Here I Go Again On My Own

Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno XII
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Macro Pele/Metal
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"Quando o mundo ainda era mundo havia plantas, pessoas, mares, terra, espaço. Imagina uma bola enorme. Um globo. Era isso o mundo. Com milhões de quilómetros de extensão. Redondo. Sempre a girar, em torno de um sol, como aquele ali em cima. Imagina tudo isto que vês aqui, mas sextuplicado dezenas, centenas, milhares de vezes. Os humanos, vocês, eram a espécie dominante. Havia animais, como as gaivotas de quem te dei as penas. Eram seres inferiores, não pensavam como vocês, não eram capazes de construir civilizações como vocês são. Havia máquinas também. Foi aí que o problema começou. Ou antes, talvez devesse dizer que o problema começou em vocês. Os humanos têm todos os defeitos que possas imaginar. São vaidosos, gananciosos, egoístas, manipuladores. Presumo que com a inteligência venham uma série de aplicações anexadas. Vantagens e desvantagens, percebes? Pontos fortes e pontos fracos. Os humanos dominavam mas precisavam de ajuda. As máquinas ajudavam. São seres concebidos de raíz, com inteligência artificial, capazes de coisas que o corpo físico humano não é. Podem ser minúsculas ou gigantescas, individuais ou múltiplas, podem ser tudo. O problema foi que as máquinas foram feitas à semelhança dos seus criadores. Como Deus. Os homens quiseram ser deuses. Lixaram-se."
Selfid fez uma pausa para respirar fundo.
"Estou cansada de ser dragão. Vou mudar. Espera."
Abriu as asas e quando as fechou novamente já não era um dragão mas algo parecido consigo próprio, só que com cabelo comprido e mais bonita.
"Esta sou eu, verdadeiramente. Sheila. Quer dizer, aquilo que eu quero ser. Adiante. As máquinas começaram a ser demasiado auto-suficientes. E houve alguns humanos que foram demasiado gananciosos. Quiseram fazer um híbrido entre um humano e uma máquina. À sucapa. A coisa descontrolou-se. Algures nas florestas da Juguslávia (um ponto interessante para pesquisares mais tarde se quiseres - é sempre na Juguslávia que as coisas correm mal), uma das experiências levadas a cabo deu para o torto. As "manas" - máquinas humanas - começaram a descontrolar-se e tomaram conta da estação científica aí instalada. Foram enviadas forças militares para controlar a revolta, mas a coisa era mais complicada do que parecia. ONU, NATO e outras organizações internacionais enviaram reforços e continuaram a enviar reforços. O conflito prolongou-se sem haver esperança de qualquer resolução."
A voz de Sheila alterou-se e parecia agora vinda de um qualquer televisor que emitia notícias.
"Centenas de soldados. Centenas de voluntários. Meses. Anos. Nada. Até que começaram a aparecer os monstros nas florestas. Seres híbridos, escapados a qualquer controlo, que arrasavam com tudo, destruíam tudo."
C. piscou os olhos. Voluntários. Aquela palavra ...
"Sim? Diz-te alguma coisa?"
"Não sei ... Continua ..."
"Bom, para resumir uma grande salganhada, ao fim de um tempo as pessoas começaram a aperceber-se que aquilo já não estava circunscrito apenas àquele território. Tinham surgido outros focos de tensão noutros pontos do globo. Parecia uma espécie de epidemia. Os soldados morriam aos magotes. Desapareciam. A situação começou a tornar-se insustentável. Muitas pessoas resistiram. Civis, voluntários. Formaram a resistência. Mas não podiam fazer muito. As "manas" eram poderosíssimas e, pior do que isso, estavam determinadas a vencer. Queriam libertar-se. Queriam tomar conta do mundo. E foi o que fizeram. Em apenas 3 anos conseguiram dominar os humanos."

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