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Jardim Botânico
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Mr. Darcy é perfeito. Já o sabemos. Mas Mr. Darcy não é perfeito por não possuir quaisquer defeitos. Antes pelo contrário. Ele tem defeitos e virtudes, como todos nós. O que acontece, pensa Elizabeth, é que ele é perfeito para ela. Existe uma diferença significativa entre ser-se perfeito tout court (o que, diga-se de passagem, pensa Elizabeth, deve ser deveras sensaborão) e ser-se perfeito para alguém (o que, diga-se de passagem, pensa Elizabeth novamente, pode ser algo verdadeiramente empolgante).
Com efeito, Elizabeth aprendeu a gostar de todos os pequeninos senãos de Mr. Darcy e todos os dias ela lhe descobre mais um ou outro pormenor, como alguém que examina atentamente um frágil vaso de cristal para detectar todas as pequenas falhas que o tornam único e irrepetível.
É claro que Mr. Darcy desconhece tudo isto. Não suspeita sequer. Elizabeth resolveu-se a amá-lo em silêncio, platonicamente, e tenciona prolongar este estado de espírito o máximo de tempo possível. Desde que Mr. Darcy continue nas suas imediações e desde que ela possa gravitar em seu redor como uma traça em volta da sua luz preferida, sentir-se-á satisfeita. Foi a forma que encontrou no interior do seu pequeno mundo fechado, para se sentir segura.
Por vezes, Elizabeth fantasia sobre a remota possibilidade de Mr. Darcy se aperceber, num repente mágico, que é perfeito para ela. Raras vezes, Elizabeth levanta vôo até alturas vertiginosas e aventura-se nas imediações da possibilidade de Mr. Darcy considerá-la a si perfeita, para ele. Nesses momentos de arrebatamento racional, Elizabeth sente um suave frémito inundar-lhe o estômago e parece-lhe, às vezes, que lá dentro uma míriade de borboletas esvoaçam tremulamente. Esta sensação consegue ser quase tão intensa como a primeira vez que Elizabeth pousou os seus olhos na figura de Mr. Darcy e este a tomou completamente de surpresa.
Mas de todas as vezes que isto sucede, Elizabeth rapidamente se afasta dessa zona ao mesmo tempo confortável e assustadora, censurando-se a si própria por ter ido demasiado longe e regressando à realidade do seu pequeno mundo. Como poderia isto jamais ser possível?, pensa ela com um imperceptível encolher de ombros e o esboço de um sorriso trocista a desenhar-se-lhe nos cantos da boca.
Como poderia jamais ser possível Mr. Darcy amá-la da mesma forma que Elizabeth o ama a ele?
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Mr. Darcy é perfeito. Já o sabemos. Mas Mr. Darcy não é perfeito por não possuir quaisquer defeitos. Antes pelo contrário. Ele tem defeitos e virtudes, como todos nós. O que acontece, pensa Elizabeth, é que ele é perfeito para ela. Existe uma diferença significativa entre ser-se perfeito tout court (o que, diga-se de passagem, pensa Elizabeth, deve ser deveras sensaborão) e ser-se perfeito para alguém (o que, diga-se de passagem, pensa Elizabeth novamente, pode ser algo verdadeiramente empolgante).
Com efeito, Elizabeth aprendeu a gostar de todos os pequeninos senãos de Mr. Darcy e todos os dias ela lhe descobre mais um ou outro pormenor, como alguém que examina atentamente um frágil vaso de cristal para detectar todas as pequenas falhas que o tornam único e irrepetível.
É claro que Mr. Darcy desconhece tudo isto. Não suspeita sequer. Elizabeth resolveu-se a amá-lo em silêncio, platonicamente, e tenciona prolongar este estado de espírito o máximo de tempo possível. Desde que Mr. Darcy continue nas suas imediações e desde que ela possa gravitar em seu redor como uma traça em volta da sua luz preferida, sentir-se-á satisfeita. Foi a forma que encontrou no interior do seu pequeno mundo fechado, para se sentir segura.
Por vezes, Elizabeth fantasia sobre a remota possibilidade de Mr. Darcy se aperceber, num repente mágico, que é perfeito para ela. Raras vezes, Elizabeth levanta vôo até alturas vertiginosas e aventura-se nas imediações da possibilidade de Mr. Darcy considerá-la a si perfeita, para ele. Nesses momentos de arrebatamento racional, Elizabeth sente um suave frémito inundar-lhe o estômago e parece-lhe, às vezes, que lá dentro uma míriade de borboletas esvoaçam tremulamente. Esta sensação consegue ser quase tão intensa como a primeira vez que Elizabeth pousou os seus olhos na figura de Mr. Darcy e este a tomou completamente de surpresa.
Mas de todas as vezes que isto sucede, Elizabeth rapidamente se afasta dessa zona ao mesmo tempo confortável e assustadora, censurando-se a si própria por ter ido demasiado longe e regressando à realidade do seu pequeno mundo. Como poderia isto jamais ser possível?, pensa ela com um imperceptível encolher de ombros e o esboço de um sorriso trocista a desenhar-se-lhe nos cantos da boca.
Como poderia jamais ser possível Mr. Darcy amá-la da mesma forma que Elizabeth o ama a ele?
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