Circos de Monstruosidades
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Olhamos para os circos de gladiadores da Antiga Roma com estupefacção ou mesmo vergonha, não concebendo possível uma época em que as pessoas gostavam de assistir a autênticas carnificinas humanas. Ao longo da história, foram inúmeras as ocasiões públicas e privadas em que o gosto pelo sofrimento dos outros foi feito espectáculo para divertimento de alguns ou da populaça. São os casos das crucificações e dos enforcamentos públicos, que constituíam verdadeiras ocasiões de romaria, para as populações ávidas de algo diferente que quebrasse a monotonia dos dias sempre iguais, carregados de pobreza, maleitas e sofrimento.
Quando sofremos, ver sofrer outros em nosso lugar pode ser quiçá um tipo de terapia. É natural que os psicólogos já se tenham debruçado sobre estas questões. Por mim, julgo que o sofrimento dos outros serve como uma espécie de catarse ao nosso próprio. Quando estamos felizes, apaixonados, por exemplo, queremos que o mundo inteiro esteja feliz. Por isso, quando estamos infelizes, creio, ansiamos por não ser os únicos e procuramos quem esteja pior que nós para manter a esperança.
dkllçskf Porque é tão popular um personagem como Hannibal Lecter, por exemplo? Um assassino em série, canibal, completamente desequilibrado, sem misericórda e sem remorso, que arranca bocados das suas vítimas com a mesma fome com que devoraria um bom pedaço de entrecosto. Mas as pessoas adoram-no. Seremos todos potenciais assassinos em série? Ou ele, Hannibal, serve de catarse àquilo que nunca conseguiríamos fazer mas que gostaríamos intimamente de fazer? Não sei. O mistério mantém-se. O certo é que é um dos personagens mais populares da ficção, e com ele quase todos os serial killers, psicopatas e afins.
lkdçasld Gostamos, portanto, do espectáculo público do sofrimento alheio, desde que nós próprios estejamos resguardados entre a massa, a rugir e a aplaudir.
Serve a presente para constatar que aqueles que se levantam contra os circos de gladiadores da antiguidade, serão talvez os primeiros a ligar o seu televisor e sintonizar o canal que está a passar na altura o mais recente circo de humilhações públicas – os concursos de talentos que pululam por aí e que são outro nome para os antigos circos de monstruosidades que saltitavam de vila em vila trazendo consigo o homem-elefante, a mulher-barbuda, a menina-sereia e outras aberrações da natureza. Com a agravante de que neste caso o público é verdadeiramente massificado, as vergonhas são globais, o mundo inteiro se ri destes palhaços tristes e nem sequer tem de pagar para assistir à sua destruição na arena pública. Basta ligar a televisão e ouvir a última menina-maravilha a cantar o sucesso da Alicia Keys, o último menino-prodígio a dançar como o Michael Jackson ou o último par de acrobatas-maravilha a arriscar a vida sem que ninguém disso se aperceba.
Quando sofremos, ver sofrer outros em nosso lugar pode ser quiçá um tipo de terapia. É natural que os psicólogos já se tenham debruçado sobre estas questões. Por mim, julgo que o sofrimento dos outros serve como uma espécie de catarse ao nosso próprio. Quando estamos felizes, apaixonados, por exemplo, queremos que o mundo inteiro esteja feliz. Por isso, quando estamos infelizes, creio, ansiamos por não ser os únicos e procuramos quem esteja pior que nós para manter a esperança.
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Serve a presente para constatar que aqueles que se levantam contra os circos de gladiadores da antiguidade, serão talvez os primeiros a ligar o seu televisor e sintonizar o canal que está a passar na altura o mais recente circo de humilhações públicas – os concursos de talentos que pululam por aí e que são outro nome para os antigos circos de monstruosidades que saltitavam de vila em vila trazendo consigo o homem-elefante, a mulher-barbuda, a menina-sereia e outras aberrações da natureza. Com a agravante de que neste caso o público é verdadeiramente massificado, as vergonhas são globais, o mundo inteiro se ri destes palhaços tristes e nem sequer tem de pagar para assistir à sua destruição na arena pública. Basta ligar a televisão e ouvir a última menina-maravilha a cantar o sucesso da Alicia Keys, o último menino-prodígio a dançar como o Michael Jackson ou o último par de acrobatas-maravilha a arriscar a vida sem que ninguém disso se aperceba.
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Depois não me venham dizer que a humanidade está mais pacífica e mais avançada. Os palhaços são diferentes, o coliseu é um estúdio de televisão, mas o circo, esse, é exactamente o mesmo.
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