quarta-feira, 8 de novembro de 2006

VIAGENS V

VENEZA
çldkçlfkjçljçlçlfk

çldkçlfkjçljçlçlfk
“It is the city of mirrors, the city of mirages,
at once solid and liquid, at once air and stone.”

Erica Jong

Conto as horas serenas.
Das húmidas manhãs que banham suavemente os canais verdes com estranhos despertares.
Das cálidas tardes que pintam os velhos palácios com cores deliciosas.
Das noites aveludadas desdobrando-se em doces marulhares e longos suspiros.

Conto as horas serenas.
De uma cidade que não é cidade e que pode, por isso, ser todas as cidades numa só, como dizia Marco Polo.
De habitantes que não são meros cidadãos, mas príncipes e duques e cavaleiros desenhados em histórias de encantar.
De casas e lojas e restaurantes, que são afinal palácios e cofres de tesouros e paraísos de delícias.

Conto as horas serenas.
Entre o sonho e o despertar.
Entre um piscar de olhos e o que se lhe segue.
As horas contidas dentro dum círculo concêntrico desenhado por uma pena de pombo que toca a água.
De um suspiro de princesa.
Do bater do coração de uma máscara, quando desviamos o olhar.

Conto as horas serenas da Sereníssima, a Cidade Verde.
A Cidade dos impossíveis contidos nos possíveis, ou dos possíveis contidos nos impossíveis.
Onde tudo pode ser qualquer coisa e qualquer coisa tudo.
Porque nunca há a certeza de a cidade ser a que se reflecte nas águas, ou de o reflexo ser a verdadeira cidade e a outra uma fantasia.

çldkçlfkjçljçlçlfk




Sem comentários: