terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

MURMURS FROM IRELAND XI

Molly Malone
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Consta que Molly gostava de festa. É sabido que Molly vendia peixe, back in the old days. E se quereis saber como Molly apregoava a sua sardinha, bastai passardes na rua onde Molly reside, Grafton Street, para ouvirdes as vendedoras anunciarem ao mundo as suas flores - "Frêsh Floweres!!!", com o típico, doce, único enrolar dos r's irlandês.
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Consta, portanto que Molly gostava de dar as suas voltas e reviravoltas em leitos alheios, tal e qual o peixe que vendia gosta de rodopiar incessantemente na água. Não se sabe se regava essas horas de sensualidade com as flores das suas companheiras vendedoras. Orquídeas, seriam apropriadas. Pequenos, delicados, cheirosos montes de Vénus do reino vegetal. Talvez Molly desejasse rosas. Ou talvez até se contentasse com malmequeres selvagens.
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O seu carrinho de mão, esse, continua recheado de peixe, cinzento, luzidio, congelado no tempo e no espaço, na confluência de Nassau Street e Dawson Street.
Há quem passe por ela e não repare. Molly não se importa. O seu peixe continua a perfumar Dublin. Os seus seios continuam tumescidos e sensuais, à espera do amor, ali para os lados de Grafton Street.
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