É um conto de ficção científica escrito e publicado por Arthur C. Clarke em 1955.
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"A ESTRELA
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Estamos a 3.000 anos-luz de distância do Vaticano. Em tempos, acreditei que o espaço não podia deter qualquer poder sobre a fé, assim como acreditei que os céus declaravam a glória do trabalho de Deus. Agora vi esse trabalho, e a minha fé foi seriamente abalada. Olho o crucifixo pendurado na parede da cabine, sobre o Computador Mark VI, e pela primeira vez na minha vida imagino se não se tratará apenas de um símbolo vazio. Ainda não disse a ninguém, mas a verdade não pode ser escondida. Os factos estão aí para que todos os leiam, gravados nos inúmeros quilómetros de fita magnética e nos milhares de fotografias que transportamos de volta à Terra. Outros cientistas podem interpretá-los tão facilmente como eu, e não serei eu certamente quem impedirá a verdade de vir ao de cima, a verdade que em tempos idos deu tão mau nome à ordem jesuíta a que pertenço. A tripulação já estava suficientemente depressiva: como irão reagir a mais esta ironia final? Poucos têm algum tipo de fé religiosa, no entanto não rejubilarão por usar esta última arma na sua campanha contra mim - essa guerra privada, bem-humorada mas séria, que durou toda a viagem desde que descolámos da Terra. Divertia-os terem um jesuíta como astrofísico (...)"
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O conto prossegue com o monólogo interior do personagem principal, um astrofísico jesuíta, a bordo de uma nave espacial que tem por missão investigar as causas de uma supernova numa galáxia distante. Ele e os restantes membros da tripulação descobrem os artefactos de uma civilização muito avançada, cuidadosamente preservados no único planeta que permanece em órbita em torno da supernova. Sabendo que toda a vida seria dizimada quando o seu Sol explodisse numa supernova, esta raça de seres sapientes deixou um registo de quem eram e do que tinham conseguido desenvolver. As imagens, esculturas, música e outras relíquias de uma raça muito semelhante aos humanos, condenada à destruição, entristecem a tripulação e os seus cientistas, longe dos seus lares e sofrendo de solidão.
O que o narrador descobre, mas ainda não partilhou com os outros, é que a supernova que destruiu esta civilização, era a Estrela de Belém, que brilhou intensamente no céu para anunciar o nascimento de Jesus Cristo e que os Reis Magos seguiram para prestarem a sua homenagem ao Messias.
A fé deste cientista é abalada pelo aparente capricho de Deus e as suas últimas palavras, que constituem também o fim do conto, são:
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"Oh Deus, havia tantas estrelas que podias ter usado. Qual era a necessidade de teres oferecido estas pessoas ao fogo, para que o símbolo da sua passagem pudesse brilhar sobre Belém?"
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Arthur C. Clarke
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P.S. Hoje em dia, uma das várias hipóteses científicas mais cotadas para a explicação da "Estrela de Belém" é precisamente que poderia ter sido a explosão de uma supernova, avistada da Terra.
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