Histórias à Prova de Bala
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Ao contrário do trajecto de uma bala, o dos personagens e do enredo não tem de ser obrigatoriamente linear. Pelo contrário, pode realizar curvas apertadas ou largas, ziguezaguear, recuar e avançar no tempo, sem que nos preocupemos com velocidades do vento, geografia do terreno, curvatura do planeta, distâncias ou potência das munições.
Existem, no entanto, certas lições preciosas que as histórias podem aprender com as balas - a energia de boca de cano deve ser considerável se queremos que o leitor seja atingido pela história desde o início e não a consiga largar, o enredo pode variar no tipo de terminação que exibe, consoante o efeito que se pretende provocar no leitor a dada altura daquele, um autor pode disparar vários tipos de enredos contra o leitor no decurso de uma história, surpreendendo-o quando ele menos espera e provando que um escriba não transporta apenas um tipo de munições de palavras consigo.
As lições podem ser intermináveis, se se souber onde procurar e o que procurar.
É essa a maravilhosa versatilidade das histórias. E, neste caso concreto, das balas.
De resto, as leis da física determinam que uma bala percorrerá sempre uma trajectória em linha recta, a não ser que embata num obstáculo e faça ricochete para outro lado.
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Por isso, e caso algum dia se veja perseguido por um atirador furtivo (da maneira como o mundo está, nunca se sabe ...), queira por favor tomar nota das seguintes dicas para evitar ser atingido por uma bala:
* Não fique parado a olhar para a sua vida a passar-lhe à frente dos olhos - corra que nem um doido, porque assim dificulta a pontaria ao sniper
* Sim, mas corra em ziguezague, e não em linha recta, senão vai dar à mesma ... para o sniper a diferença será que o pontinho na mira, ou seja você, estará apenas a afastar-se sempre na mesma linha da mira!
* Dobre a primeira esquina que encontrar porque apesar das espingardas de sniping estarem cada vez mais high-tech, ainda não conseguem fazer com que a bala mude de direcção a meio caminho - e não volte para trás para espreitar!
* Proteja-se por trás de materiais à prova de bala, como muros de pedra, árvores, betão, etc; não se proteja atrás de vidro, colchões de plumas, portas de madeira ou outras pessoas (sim, a sua cobardia pode sair-lhe cara, visto que uma bala é capaz de trespassar 2 corpos tenrinhos como o seu)
* Não finja que está morto - há snipers persistentes, aplicadinhos, com a mania da perfeição e com uma porrada de munições para desperdiçar e depois ... não se esqueça que ele tem uma mira e que consegue ver até a sua respiração ...
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E se duvida da pontaria de um bom sniper, veja isto:
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2 comentários:
Boa filosofia de vida, quer dizer de sniper ... fizeste-me lembrar o sniper do Band of Brothers, plantado no cimo da torre de uma Igreja a despachar alemães e a citar versículos dos Evangelhos. É a minha personagem favorita da série.
Bem, isto não é propriamente uma filosofia de vida, é mesmo a minha pesquisa sobre snipers ... mas, pensando bem, até que pode ser uma boa filosofia de vida :)
Quanto ao Band of Brothers, não sei se é aquela série do Spielberg (que não vi) baseada no Resgate do Soldado Ryan e, se sim, então conheço bem esse sniper que aparecia no filme, chamado Jackson, sobre quem já escrevi e que também foi o meu personagem preferido do filme.
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