domingo, 27 de dezembro de 2009

PALAVRAS ESCULPIDAS

Como Cassandra
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Sou como Cassandra, anciã sábia aprisionada em corpo demasiado jovem para ser notado.
Sou como Cassandra, mulher sem idade.
Sou como Cassandra, travesti da memória, seja lá o que isso for.
Sou como Cassandra, deslocada no tempo, geracional e histórico.
Sou como Cassandra, a-temporal, sem definição.
Sou como Cassandra, sem história, sem futuro.
Sou como Cassandra, eterna criança a brincar com bolas de cristal.
Sou como Cassandra, nunca cresci, nem pretendo fazê-lo.
Sou como Cassandra, apenas evoluí.
Sou como Cassandra, não envelheci porque já nasci com a idade eterna.
Sou como Cassandra, com sabedoria escondida debaixo dos braços e no lugar de asas.
Sou como Cassandra, que adivinha o inimaginável.
Sou como Cassandra, que lê o futuro sem espelho.
Sou como Cassandra, em quem ninguém crê e todos julgam louca.
Sou como Cassandra, aprisionada no interior do seu próprio espelho de hiper-realidade transfigurada, seja lá o que isso for.

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