segunda-feira, 4 de junho de 2007

MURMÚRIOS DE LISBOA XXXII

Hells Angels
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Risco contínuo na estrada
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Há muitos anos atrás, um engenheiro de som ensinou-me a distinguir o ruído muito característico e único do motor de uma Harley Davidson. Embora seja difícil reproduzi-lo em palavras, tentarei - afinal, é essa a minha tarefa nesta vida (ou pelo menos eu acredito que seja) - tentar reproduzir qualquer coisa em palavras, até a música de uma Harley.
A melhor analogia que consigo encontrar é um vinho. Um vinho muito bom, muito velho e muito enriquecido. O som do motor de uma Harley é mais encorpado, menos agressivo aos tímpanos, escorrega melhor pelo canal auditivo e deixa um rasto agradável no palato sonoro.
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Por isso, na quinta-feira passada, quando os começámos a ouvir chegar ao hotel perto do escritório, eu e um colega, parecíamos 2 putos a ver quem distinguia mais Harleys à distância. E eram tantas!
Os Hells Angels tinham invadido o nosso pedaço de Lisboa. E não pararam de chegar até sexta à tarde. Vinham de todo o mundo. Os blusões com a insígnia (uma caveira de capacete com asas - chamada "DeathHead") eram todos semelhantes, apenas a origem mudava - California, Massachussets, Boston, Brasil, Austria, Holland, Switzerland.
Eram todos grandes, duros, com rostos agressivos (não estou a exagerar, eram mesmo agressivos, do género, dás-me um encontrão e não vives para contar a história), cravejados de tatuagens, com cabelos muito compridos e atados em rabos-de-cavalo (os da velha guarda) ou muito curtos, quase rapados (os da nova geração).
Alguns, descobrimos depois pelo Correio da Manhã, eram cadastrados e seriam todos, por isso, vigiados pela Polícia Judiciária, durante o encontro não publicitado que se realizou nessa sexta-feira, em Vila Franca de Xira.
E nós tivémos o privilégio de os poder observar dois dias inteiros (ok, eu confesso, até usámos binóculos!) enquanto chegavam ao hotel montados nas suas magníficas obras de arte de 2 rodas.
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Hão-de explicar-me é como é que Hells Angels cadastrados se alojam em Hotéis de 4 estrelas, vão almoçar à Telepizza em frente e trazem bagagem e mulheres de Transfer desde o aeroporto ... Das duas uma, ou já não se fazem Hells Angels como dantes, ou então o cadastro deve ser muuuuuuuuito antigo.
De qualquer das maneiras, percebe-se. Uma Harley custa os olhos, os braços e as pernas a um homem e é preciso tratá-las como o que são - as rainhas de qualquer asfalto.
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Na sexta-feira à tarde tinhamo-nos levantado umas 200 vezes para ir ver as Harleys e os seus Angels passarem e ficámos empatados na contagem das rainhas.
Quando se é contaminado pelo som de uma Harley, nunca mais se fica curado :)


Safe trip back to Hell, Angels.

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2 comentários:

Dry-Martini disse...

Curioso... Muito curioso...
e o resto não conto :)

Andrómeda disse...

Curioso...muito curioso...as suas curiosidades...:)