segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
domingo, 30 de dezembro de 2012
Coisas que (ainda) nos fascinam
Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os
CRIMINOSOS
Fascinam-nos. Mesmo que sejamos hipócritas ao ponto de os condenar. Qualquer pessoa que faça o que bem lhe apetece sem achar que deve explicações a ninguém é digno do nosso fascínio. Uma espécie de inveja velada e recalcada, enterrada bem lá no nosso fundo mais negro que temos medo sequer de admitir carregarmos.
Senão porque haveríamos sempre de achar "piada" aos maus da fita?
Ou porque haveríamos de devorar com avidez as notícias que nos contam pormenores sobre o último golpe de Vale e Azevedo, a última traição de Putin a quem com ele não concorda ou a última fuga de Strauss Khan à justiça?
Observamos com fascínio mórbido as imagens de Renato Seabra a cumprimentar uma amiga de Carlos Castro no lobby do hotel, onde acabou há minutos de matar o cronista com requintes de sadismo e pasmamos com o sangue-frio do psicopata de apenas 23 anos.
Chegamos mesmo a sorrir com Hannibal, o maior deles todos, que come cérebros ao jantar. Ou com Idi Amin, que governou o Uganda a comer criancinhas ao pequeno-almoço, como eu ouvia quando era pequena.
Gostamos de tentar entender os fora-da-lei, de tentar perceber a sua esperteza a contornar as regras de uma sociedade na qual vivem mas com cujos princípios nem sempre concordam. Por vezes exclamamos, com uma ponta de melancolia na voz - "este tipo é que sabe viver" ou "é preciso ter lata".
Bruce Springsteen cantou um serial killer assim, no album "Nebraska", inteiramente dedicado a criminosos:
sábado, 29 de dezembro de 2012
Coisas que (ainda) nos fascinam
Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os
Códigos Secretos
Gostamos de os tentar decifrar. Lembram-nos espiões, intrigas internacionais, guerras e complôs de alto calibre protagonizados pelos governos sombra deste planeta.
Requerem paciência, inteligência e preserverança, mas quando os conseguimos desvendar revelam-nos surpresas inusitadas, informações valiosas, pormenores interessantes.
Já foram meio de comunicação de soldados, criminosos, resistentes, sacerdotes e até de amantes ou de famílias simples apanhadas em tempos complicados. Podem ser feitos por qualquer um, mas há-os intrincados e apenas possíveis de decifrar por autênticos especialistas - são os códigos de guerra, ultra secretos porque carregam informações de que dependem vidas.
Aqui estão 8 códigos que nunca ninguém conseguiu desvendar:
http://www.newscientist.com/special/unbreakable-codes
Que tal experimentar?
Requerem paciência, inteligência e preserverança, mas quando os conseguimos desvendar revelam-nos surpresas inusitadas, informações valiosas, pormenores interessantes.
Já foram meio de comunicação de soldados, criminosos, resistentes, sacerdotes e até de amantes ou de famílias simples apanhadas em tempos complicados. Podem ser feitos por qualquer um, mas há-os intrincados e apenas possíveis de decifrar por autênticos especialistas - são os códigos de guerra, ultra secretos porque carregam informações de que dependem vidas.
Aqui estão 8 códigos que nunca ninguém conseguiu desvendar:
http://www.newscientist.com/special/unbreakable-codes
Que tal experimentar?
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Coisas que (ainda) nos fascinam
Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os
Castelos
Será da antiguidade, que nos recorda tempos idos de cavaleiros e donzelas e vestidos a arrastar pelo chão e espadas e elmos e escudos?
Será do suposto mistério que rodeia tantos castelos, sobretudo em países anglo-saxónicos como a Escócia, em que castelo sim castelo não existe uma magnífica e atestada assombração?
Será dos segredos que parecem viver escondidos a sete chaves dentro de muralhas apertadas e intransponíveis?
Será pelo simples facto de se parecerem com pequenos cofres fechados, com alçapões e grades e água e fogo de dragões sentinela?
A verdade é que mesmo os castelos cuja espinha dorsal já foi totalmente desvendada em desenhos técnicos pormenorizados e matemáticos, continuam a exercer esse fascínio sobre nós.
Será talvez por todas as razões atrás expostas.
