segunda-feira, 31 de maio de 2010

Fetiche #23

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.
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"Yo Adrian we did it... " - Rocky Balboa
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[Rocky]
1. Nome de pugilista norte-americano > 2. O melhor de Rocky é que ele nos representa a todos - todos já fomos alguma vez na vida o "underdog", o "black horse", aquele por quem ninguém dá nada e que subitamente surpreende > 3. O melhor de Rocky é que começa por baixo e mais baixo do que ele não existe, a partir dali é sempre a subir, só pode ser a subir > O melhor de Rocky é a bonita história de amor entre ele e Adrian, os dois "underdogs" que se unem e vencem sempre unidos > O melhor de Rocky é que o personagem assumiu de tal forma veracidade que as pessoas nem se lembram do actor que lhe dá corpo > O melhor de Rocky são aquelas escadas, em Philadelphia, que um dia hei-de subir, a correr, e chegar lá acima e atirar os braços para o ar e dizer "Venci!" - porque toda a gente tem alguma coisa que venceu a custo na vida
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domingo, 30 de maio de 2010

Macro Secrets 38

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Move, to stay alive

sábado, 29 de maio de 2010

MORMORIOS DI FIRENZE XVI

Il Vero Mostro - Parte II
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Muitos países têm um assassino em série que define a sua cultura através de um processo de negação, que exemplifica a sua era não pela exaltação dos seus valores, mas pela exposição dos seus horrores.
Inglaterra teve Jack the Ripper, nascido no nevoeiro opressivo da Londres Dickensiana, que perseguia a mais negligenciada das classes sociais, as prostitutas que tentavam sobreviver nos becos imundos de Whitechapel.
Boston teve o Estrangulador de Boston, o atraente e charmoso assassino que deambulava pelos bairros mais elegantes da cidade, violando e assassinando mulheres idosas e compondo os seus corpos em "quadros" de obscenidade inimaginável.
A Alemanha teve o Monstro de Düsseldorf, que pareceu prever a chegada de Hitler através da matança indiscriminada de homens, mulheres e crianças; a sua sede de sangue era tão grande que na véspera da sua execução, apelidou a sua própria decapitação como "o prazer que terminaria todos os prazeres".
Cada assassino foi, à sua maneira, uma personificação negra da sua época e da sua geografia.
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Itália teve o Monstro de Florença.
Florença sempre foi uma cidade de opostos. Numa tarde primaveril, com o ocaso a pincelar os palácios que emolduram as margens do rio, pode parecer uma das mais belas e graciosas cidades do mundo. Mas no final de Novembro, após dois meses de chuva ininterrupta, os seus palácios antigos tornam-se cinzentos e invadidos pela humidade; as estreitas ruas empedradas, cheirando a gás dos esgotos e a fezes caninas, tornam-se ainda mais estreitas pelas fachadas de pedra escura e telhados salientes que tornam a já escassa luz ainda mais ténue. As pontes que atravessam o Arno estão cobertas de guarda-chuvas negros. O rio, tão agradável no Verão, incha para se transformar numa corrente castanha e oleosa, carregando troncos de árvores e por vezes animais mortos, que se amontoam junto aos pilares desenhados por Ammanati.
Em Florença, o sublime e o terrível andam de mãos dadas: As Fogueiras das Vaidades de Savonarola e O Nascimento de Vénus de Botticelli; os livros de notas de Leonardo da Vinci e "O Príncipe" de Maquiavel; "O Inferno" de Dante e o "Decameron" de Boccaccio.
A Piazza della Signoria, a praça principal, contém uma exposição ao ar livre de esculturas Romanas e Renascentistas exibindo algumas das mais famosas estátuas de Florença. Na sua galeria de horrores é apresentada uma exibição pública de assassínios, violações e mutilações que não encontram paralelo em mais nenhuma cidade do mundo. A encabeçar o espectáculo está a famosa escultura de bronze de Cellini que representa Perseus triunfantemente empunhando a cabeça decapitada de Medusa, como um jihad num vídeo da internet, sangue a escorrer do seu pescoço, o seu corpo decapitado espalhado aos seus pés. Por trás de Perseus encontram-se outras estátuas representando lendas famosas de assassínios, violência e caos - entre elas O Rapto das Sabinas, de Giambolona.
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No interior das muralhas de Florença foram cometidos os mais refinados e selváticos crimes, desde envenenamentos delicados até brutais desmembramentos públicos, torturas e incêndios. Durante séculos, Florença projectou o seu poder sobre o resto da Toscânia à custa de massacres ferozes e guerras sangrentas.
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retirado de "The Monster of Florence" - Douglas Preston e Mario Spezi

