sábado, 25 de outubro de 2008

Passo os dedos pelo dicionário ao acaso e aterro em ...

PETRIFICAR
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Conversa privada, sob a pala do Pavilhão de Portugal - Parque das Nações

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Gather ye rose-buds while ye may,
Old Time is still a-flying;
And this same flower that smiles today,
Tomorrow will be dying.
Robert Herrick - "To the Virgins, to Make Much of Time" (1591 - 1674)
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Das pedras se diz que são estáticas, inanimadas. E por isso, quando alguém se vê petrificado por medo, magia ou espanto, isso significa que ficou estático, como pedra, colado ao chão, sem reacção, sem impulsos instintivos de fuga, aparentemente sem emoção, aquilo que em termos médicos se designa por "estado de choque".
Na lenda cristã, Sara, mulher de Lot, é transformada numa estátua de sal assim que olha para trás, para a destruição de Sodoma. O significado é claro - por olhar para trás, significa que talvez tenha dúvidas sobre o abandono das coisas iníquas e Deus mata-a, não a fazendo desaparecer, mas transformando-a numa estátua de sal, para que permaneça como um monumento recordatório das fraquezas humanas, a todas as futuras gerações.
As pedras são, assim, memórias. Da vida se faz pedra. E da pedra o repositório da história humana. Povoam os nossos espaços, em recantos secretos de jardins ou erguendo-se majestosamente na confluência de grandes avenidas pelas cidades desse mundo. Mas quantas vezes reparamos nelas? Quantas vezes nos aproximamos das pedras para ouvir os murmúrios segredados do passado?
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Porque das pedras também há quem faça vida. Deslumbrante e pulsante. Que engana os sentidos e parece respirar nos cantos dos olhos desviados. Como Miguel Ângelo e a sua Pietá, como Rodin e as suas mãos transbordantes de emoção. Há, por vezes, mais vida nas pedras, como se vê, do que em algumas pessoas.
Carpe Diem, sussurra o Professor Keating aos seus alunos, observando as fotografias estáticas dos seus predecessores no Colégio que frequentam, há muito enterrados. "Não são muito diferentes de vocês, pois não? Os mesmos cortes de cabelo. Cheios de hormonas, como vocês. Invencíveis, tal e qual vocês se sentem. O mundo é a sua ostra. Acreditam estar destinados a grandes coisas, como muitos de vós, os seus olhos cheios de esperança, como vós. Terão esperado até que fosse demasiado tarde para fazerem das suas vidas um centésimo do que eram capazes? Porque, reparem, estes rapazes estão agora a fertilizar margaridas. Mas se escutarem de muito perto, poderão ouvi-los segredarem o seu testamento. Avancem e escutem, não ouvem? Carpe ... ouvem? Carpe diem, aproveitem o momento, rapazes, tornem a vossa vida extraordinária."
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