quarta-feira, 16 de julho de 2008

Passo os dedos pelo dicionário ao acaso e aterro em ...

Defuntear (Assassinar, Matar)
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Escusado será dizer que quando o dedo aterrou nesta palavra, foi daquelas coincidências que vêm mesmo a calhar, uma vez que tenho andado a tentar entender esse verbo há largos meses.
Na verdade, a primeira consideração que se me ocorre é que matar é um acto tremendamente simples, em contraposição à enormidade de implicações que advêm dele. Também é um acto que pode e muitas vezes ocorre com uma aleatoridade impressionante. Todos nós já o praticámos, sem que isso perturbasse minimamente a nossa consciência. Muitas crianças que fomos ou que conhecemos arrancam asas a moscas e enfiam-nas dentro de frascos para observar placidamente a sua morte lenta ou sopram fumo de tabaco para dentro de sapos para depois os ver rebentar. Aqui a morte ainda não é considerada com todas as suas implicações - será apenas um conceito abstracto incompreensível e cujas consequências não nos afectam ou são tão enormes que não somos sequer capazes de compreender o que nos pode provocar interiormente. Um pouco como pensar na infinitude do universo - a partir dum certo número o cérebro deixa de poder continuar a tentar compreender algo tão lato.
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Qualquer investigador criminal nos garantirá com o que podemos catalogar de frieza, que qualquer pessoa é capaz de matar, se as circunstâncias se propiciarem, se houver uma motivação forte, se os meios para isso estiverem ao nosso dispor de imediato e se estiverem a acontecer dentro de nós revoluções tremendas que nos levem a praticar aquele que é considerado o acto e o pecado mais grave que um ser humano pode cometer contra outro ser humano.
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Existem assassinos ocasionais, que matam uma vez na vida porque se passam da cabeça, ou em legítima defesa.
Existem assassinos psicopatas, que um dia explodem e matam muitas pessoas duma só vez, normalmente suicidando-se a seguir.
Existem assassinos por vocação, normalmente associados ao crime organizado, que matam por contrato, porque são pagos para isso.
Existem assassinos que matam outros seres humanos como quem mata moscas, apenas porque essa é a sua forma de resolver problemas. Poderemos incluir nesta categoria os padrinhos da máfia, por exemplo, os ditadores déspotas ou ainda os ancestrais reis sem escrúpulos.
Há assassinos ideológicos, como os terroristas, que matam porque acreditam que cometer esse crime, o mais condenável, é a única forma de conseguirem negociar as suas convicções.
Existem assassinos oficiais, legitimados pelo governo, pela lei, como os soldados ou agentes especiais das polícias e das várias organizações de combate ao crime.
Existem assassinos silenciosos, como os espiões da CIA, da Mossad, do MI6 que matam para provocarem mudanças políticas e alterarem o curso da história.
Finalmente, existem assassinos em série, sociopatas, que vivem para matar. Que preparam a morte de forma metódica e obssessiva. Para quem provocar a morte é um prazer, o maior de todos. Que precisam de matar para sobreviver e cujos intrincados meandros cerebrais a ciência admite ainda estar longe de compreender.
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Existem tantos assassinos neste mundo, e há tantos assassínios a serem cometidos todos os dias, todos os minutos e segundos, que é talvez incompreensível como matar seja ainda um verbo tão distante e complexo para a maioria de nós.
O que é matar, afinal?
É terminar com a existência de alguém neste mundo, irreversivelmente. É, no fundo, ser deus para alguém. E há por aí tantos deuses ao virar de cada esquina ...

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