sexta-feira, 28 de maio de 2010

EM BUSCA DE PALAVRAS 108

A Morte
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A morte é chata. Porque a morte é presente, mesmo quando não a vemos na curva da estrada. Sempre. Presente.
Não gostamos de falar dela. É tabu. Como o incesto consentido. Uma vez que o sexo já não é. Os dois últimos tabus - a morte e o incesto consentido.
A mais bela e mais doce definição de morte que conheço é de Fernando Pessoa:
"A morte é a curva da estrada, Morrer é só não ser visto."
Esta definição aquieta-nos. Pronto. É só não ser visto. A pessoa continua lá, queremos acreditar ... Continua lá na curva e quando nós dobrarmos a esquina, quando chegar a nossa vez de a dobrar, lá estará a pessoa à nossa espera. Esteve a brincar às escondidas connosco, só isso. Cu! Cu! Apanhei-te!
E haverá risos e alegria. E partirão os dois de mãos dadas ao longo de nova estrada.
Queremos acreditar que sim ...
Que morrer é só não ser visto.
Mas provavelmente não é só isso.
Provavelmente a igreja tem razão - a única afirmação católica com a qual concordo - quando diz:
"Do pó vens e ao pó voltarás."
Sim. Pó. De estrelas, quiçá. Também é poético. Alimentar margaridas é bonito. Fazer parte de outra pessoa, de outro ser vivo, do ar. Continuar assim, disperso, em moléculas, por aí. Somos todos canibais, nesse caso. Ingerimos moléculas de Shakespeare e de Michael Jackson (ainda é cedo, ainda não está em estado molecular ...) e de Afonso Henriques. Talvez fiquemos mais, assim. Mais seres humanos, mais cultos, melhores pessoas. Ou piores, se andarmos por aí a inspirar moléculas de Hitler, de Mao, de Mussolini.
A morte é chata. Quando alguém quer morrer, não queremos saber. Quando alguém vai morrer, suspiramos e não queremos mais falar no assunto. Quando alguém nos pede para morrer, entramos em pânico e recusamos. Quando alguém diz que já morreu, atiramos-lhe um "não sejas parvo!" cheio de histerismo. A palavra morte assusta-nos.
Tenho uma teoria. É porque não gostamos de nenhum tipo de fim. E a morte é o "ultimate" fim. No more. No return. Game over. Over and out, forever. Caput!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 96

As Outras Maravilhas de Andrómeda
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Saint Paul de Vence
Se um dia tiver dinheiro suficiente para isso e se lá chegar, passarei aqui algum tempo do ano a gozar a minha velhice.
Uma vila no topo das montanhas, uma igreja com sino, ruelas medievais cheias de pequenos restaurantes típicos com a excelente cozinha francesa e galerias de arte porta sim, porta não.
Uma vista esplêndida.
Não fossem os franceses ... e seria o paraíso.
çfkçdsfk
James Joyce
É, para mim, o Escritor de todos os escritores.
Difícil, controverso, absolutamente inovador, muito à frente ainda até do nosso tempo, ler James Joyce é uma aventura, um desafio, uma caminhada, uma peregrinação, uma obssessão, um projecto de vida, a escalada de uma montanha maior que o Himalaia.
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Dança
Em todas as suas formas, géneros e estilos, a dança é uma arte maior.
A união entre o céu e a terra, entre o etéreo e o terreno, a dança é a forma de exercício mais completo que existe, a união entre a mente e o corpo.
Fazer arte com o próprio corpo é das actividades mais difíceis, mais maravilhosas e mais fascinantes que o ser humano inventou.
A dança é ao mesmo tempo descer ao nosso mais profundo e antigo interior primitivo e erguermo-nos à mais complexa e inteligente técnica artística.
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Charlie Parker
A primeira vez que o ouvi foi no filme Bird, realizado por Clint Eastwood e protagonizado pelo brilhante Forest Whitaker. Foi paixão de caixão à cova. O som de Bird atingiu-me como um relâmpago e nunca mais deixou de me acompanhar pela vida fora.
Charlie Parker era inovador, potente e suave, flexível e brilhante, cool e sofisticado.
Morreu com apenas 35 anos - o que mais teria feito se não tivesse morrido tão cedo?
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Ritmo de Outono - Jackson Pollock
Era daqueles pintores para cujos trabalhos eu olhava e, como um burro a olhar para um palácio intrincado, estava longe de conseguir entender.
Um dia tive uma epifania e percebi. Foi um momento mágico, sublime, espiritual e revelador.
Jackson não se limitava a atirar latas de tinta ao acaso para cima das suas telas. Ele fazia muito mais que isso.
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Jorge Palma
É simples:
Não concebo o mundo sem a existência deste senhor.
O eterno vagabundo, inundado de talento cru, moldado pela implacabilidade da vida, que explode sempre em palco com uma imperfeição bela e sincera e irónica e provocadora.
A sua música é líndissima, a sua poesia comovedora, brilhante e acutilante, a sua pessoa o paradigma de como todos os artistas deveriam ser: humildes, frágeis, poderosos, autênticos, simples.
Ao vivo, de preferência, sempre.
fjkf
Stevie Nicks
Esta senhora, já o disse aqui, não é uma senhora mas uma deusa.
A sua voz é indescritível, ao mesmo tempo vinda dos abismos do espírito, onde os demónios se digladiam e subindo às alturas da alma, onde os anjos se embalam.
As letras das suas canções são autênticos mini-romances plenos de histórias, vida, emoções e reflexões poderosas.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

MAGIC MOMENTS 106

DVD 13 - Dedicatórias Verdadeiramente Dedicadas
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Aos ingleses porque, apesar do que se diz por aí:

* não somos frios, somos reservados
* não somos secos, somos discretos
* não somos altivos, vivemos é no nosso mundo privado
* não somos máquinas, somos trabalhadores
* não somos esquisitos, somos excêntricos
dlfçl

terça-feira, 25 de maio de 2010

PALAVRAS EMPRESTADAS 67


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"Que nome te darei, austera imagem,
Que avisto já n'um angulo da estrada,
Quando me desmaiava a alma prostrada
Do cansaço e do tédio da viagem?
jdlkd
Em teus olhos vê a turba uma voragem,
Cobre o rosto e recua apavorada...
Mas eu confio em ti, sombra velada,
E cuido perceber tua linguagem...
dlkçld
Mais claros vejo, a cada passo, escritos,
Filha da noite, os lemas do Ideal,
Nos teus olhos profundos sempre fitos...
kdjlkd
Dormirei no teu seio inalterável,
Na comunhão da paz universal,
Morte libertadora e inviolável!"
Antero de Quental – Elogio da Morte – Soneto V
kfdçlf
"Do not go gentle into that good night,
Old age should burn and rage at close of day;
Rage, rage against the dying of the light.
Though wise men at their end know dark is right,

