quinta-feira, 23 de outubro de 2008

EM BUSCA DE PALAVRAS 43

Achamos sempre que nós somos os criadores dos personagens. Isso não é verdade.
Claro que nascem em nós e na nossa imaginação. Claro que são uma amálgama de uma série de elementos: nós próprios, os nossos desejos, as nossas incoerências, as nossas experiências, as batalhas campais travadas no seio do nosso inconsciente, outras pessoas que conhecemos, que lemos, que observamos, que às vezes apenas se cruzam connosco numa rua apinhada, mil e um pormenores que passam pelos nossos sentidos e pelos nossos pensamentos sem que muitas vezes nos apercebamos sequer disso.
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Mas os personagens vivem. É bom que vivam. É bom sinal. Sinal de que são saudáveis e têm alma. Os personagens vivem e decidem coisas. Sózinhos. Podemos querer que sejam "assim", mas se eles não quiserem ser "assim", acabam sempre por ser "assado". Não fazem fitas. Não choram. Não gritam. Não se revoltam. Não berram "Eu não quero ser assimmmmmmm!!!!! Eu quero ser assadoooooooo!!!!!!!" Não. Lentamente, suavemente, com muita delicadeza e uma determinação invejável, tornam-se "assado". Às vezes é apenas um pormenor. Um pequenino pormenor insignificante. Mas nunca é, apenas o parece. Nada é insignificante.
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Poder-se-ia imaginar que isto irritaria o autor. Que como um Deus contrariado e amuado, berraria do alto da sua altivez "Como te atreves????!!!!!! Eu é que mando aqui!!!!!!!!" Mas não. O autor ficará apenas quieto, maravilhado, quase com medo de respirar, enquanto como organismos vivos evoluindo diante dos seus olhos em caixas de Petri imaginárias, os personagens se desdobram na extraordinária dança da criação.
E a sinfonia dos personagens prossegue, harmonizando-se naturalmente, ao sabor do ritmo de cada instrumento.
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Death fascinates me
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I am an artist of death
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I kill to survive

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