terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os


BURACOS NEGROS



São complicados de explicar e difíceis de entender. Stephen Hawking fá-lo muito bem, até porque é um dos maiores especialistas na matéria (pun intended). Porque os buracos negros são a ausência de matéria. Sugam tudo à sua volta e poderão constituir (mas não de acordo com Einstein) portais para outros universos. São contradições paradoxalmente paradoxais e absolutamente contraditórias (não passando o pleonasmo).
Para o leigo representarão loucuras de cientistas demasiado ocupados com questões teóricas que nada adiantam ao mundo.
Para os ratos científicos amadores, são curiosidades demasiado interessantes para não as tentarmos perceber, mesmo que passemos uma vida inteira a fazê-lo. Eu que o diga, que ainda hoje tenho que reler o Hawking para escrever este texto.
Os buracos negros são formados quando as estrelas morrem e as suas enormes massas colapsam sobre si próprias, criando campos gravitacionais muito intensos. Tão intensos, que nada sobrevive nas suas redondezas, nem mesmo a luz.
Nunca foram vistos a olho nu, mas existem outras formas de "presenciar" a sua evidência - como observar regiões gravitacionais consistentes com as previsões.
A culpa de tudo foi do tio Albert, quando teve a sua brilhante ideia relativa (pun intended) à teoria da relatividade, que afirma que a curvatura do espaço-tempo poderá atingir em certos casos um extremo tal que até mesmo um raio de luz ficaria aprisionado - o que se chama uma singularidade. Estes casos foram apelidados de buracos negros. E, uma vez que a teoria da relatividade afirma que a curvatura do espaço-tempo é equivalente à força da gravidade, a singularidade de um buraco negro teria de ter uma gravidade infinita. Qualquer matéria introduzida num buraco negro seria completamente destruída por essa energia gravitacional intensa, à medida que se aproximasse da singularidade.
Acreditava-se que os buracos negros apenas sugavam a matéria para o seu interior, mas foi precisamente Hawking quem demonstrou que eles emitem energia, a que se deu o nome de radiação Hawking.

Os buracos negros comportam-se de formas muito estranhas, algumas delas demonstradas por Hawking na década de 70:
* Se introduzirmos mais matéria para dentro do buraco negro, ele arrefece
* À medida que emite radiação, a energia provém do buraco negro e por isso ele perde massa, o que significa que ele aquece, perdendo energia (e, consequentemente, massa) mais rapidamente
* Ou seja, um buraco negro caminha para a evaporação, a não ser que lhe seja transmitida mais massa do que a energia que perde. Quando evapora, emite uma última explosão de energia, o que constitui o chamado paradoxo informativo do buraco negro - uma vez que a mecânica quântica não permite que se perca informação, é um paradoxo que a energia resultante da evaporação do buraco negro não transporte a informação acerca da massa que originalmente constituiu o buraco negro.

Confuso? E isto é só um lamiré ...

Os buracos negros são assustadores, basicamente. Sobretudo porque, se vimos das estrelas, então caminhamos para os buracos negros. É caso para dizer que do pó de estrelas viemos e ao pó negro retornaremos.
Foi precisamente Hawking quem afirmou que: "a noção de Paraíso é apenas uma história de encantar para pessoas com medo do escuro."
Dentro dos buracos negro está muuuuuuuuuuuuuuuuuuuito escuro.

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