A pergunta que se coloca é: se pudéssemos, se tivéssemos posses para tal, viveríamos num? ou só os queremos para visitas esporádicas sem o risco de esbarrar com fantasmas e aparições a meio da noite?
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
My present for you:
In another life
You were a man in a travelling show
Who sold potions and spells to go
I tried them all for you
To convince the crowd it was all true
You were a poet, tormented
Maybe even a little demented
I was there to write things down
Sometimes to be your literary clown
You were a magician with top hat
Maybe even a little fat
I was the girl you cut in two
And I did that just for you
You piloted a baloon
Dangerously close to sun and moon
I was your navigator, day and night
Always sick and afraid of heights
You searched for lost manuscripts
And strange, ancient artifacts
I helped you read the maps
And disarm all sorts of traps
In another life, maybe
We were all these things and plenty more
In another life, could very well be
We were together, for sure
In this life, it's true
You are an amazing actor
I try to follow your every cue
And be your best stage partner
In another life
You were a man in a travelling show
Who sold potions and spells to go
I tried them all for you
To convince the crowd it was all true
You were a poet, tormented
Maybe even a little demented
I was there to write things down
Sometimes to be your literary clown
You were a magician with top hat
Maybe even a little fat
I was the girl you cut in two
And I did that just for you
You piloted a baloon
Dangerously close to sun and moon
I was your navigator, day and night
Always sick and afraid of heights
You searched for lost manuscripts
And strange, ancient artifacts
I helped you read the maps
And disarm all sorts of traps
In another life, maybe
We were all these things and plenty more
In another life, could very well be
We were together, for sure
In this life, it's true
You are an amazing actor
I try to follow your every cue
And be your best stage partner
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PALAVRAS ESCULPIDAS
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Coisas que (ainda) nos fascinam
Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como as
Bruxas
Yo no creo en las brujas, pero que las hay, las hay.
Pois é. Pelo sim, pelo não, é sempre melhor admitir a sua existência, mesmo que não professemos tal fé.
As bruxas são más. E feias. Também podem ser belas, mas serão sempre terríveis.
A não ser que sejam bruxinhas. Aí já a coisa fica mais adoçada.
Na verdade, poder-se-ia dizer que as bruxas são todas as coisas que não conhecemos e, consequentemente, de que temos medo. E houve tanta caça às bruxas desde sempre ...
Tudo o que é diferente, anormal, desconhecido nos fascina, absorve e mete medo. Precisamente porque o fruto probido é mais apetecido. Lá sabia a bruxa má da Cinderela, quando lhe ofereceu uma bela, saborosa e vermelha maçã venenosa. A Cinderela, que devia ter uma data de traumas recalcados, trincou a maçã e adormeceu até o seu príncipe encantado a vir acordar de um longo sonho. Talvez fosse melhor tê-la deixado a dormir. Mas dessa subsequente história já não reza a história.
Ainda há bruxas disfarçadas. As verdadeiras perderam-se nos anais da história, ficaram criogenadas para a posteridade nos idos dias da Idade Média, queimadas, crucificadas e torturadas pelos padres, que também tinham a sua dose de recalcamentos.
Vem-me à memória um livro e um filme soberbos, que falam disso mesmo - de como o medo e a ignorância são os piores inimigos do amor, da verdade, da arte, da felicidade. Chama-se "O Nome da Rosa" de Umberto Eco. Nele uma bela campónia por quem o inocente noviço franciscano Adso se apaixona, é morta na fogueira porque a Igreja acha que a Mulher carrega em si o germe do desejo, da luxúria e, consequentemente, do pecado.
As bruxas continuam a assustar muito boa gente que ainda acredita em copos que se mexem sozinhos, aparições do além ou bocados de ossos deixados às portas de quem se quer mal. Mas as bruxas só podem, de facto, perturbar quem ainda acredita nelas. E nesses casos, são realmente capazes de tudo o que a imaginação puder conter.
Que o diga Jack Nicholson ...
Que o diga Jack Nicholson ...
terça-feira, 25 de dezembro de 2012
MAGIC MOMENTS 263
Christmas Carols 14
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Porque o Natal poderia ser todos os dias, mas não é.
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MAGIC MOMENTS
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
MAGIC MOMENTS 262
Christmas Carols 13
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Porque o Natal poderia ser todos os dias, mas não é.