Because their words had forked no lightning they
Do not go gentle into that good night.
Good men, the last wave by, crying how bright

Their frail deeds might have danced in a green bay,
Rage, rage against the dying of the light.
Wild men who caught and sang the sun in flight,

And learn, too late, they grieved it on its way,
Do not go gentle into that good night.
Grave men, near death, who see with blinding sight

Blind eyes could blaze like meteors and be gay,
Rage, rage against the dying of the light.
And you, my father, there on the sad height,

Curse, bless me now with your fierce tears, I pray.
Do not go gentle into that good night.
Rage, rage against the dying of the light."
Dylan Thomas - Do Not Go Gentle Into That Good Night

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"To understand the living, you have to commune with the dead. But don't commune so much with the dead that you forget the living."
Midnight in the Garden of Good and Evil - Clint Eastwood
kfdçlf
"Every Friday buries a Thursday,if you come to look at it."
Ulisses - James Joyce
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"- I am the ressurection and the life. That touches a man's inmost heart.
- It does, Mr Bloom said.
Your heart perhaps but what price the fellow in the six feet by two with his toes to the daisies? No touching that. Seat of the affections. Broken heart. A pump after all, pumping thousands of gallons of blood every day. One fine day it gets burned up and there you are. Lots of them lying around here: lungs, hearts, livers. Old rusty pumps: damn the thing else. The resurrection and the life. Once you are dead you are dead. That last day idea. Knocking them all up out of their graves. Come forth, Lazarus! And he came fifth and lost the job. Get up! Last day! Then every fellow mousing around for his liver and his lights and the rest of his traps. Find damn all of himself that morning. Pennyweight of powder in a skull. Twelve grammes one pennyweight. Troy measure."
Ulisses - James Joyce

segunda-feira, 24 de maio de 2010

'Till I Found You

O Mundo Colapsa 21
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2200, Inverno, 02.16 GMT
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Establishing Ident
Status: On-Line
Identity: Code Red
Translation: Jupiter
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Send DCC Chat
Chat Established
kçlf
«L00p» Greetings, o Brain
«Jupiter» greetings, o Inventor
«L00p» Nice meeting, hey?
«Jupiter» yep
«L00p» i hope you're thinking the same thing
«Jupiter» I am
«L00p» have you warned Le0pard?
«Jupiter» have you?
«L00p» ... he listens to you
«Jupiter» I don't think he's going to listen to anything right now
«L00p» i'd move more carefully if i were you
«Jupiter» I have my protections. He knows he can't mess with me
«L00p» but you gave him a reason to...
«Jupiter» just testing
«L00p» i bet Le0pard gave you the rule
«Jupiter» he did
«L00p» oh man ... you're playing with fire
«Jupiter» I don't give a damn
«L00p» You should. You know we can't afford Program splits Carlos
«Jupiter» Why not? Maybe that's just what we need
«L00p» Man my loyalty lies with you you know that but the stakes are extremely high if this was the XXI and we both had a body to run i'd cheer you hell i'd even help you but considering the circumstances...
«Jupiter» the circumstances are exactly these, as you well know: he can't stand me because I stole him a damn password centuries ago and I wasn't even a you know who, let alone a computer genious; then I got in the Program and he had to live with that; but he's been spending more time trying to work a way of getting me out, than he is doing what he should be doing. Why do you think he got this diary thing worked up?
«L00p» Ok. But what if it's really something?
«Jupiter» Bullshit. He wanted an excuse to get Jorge all worked up and me resisting
«L00p» As i said, you helped him accomplishing just that
«Jupiter» You're right. I wanted to know where certain loyalties lay
«L00p» And?
«Jupiter» And Le0pard gave ME the hard time. That means he's afraid of K and I don't like that
«L00p» Hmmm i see what you mean. And what do you intend to do now?
«Jupiter» Lay low until I find out more
«L00p» Sometimes i don't understand you man
«Jupiter» my timing sucks
«L00p» and you have a tendency for self destruction that's why you'd never give a good you know what back in the old days
«Jupiter» : )
«L00p» i'll analyse the data more thoroughly and i'll see if i can spot anything that'll give us reasonable doubt
«Jupiter» speaking like a true lawyer
«L00p» : ) i'll help you man, but try not to bury yourself
«Jupiter» always burned, never buried
«L00p» Au revoir
«Jupiter» A bientôt
DCC Chat Off

domingo, 23 de maio de 2010

OS FILMES DE ANDRÓMEDA

As Asas do Desejo
Der Himmel über Berlin
Realização: Wim Wenders (Alemanha)
Ano: 1987
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"Damiel: Quando a criança era criança, era o tempo destas perguntas. Porque razão eu sou eu, e não sou tu? Porque estou aqui, e não ali? Quando começou o tempo, e onde acaba o espaço? A vida debaixo do sol não é apenas um sonho? O que eu vejo, ouço e cheiro não é apenas uma miragem de um mundo anterior ao mundo? A maldade existe mesmo, e há pessoas realmente más? Como posso eu, que sou eu, não ter sido antes de ser, e como posso eu um dia, aquele que eu sou, deixar de ser aquele que sou?"
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Recordo:
... a beleza assombrosa da fotografia, numa Berlim ainda dividida pelo muro ...
... a poesia deslumbrante de imagens e vozes e música ...
... o doce murmurar alemão que me fez passar a gostar desta língua dura e antipática ...
... o sorriso mais terno do Cinema - o de Bruno Ganz, no papel de Damiel ...
... o golpe de génio do argumento - um anjo com asas apaixona-se por uma trapezista de circo que voa sem asas, e decide "cair" no nosso mundo para dela se poder aproximar ...
... o maravilhoso casting do eterno detective Columbus Peter Falk, para o papel de si próprio como anjo já caído e rendido ao mundo - "To smoke and have coffee - and if you do it together it's fantastic" ...
... sem sombra de dúvida, o mais belo filme da história do cinema ...
kldçls

