Macro punho fechado
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"E como é que vamos descobrir o que eles andam a fazer?"
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"E como é que vamos descobrir o que eles andam a fazer?"
"Bom, primeiro parece-me que temos de tentar reverter o que o Techi te fez. Ou me engano muito, ou tu sabes muito sobre o que se passa lá em cima.", disse Cassiopeia.
"Porque dizes isso?"
"Oh, não sei. Chama-lhe feeling.", Cassiopeia continuou a fixá-lo com uma expressão estranha no olhar e depois levantou-se e mergulhou de novo na piscina.
"Chegou então a hora de ver se conseguimos convencer o nosso amiguinho a fazer um acordo connosco.", disse Sheila, afastando-se e puxando-o pela mão.
"Não me parece que esse Saturno fosse de acordos.", disse C.
"Porque lhe chamas isso?"
"Não sei ... parece-me que tinha algo a ver com o seu formato e anéis ..."
"Hmmm. Segue-me."
Voaram os dois até um enorme castelo sinistro, recortado contra um céu escuro e tempestuoso. Enormes raios descarregavam a sua energia pelo espaço e C. teve até dificuldade em fixar o olhar na silhueta do castelo.
"Belas férias ..."
"Achámos que era o mínimo que podíamos fazer por ele - oferecer-lhe uma suite no Castelo Assombrado. O pobre nunca se viu metido em nada do género, estou em crer. Já nem sabe de que terra é."
Ouviam-se curto-circuitos por todo o lado, quando entraram.
"Mas ele não é uma espécie de entidade híbrida? Um vírus, ou algo do género? Consegue assustar-se?"
"Bom, digamos que este tipo de 'sustos' se adequam à sua natureza. Ele não está habituado a lidar com emoções e nós implantámos-lhe um pequeno attachment que o faz sentir ..."
Sheila conduziu-o até um salão enorme, onde uma míriade de candelabros gigantes enfeitavam o tecto alto. Sombras e manchas de cor como de auroras boreais flutuavam por todo o espaço. No centro do salão encontrava-se um enorme buraco. Espreitaram lá para baixo. Saturno encontrava-se no meio de uma autêntica tempestade eléctrica.
"E isto não vai destrui-lo?"
Sheila abanou a cabela, ao mesmo tempo que franzia o sobrolho, como se o que ele tivesse dito fosse um perfeito absurdo.
"Náááá ... O máximo que pode fazer é deixá-lo extremamente confuso e com vontade de aceitar qualquer coisa que lhe propunhamos. Estamos a monitorizar constantemente os seus sinais. Isto está a servir para ele perceber quem manda aqui."
"E quem manda aqui?", C. estava a ficar um pouco assustado com o ar sinistro de Sheila, como se estivesse a ter um enorme prazer em ver o vírus naquele estado. Via-se mesmo que não era humana, ou não teria aquela ausência total de sentimentos, mesmo que fosse por uma criatura daquelas.
"Sim, tens razão. Não sou humana. Mas ele também não é, esqueces-te disso. É uma coisa, não um ser vivo."
"Há quanto tempo é que o têm assim?"
"Desde que vos apanhámos. Há cerca de 72 horas, mais ou menos."
"Tens razão. Mas era isso que estava a pensar, só que não deves ter interpretado bem o meu pensamento. É que nós, os humanos, até por máquinas somos capazes de sentir pena, o que é uma parvoíce, mas é ... humano."
"É por isso que te disse que deves treinar ocultar os teus pensamentos. Pode dar azo a mal-entendidos e há por aqui muita gente que não terá a mesma abertura que eu para que lhes expliques o que era que estavas realmente a pensar."
"Sim, tens razão. O pensamento é uma coisa confusa e cheia de camadas."
"Precisamente. E vocês, humanos, batem recordes nesse departamento. Bom, vamos lá a ver se o nosso convidado está pronto para sair daqui."
"Como é que comunicam com ele?"
"Isso está tratado. Há uma linguagem universal."
"Qual?"
"A da força."
Sheila aproximou-se do buraco e a tempestade eléctrica parou subitamente. C. podia agora ver claramente o pequeno planeta, melhor até do que quando fora apanhado por ele. Era azul e tinha uma quantidade infinita de anéis circulares e multicoloridos a rodeá-lo. Pairava meio de lado numa espécie de campo de forças que o mantinha a flutuar sempre no mesmo sítio.
Sheila voou até lá abaixo. Depois olhou para cima e chamou C.
"Parece-me que ele está preparado."
"Preparado para quê?"
"Para te devolver a memória. Vem."
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