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domingo, 23 de dezembro de 2012
sábado, 22 de dezembro de 2012
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
MAGIC MOMENTS 259
Christmas Carols 10
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Porque o Natal poderia ser todos os dias, mas não é.
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
MAGIC MOMENTS 258
Christmas Carols 9
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Porque o Natal poderia ser todos os dias, mas não é.
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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
MAGIC MOMENTS 257
Christmas Carols 8
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Porque o Natal poderia ser todos os dias, mas não é.
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terça-feira, 18 de dezembro de 2012
MAGIC MOMENTS 256
Christmas Carols 7
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Porque o Natal poderia ser todos os dias, mas não é.
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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
MAGIC MOMENTS 255
Christmas Carols 6
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Porque o Natal poderia ser todos os dias, mas não é.
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domingo, 16 de dezembro de 2012
sábado, 15 de dezembro de 2012
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
MAGIC MOMENTS 252
Christmas Carols 3
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Porque o Natal poderia ser todos os dias, mas não é.
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MAGIC MOMENTS
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
Coisas que (ainda) nos fascinam
Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os
BURACOS NEGROS
São complicados de explicar e difíceis de entender. Stephen Hawking fá-lo muito bem, até porque é um dos maiores especialistas na matéria (pun intended). Porque os buracos negros são a ausência de matéria. Sugam tudo à sua volta e poderão constituir (mas não de acordo com Einstein) portais para outros universos. São contradições paradoxalmente paradoxais e absolutamente contraditórias (não passando o pleonasmo).
Para o leigo representarão loucuras de cientistas demasiado ocupados com questões teóricas que nada adiantam ao mundo.
Para os ratos científicos amadores, são curiosidades demasiado interessantes para não as tentarmos perceber, mesmo que passemos uma vida inteira a fazê-lo. Eu que o diga, que ainda hoje tenho que reler o Hawking para escrever este texto.
Os buracos negros são formados quando as estrelas morrem e as suas enormes massas colapsam sobre si próprias, criando campos gravitacionais muito intensos. Tão intensos, que nada sobrevive nas suas redondezas, nem mesmo a luz.
Nunca foram vistos a olho nu, mas existem outras formas de "presenciar" a sua evidência - como observar regiões gravitacionais consistentes com as previsões.
A culpa de tudo foi do tio Albert, quando teve a sua brilhante ideia relativa (pun intended) à teoria da relatividade, que afirma que a curvatura do espaço-tempo poderá atingir em certos casos um extremo tal que até mesmo um raio de luz ficaria aprisionado - o que se chama uma singularidade. Estes casos foram apelidados de buracos negros. E, uma vez que a teoria da relatividade afirma que a curvatura do espaço-tempo é equivalente à força da gravidade, a singularidade de um buraco negro teria de ter uma gravidade infinita. Qualquer matéria introduzida num buraco negro seria completamente destruída por essa energia gravitacional intensa, à medida que se aproximasse da singularidade.
Acreditava-se que os buracos negros apenas sugavam a matéria para o seu interior, mas foi precisamente Hawking quem demonstrou que eles emitem energia, a que se deu o nome de radiação Hawking.
Os buracos negros comportam-se de formas muito estranhas, algumas delas demonstradas por Hawking na década de 70:
* Se introduzirmos mais matéria para dentro do buraco negro, ele arrefece
* À medida que emite radiação, a energia provém do buraco negro e por isso ele perde massa, o que significa que ele aquece, perdendo energia (e, consequentemente, massa) mais rapidamente
* Ou seja, um buraco negro caminha para a evaporação, a não ser que lhe seja transmitida mais massa do que a energia que perde. Quando evapora, emite uma última explosão de energia, o que constitui o chamado paradoxo informativo do buraco negro - uma vez que a mecânica quântica não permite que se perca informação, é um paradoxo que a energia resultante da evaporação do buraco negro não transporte a informação acerca da massa que originalmente constituiu o buraco negro.
Confuso? E isto é só um lamiré ...
Os buracos negros são assustadores, basicamente. Sobretudo porque, se vimos das estrelas, então caminhamos para os buracos negros. É caso para dizer que do pó de estrelas viemos e ao pó negro retornaremos.
Foi precisamente Hawking quem afirmou que: "a noção de Paraíso é apenas uma história de encantar para pessoas com medo do escuro."
