segunda-feira, 13 de abril de 2009

MURMÚRIOS DE AVALON X

A Leitora Chata - Parte I
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Uma palavra. Uma única palavra. Que contenha todas as outras. E sobre ela erguer um edifício. E sobre ela construir uma escadaria interminável de outras palavras, que só farão sentido se aquela primeira palavra existir.
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Um momento. Não estou a perceber uma coisa.
Quem é você? O que é isto?
Eu sou a leitora. E tenho uma pergunta.
Mas desde quando é que os leitores podem interromper assim o fio da meada e fazer perguntas?
Aparentemente, desde que você começou a escrever este livro.
O que é que quer saber?
Quero saber se este Escritor é você.
Mas que descaramento! Claro que não lhe vou dizer uma coisa dessas.
Hmmm, mas deve ser.
Ah sim? Julga-se muito perspicaz a menina, é?
Obrigada, sim.
Posso continuar? Ou tem mais alguma pergunta inadiável?
Pode continuar quando quiser. Aliás, pode simplesmente ignorar-me. Ninguém o obriga a responder-me.
É precisamente o que vou fazer.
Muito bem.
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... que só farão sentido se aquela primeira palavra existir. Uma única palavra ...
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Porque é que tem de ser uma palavra?
Outra vez você?
Considere-me como uma espécie de grilo falante que apita quando você comete uma incongruência.
Mas que incongruência?
Porque tem de ser uma palavra?
Tenha paciência, menina! Tem de ser uma palavra porque eu quero que seja uma palavra.
Ah! É essa a justificação mais plausível que encontra?
É. Quem manda aqui sou eu, portanto é.
É uma atitude muito madura ... Posso fazer uma sugestão?
Claro que não!
Podia ser uma pessoa ...
Ó menina, cale-se e deixe-me escrever, se faz o favor!
Que malcriado. Se eu soubesse que era tão malcriado, nunca teria lido nada seu.
Mas desde quando é que a minha pessoa tem alguma influência sobre o que escrevo? Não diga disparates!
Só mais uma duvidazinha ...
Caramba! Assim não pode ser. Está a desconcentrar-me.
Este livro vai ser sobre o quê?
Não faço a mais pequena ideia. Satisfeita?
Assim não pode ser! Você faz pouco dos seus leitores.
Faço pouco???!!!
Sim, claro. Desde quando é que um escritor não sabe sobre o que vai escrever?
Ouça, menina. Faça-me um favor e vá dar uma curva!
Hmmpf!

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