Perdidos e Achados
Rua Augusta, na Véspera de Natal
No meio do corropio das últimas horas, onde estás tu?
Em que saco te meti eu, no meio dos embrulhos de todos os outros quases, ses, tem que seres, aindas, mases, não me posso esqueceres ...
Quanto tempo te dediquei eu a pensar e repensar, a sorrir com a expectativa da surpresa, a compor e descompor e voltar a compor, a escolher, a duvidar, a dormir sobre o assunto e a gritar Eureka!
Perdi-te no meio dos sacos todos, dos papéis de embrulho, das fitas, dos confetis, dos cartões.
Perdi-te nos milhentos passos que dei, nas sombras que pisei, nos suspiros que cruzei, nas esquinas que revirei à procura de outros.
Na véspera de Natal vou-te encontrar, eu sei, no fundo de uma caixa, de um saco, de um pacote, encolhido, tímido, com frio e sozinho. O presente especial, o mais importante, aquele a quem eu queria dedicar todas as horas que gastei com os outros ...
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