sábado, 22 de maio de 2010

Fetiche #22

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.
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[Cappuccino]
1. Bem tirado, é raro > 2. O melhor foi em Roma, numa esplanada algures no topo de um prédio de um museu que já não recordo > 3. Obrigatoriamente com uma cascata de natas por cima > 4. Duas ou três vezes por ano, mais do que isso perde a piada toda > 5. Habitualmente em férias, depois de um longo dia de praia, numa esplanada ao pôr-do-sol > 6. Pôr-do-sol e cappuccino combinam sempre bem, penso eu de que ...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Macro Secretos 37

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Get rid of the negative

quinta-feira, 20 de maio de 2010

MORMORIOS DI FIRENZE XVI

Il Vero Mostro - Parte I
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O verdadeiro Monstro de Florença começou a matar no Outono de 1974.
Entre esta data e o ano de 1985, sete casais foram assassinados enquanto faziam amor em carros estacionados nos bosques frondosos que rodeiam Florença. O caso tornou-se a mais longa e mais cara investigação criminal italiana. Perto de 100.000 homens foram investigados e mais de uma dúzia presos, muitos dos quais tiveram de ser libertados quando o Monstro atacou de novo.
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sçlºçs
A geração de florentinos que atingiu a maioridade durante os assassínios afirma que estes mudaram a cidade e as suas vidas. Houve suicídios, exumação de corpos, alegados envenenamentos, partes corporais enviadas por correio, processos em tribunal, falsas evidências e vendettas judiciais. A investigação tem constituído uma espécie de malignidade, espalhando-se para trás no tempo e para fora no espaço, metastacizando para diferentes cidades e inchando em novas investigações, com novos juízes, polícias e promotores públicos, mais suspeitos, mais detenções e muitas mais vidas arruinadas.
Apesar da mais longa caça ao homem efectuada em Itália, o Monstro de Florença nunca foi descoberto.
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sçlºçls
A investigação teve o condão de levantar o véu sobre os podres de Florença, nomeadamente sobre um submundo bizarro de cuja existência poucos florentinos tinham conhecimento - em Itália (como em outros países do Sul da Europa, incluindo Portugal), a maioria dos jovens vive em casa dos pais até casar e muitos casam tarde. Em consequência, ter relações sexuais em carros estacionados é um desporto nacional. Tem-se dito que 1 em cada 3 florentinos vivos foi concebido dentro de um carro. Em quase todas as noites de qualquer fim-de-semana, os bosques que rodeiam Florença estavam cheios de jovens casais estacionados por todo o lado. Durante a investigação do primeiro crime, a polícia descobriu que dezenas de voyeurs invadiam o campo para espiar estes casais. Localmente eram conhecidos como indiani, ou índios, porque se aproximavam sorrateiramente na escuridão da noite. Alguns chegavam até a carregar sofisticado equipamento electrónico, incluindo microfones, gravadores e câmaras de captação nocturna. Os indiani dividiam os bosques em zonas de operação, cada um gerido por um grupo ou "tribo" que controlava os melhores locais para o voyeurismo. Muitas vezes estes locais eram negociados ali mesmo, cedendo-se o posto a outro mediante o pagamento de dinheiro. Os indiani mais ricos chegavam até a contratar guias para minimizar os riscos. Depois havia ainda uma subcultura dentro desta subcultura - os que espiavam os próprios indiani para depois fazerem chantagem, ameaçando revelar as suas actividades nocturnas às mulheres, famílias e patrões.
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O Monstro de Florença teve o condão de, tal e qual como aconteceu noutros países com outros serial killers, revelar a verdadeira Florença aos próprios florentinos.
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retirado de "The Monster of Florence - A True Story" - Douglas Preston e Mario Spezi

quarta-feira, 19 de maio de 2010

EM BUSCA DE PALAVRAS 107

Laboratório de Personagens 5
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I kill to survive, it would say if it could or if it thought as humans do.
Instead ...
smell ... the smell ... a smell ... the fear ... fear ... scence ... caution ... smell ... left ... right ... straight ahead ... left ... stop! smell ... feel ... fear ... caution ... stop! bend ... look ... smell ... it comes again ... same smell ... caution ... fear ... wait ... look ... smell ... the same smell ...
I know the smell, it would say if it could. I know the human, it would say if it thought as the human who comes to him.
Instead ...
go near ... not yet ... wait ... caution ... smell ... trust? ... not yet ... smell ... not yet ... soon ... not yet ...

