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Interior de Autocarro da Carris, algures em Lisboa
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Hoje é Natal. Que Natal ... Detesto o Natal ... As pessoas esperam que estejamos felizes. Não estou. As pessoas são simpáticas porque têm de ser. Não gosto disso.
O meu momento favorito é no autocarro, a caminho de casa. Aí posso suspirar de alívio. Acabou-se. Mais um. Até para o ano. Mas a dor permanece. Arrasta-se.
O Natal aterroriza-me porque me recorda o quão sózinho estou. Não há telefonemas. Um dia vazio, sempre com a esperança que todos os amigos perdidos, todas as pessoas que deitei fora possam, por um qualquer inesperado milagre, lembrar-se de mim e telefonar. Mas o telefone permanece silencioso. E a vida continua ser uma treta.
No autocarro posso fingir que é só mais um dia. Ninguém me conhece. Ninguém finge ser amável. Ninguém se importa. E a vida continua a ser uma treta, mas ninguém imagina.
E eu observo as pessoas que passam na rua. E ponho-me a pensar. Penso se algumas delas são exactamente como eu. Solitárias e tristes e aterrorizadas pelo Natal porque ninguém vai telefonar e lembrar-se subitamente que afinal ainda gostam de nós, depois de toda a merda que aconteceu.
Imagino se alguns daqueles rostos estranhos estão a ter Natais solitários como eu. Se são como eu, actores exímios, fingindo estarem bem, fingindo que o mundo os ama, enganando todos os outros, escondendo-se debaixo de camadas e camadas de máscaras.
Porque ninguém pode adivinhar. Que somos as pessoas mais sózinhas em todo o planeta. Hoje.
Hoje é Natal. Que Natal ... Detesto o Natal ... As pessoas esperam que estejamos felizes. Não estou. As pessoas são simpáticas porque têm de ser. Não gosto disso.
O meu momento favorito é no autocarro, a caminho de casa. Aí posso suspirar de alívio. Acabou-se. Mais um. Até para o ano. Mas a dor permanece. Arrasta-se.
O Natal aterroriza-me porque me recorda o quão sózinho estou. Não há telefonemas. Um dia vazio, sempre com a esperança que todos os amigos perdidos, todas as pessoas que deitei fora possam, por um qualquer inesperado milagre, lembrar-se de mim e telefonar. Mas o telefone permanece silencioso. E a vida continua ser uma treta.
No autocarro posso fingir que é só mais um dia. Ninguém me conhece. Ninguém finge ser amável. Ninguém se importa. E a vida continua a ser uma treta, mas ninguém imagina.
E eu observo as pessoas que passam na rua. E ponho-me a pensar. Penso se algumas delas são exactamente como eu. Solitárias e tristes e aterrorizadas pelo Natal porque ninguém vai telefonar e lembrar-se subitamente que afinal ainda gostam de nós, depois de toda a merda que aconteceu.
Imagino se alguns daqueles rostos estranhos estão a ter Natais solitários como eu. Se são como eu, actores exímios, fingindo estarem bem, fingindo que o mundo os ama, enganando todos os outros, escondendo-se debaixo de camadas e camadas de máscaras.
Porque ninguém pode adivinhar. Que somos as pessoas mais sózinhas em todo o planeta. Hoje.
3 comentários:
Cara M, como sabes sou um religioso leitor do teu blog...e já te dei os parabéns por isso.
Concordo que o Natal é a época do ano mais hipócrita. Só nesta altura é que as pessoas se lembram que existem pessoas sem-abrigo, com fome, crianças a morrer, etc...a lista é infindável. Passado o Natal, as prendas, o velho das barbas, o bacalhau o perú..os lembrados durante este período voltam a cair no esquecimento. Faz parte da sociedade egoísta na qual vivemos...
Peço desculpa, mas se o texto é da autoria da ilustre desconhecida "M" tenho uma crítica a fazer, se me é permitida.
Falas em solidão, naqueles que nos esqueceram, que não nos ligam, com os que não se importam, mas tu és a primeira a negar o calor humano, a amizade, quem tem gosto em "estar" ctg. Queixas-te de coisas nas quais tu és a primeira a negar. Apesar do texto estar bem escrito é bastante incoerente...
Espero não ser banido da comunidade :)
Caro P :)
Se leu o texto, terá certamente reparado que eu o escrevi no masculino, ou seja, trata-se de um "personagem" criado para o efeito e não de um diário pessoal da sua autora (se bem que a mensagem é precisamente a que referiu - falar de um outro lado do Natal).
Não se preocupe, eu adoro o Natal e não me sinto nada sózinha nesta época, muito pelo contrário :)
E não confunda nunca o autor com aquilo que ele escreve. É uma coisa que costuma irritar os autores :)
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I'm, sorry :(
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