terça-feira, 23 de outubro de 2012

MURMÚRIOS DE MANHATTAN X

Central Park




O Central Park chama-se assim precisamente porque é central. Ocupa o coração de Manhattan e é, obviamente, o seu pulmão.
A vista de Manhattan a partir do Central Park é mais interessante do que propriamente a vista do Central Park a partir de Manhattan. Explico: o Central Park é um rectângulo verde denso, visto de qualquer prédio que o envolve; já Manhattan vista do Central Park revela surpresas inusitadas. Pontas espigadas que saltam por entre as árvores, conjuntos de pedra de diferentes estilos que de repente nos surpreendem por trás de uma avenida de árvores. Estar no coração de Manhattan a olhar para o resto de Manhattan é reconfortante. Não nos sentimos esmagados, mas felizes, surpreendidos, abraçados, embalados pela cidade das alturas.
O próprio parque guarda surpresas inusitadas, sobretudo no que toca a estátuas. Um dia, nunca tive tempo para isso, irei passear-me por todo o parque e fazer o meu próprio inventário privado de estátuas. Não as conheço todas. Gostava. Recordo duas, uma que conheci, outra de que apenas ouvi falar - a Estátua de Hans Christian Andersen, de livro na mão e por companhia um pato e a Estátua da Pantera, que faz embuscada aos joggers algures num dos muitos corredores destinados a quem gosta de correr - chama-se Still Hunt.
O Central Park tem actividades para todos os gostos, feitios, carteiras, meteorologias e manias. A minha é observar o abraço de Manhattan a partir do seu coração. Garanto que é estarrecedor e inigualável. Em mais nenhum parque do mundo se consegue esta vista.



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