sábado, 7 de novembro de 2009

MURMÚRIOS DO PARAÍSO II

No Paraíso
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No Paraíso os supermercados quase nunca têm tudo o que queremos ou exactamente aquilo que queremos - temos que nos contentar com aproximações que exigem, por vezes, o máximo da nossa capacidade imaginativa.
No Paraíso nunca está tudo a funcionar a pleno e ao mesmo tempo - ou falta a luz a meio da noite, ou é o gás que se acaba a meio de um banho restaurador, ou é o transmissor de um canal (dos únicos 4 existentes!) que pifa de repente, a meio do único filme bom da semana, ou é um pára-sol que fica sem a pipeta de enterrar na areia logo ao segundo dia de praia, ou são os canos da avenida principal que entopem durante uma trovoada descomunal.
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No Paraíso há mirones estranhos, conquilheiros demasiado atrevidos e pescadores sem maneiras.
No Paraíso há, por vezes, tanta gente que mal se consegue andar na rua, dormir a sesta descansado ou encontrar um lugar vazio para abancar no areal.
No Paraíso os empregados do Casino andam sempre de nariz empinado e fazem pouco das madamas que esbanjam o dinheiro nas máquinas de jogo.
No Paraíso não há revistas suficientes na única tabacaria de jeito, às vezes todos os multibancos decidem ficar sem dinheiro ao mesmo tempo e para nos abastecermos como deve ser somos obrigados a calcorrear o itinerário completo dos supermercados.
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No Paraíso é frequente levantar-se um vento de nortada exactamente a partir das 3 da tarde, que arruina o resto do dia de praia e pára de soprar precisamente quando o sol se começa a pôr e é hora de regressar a casa.
No Paraíso há feirantes chatos que enchem as ruas de tralha e o final de tarde de check-sounds ensurdecedores berrados aos microfones.
No Paraíso há grilos assustadores, osgas repelentes, aranhas invasoras e melgas irritantes.
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Em contrapartida,
No Paraíso todos os pôres-do-sol são absolutamente deslumbrantes.
No Paraíso há dezenas de gaivotas magníficas que planam nos céus todos os dias.
No Paraíso o areal é infinito.
No Paraíso o mar monta espectáculo diariamente à nossa porta.
No Paraíso as estrelas brilham mais intensamente no céu nocturno.
No Paraíso há mirones caricatos, conquilheiros românticos e pescadores nobres.
No Paraíso as tempestades são belas e cheias de personalidade.
No Paraíso há conquilhas deliciosas, gambas pecaminosas e manjares irresistíveis.
No Paraíso as máquinas de jogo são, por vezes, abundantemente generosas.
No Paraíso há beleza, paz, liberdade e tempo para tudo.
No Paraíso há vagar e cheiro a maresia e poesia espraiada por todos os cantos.
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Por isso, estou em crer que, apesar de tudo, é sempre um bom negócio passar uns tempos no Paraíso.

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