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O Escritor parou de pensar. Parou de sentir. Parou de escrever. Deixou-se simplesmente flutuar num limbo criado por si próprio, com as palavras que lhe restavam e que ele combinou da melhor forma possível para conseguir um espaço de reflexão instintiva.
"Não faço a mínima ideia do que ando aqui a fazer. Nunca soube."
Eu tinha-te dito isso mesmo há umas páginas atrás.
Pois tinhas. Tens razão.
Eu tinha-te dito isso mesmo há umas páginas atrás.
Pois tinhas. Tens razão.
Mas agora vai-te embora. Não te quero aqui.
E o Escritor deitou fora a palavra "inconsciente" e puxou a palavra "leitora".
E eu? O que vai fazer comigo?
Você é o meu espelho e por isso vai ficar aí a ler-me, ou nada disto teria feito sentido.
Sou apenas uma razão para validar o seu trabalho?
Menina, não me provoque. É muito mais que isso, mas por agora terá de se contentar com isso.
Muito bem. Seja feita a sua vontade.
E o Escritor arrumou a palavra "leitora" a um canto do seu limbo e puxou a palavra "personagem", um pouco a medo.
Ah bom. Estava a ver que te esquecias de mim.
Não. Agora é a tua vez. Faz o que quiseres.
A sério?
Sim, podes sair.
Ainda não estou preparado.
Eu já calculava.
Põe-me ali num cantinho por enquanto.
Muito bem. Seja feita a tua vontade.
E o Escritor arrumou a palavra "personagem" no canto oposto ao da leitora, suspirando. Só faziam mesmo o que queriam ...
Deixou-se ficar assim a flutuar um tempo indefinido. Abandonou-se a tudo, até a si próprio. Deixou que o presente, o passado e o futuro o enlaçassem nos seus tentáculos. Embrenhou-se na floresta densa de todas as palavras que tinha alguma vez escrito ou que tencionava escrever. Deixou que a sua mente vagueasse, liberta, por todos os recantos desse insondável lugar que era ele próprio. Sem medo. Sem censura.
E então, finalmente, libertou-se e percebeu qual era a palavra que procurava.
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