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Bailarinas de elegância diáfana debaixo de água, pedaços de gelatina desengonçada à beira-mar.
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As aforrecas dançam lagos dos cisnes ao sabor do ondular e vêm bailar a morte do cisne junto ao rebentamento das ondas.
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São pequenas ou grandes, umas mais esbranquiçadas, outras mais azuladas ou rosadas, todas delicadamente translúcidas. É possível traçar o rumo das suas frágeis vidas pulsantes correndo um dedo corajoso pela película gelosa, seguindo o caminho das artérias vermelhas e cobalto.
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Como pudins desbotados, as alforrecas descansam na areia, rodeadas do seu próprio prato rendilhado, como se esperassem participar em algum louco chá das cinco estival.
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Como pudins desbotados, as alforrecas descansam na areia, rodeadas do seu próprio prato rendilhado, como se esperassem participar em algum louco chá das cinco estival.
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Há quem, com efeito, brinque aos cozinheiros e lhes atravesse gratuitamente a capa gelatinosa com cascas de canivetes, cortando fatias de alforreca temperadas de brisa marítima.
Triste é, pois, o destino de algumas destas bailarinas graciosas que, arrastadas pela maré implacável, acabam seus dias num enterro de areia, esquartejadas por crianças sádicas.
Há um lamento no Paraíso, que entoa a efémera vida deste corpo de baile flexível e leve. É secreto. Se encostares o ouvido a uma alforreca, talvez o consigas ouvir.
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1 comentário:
Solved by a jellyfish :)
XinXin
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