Dentro dos buracos negro está muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito escuro.
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
domingo, 9 de dezembro de 2012
sábado, 8 de dezembro de 2012
Coisas que (ainda) nos fascinam
Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como o
AMOR
O amor é mais profundo do que a paixão e muito mais duradouro. Continua a ser inexplicável mesmo para quem já o sentiu. É possível explicá-lo, pelo menos uma parte, mas sabe sempre a pouco e no fim, quando revemos o que dissemos, abanamos a cabeça e concluímos que ainda faltam outras coisas e que não é exactamente aquilo.
Talvez seja difícil expressá-lo por palavras, precisamente porque é um dos sentimentos mais complexos que o ser humano é capaz de sentir. Tal e qual o ódio. Apenas não parece haver tantas pessoas interessadas em trocar o ódio por palavras, como aquelas que pretendem fazê-lo com o Amor.
O amor tem diferentes tonalidades. Pode ser doce, forte ou intenso, puro, ingénuo ou sábio. Mas é sempre eterno. E é sempre surpreendente. E apanha-nos sempre desprevenidos. E exigirá sempre muito de nós. Exige coragem. Será talvez por esse motivo que nem toda a gente o encontra ou que mesmo os que o encontram se queixem de que foi uma viagem árdua até isso acontecer. Por vezes poderá até acontecer demasiado cedo, quando talvez não estivéssemos preparados para o receber. Outras vezes está mesmo à nossa frente, sabemos que lá está e mesmo assim decidimos virar a curva da estrada sem coragem para o enfrentar.
É um dos maiores mistérios do mundo, precisamente porque não escolhe a quem vai calhar e não é picuinhas. O amor, como diz o filme, acontece, simplesmente. E, ou estamos preparados para o receber, ou não.
Poetas, músicos, escritores, pintores tentam desde o início dos tempos retratá-lo sob as mais diversas formas. Talvez sejam precisamente os que melhor se aproximam dele.
O famoso poema de Camões, "o amor é fogo que arde sem se ver" descreve, a meu ver, a paixão e não o amor.
O amor é algo muito mais profundo e intersticial. É algo que fica, quando tudo o resto parte, mesmo o corpo de quem nos ama ou que amamos. É também, ao contrário do que se possa pensar, algo que mete respeito e que inspira medo, sobretudo a quem já o sentiu, que tem a perfeita noção onde se vai afundar de novo. Para os que nunca o sentiram, será uma espécie de nirvana desejado. Para os que já o conhecem, é um desejo agri-doce. Queremos, claro que que o queremos, mas ao mesmo tempo sabemos que ele nos revolucionará a vida e que exigirá o melhor de nós. E às vezes não queremos abandonar o conforto do suficiente para sermos excepcionais. Custa. Bastante.
Não me lembro de nenhuma obra de arte que me surja de imediato na cabeça como retratando o amor da forma mais perfeita possível. Talvez "O Amor nos Tempos de Cólera" de Gabriel Garcia Márquez, que retrata precisamente um amor não concretizado, que dura uma vida inteira. Escreve ele: "Não tornara a sentir uma felicidade como a dessa noite: tão intensa que lhe causava medo." e "Então os piores anos da minha vida passaram. Contei os eternos minutos um a um, enquanto esperava pela sua volta. Mas não me importo. Ficarei de vigília por toda a eternidade. Ficarei de vigília até morrer, se for preciso.", e ainda "Ela é uma farpa que não pode ser retirada. Ela é parte de mim, onde quer que eu vá. Ela está em todas as partes."
É isto, o amor.
E isto, que Yeats escreveu:
Had I the heavens' embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.
Talvez seja difícil expressá-lo por palavras, precisamente porque é um dos sentimentos mais complexos que o ser humano é capaz de sentir. Tal e qual o ódio. Apenas não parece haver tantas pessoas interessadas em trocar o ódio por palavras, como aquelas que pretendem fazê-lo com o Amor.
O amor tem diferentes tonalidades. Pode ser doce, forte ou intenso, puro, ingénuo ou sábio. Mas é sempre eterno. E é sempre surpreendente. E apanha-nos sempre desprevenidos. E exigirá sempre muito de nós. Exige coragem. Será talvez por esse motivo que nem toda a gente o encontra ou que mesmo os que o encontram se queixem de que foi uma viagem árdua até isso acontecer. Por vezes poderá até acontecer demasiado cedo, quando talvez não estivéssemos preparados para o receber. Outras vezes está mesmo à nossa frente, sabemos que lá está e mesmo assim decidimos virar a curva da estrada sem coragem para o enfrentar.