terça-feira, 18 de maio de 2010

MURMÚRIOS DO PARAÍSO XXII

Os Turistas
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Os turistas do Paraíso gostam de pensar que são seus donos, mas não podiam estar mais enganados.
As gentes do Paraíso deixam-nos pensar assim porque sabem que eles só lá passam e nunca ficam verdadeiramente. É possível ficar no Paraíso, mesmo quando não se está lá fisicamente, mas isso é um segredo que só poucos conhecem.
rlºrç
ºçlçrºt
Os "bifes", que não são apenas bifes porque vêm de vários cantos do mundo, são natural e geralmente alvos de pele e, por consequência, assam ao sol, adquirindo uma cor de lagosta rosada que dói só de olhar.
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Alguns são aventureiros e gostam de experimentar as iguarias nativas, deliciando-se com os manjares deliciosos do Paraíso. Os outros, que não imaginam o que perdem nem nunca o saberão, contentam-se com os hamburguers e a batata frita, generosamente regados de ketchup.
Normalmente estão já na reforma, desaguam no Paraíso aos pares ou aos grupos de quatro, levantam-se com as galinhas e deitam-se com os pardais, carregam garrafões de água para todo o lado, apreciam o areal particularmente ao pôr-do-sol, só pisam a areia com pés devidamente protegidos por meias brancas e sorriem a todos os nativos como se tivessem medo de represálias caso não o façam.
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çltºçl
Os mais velhos fazem amizade com os donos dos restaurantes e têm olho para escolher os melhores. Gargalham a noite fora nas mesas das esplanadas, sorvem cocktails coloridos de palhinhas gigantescas, gastam uns trocos no casino e passam horas a boiar em colchões insufláveis nas piscinas dos hotéis.
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ºçt
Ao jantar vestem-se como se estivessem na Riviera Francesa e é aqui, precisamente aqui, que o conhecedor consegue distinguir o verdadeiro turista daquele que já se sente dono do Paraíso. Este último já percebeu há muito que está no fim do mundo e que não vale, por isso, a pena caprichar na toilette.
Quando as primeiras chuvas caem, os toldos começam a ser recolhidos, os feirantes se fazem à estrada e as esplanadas encerram para o Outono, os turistas partem finalmente e deixam o Paraíso sossegado.
E só então, só então ao Paraíso se pode chamar Paraíso.
E mesmo quando dele nos temos de apartar, é sempre possível trazê-lo junto do coração, onde quer que estejamos.
lfkdçlf
lºçrlt
= FIM =
lvºfçv
P.S. Os textos desta rubrica são dedicados à vila de Monte Gordo, um dos lugares que mais amo neste mundo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 95


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Já não sei quem sou
Quisera eu saber
Talvez pudesse encontrar
Algures, num mar
O que um dia eu fora
Mas não
Perdi-me
Nos espaços vazios
Fiquei sozinha
Tolhida
Entre silêncios e desvarios
Quisesse eu regressar
Ao que fora, talvez
Talvez pudesse abraçar
Aquela que eu era, talvez
Mas decidi caminhar
Até mais não
Sem saber
Sem saber já quem eu era
Sem já querer saber
Perdi-me de mim no escuro
Tenho medo
Vem-me buscar
Apaga a luz
Aperta-me
Estilhaça-me este mar
Conta-me estrelas
Fala-me delas
Não tenhas medo
De me abraçar
São contos de fadas
Dizem elas
As bruxas más
Para nos afastar
Um sonho dentro de um sonho
Disse ele
É o que a vida é
Uma ilusão, um pesadelo
Um oceano
Um novelo por deslindar
Quem era eu?
Perguntas tu
E abres a mão
Para que em concha eu ouça o mar
Quem eras tu?
Respondo-te eu
Devias saber
Quando te foste
Levaste contigo
O meu sonhar
E agora sobrou um único caco
Um espelho de mim
Invertido
Um clown de arrepiar

domingo, 16 de maio de 2010

AS TRIBOS DE ANDRÓMEDA

Yamana
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Os Yaghan, também chamados Yagán, Yahgan, Yámana ou Yamana, são o povo indígena das ilhas a sul da Ilha Grande da Terra do Fogo, que se estende até ao Cabo Horn.
Os Yaghan eram nómadas, que viajavam em canoas entre as ilhas, para recolherem alimentos. Os homens caçavam leões marinhos, e as mulheres mergulhavam para apanhar marisco. Não usavam roupas até ao seu contacto com os Europeus. Mantinham-se quentes utilizando fogueiras, mesmo nas próprias embarcações. Aliás, a expressão Terra do Fogo foi dada pelos europeus precisamente por causa deste costume. Para além disso utilizavam as formações rochosas para se abrigarem e usavam gordura dos animais na pele. Ao longo do tempo desenvolveram metabolismos mais rápidos do que o comum, que lhes permitiam gerar mais calor corporal interno e também a sua habitual posição de repouso era agachada, o que reduzia a superfície de contacto com o exterior, conservando mais calor.
É possível que os Yaghan tenham sido empurrados para esta área inóspita por inimigos, mas o que é certo é que eram completamente indiferentes às condições atmosféricas agrestes, quer no exterior, quer dentro de água, pois as mulheres mergulhavam nuas em temperaturas da ordem dos 8º Celsius.
Ironicamente foram as doenças trazidas pelos Europeus que reduziram a já escassa população de 3000 indivíduos. E os Yaghan usavam este estratagema para enganarem os missionários, "adoeçendo" sempre que eram obrigados a colocar roupa. Na década de 1920 foi feita uma tentativa de preservar a tribo, recolocando-os na Ilha Keppel, nas Falklands, mas as mortes continuaram a ocorrer. A penúltima Yaghan pura morreu em 2005, chamava-se Emelinda Acuña. A última Yaghan pura é a "Abuela" Cristina Calderón que é também o último membro que ainda fala a língua Yaghan nativa.
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O colibri era reverenciado pelos Yaghan. Esta ave aparece no seu mito da criação, bem como noutras histórias da mitologia da tribo. Também o albatroz está presente na sua mitologia.
Os Yaghan têm mitos dualísticos, com a presença de dois irmãos, frequentemente em oposição um ao outro, representando leis opostas.
Era suposto os shamans da tribo possuírem poderes sobrenaturais, controlando, por exemplo, as condições meteorológicas. Acreditava-se que o shaman realizava estas proezas enquanto sonhava, permanecendo o seu corpo imóvel durante o sono, enquanto a sua mente viajava e praticava actos fantásticos.
Existe uma crença na tribo curiosa: no passado eram as mulheres que governavam os homens. A presente situação, o domínio dos homens, crê-se que se deva a uma revolta daqueles.
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= FIM =
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P.S. Este ABC foi dedicado à minha Abuelita chilena, Carolina Violeta, descendente de índios :)

