domingo, 14 de março de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 88

James - Parte III
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Second round.
Decidi inteirar-me sobre a Odisseia de Homero, antes de prosseguir a minha odisseia joyceana. Não, não bastou ler a introdução. É preciso mesmo perceber onde o senhor se foi inspirar.
(Suspiro)
Resumo da Odisseia: Telémaco, o filho de Ulisses, suportando mal a presença dos pretendentes da mãe Penélope, enquanto o pai está ausente, decide ir em busca dele. A Odisseia é a história das viagens de Ulisses e da busca do seu filho. Quando regressam, Ulisses disfarça-se de mendigo com a ajuda de Telémacos e vence os pretendentes de Penélope, matando-os.
O simbolismo da Odisseia está presente em vários aspectos: o facto de Ulisses se transformar por acção da Deusa pode significar que o ser humano está em contínua mudança, que há forças misteriosas que nos podem ajudar a vencer perigos que achamos invencíveis e que a nossa aparência, a maneira como nos vêem ou nos vemos a nós próprios é subjectiva, transformando-nos conforme o olhar que sobre nós incide.
Hmmmmm. Começo a perceber algumas coisas ...
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Na introdução se diz que a utilização da Odisseia foi a tentativa de Joyce conseguir "impingir" um texto revolucionário sob a respeitável capa de uma obra antiga e universalmente aceite.
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Entretanto, descobri uma coisa interessante e fascinante - apesar de perceber apenas 40% do que estou a ler, mesmo assim dá-me prazer prosseguir a leitura, como se estivesse a ser levada por uma doce corrente de palavras. Sinto-me flutuar ou boiar sobre o texto de Joyce, suavemente.
Descobri também que partilho a obssessão de Joyce por listas, apesar de não chegar ao exagero que o próprio pai de James descreveu: "Se aquele tipo fosse atirado para o meio do Sahara, sentar-se-ia, seria Deus e faria um mapa disso."
Descobri ainda que, para se tirar o melhor partido deles, os textos de Joyce devem ser lidos em voz alta - algo que faço sempre porque adoro ler em voz alta. Joyce, diz-se, teria preferido seguir uma carreira musical em vez da literária. Os seus textos são como sinfonias de palavras, em que cada uma delas é colocada exactamente no sítio onde deverá estar para que até o som do que se lê tenha um sentido determinado. Muito provavelmente é por isso que me sinto embalada pelo texto.
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Ao segundo round James já não está lá em cima a olhar para o infinito. Quer dizer, continua lá em cima, claro, mas agora estendeu-me a mão. Ou a batuta. E eu prossigo. Obedientemente. Fascinada, assustada e embalada. Thank you, James.

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