quinta-feira, 10 de abril de 2008

Passo os dedos pelo dicionário ao acaso e aterro em ...

PERSPECTIVA
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Escada em caracol no interior da Igreja do Palácio da Regaleira
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Kant dizia que nunca se pode conhecer a realidade tal como ela é. Cada qual apreende a realidade, o mundo, de acordo com a sua percepção, a sua experiência, o seu "mundo" interior.
Mas não é preciso ler Kant para nos apercebermos deste facto da vida. Há sempre pelo menos duas versões em todas as histórias e, afinal de contas, o que é a Verdade senão a nossa própria versão dos acontecimentos?
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E há apenas uma Verdade? Talvez o único sítio onde ela existe, por imposição dos trâmites da justiça, seja no tribunal. Aí a Verdade só pode ser uma, mas toda a gente sabe como muitas vezes essa também não é a melhor forma de encontrar justiça e que a Verdade assim achada, por força das circunstâncias, dos factos e dos testemunhos pode ser tão redutora ...
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Por outro lado, a perspectiva proporciona multifacetas verdadeiramente atraentes e coloridas e todos teremos de agradecer à magia e ao talento dos mestres renascentistas a descoberta dessa representação realista e complexa da realidade, muito mais interessante.
E porque quem conta um conto lhe acrescenta sempre um ponto, talvez muito mais interessante do que tentar encontrar a Verdade, seja tentar descobrir nas diferentes perspectivas da mesma história as Verdades pessoais que se revelam por trás de cada uma delas. A nossa perspectiva é sempre uma parte de nós e por isso cada livro, depois de colocado à venda, ganha infinitas vidas tão ou mais deslumbrantes do que aquela que o seu autor criou inicialmente.
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E o que dizer dos campos abertos debaixo dos nossos passos pela ciência, essa brincalhona atrevida que sempre nos coloca questões inusitadas? Haverá apenas 3 dimensões ou nós apenas conseguimos ver 3 das muitas outras que poderão existir? E se sim, como seria o mundo para nós? Um outro universo absolutamente desconhecido e novo.
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Como somos vistos pelos outros? Nunca da forma como nos vemos a nós próprios. E nunca da mesma maneira para cada um dos que nos vê. Então, quem somos nós, realmente? Onde nos poderemos encontrar no meio desse remoinho assustador de tanta perspectiva? Seremos, como diria Hume, apenas um conjunto de momentos, nunca iguais, sempre em mudança constante, não mais como ontem, ainda não como amanhã?
dkjd
A perspectiva pode ser assustadora e causar mesmo vertigens.
Qual é a tua perspectiva sobre este assunto?

2 comentários:

Dry-Martini disse...

Brilhante Sigourny. Apenas acrescento que também pelas razões apontadas acho muito mais interessante as mentiras* que a verdade

* a inocente, por vezes mesmo inconsciente

Andrómeda disse...

É a sua perspectiva ;)