sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

MURMÚRIOS DE LISBOA XC

Anjo-da-Guarda
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Vista da Torre de Belém
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Imaginei. Que vens proteger-me, de quando em vez. Talvez até interferir no rumo dos acontecimentos, nas emoções dos que cruzam a minha vida. Em mim, também.
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Imaginei. Que estás comigo, de vez em quando. Que me acompanhas, mesmo ali, a roçar-me, no inabitável precipício entre o passado e o presente. Que te consigo até tocar, talvez. E tu a mim.
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Imaginei. Que te sinto, próximo, tão próximo. Que me sorris. Que me olhas, atento, o rosto sério, esse rosto maravilhoso de que sinto tanta falta.
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Imaginei. Que te chegas a mim quando sofro. Que te ajoelhas perto e permaneces assim, sereno. Que estás comigo quando te chamo, quando te quero comigo. Assim mesmo.
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Imaginei. Pela força do hábito, talvez. Pelo costume criado, ao longo dos anos, de te querer.
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Imaginei. Que o teu amor atravessa as barreiras do tempo, do espaço, da memória, da física. Que me sentes, como te sinto. Que me vês, como te vejo.
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Imaginei. Que por vezes coincidimos no mesmo lugar, à mesma hora, com a mesma intensidade. Porque te sinto tanto, por vezes.
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Imaginei. Que o mesmo acontece contigo. Que também eu sou teu anjo-da-guarda, sem saber. Que o meu amor rasga cortinas de ferro, buracos negros e línguas de fogo para te proteger, para te guardar, para te embalar, para interferir no rumo da tua vida.
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Imaginei. Que sabes tudo isto. Que às vezes pensas, como eu, ser absurdo pensar assim mas que sabes, como eu, tens a certeza que é assim.
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Imaginei. Porque é estranho, tão estranho, que os turbulentos rios do tempo não te façam esvanecer, que antes uma míriade de pontes se ergam infinitamente para te trazer sempre cada vez mais, como se tivesse sido ontem.
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Imaginei. Que envelheço e que cada ruga me traz para mais perto de ti, como uma teia de estradas cruzando a minha vida na tua direcção. Que te aproximas cada vez mais, até eu e tu sermos um só, ainda que separados pelos intermináveis labirintos da existência.
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Imaginei. Que me basta olhar para trás, por cima do meu ombro, para te ver, do outro lado da rua.
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Imaginei tudo isto. Só não imaginei amar-te, nem nunca imaginei amar-te sempre, como agora, como ontem, como amanhã e assim mesmo até ao final do Tempo.
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Para ti, P.

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