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Na Mente do Assassino - Parte I
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"Did you think of yourself as an assassin?"
"An assassin? Sounds so exotic ... I was just a murderer."
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Pode-se pesquisar, ver filmes, estudar métodos e armas, o calão, as motivações e as causas. Mas nenhum retrato ficará completo sem uma opinião em primeira mão. Sem um auto-retrato na primeira pessoa, com todos os pormenores minuciosos que não estão nos livros e que apenas a nossa percepção e atenção, a nossa própria interpretação nos podem oferecer e com os quais um personagem ficará mais rico, mais complexo, mais real.
Por exemplo, que usar uma serra eléctrica para cortar um corpo é estúpido, é preferível uma faca de talhante; que um tiro disparado dentro de um carro pode ter efeitos muito desagradáveis no próprio assassino; ou que é menos cruel e mais rápido disparar debaixo do queixo do que na maçã de adão ...
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Como sei estas coisas horríveis? Não as li em nenhum livro. Nem as vi em nenhum filme de Hollywood. Ouvi-as directamente da boca de um assassino profissional, certamente um dos mais terríveis da história do crime violento. No seu currículum estão mais de 200 mortes, 100 das quais por contrato. Este homem não foi um assassino em série, nem um demente lunático. Matava por dinheiro. Os seus contratantes foram homens ligados ao crime organizado que muitas vezes tinham pedidos especiais - queriam que a vítima sofresse antes de ser assassinada. R., chamemos-lhe assim por enquanto, cumpria diligentemente o que lhe era pedido e fê-lo durante décadas. Até ser finalmente detido e condenado a várias prisões perpétuas. Na prisão deixou-se entrevistar e analisar por um psiquiatra e consultor do FBI que lhe respondeu finalmente às perguntas que R. se fazia quase desde a infância:
* Porque sou assim?
* Porque consigo fazer isto?
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Por enquanto direi apenas o seguinte: depois de o ouvirem falar, experimentarão um cocktail de emoções perigoso - medo, espanto, empatia, pena, revulsão, fascínio e tristeza. É estranho quando um assassino nos consegue fazer rir, emocionar e até reflectir sobre nós próprios. Mas, afinal, é precisamente isso que tenho andado a tentar construir ao longo destes meses. Porque a fronteira entre a nossa vida e a de um assassino pode ser terrivelmente delgada. Afinal, partilhamos pelo menos uma coisa em comum - somos humanos.
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