quinta-feira, 24 de maio de 2007

PSICANÁLISE XXIII

Baldes de Água Fria

lfjçldkf
Caramba, Charlie!
Esta semana levei com um balde de água gelada. Não foi fria. Foi mesmo geladinha.
lfjçldkf
Mas a questão é esta, e não estou a ser cínica - epá! não há nada melhor do que levar com um baldinho de água bem fresquinha nas ventas.
Primeiro, porque há partes do nosso cérebro totalmente inúteis que ficam imediatamente congeladas e aniquiladas, completamente inoperacionais, logo, incapazes de nos causarem mais danos irreparáveis.
Estou a referir-me àqueles grupinhos idiotas de neurónios que são empastosamente ultra-românticos, ou aqueles ratos de biblioteca demasiado empenhados que se dão ao trabalho de arranjar as desculpas mais estapafúrdias diante de factos ÓBVIOS!!!, ou os que pura e simplesmente são tão cábulas que passam a vida na sorna e quando chega a hora da verdade não dão uma pá caixa.
CATRÁÁÁÁÁÁS!!!!
Os baldes de água fria têm o maravilhoso condão de os criogenar definitivamente.
lfjçldkf
Segundo, porque não há nada de mais terapêutico do que chafurdar e andar a patinar uns momentos na água do nosso próprio balde.
CATRÁÁÁÁÁÁS!!!!
Andamos ali às aranhas durante um bocado, deslizamos sem rumo, perdemos o equilíbrio e caímos PATRÁÁÁÁÁÁÁS!!!! de rabo numa imensa poça fresquinha e PLIIIIIMMMM!!! os outros neurónios todos, aqueles que realmente interessam, levam um banho rejuvenescedor e revigorante, estimulante e curto-circuitante, que acelera as sinapses todas e até faz faísca e PUFFFF!!!! é como se o Frankenstein acordasse de repente.
IT'S ALIIIIIIIIVEEEE!!!!
lfjçldkf
Nessa altura, Charlie, uma de duas coisas pode acontecer.
Ou temos um ataque de choro interminável, ou um ataque de riso doloroso. Como não podia deixar de ser, eu tive os dois ao mesmo tempo, que é uma variante mais rara, mas que não deixa de ser extremamente interessante. Da maneira como as coisas têm andado na minha vida, os únicos que faltavam aparecer eram um grupo de nerónios que tinham tirado uns meses de férias e que regressaram e decidiram pôr fim a tanto desespero, dando um ar da sua graça. É o grupinho que nasceu por volta dos meus vinte anos e que tem a função de transformar todas as tragédias que me acontecem em episódios dos Monty Python.
Já tinha saudades deles. De modos que tive um ataque de loucura em que ria e chorava ao mesmo tempo, até que finalmente as gargalhadas venceram as lágrimas, acalmei e percebi três coisas:
lfjçldkf
* Para quê perder tempo com palhaços, ainda por cima medíocres, quando posso simplesmente meter uma cassete do Woody Allen e ter humor de primeira qualidade, descansada e de borla?
lfjçldkf
* Um outro grupinho de neurónios (os malucos da secção de criatividade YUUUHUUUU!!!) achou por bem oferecer-me uma ideia muito original - os gajos lá em cima decidiram mandar com o arsenal completo p'ra cima de mim, todo de uma vez só este ano, porque sabem que é a última oportunidade que têm para gastar os cartuchos todos (os mais escanifobéticos, surrealistas, com defeito, etc), dado que a minha vida depois disso vai ser absolutamente maravilhosa (ganda ideia pá! como é que eu nunca me tinha lembrado desta? ...)
lfjçldkf
* E, finalmente, o cou de foudre - os gajos lá em cima pensam que conseguem passar despercebidos, mas a verdade é que são uns tristes e eu já os topei - quer dizer, deixem-me ver se percebo, não têm mais nada para fazer a não ser andar a torturar uma reles como eu???? Hãnnnn??? Que vida mais secante ..
lfjçldkf
Como vês, Charlie, é um facto inegável que baldes de água fria são ABSOLUTAMENTE indispensáveis, once in a while, para o bom funcionamento da máquina.
Am I right, or am I right?

lfjçldkf

2 comentários:

Dry-Martini disse...

“Quem perde seus bens perde muito; quem perde um amigo perde mais; mas quem perde a coragem perde tudo”

Cervantes

Coragem amiga e lembre-se: faça pouco deles lá em cima .)

Andrómeda disse...

Não se preocupe, Sherlock :)
A situação está completa e saudavelmente ultrapassada.