sábado, 15 de maio de 2010

MAGIC MOMENTS 105

DVD 12 - Dedicatórias Verdadeiramente Dedicadas
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A Portugal, apesar de tudo ... Porque apesar do vento soprar, do barco ter medo e do capitão nunca saber o segredo, somehow acaba sempre tudo em bem ...
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sexta-feira, 14 de maio de 2010

'Till I Found You

O Mundo Colapsa 20
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2200, Inverno, 02.03 GMT
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«Le0pard» o que é que pretendes exactamente?
«Jupiter» o que queres dizer?
«Le0pard» quero dizer q estás a tentar por todos os meios fazer-me perder a pachorra
«Jupiter» ah sim?
«Le0pard» os teus problemas com o K são pessoais e não têm que interferir jamais no Programa entendido?
«Jupiter» Hi I, Captain!
«Le0pard» Carlos, n me queiras fazer de urso e se n concordas c alguma coisa agradeço honestidade p cima da mesa e dispenso indirectas
«Jupiter» eu expus a minha opinião caramba
«Le0pard» baseada num amuo estupido pq n suportas o facto de ter sido o K a descobrir isto
«Jupiter» baseada na minha opinião como parte do Programa e membro dos Famous Five...
«Le0pard» Porra Carlos! Tu sabes q ele tem razão as provas são evidentes existiu uma Resistência
«Jupiter» as provas não são evidentes, Jorge. Sabes isso melhor q eu. São provas que o são se quisermos q sejam
«Le0pard» NÃO TE ADMITO PATERNALISMOS PORRA! ESPECIALMENTE QD SABES TÃO BEM QT EU Q O TEU RELATORIO VEM COMPROVAR S SOMBRA DE DUVIDAS ESTA TEORIA
«Jupiter» eu só disse que precisávamos agir cautelosamente
«Le0pard» E eu ordeno-te q interrompas todas as actividades e que empenhes 100% do teu sistema a comparar resulktados
«Jupiter» ordenas?...
«Le0pard» ordeno Carlos uso a minha regra pela 1ª vez
«Jupiter» e última
«Le0pard» tenho mais 2 mas como queiras ou tás connosco ou n tás your choice
«Jupiter» my choice indeed
«Le0pard» espero-te na RCM
DCC Chat off.
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Nem lhe dera tempo para responder. C. sorriu um sorriso electrónico triste. Jorge estava apavorado, apesar da coragem que demonstrara. Mas era nestas alturas que se via quem é que tinha tomates, mesmo que fossem virtuais e, se calhar por causa disso, tinham mais valor. Porque aqui bater com a porta implicava uma solidão maior que a imaginação.
Ele conhecera um ou dois ARLIs que sobreviviam sozinhos na Rede. Comunicavam esporadicamente mas não pertenciam a nenhum grupo. Eram bytes solitários, navegando como espectros num mundo sem objectivos. Alguns tentavam ser heróis. Mas como Human lhe explicara, ser herói solitário naquele mundo era completamente impossível. E Human era um homem que vivera uma vida inteira a provar que não havia impossíveis. Outros tentavam ser diferentes, para descobrirem rapidamente que ninguém ali conseguia sobreviver totalmente alheado. Perdiam-se todas as referências, perdia-se o espírito humano. Ouvira falar de alguns que atingiam um tal ponto de alienação que se entregavam por iniciativa própria à Máquina. Era o que acontecia com alguns dos ARLIs flipados que começavam a achar que eram bytes e que sempre o tinham sido. Mas até a maioria dos ARLIs flipados se reuniam em grupos. Toda a gente fazia por pertencer a algum tipo de comunidade, nem que fosse a dos ARLIs que não tinham nada para dizer uns aos outros.
O José estava a fazer nova tentativa. Ignorou-o. Falaria com ele depois da RCM. Que se formatasse de desespero. Não queria saber.
O Jorge fizera-lhe um ultimato. Ou alinhas ou sais. Ele sabia que do outro lado estava a acontecer uma pressão enorme. O Krueg nunca fora com a sua cara. O Jorge não tinha razão nisso. Era o Krueg que tinha problemas pessoais com ele e não o contrário. E o Human estava do seu lado e fora por isso que lhe enviara o Memo. O Jorge estava apavorado porque sentia que estava a perder o controlo da situação e, afinal, ele era um puto, nada mais do que isso. Um puto excepcional, mas um puto. E sabia que se as coisas descarrilassem, não teria forças para as segurar sozinho. Decidira por isso atacar para o lado mais seguro, o seu. Porque se atacasse o Krueg podia ganhar um inimigo fatal. Se o atacasse a ele ganhava uma dor de cabeça tremenda, mas o miúdo sabia que dali não viria mal ao seu mundo. A sorte do puto é que gostava dele, e muito.
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Entrou em contacto com o Human.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Fetiche #21

