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Os banheiros do Paraíso são vaidosos. É compreensível. Por que outro lugar anseia qualquer polícia dos mares, senão pelo Paraíso?
É verdade que este lhes sobe à cabeça mais vezes do que seria desejável, mas quem os pode verdadeiramente censurar?
É vê-los a pisarem o areal como se usassem coroa e manto real, descendo do seu trono com imponência estudada e praticada até à exaustão.
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É vê-los sondarem a linha marítima com olhos de águia, prescrutando a rebentação suave à procura de quaisquer veraneantes em apuros.
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Lá estão, nos dias de marés vivas, patrulhando com passada de tigre a beira-mar, mãos na cintura, rosto intenso, atentos aos turistas mais afoitos.
Ali seguem, quais Davids Hasselhoffs, areal fora, nos seus carros azuis e amarelos artilhados até à medula de bóias laranjas e outros apetrechos náuticos, deixando rastos dentados na crosta arenosa.
Acolá se passeiam por entre as turistas, inchando músculos e peito, exibindo peles tisnadas e cabelos alourados pelo sol.
Hoje em dia foram promovidos a nadadores-salvadores. Quando a autora destas linhas era miúda eram simplesmente os banheiros.
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