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Escrever porque sim
Escrever porque não
Escrever porque nim
Escrever para preencher os espaços que sobram de mim
Escrever como quem rasga as cidades
Como quem voa nos remoinhos dos furacões
Escrever para abrir estradas
E viajar nas asas do condor
Escrever vírgulas, sinais, pecados e virtudes
Escrever para escapar do escuro do vazio
Escrever montanhas, mares, riachos e rotundas
Escrever nos muros, nos frontispícios, nas ruas, nas avenidas
Riscar a vida de traços
Apagar grades e fazer estilhaços
Cacos penetrantes que rasgam a pele
Escavar a alma, baralhá-la e voltar a dar
Esventrar as palavras com os nós dos dedos
Tomá-las como minhas, frias, duras, quentes
Arrebatá-las, roubá-las, esmiufrá-las
Arremessá-las ao ar e dançar em redor delas
Escrever-me passo a passo
Como quem canta uma alma
Reinventar intervalos de fôlego suspenso
Abrir brechas e empurrar
Esculpir com as mãos
Esgravatar, revolver ossos
Calcar o papel
Escrever como quem parte para nunca mais regressar
Desenhar o horizonte de novo e de novo e de novo
Gritar bem alto no fundo da página
Criar buracos negros eternos e wormholes paralelos
Escrever até ao fim do fim do infinito
Voltar atrás, entontecer, abrir a porta e correr
Correr pelas palavras como nenúfares de emoções
Escrever como dor
É como parto
Escrever
Escrever
Escrever
Escrever e só fazer sentido
Assim, nem não, nem sim
Nem nim
Escrever em mim
Escrever em ti
Escrever até morrer
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