Fetiche
Nome masculino > 1. Objecto a que se presta culto por se atribuir poder mágico ou sobrenatural > 2. figurado. aquilo a que se dedica um interesse obssessivo ou irracional > psicologia. objecto gerador de atracção ou excitação sexual compulsiva.
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"Ralph: Anyway, a few days ago I went out and bought a book all about existentialism.
Louise: That's very good, Rafe.
Kirk: Ralphie, Ralphie. Why didn't you phone me? I know a builder."
Dear John
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[Kirk]
1. Nome de ser que nunca existiu, mas mesmo assim tinha de ser inventado > 2. Este homem mata-me completamente > 3. Quando aparecia, nem precisava de falar, que me punha a rir convulsivamente até aos créditos finais > 4. A Kate não o queria nem morto, mas o homem não desistia - and that's love, I don't care what anyone says > 5. A melhor sitcom do mundo chamava-se Dear John (sorry, Seinfeld, mas o primeiro amor é eterno) > 6. Ai que saudades ...
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quarta-feira, 12 de maio de 2010

Macro Secrets 36

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Live dangerously

terça-feira, 11 de maio de 2010

MORMORIOS DI FIRENZE XV

O Carabinieri - Parte II
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Sentado na esplanada do Café Rivoire, Rinaldo Pazzi deu um último golo na chávena de chocolate quente e limpou os beiços e o bigode, antes de acender um cigarro. O seu semblante encontrava-se carregado, mas não por ter pago 6 euros e 75 cêntimos pelo chocolate. A agente telefonara-lhe no dia anterior para o informar que estava em Florença e que tencionava ter uma reunião com o seu departamento para acertarem estratégias. Mas Rinaldo decidira logo durante a conversa telefónica brusca que não iria ajudá-la de maneira nenhuma.
O que é que ela andava aqui a farejar? Voltasse lá para a terra do Uncle Sam. Haviam-no deixado escapar mesmo debaixo das pencas gringas e agora queriam-no de volta a todo o custo, mas esqueciam-se dum pequeno pormenor - Florença não era o Tennessee e Florença continuava a ser o seu território. E ali mais ninguém punha a pata a não ser ele.
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No dia anterior consultara o site do FBI para verificar se não estava a ter visões. O Doutor tinha feito uma plástica, mas fora uma coisa leve. Lá estava ele, na página dos 10 Most Wanted Fugitives - Hannibal Lecter ou, como o Bureau carinhosamente o apelidava, Hannibal The Cannibal. A recompensa oferecida pelo milionário que Lecter havia desfigurado, para quem fornecesse informações sobre o paradeiro do psiquiatra, era de 3 milhões de dólares.
Com 3 milhões de dólares havia muita coisa que ele podia fazer. Muitos chocolates quentes que podia beber. Mas, sobretudo, muitas jóias que podia oferecer à sua lindíssima mulher, que escolhera ficar com ele sem que Pazzi entendesse até hoje tamanha sorte. E não era aquela pindérica do Kansas que lhe ia estragar os planos.
O Monstro era seu, pensou, enquanto batia ritmadamente com o segundo cigarro na mesa da esplanada, para concentrar bem as folhas de tabaco. Só precisava do raio das impressões digitais para fazer a prova.
Levantou-se e cruzou a praça com passo decidido. Na sua cabeça ainda ecoavam teimosamente as palavras da Agente Starling:
"You're trying to catch him yourself, aren't you? He killed three policemen while in custody. Turned the face of one of them and he will kill you too!"
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inspirado nos personagens Rinaldo Pazzi, Clarice Starling e Hannibal Lecter, criados por Thomas Harris

segunda-feira, 10 de maio de 2010

EM BUSCA DE PALAVRAS 106

Laboratório de Personagens 4
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Inside of me there are a thousand voices. A thousand faces. A thousand stories. But none of them are mine. Or are all of them me?
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Going through the motions. Just going through the motions. No will, anymore. What are we all doing here? What's the point? We are born, we grow up, we learn things, we work, we play, fall in and out of love, have children, suffer pain and disappointment, have joy and sorrow. And then what? And then we all die, just like that, no reason, no purpose. Free will? To do what? That which we cannot escape follows us every step of the way. Closer than our own shadow, death waits for us all.
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Inside of me there are a thousand voices. A thousand faces. A thousand stories. But none of them are mine. Or are all of them me?
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I shall not wait for death to come. I shall escape its terrifying claws. I will outrun it and be free.

domingo, 9 de maio de 2010

MURMÚRIOS DO PARAÍSO XXI

A Senhora dos Pastéis de Amêndoa
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A Senhora dos Pastéis de Amêndoa já não aparece há coisa de três anos ...
A Senhora dos Pastéis de Amêndoa, sempre a conheci velha, de panamá branco na cabeça, óculos de ver ao longe e blusa e saia de cores claras
A Senhora dos Pastéis de Amêndoa, sempre a conheci tão tisnada pelo sol, tão enrugada
De cesta na mão, lá ia ela a apregoar os seus pastéis de amêndoa com voz miúda
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A Senhora dos Pastéis de Amêndoa não era de muitas conversas, só queria chegar ao fim do dia de cesto vazio, as pernas cansadas, tão cansadas, o dinheiro no bolso, que a vida nunca lhe andou fácil
A Senhora dos Pastéis de Amêndoa, há uns três anos que já não aparece ...
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sábado, 8 de maio de 2010