É um dos maiores mistérios do mundo, precisamente porque não escolhe a quem vai calhar e não é picuinhas. O amor, como diz o filme, acontece, simplesmente. E, ou estamos preparados para o receber, ou não.
Poetas, músicos, escritores, pintores tentam desde o início dos tempos retratá-lo sob as mais diversas formas. Talvez sejam precisamente os que melhor se aproximam dele.
O famoso poema de Camões, "o amor é fogo que arde sem se ver" descreve, a meu ver, a paixão e não o amor.
O amor é algo muito mais profundo e intersticial. É algo que fica, quando tudo o resto parte, mesmo o corpo de quem nos ama ou que amamos. É também, ao contrário do que se possa pensar, algo que mete respeito e que inspira medo, sobretudo a quem já o sentiu, que tem a perfeita noção onde se vai afundar de novo. Para os que nunca o sentiram, será uma espécie de nirvana desejado. Para os que já o conhecem, é um desejo agri-doce. Queremos, claro que que o queremos, mas ao mesmo tempo sabemos que ele nos revolucionará a vida e que exigirá o melhor de nós. E às vezes não queremos abandonar o conforto do suficiente para sermos excepcionais. Custa. Bastante.
Não me lembro de nenhuma obra de arte que me surja de imediato na cabeça como retratando o amor da forma mais perfeita possível. Talvez "O Amor nos Tempos de Cólera" de Gabriel Garcia Márquez, que retrata precisamente um amor não concretizado, que dura uma vida inteira. Escreve ele: "Não tornara a sentir uma felicidade como a dessa noite: tão intensa que lhe causava medo." e "Então os piores anos da minha vida passaram. Contei os eternos minutos um a um, enquanto esperava pela sua volta. Mas não me importo. Ficarei de vigília por toda a eternidade. Ficarei de vigília até morrer, se for preciso.", e ainda "Ela é uma farpa que não pode ser retirada. Ela é parte de mim, onde quer que eu vá. Ela está em todas as partes."
É isto, o amor.
E isto, que Yeats escreveu:
Had I the heavens' embroidered cloths,
Enwrought with golden and silver light,
The blue and the dim and the dark cloths
Of night and light and the half-light,
I would spread the cloths under your feet:
But I, being poor, have only my dreams;
I have spread my dreams under your feet;
Tread softly because you tread on my dreams.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
PALAVRAS ESTÚPIDAS 165
Jedis e Siths
Conheci alguns Jedis na vida. Muito poucos. Também alguns Siths. Ainda menos.
Não é qualquer um que pode ser apelidado de Sith. É mais fácil ser Jedi do que Sith, embora também não seja pêra doce estar do lado luminoso da Força.
Se sinto maior atracção por uns ou por outros, é indiferente. Invariavelmente um Jedi agarra-nos pelo coração, um Sith pela mente. Acaba por ir dar à mesma. Para se ser Jedi ou Sith é preciso ter-se tomates, pêlos e uma certa dose de classe, sendo que a classe varia de tonalidade num caso ou no outro.
Um Jedi tem classe porque está do lado bom da Força, jamais nos magoará e, se o fizer, nunca será de forma deliberada. É alguém corajoso, com personalidade, princípios e raciocínio. Alguém que nos defenderá e que dificilmente nos virará as costas ou deixará de tentar resolver algum problema, seja em que circunstâncias for. Um Jedi tem honra, ética e uma moral, jamais falsa. Tem também coração que virá sempre antes do seu raciocínio ou pesará sempre mais do que aquele.
Um Sith tem classe porque escolhe o lado negro da Força, mesmo sabendo que isso não será aprovado pela maioria das pessoas. Poderá magoar-nos e fá-lo-á certamente, caso o permitamos e mesmo que tenhamos as defesas bem erguidas. É alguém corajoso, com personalidade e raciocínio. Alguém que se defenderá e que dificilmente deixará que penetremos as suas defesas, seja em que circunstâncias for. Gosta de jogar e por vezes joga sujo, mas a culpa é nossa se cairmos que nem patinhos na esparrela. Um Sith tem amor próprio, orgulho e um código muito pessoal e particular. O raciocínio vence sempre o coração, que num Sith é secundário.
