domingo, 26 de dezembro de 2010

Here I Go Again On My Own

Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno V
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Macro linha com gotas de água
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Quando voltou a acordar não sabia quanto tempo tinha passado. Minutos? Horas? Dias? Meses? Anos?? Não fazia ideia. O seu sistema estava de tal forma dormente, que nem sequer conseguia verificar as datas de entrada e saída de input.
Olhou em redor. As cores continuavam a acompanhá-lo, mas havia mais qualquer coisa. Um brilho iridiscente, como uma névoa, e o que pareciam pequenas gotículas de orvalho. À distância ouvia-se o som de minúsculos curto-circuitos. Tentou mexer-se. Continuava preso, não compreendia como. Como era possível que tivessem aprisionado o seu sistema desta forma? Que raio de criatura teria conseguido violar as suas fire-walls artilhadas até à medula de forma tão rápida e, convenhamos, absolutamente humilhante?
Os curto-circuitos aproximaram-se do seu campo de audição. Ao mesmo tempo teve a nítida sensação que uma porta se abria e que algo estava agora muito próximo de si, mas não conseguia ver o que era.
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((-Ø-)) aproximou-se da sua vítima. Observou a teia multicolorida e o pequeno sistema no centro, como uma mosca presa, e girou sobre si próprio, os anéis girando em sentido contrário. ((-Ø-)) não era humano, nunca fora, nem sabia o que isso era. Também não sabia quando começara ou se iria acabar. Para a criatura não existiam princípio nem fim, tempo. Apenas espaço, por onde se movia. Existindo solitariamente como um peixe numa caverna profunda do imenso sistema que habitava, ((-Ø-)) fora evoluindo lentamente ao sabor das circunstâncias, respeitando as leis de Darwin de quem nunca ouvira falar. Tornara-se uma criatura quase inviolável. Os ocasionais ataques de outras criaturas tinham-no fortalecido e feito desenvolver características únicas. ((-Ø-)) nunca encontrara nenhum outro igual a si. Mas, ao contrário de um peixe cego sobrevivendo nas profundezas de uma qualquer caverna aquática de um mar terreno, ((-Ø-)) era dotado de algo que se podia designar como uma espécie de inteligência tecnológica e conseguia realizar operações lógicas, memorizar, produzir.
Observou a teia mais uma vez. No interior da sua lógica misteriosa, ponderou o que fazer com a criatura que capturara. Aprender com ela, como sempre fazia com todas. Aprender e depois eliminar.

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