PALAVRAS ESTÚPIDAS 94

Escrever
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Escrever porque sim
Escrever porque não
Escrever porque nim
Escrever para preencher os espaços que sobram de mim
Escrever como quem rasga as cidades
Como quem voa nos remoinhos dos furacões
Escrever para abrir estradas
E viajar nas asas do condor
Escrever vírgulas, sinais, pecados e virtudes
Escrever para escapar do escuro do vazio
Escrever montanhas, mares, riachos e rotundas
Escrever nos muros, nos frontispícios, nas ruas, nas avenidas
Riscar a vida de traços
Apagar grades e fazer estilhaços
Cacos penetrantes que rasgam a pele
Escavar a alma, baralhá-la e voltar a dar
Esventrar as palavras com os nós dos dedos
Tomá-las como minhas, frias, duras, quentes
Arrebatá-las, roubá-las, esmiufrá-las
Arremessá-las ao ar e dançar em redor delas
Escrever-me passo a passo
Como quem canta uma alma
Reinventar intervalos de fôlego suspenso
Abrir brechas e empurrar
Esculpir com as mãos
Esgravatar, revolver ossos
Calcar o papel
Escrever como quem parte para nunca mais regressar
Desenhar o horizonte de novo e de novo e de novo
G
ritar bem alto no fundo da página
Criar buracos negros eternos e wormholes paralelos
Escrever até ao fim do fim do infinito
Voltar atrás, entontecer, abrir a porta e correr
Correr pelas palavras como nenúfares de emoções
Escrever como dor
É como parto
Escrever
Escrever
Escrever
Escrever e só fazer sentido
Assim, nem não, nem sim
Nem nim
Escrever em mim
Escrever em ti
Escrever até morrer

sexta-feira, 7 de maio de 2010

AS TRIBOS DE ANDRÓMEDA

Yanomani
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Povo constituído por diversos grupos cujas línguas pertencem à mesma família. Denominada anteriormente Xiriâna, Xirianá e Waiká, a família Yanomami abrange as línguas Yanomami, falada na maior extensão territorial, Yanomám ou Yanomá, Sanumá e Ninam ou Yanam, as quatro com vários dialectos.
Os Yanomami vivem no oeste de Roraima, no norte do Amazonas e na Venezuela, num total de 20 mil índios. É o último povo indígena das Américas que conseguiu sobreviver mantendo o seu património cultural e social. Os seus membros, 7822 indivíduos, vivem dos dois lados da fronteira entre o Brasil e a Venezuela, próximo do Pico da Neblina.
Os Yanomami abrem várias trilhas para ligar as diferentes aldeias com as áreas de caça, os acampamentos de verão e as roças recentes e antigas. Todos os elementos da tribo vivem numa grande casa colectiva e as crianças ocupam um lugar de destaque, sendo as suas necessidades prontamente atendidas e os seus pedidos sempre tomados em consideração. Embora haja um intercâmbio frequente de mulheres e produtos, cada uma das aldeias tem completa autonomia política e administrativa.
Os garimpeiros disputavam as suas terras desde 1987, atraídos pelas grandes reservas de diamante, ouro, cassiterita e urânio, colocando em risco a sobrevivência do povo Yanomami. Em 1990, o governo brasileiro adoptou medidas de protecção às terras indígenas, iniciando a retirada dos garimpeiros.
Muitos Yanomani são guerreiros ferozes. É costume capturarem mulheres de outras aldeias, de forma a maximizarem o seu sucesso reprodutivo. Também as aldeias entram em guerra por muitas razões e esta faz parte integrante da vida dos Yanomani. Cerca de 40% dos adultos masculinos já matou outra pessoa e cerca de 25% dos adultos masculinos morrerão de alguma forma de violência.
O comércio entre os Yanomani impede muitas vezes a ocorrência de guerras, uma vez que quando uma aldeia possui bens que outra aldeia cobiça, estes podem ser trocados por mulheres.
Os arranjos matrimoniais são vitais para forjar alianças e também para manter a paz entre as famílias. A maioria das mulheres tem casamentos pré-combinados e casam muito novas. O casamento preferido pelos Yanomani é o "casamento bilateral entre primos", que ajuda a vincular relações fortes entre famílias e aldeias.
Os Yanomani dividem-se em Povo da Floresta - Caçadores - e Povo do Rio - Pescadores. O Povo do Rio é muito mais sedentário e subsiste através da pesca e do comércio de bens como canoas e anzóis. O Povo da Floresta é constituído por horticultores, caçadores e recolectores.
O facto de a maioria dos Yanomani viverem bem no interior da selva amazónica, tem sido muito significativo para a sua sobrevivência. Uma vez que a maioria dos invasores tem viajado através dos grandes rios, os Yanomani têm conseguido viver em isolamento até muito recentemente. Assim, têm conseguido preservar a sua cultura e identidade, perdida por muitas outras tribos da Amazónia.
Até 1980 os Yanomani tinam muito pouco contacto com o mundo exterior. Mas a partir dessa década foi descoberto ouro no seu território, o que levou a uma invasão ilegal de milhares de mineiros ao seu território. O ruído das máquinas e aviões afuguentou grande parte da caça necessária à sobrevivência dos Yanomani. O mercúrio usado para separar o ouro da rocha infectou as águas dos rios, destruindo eco-sistemas inteiros, incluindo a saúde das crianças, cujo desenvolvimento é afectado. Afectados pelo álcool e pelas doenças trazidas pelos mineiros, os Yanomani viram-se privados da caça e reduzidos a pedir esmola ou trocar sexo por alimentos. O governo brasileiro continua a tentar reduzir ao máximo o território dos Yanomani, de forma a poder aproveitar os seus riquíssimos depósitos minerais.
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Os Yanomami acreditam que os mundos natural e espiritual constituem uma força unificada; a natureza cria tudo e é sagrada. Acreditam que o seu destino, e o destino de todos os povos, está intrinsecamente relacionado com o destino do ambiente; com a sua destruição, a humanidade está a cometer suicídio.
Os Yanomani queimam os seus mortos e comem as suas cinzas. Eles acreditam que os espíritos, que podem ser bons ou maus, habitam as plantas e os animais.