domingo, 30 de dezembro de 2012

Coisas que (ainda) nos fascinam

Nesta era em que quase tudo parece explicado, desconstruído e descodificado, ainda haverá coisas que nos fascinam, como os


CRIMINOSOS



Fascinam-nos. Mesmo que sejamos hipócritas ao ponto de os condenar. Qualquer pessoa que faça o que bem lhe apetece sem achar que deve explicações a ninguém é digno do nosso fascínio. Uma espécie de inveja velada e recalcada, enterrada bem lá no nosso fundo mais negro que temos medo sequer de admitir carregarmos.
Senão porque haveríamos sempre de achar "piada" aos maus da fita?
Ou porque haveríamos de devorar com avidez as notícias que nos contam pormenores sobre o último golpe de Vale e Azevedo, a última traição de Putin a quem com ele não concorda ou a última fuga de Strauss Khan à justiça?
Observamos com fascínio mórbido as imagens de Renato Seabra a cumprimentar uma amiga de Carlos Castro no lobby do hotel, onde acabou há minutos de matar o cronista com requintes de sadismo e pasmamos com o sangue-frio do psicopata de apenas 23 anos.
Chegamos mesmo a sorrir com Hannibal, o maior deles todos, que come cérebros ao jantar. Ou com Idi Amin, que governou o Uganda a comer criancinhas ao pequeno-almoço, como eu ouvia quando era pequena.
Gostamos de tentar entender os fora-da-lei, de tentar perceber a sua esperteza a contornar as regras de uma sociedade na qual vivem mas com cujos princípios nem sempre concordam. Por vezes exclamamos, com uma ponta de melancolia na voz - "este tipo é que sabe viver" ou "é preciso ter lata".

Bruce Springsteen cantou um serial killer assim, no album "Nebraska", inteiramente dedicado a criminosos:

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