quarta-feira, 3 de agosto de 2011

PALAVRAS ESTUPIDAS 141

Gandas Americanadas
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Gosto duma boa americanada. Uma boa ganda americanada bem feita, cheia de efeitos especiais estrondosos, uma história estúpida e finais felizes. Gosto sobretudo de explosões e descarrilamentos e desastres naturais e mega-choques de carros bem feitos.

No outro dia estava a ver uma bosta de filme australiano sobre o degelo e aí é que percebi que somos pobres e mal agradecidos quando dizemos mal das americanadas que vêm lá do tio Sam. É que não há comparação possível. As histórias podem ser uma caca autêntica, mas pelo menos eles sabem fazer as coisas, gastam dinheiro mas gastam-no bem e, sobretudo, não me põem pessoas a enregelar instantaneamente como se fossem cisnes no centro de gelo do casamento do meu tio!

Depois de se ver uma bosta australiana sobre o degelo, até aquela porcaria do meteorito que cai com o Bruce Willis passa a ser tragável.

De vez em quando uma boa americanada não faz mal a ninguém. Desperta o animal que há em nós (é sempre bom despertá-lo de vez em quando para nos lembrarmos que somos apenas animais com o cio que andam p'ráí a fingir que são outra coisa), dá-nos uma desculpa para comermos um balde de pipocas, permite-nos apreciar os dotes físicos de estrelas como Sylvester Stallone, Will Smith, Denzel Washington, Bruce Willis, Arnold Shwarzeneger e afins, e deixa o nosso cérebro descansar durante umas horas - não é preciso pensar, só mastigar e engolir (pipocas e imagens estrondosas).

Outra vantagem das gandas americanadas é que, por momentos, a gente esquece-se de como o mundo é realmente, e finge que o mundo é como os americanos no-lo apresentam, ie, um sítio cheio de justiça (divina ou poética), onde os maus perdem sempre e os bons vencem sempre, onde as pessoas casam e são felizes para sempre, onde quando falamos toda a gente nos ouve até ao fim e não interrompe (só conheço um realizador que põe as pessoas a falar ao mesmo tempo como na vida real, a interromperem-se, mas já morreu - Robert Altman), e onde existem homens a sério, que nos salvam de catástrofes impressionantes sem se queixarem das costas ou dos tornozelos.

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