Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno VIII
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Macro escamas peixe
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Tinha de agir rapidamente. Se deixasse que Saturno o adormecesse de novo, sabia que jamais acordaria.
Tinha de agir rapidamente. Se deixasse que Saturno o adormecesse de novo, sabia que jamais acordaria.
Agiu instintivamente. Colocou todos os programas a funcionar a 100%, o arsenal inteiro, com todos os sub-programas também em funcionamento. Nunca puxara tanto pelo seu próprio sistema. Era um risco, mas tinha de o correr. A alternativa era ser eliminado. C. pensou que preferia ficar chalupa a ser eliminado. Ao menos assim talvez conseguisse esquecer-se de uma vez por todas de muita coisa.
Puxou por si próprio até ao último bit. As RCM's comparadas com isto eram viagens de montanha-russa comparadas com o descolar de uma nave espacial. A sua mente começou a ceder, a enfraquecer, a estilhaçar-se. Se conseguisse chegar inteiro ao outro lado daquelas cores assassinas, seria um milagre. Sentiu algo a romper-se literalmente dentro de si. Mas, ao mesmo tempo, conseguia sentir as cores a afastarem-se levemente. Era uma alteração mínima nos tons, mas estava a acontecer. Estava a conseguir proteger-se do ataque colorido de Saturno. O preço que teria de pagar, não queria sequer pensar nele. Sentiu como se os seus neurónios, que já não existiam como neurónios nervosos há 200 anos, estivessem a implodir todos ao mesmo tempo. Depois começou a ver apenas uma única cor a aproximar-se - indigo forte, como uma explosão de recife subaquático.
Pensou nela. Tuesday. Amo-te, Tuesday. Ainda te amo. Nunca deixei de te amar. Até ao fim dos tempos. Until the end of our time ... Tuesday ...
E depois o negro opaco do vazio inundou-lhe a mente.
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Acordou. Boiava num plasma azulado pululado por microscópicas explosões de luz. Morri e vim parar ao Cemitério Virtual? Estou rodeado de Suzies moribundos?
"O meu nome é Sheila, não é Suzie."
Rodopiou sobre si próprio repentinamente, assustado com o som intenso daquela voz cristalina e líquida, como se a estivesse a ouvir através de uma parede de água. Não viu nada, apenas uma continuação do plasma azulado, mas como se alguém tivesse passado à velocidade da luz pela cor e deixado um rasto nebuloso a pairar, que adensava ainda mais a atmosfera.
"Sheila?"
"O meu nome é Sheila. Sou um avatar de 50ª geração. Onde é que foste desencantar aquela aberração?"
Qual aberração? Saturno? Onde é que ele estava?
"Onde é que estou?"
"No meu castelo. Queres um par de asas? Ou preferes algo mais electrónico? Tens ar de quem precisa dum bom par de asas. Hmmm. Pretas, talvez."
"Não te vejo."
"Pois não. Espera. Estou a decidir como me vais ver. Talvez ... sim ... pode ser. Voilá!"
Diante de si materializou-se um pequeno dragão totalmente azul, com asas recortadas e escamas brilhantes.
"Sheila?"
"Eu mesma. Mas hoje podes-me chamar Selfid."
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