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Sob a pala do Pavilhão Atlântico, de frente para o S. Gabriel
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Mistura de experiência, instinto, maturidade e sabedoria, a intuição pode, ainda assim, revelar-se como uma desconcertante e surpreendente linguagem secreta que nos segreda mensagens codificadas por entre as vísceras, aflorando à superfície da pele e do bolbo róseo-cinzento que lateja debaixo do crâneo.
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Todos nós, mulheres e homens, já a "ouvimos", uma doce ou impaciente voz que sobe do fundo das entranhas carnais e nos avisa ou nos aconselha. "Não vás pela esquerda, hoje.", "Não gosto nada daquela pessoa, apesar de a ter acabado de conhecer.", "Hoje sinto que não devia sair de casa.".
Algo se vai passar ... O quê? ... Porquê? ... Como? ... Onde? ... Com quem? ... Por vezes algumas destas perguntas têm resposta. Outras vezes não. Por vezes a voz é tão forte que quase nos puxa fisicamente. Outras vezes é tão ténue que mal a ouvimos e depois ... depois de acontecer ... sussurramos com os olhos cerrados e o desalento espraiado no espaço que vai de uma mão aberta à outra, ambas abandonadas no vazio do remorso: "Mas porque não ouço eu a minha intuição?"
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Mais não é, afinal, que uma série de peças de puzzle subitamente encaixadas da forma correcta, mais depressa do que o tempo que temos para as compreender ou avaliar e cuja geometria assim achada nesse ápice, nos urge a agir, sem pensar muito, sem razão aparente.
Falarei por mim - foram mais as vezes que me arrependi de não a ter ouvido, do que o contrário ...
1 comentário:
Gosto muito de intuição. A minha ontem disse-me que não estavas muito bem...
XinXin
PS: não gosto da palavra "visceras"
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