quinta-feira, 21 de maio de 2009

MURMÚRIOS DE AVALON XV

O Inconsciente Impertinente
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Ora vamos lá a ver ... como era mesmo? ... o inconsciente e o escritor ... como uma valsa misteriosa ... o inconsciente ...
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O inconsciente move-se de formas misteriosas.
Ó meu deus ... Agora és tu ... Mas será que ninguém me deixa trabalhar esta semana?
Tens razão. É um complô. A teoria da conspiração, o pobre coitadinho, perseguição de alto calibre, e tudo o mais, etc ... etc .... etc ...
Raios!
Aliviado?
Não. Preciso de me ver livre duma série de coisas. Preciso de escrever, caramba. Será que ninguém percebe isso? A minha vida é escrever. Escrever.
Escrever é como respirar, sim, já sei.
Fazes pouco?
Claro que sim. Sabes tão bem quanto eu que não é isso que importa.
Detesto quando falas por enigmas. Explica-te.
Não posso, meu velho. As respostas és tu quem as tem que dar. Sabes isso melhor que eu. E olha que te ajudo mais do que é meu dever.
Não percebo como. Só complicas, a maioria das vezes.
Porque não me ouves. Como agora.
Escrever é como respirar. Sabes isso, desde que me conheço que é assim.
Ninguém disse o contrário. Mas repara. És mais feliz por isso? Escreves, como respiras. Escreves o que te apetece, ainda publicas e ainda tens quem te leia. O que é que isso mudou? Continuas com as mesmas dúvidas existenciais de sempre. Com os mesmos sonhos que tinhas quando eras um gaiato de 8 anos a escrever poemas de amor.
Amor ... Bahhh ... E onde é que queres chegar?
Não sei. A minha função não é fazer-te chegar a lado nenhum.
Claro. Lanças a bomba e sais de mansinho. Qual é a tua função, afinal?
Agitar as águas, meu caro. Fazer-te sair desse marasmo em que vives.
Mas ... Caramba! Marasmo? Mas queres dizer exactamente o quê?
Fechaste-te em palavras há muito tempo. Vives rodeado de palavras. Respiras, como dizes, palavras. E mais nada. As palavras não aquecem corpos. Queres aprender a dançar?
Aprender a dançar? Enlouqueces-te?
Era uma força de expressão. Que falta de sentido de humor. Queres aprender a dançar, aprende a dançar. É só isso que tenho para te dizer. Tens a faca e o queijo na mão.
Cala-te! Cala-te! Desaparece! Desapareçam todos! Deixem-me escrever!

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