Perseus e a Medusa
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Perseus avançou no escuro da caverna, mal tocando o chão. As sandálias aladas que as ninfas lhe tinham oferecido eram muito úteis naquele antro escuro e fétido, onde cada passo em falso o denunciaria ao terrível monstro que lá habitava.
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Empunhou a espada forjada com lâmina de diamante, a única que podia atravessar como manteiga a pele rígida das górgonas.
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O capacete tornava-o invisível, mas apenas a sua identidade, não a sua presença. E as górgonas não entretinham companhia, muito menos humana. Abominavam tudo o que mexesse acima ou abaixo do Olimpo. Amaldiçoadas por Poseidon, cuja recusa de Medusa aos seus encantos lhe ferira o orgulho, as três irmãs haviam sido condenadas a viver como monstros, cujos olhos quem fixasse se tornava instantaneamente pedra.
Atena prevenira-o e oferecera-lhe o seu escudo límpido como um espelho.Avançou cautelosamente e descobriu-as, dormindo junto a um lago interior de águas irizadas, iluminado por uma única clarabóia aberta no topo da caverna. Os reflexos coloridos da ténue luz pintalgavam os rostos e os corpos das irmãs. Duas eram monstruosas, hediondas. Medusa era a única que permanecera bela mas, talvez por isso mesmo, fosse ainda mais terrível do que as outras. A sua beleza irada, calejada de ódio e envolta por um repuxo de serpentes sinuosas e sibilantes, arrepiava o mais valoroso dos guerreiros até à medula.
Perseus aproximou-se lentamente de costas, empunhou o escudo e olhou para o rosto da górgona reflectido na superfície límpida de bronze. Depois desferiu o golpe fatal. A cabeça de Medusa rolou pelo chão. Perseus pegou nela vitorioso.
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Mas as duas irmãs sobreviventes acordaram e o semi-deus não foi suficientemente rápido. Distraiu-se e olhou-as. E assim ficou, petrificado para a eternidade.
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Hoje, reside na Piazza della Signoria, onde é admirado pelas centenas de humanos que por lá passam todos os dias.
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As górgonas, essas, talvez ainda vivam, algures para os lados da península grega.
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Baseado no mito de Perseus
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