James Mason
"How do I wish to be remembered, if at all?
I think perhaps just as a fairly desirable sort of character actor."
Como julgo que disse João Bénard da Costa numa das suas
saudosas crónicas para o Indy, James Mason é a Voz do Cinema.
Para quem a ouviu, a voz de James Mason é,
de facto, inesquecível e fica gravada para sempre
no nosso ouvido e quando a escutamos de novo
o rosto abre-se num sorriso, os olhos fecham-se
e mergulhamos com ele na magia do grande écran.
Grave e suave ao mesmo tempo, impregnada de uma
imensa poesia e de uma intensa verdade,
qualquer insignificância proferida por James Mason
assumia sempre uma intensidade e uma veracidade incalculáveis
e arrisco dizer que poderíamos fechar os olhos
durante um filme inteiro e permanecer igualmente interessados,
apenas embalados pela magnífica complexidade
e corpo da sua voz de veludo que, como um bom vinho,
nos aquece a alma e nos eleva o espírito.
Mas não foi apenas a sua voz que permaneceu,
ou estaria a ser extramente injusta para com um dos melhores
actores que a Inglaterra ofereceu ao mundo.
Para citar apenas alguns dos seus mais memoráveis papéis,
ele foi o magnífico Brutus em Júlio César de Mankiewicz
(ao lado do soberbo Marco António de Brando),
o louco professor Ed Avery em Do Outro Lado do Espelho,
o espião Ulysses em O Caso Cícero
(e a cena em que descobrimos a dupla identidade do espião
por trás do mordomo é magistral)
e o deslumbrado Humbert em Lolita de Stanley Kubrik.
Citando Bill Fairchild: "Num mundo barulhento ele falava suavemente,
e no entanto a sua voz será recordada
por milhões de pessoas que nunca o conheceram.”
Eu sou uma delas.
sábado, 30 de dezembro de 2006
OS ACTORES DE ANDRÓMEDA - PARTE I
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