domingo, 28 de outubro de 2007

PLIM! VIII (Palavras Loucamente IluMinadas)


"Eu não escrevo em português. Escrevo eu mesmo."
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A partir de hoje este louco varrido ou génio absoluto vai migrar das Palavras Emprestadas para uma casa própria chamada PLIM!
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De outra forma, torna-se completamente impossível registar aqui todas as cascatas brilhantes de palavras que este senhor verte para o cérebro desta sua devota serva.
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Não sei se era do rapé (vulgo, ópio), se era do vinho que lhe arruinou o fígado, se era da suspeita virgindade, mas este homem era, felizmente, completamente LOUCO :)
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Depois de Pessoa, o que escrever? Tudo parece redundante ... porque Pessoa escreveu sobre tudo de uma forma que deslumbra a alma, aquece o coração e acorda os neurónios (imagino-os sempre em festa, aos pulos e gritos, coloridos e histéricos - "iuhuuu!! boa! malta, ela vai dar-nos mais Pessoa! schhiuuuu!!! vamos ouvir!").
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Mas sinto-o sempre a segredar-me ao ouvido "Escreve ... escreve ... escreve ... nada mais importa ... escreve ... escreve ... escreve ... transborda no que escreves ... oferece as tuas entranhas ao papel ... espalha-te nessas folhas ... escreve ... escreve ... bem? mal? ... mas escreve ... escreve ... escreve ..."
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E eu escrevo. E é tudo.
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"Viver uma vida desapaixonada e culta, ao relento das ideias, lendo, sonhando, e pensando em escrever, uma vida suficientemente lenta para estar sempre à beira do tédio, bastante meditada para se nunca encontrar nele. Viver essa vida longe das emoções e dos pensamento, só no pensamento das emoções e na emoção dos pensamentos. Estagnar ao sol, douradamente, como um lago obscuro rodeado de flores. Ter, na sombra, aquela fidalguia da individualidade que consiste em não insistir para nada com a vida. Ser no volteio dos mundos como uma poeira de flores, que um vento incógnito ergue pelo ar da tarde, e o torpor do anoitecer deixa baixar no lugar de acaso, indistinta entre coisas maiores. Ser isto com um conhecimento seguro, nem alegre nem triste, reconhecido ao sol do seu brilho e às estrelas do seu afastamento. Não ser mais, não querer mais ... A música do faminto, a canção do cego, a relíquia do viandante incógnito, as passadas no deserto do camelo vazio sem destino ..."
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Livro do Desassossego - Autobiografia Sem Factos

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