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Nunca se deve confundir a obra com o autor. O autor e a obra agradecem. O autor e a obra nada têm que ver um com o outro, não no sentido que pensamos que têm e, caso tenham, não é da conta de ninguém. Pode haver mal entendidos descomunais quando se confundem a obra e o seu autor.
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Veja-se o caso de James Brown. James Brown era um génio da música. Era o rei do soul. O homem abria a boca e escorria-lhe soul em catadupa. O homem mexia um dedo do corpo e o soul brotava-lhe dos poros como suor. O homem fazia um movimento e aquilo é tanto soul que até encandeia. Quando se ouve James Brown, o cérebro pára e fica em piloto automático e a nossa alma agradece.
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Veja-se o caso de James Brown. James Brown era um génio da música. Era o rei do soul. O homem abria a boca e escorria-lhe soul em catadupa. O homem mexia um dedo do corpo e o soul brotava-lhe dos poros como suor. O homem fazia um movimento e aquilo é tanto soul que até encandeia. Quando se ouve James Brown, o cérebro pára e fica em piloto automático e a nossa alma agradece.
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Ora bem.
James Brown, o homem, era um javardo de primeira ordem. Batia na mulher, bebia que nem uma esponja e esteve preso inúmeras vezes.
Quando ouço James Brown, não quero saber se o javardo batia na mulher. Se quisesse, não o podia ouvir, certo? A não ser que tenha a mesma opinião que muitos javardos que conheço que dizem que quando um homem bate numa mulher “elas devem gostar, porque deixam”.
Quando ouço James Brown não quero saber se ele escreveu as músicas que eu ouço a snifar cocaína e a emborcar garrafas de whiskey às paletes enquanto amandava uns valentes tabefes à mulher.
Assim como não me interessa para nada que o Hemingway fosse outro javardo tarado sexual que abusasse das mulheres e um alcoólico que acabou com a sua própria vida suicidando-se. Nada disso tem que ver com as coisas impressionantes que ele escrevia. Ou que Brando tenha tido não sei quantos filhos de não sei quantas mulheres que acho que já nem ele sabia e que se tenha isolado numa ilha como um eremita durante anos ou que tenha passado os últimos anos da sua vida a emborcar comida que nem um doido e a observar o comprtamento dos carreiros de formigas, que ele achava muito mais interessantes que os humanos (às vezes concordo com ele ...)
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James Brown, o homem, era um javardo de primeira ordem. Batia na mulher, bebia que nem uma esponja e esteve preso inúmeras vezes.
Quando ouço James Brown, não quero saber se o javardo batia na mulher. Se quisesse, não o podia ouvir, certo? A não ser que tenha a mesma opinião que muitos javardos que conheço que dizem que quando um homem bate numa mulher “elas devem gostar, porque deixam”.
Quando ouço James Brown não quero saber se ele escreveu as músicas que eu ouço a snifar cocaína e a emborcar garrafas de whiskey às paletes enquanto amandava uns valentes tabefes à mulher.
Assim como não me interessa para nada que o Hemingway fosse outro javardo tarado sexual que abusasse das mulheres e um alcoólico que acabou com a sua própria vida suicidando-se. Nada disso tem que ver com as coisas impressionantes que ele escrevia. Ou que Brando tenha tido não sei quantos filhos de não sei quantas mulheres que acho que já nem ele sabia e que se tenha isolado numa ilha como um eremita durante anos ou que tenha passado os últimos anos da sua vida a emborcar comida que nem um doido e a observar o comprtamento dos carreiros de formigas, que ele achava muito mais interessantes que os humanos (às vezes concordo com ele ...)
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E isto é algo que custa muito encaixar. Mas é assim que tem de ser. Obra e autor não podem nem devem ser confundidos. Ou não haveria arte que resistisse a tanta javardice no mundo. Porque os autores das obras-primas são humanos, não são deuses. E aí começa o primeiro entendimento da arte. Que um ser javardo como o humano seja capaz de produzir mesmo assim obras maravilhosas e quase transcendentais, eis a magia que reside no mistério absoluto da arte e no mistério absoluto deste ser imperfeito que somos.
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