Em ambos os casos, qualquer Jedi e qualquer Sith é antes de mais um Homem. Com H grande. Os outros são meninos borrados, que ainda cheiram a leite. Há os que fingem ser Jedis - é fácil apanhá-los: muito paleio e pouca acção. Um verdadeiro Jedi faz, não passa a vida a apregoar que vai fazer. E há também os que fingem ser Siths, coitados, sem saberem no que se estão a meter - também é fácil apanhá-los: a inteligência deixa muito a desejar e cedo se começam a descobrir as falhas. Um verdadeiro Sith é exímio a cobrir o seu rasto.
Quais prefiro? É indiferente. Os Jedis que conheci estão no meu coração. Os Siths na minha mente. Vai dar tudo à mesma.
Em ambos os casos, qualquer Jedi e qualquer Sith é antes de mais um Homem. Com H grande. Os outros são meninos borrados, que ainda cheiram a leite. Há os que fingem ser Jedis - é fácil apanhá-los: muito paleio e pouca acção. Um verdadeiro Jedi faz, não passa a vida a apregoar que vai fazer. E há também os que fingem ser Siths, coitados, sem saberem no que se estão a meter - também é fácil apanhá-los: a inteligência deixa muito a desejar e cedo se começam a descobrir as falhas. Um verdadeiro Sith é exímio a cobrir o seu rasto.
Quais prefiro? É indiferente. Os Jedis que conheci estão no meu coração. Os Siths na minha mente. Vai dar tudo à mesma.
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PALAVRAS ESTÚPIDAS
domingo, 2 de dezembro de 2012
Coisas que (ainda) nos fascinam
Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como o
ARCO-ÍRIS
Não sabemos onde acaba nem onde começa. Talvez apenas na nossa imaginação.
Acreditamos que nesse fim não revelado se encontra um enorme e generoso pote de ouro.
É estrada colorida que conduz aos sonhos e ninguém lhe fica indiferente.
Quando chove e faz sol procuramo-lo e julgamos ver na sua aparição nos céus um sinal de bom presságio. Se o firmamento assim sorri é porque os deuses benfeitores nos acompanham.
E assim constatamos que o ser humano associa instintivamente as cores à felicidade. Será a felicidade de todas as cores, então?
Enumeremo-las:
O Vermelho da paixão
O Laranja do apetite
O Amarelo da alegria e criatividade
O Verde da vida e da natureza
O Azul do sonho
O Indigo da imaginação
O Violeta do amor
O arco-íris é uma estrada para o céu, apesar de sabermos que se desenha no espaço efémero entre a água e a luz.
São sete as suas cores, número mágico por tradição.
Há quem tenha tido a sorte de ver um arco-íris de 360º. Já vi alguns.
Mas talvez que a forma mais amada seja em arco, carregando os nossos sonhos desde o momento em que nascem até à curva onde desejamos que sejam concretizados.
O Amarelo da alegria e criatividade
O Verde da vida e da natureza
O Azul do sonho
O Indigo da imaginação
O Violeta do amor
O arco-íris é uma estrada para o céu, apesar de sabermos que se desenha no espaço efémero entre a água e a luz.
São sete as suas cores, número mágico por tradição.
Há quem tenha tido a sorte de ver um arco-íris de 360º. Já vi alguns.
Mas talvez que a forma mais amada seja em arco, carregando os nossos sonhos desde o momento em que nascem até à curva onde desejamos que sejam concretizados.
O poeta Keats queixou-se assim da explicação científica de Newton, que havia destruído, segundo ele, toda a poesia misteriosa do arco-íris:
- Do not all charms fly
At the mere touch of cold philosophy? - There was an awful rainbow once in heaven:
- We know her woof, her texture; she is given
- In the dull catalogue of common things.
- Philosophy will clip an Angel's wings,
- Conquer all mysteries by rule and line,
- Empty the haunted air, and gnomed mine –
- Unweave a rainbow
- John Keats
A incomparável Judy Garland e a sua voz que tinha todas as cores do espectro musical, cantaram-no desta forma em "Wizard of Oz", a sépia:
sábado, 1 de dezembro de 2012
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