domingo, 2 de janeiro de 2011

Here I Go Again On My Own

Jupiter, Saturno, Urano e Neptuno VI
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Macro carne
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Para aprender é necessário comunicar. Podia observar, detectar, decompor. Mas a experiência de outras situações semelhantes ensinaram-lhe que perderia muita informação se não comunicasse primeiro. Decomporia o sistema mais tarde, quando tivesse comunicado tudo o que era possível, quando tivesse esgotado a comunicação.
Aproximou-se.
C. viu um enorme planeta Saturno no seu campo de visão. As semelhanças eram quase irónicas. Aqui, neste canto obscuro do sistema, encontrar uma cópia quase idêntica ao planeta que nunca os seus olhos humanos haviam visto a olho nu, mas que a sua memória guardara de livros de astrofísica.
Lembrou-se. Um dos seus assuntos preferidos fora precisamente o espaço. Tinha saudades de observar as estrelas. Pára, pensou. Sentimentos nostálgicos a esta altura do campeonato não, porra! Pensa. Tens que pensar numa solução e rapidamente. A única razão porque ele ainda não te incinerou é porque quer alguma coisa de ti. Joga com isso. O que é que este gajo quererá? E, primeiro que tudo, o que raio é que este gajo é? ARLI não é de certeza absoluta, ou já teria havido algum tipo de comunicação mais clara. Mesmo os ARLIs mais tresloucados mantinham ainda um qualquer tipo de resquício de humanidade que lhes permitia reconhecerem-se uns aos outros. C. encontrara alguns nas suas deambulações prévias no sistema. Como fantasmas abandonados, vagueavam murmurando palavras desconexas ou realizando cálculos complicadíssimos que só faziam sentido nas suas próprias mentes. Mas mantinham aquele tipo de particularidades humanas que fazem com que um ser humano se reconheça noutro de forma quase involuntária.
Com este tipo nada disso existia. Seria alguma entidade componente da defesa do sistema? C. podia jurar que em 200 anos de Resistência nunca haviam encontrado camadas profundas de protecção, mas nada era impossível. Seria um enviado do Krueg? Que bela maneira de acabar … ainda nem sequer tinha começado o contra-ataque e já estava a ser incinerado pela concorrência.
O outro enviou-lhe novamente um discurso hermético.
«((-Ø-))»地獄の再使用
C. nem sequer respondeu. Limitou-se a esperar.
((-Ø-)) resolveu verificar no seu sistema se existia alguma forma de comunicar que tinha aprendido com outras entidades. Descobriu um sistema de símbolos que decidiu experimentar.
«((-Ø-))» :-) :-(
Ok, pensou C. Estamos a ir a algum lado. Respondeu-lhe:
«Jupiter» :-(
«((-Ø-))» :-( ?
«Jupiter» /_/ (Estou preso carago …)
«((-Ø-))» /_/ ?
«Jupiter» // :-( //
Sentiu as cores, de algum modo, parecer que se expandiam em seu redor e sentiu-se mais relaxado. Todas as cores se suavizaram, e só agora percebia porque sentira aquela sensação de prisão – as cores haviam passado de intensamente fluorescentes para nada mais que suaves matizes de um arco-íris desvanecente. Clever …, pensou. Seria tudo apenas psicológico? Se sim, este tipinho guardava surpresas interessantes.
O outro continuou:
«((-Ø-))» :- ?
Não te estou a perceber.
«Jupiter» :- ?
«((-Ø-))» ((-Ø-))
Ahh. Queres um nome.
«Jupiter» Jupiter
«((-Ø-))» Jupiter?
«Jupiter» Jupiter
«((-Ø-))» Jupiter :- ?
Não te estou a perceber … O que é que tu queres agora?
«Jupiter» Jupiter :- ?
«((-Ø-))» Jupiter :- ?
Deixa cá ver …
«Jupiter» Jupiter :-´

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