Capítulo 4 - Wooth?
lgjçlfg
Ouviu-a afastar-se na direcção da porta, enquanto se desmanchava outra vez em gargalhadas ao recordar a mesma partida pregada a Clara há uns bons dez anos atrás, quando a tinha forçado sem aviso a ler aquele que era provavelmente o livro mais intragável da história da literatura, diante de um grupo de convidados numa festa de aniversário.
"Clara!", o seu tom imperativo fê-la estacar a milímetros da porta.
"Não te esqueças de lhe dar o recado. E leva as coisas dela. Não a quero ver mais hoje."
Ouviu-a regressar.
"Nem hoje, nem nunca.", murmurou.
Clara pegou nas coisas da rapariga e saiu, carregando-as à distância de meio braço, como se estivessem infestadas de pulgas.
Deixou-o só e atarantado. Pensou se aquele último comentário teria sido propositado. Clara era a mulher mais dura que conhecera em toda a sua vida, mas aquele comentário fora feito com o intuito de magoar até à medula, e ele não lhe conhecera nunca crueldade, muito menos depois do acidente.
Ciúmes? Talvez … Isso significava que ela devia ser bonita, pelo menos.
Regulou a luz para o mínimo com o comando e ficou sentado no escuro até ouvir baterem à porta.
Clara nem lhe deu tempo para falar.
Ouviu a sua voz doce.
"Até amanhã, então."
KGÇLFK
"Shall I compare thee to a summer's day?
"Clara!", o seu tom imperativo fê-la estacar a milímetros da porta.
"Não te esqueças de lhe dar o recado. E leva as coisas dela. Não a quero ver mais hoje."
Ouviu-a regressar.
"Nem hoje, nem nunca.", murmurou.
Clara pegou nas coisas da rapariga e saiu, carregando-as à distância de meio braço, como se estivessem infestadas de pulgas.
Deixou-o só e atarantado. Pensou se aquele último comentário teria sido propositado. Clara era a mulher mais dura que conhecera em toda a sua vida, mas aquele comentário fora feito com o intuito de magoar até à medula, e ele não lhe conhecera nunca crueldade, muito menos depois do acidente.
Ciúmes? Talvez … Isso significava que ela devia ser bonita, pelo menos.
Regulou a luz para o mínimo com o comando e ficou sentado no escuro até ouvir baterem à porta.
Clara nem lhe deu tempo para falar.
Ouviu a sua voz doce.
"Até amanhã, então."
KGÇLFK
"Shall I compare thee to a summer's day?
(Poderei comparar-te a um dia de verão?)
Thou art more lovely and more temperate.
Thou art more lovely and more temperate.
(És mais bela e mais amena)
Rough winds do shake the darling buds of May,
Rough winds do shake the darling buds of May,
(Ventos fortes fazem oscilar os doces botões de Maio)
And summer's lease hath all too short a date:
And summer's lease hath all too short a date:
(E o verão dura tão pouco)
Sometime too hot the eye of heaven shines,
Sometime too hot the eye of heaven shines,
(Por vezes, o olho do céu brilha com demasiada intensidade)
And often is his gold complexion dimm'd;
And often is his gold complexion dimm'd;
(E não raro se ofusca o seu semblante dourado)
And every fair from fair some time declines,
And every fair from fair some time declines,
(E qualquer beleza da beleza acaba sempre por abdicar)
By chance, or nature's changing course, untrimm'd;
By chance, or nature's changing course, untrimm'd;
(Por mero acaso, ou pelo destino inconstante)
But thy eternal summer shall not fade
But thy eternal summer shall not fade
(Mas o teu eterno verão jamais morrerá)
Nor lose possession of that fair thou ow'st;
Nor lose possession of that fair thou ow'st;
(Nem perderás o encanto que possuis)
Nor shall Death brag thou wander'st in his shade,
(Nem a morte se há-de vangloriar de vagueares na sua sombra)
When in eternal lines to time thou grow'st:
(Quando em linhas eternas pelo tempo amadureceres)
So long as men can breathe or eyes can see,
(Enquanto o Homem viver e os olhos possam ver)
So long lives this, and this gives life to thee."
(Assim viverá isto e isto te dará vida a ti) (21)
LGKÇLFKG
Virou-se na direcção da janela e ficou ali a tentar imaginar se a doçura da sua voz se estendia ao seu físico.
Wolf veio lamber-lhe a mão, como se pressentisse as preocupações do dono.
"Wolfy … Eu sei que tu gostaste dela. Mas ela vai voltar, não te preocupes."
LGKÇLFKG
Virou-se na direcção da janela e ficou ali a tentar imaginar se a doçura da sua voz se estendia ao seu físico.
Wolf veio lamber-lhe a mão, como se pressentisse as preocupações do dono.
"Wolfy … Eu sei que tu gostaste dela. Mas ela vai voltar, não te preocupes."
jfldkj
(21) Soneto nº 18 - William Shakespeare
Sem comentários:
Enviar um comentário